Geovana 09/07/2023
Team Kal
“- Eu sinto muito. - digo, finalmente. - Que você não pode escolher por si mesmo.
Ele olha brevemente para o céu, a luz do sol refletindo naqueles olhos violeta.
- E as luas escolhem que planeta elas orbitam? Os planetas escolhem suas estrelas? Quem sou eu pra negar a gravidade, Aurora? Quando você brilha mais do que qualquer constelação no céu?” página 414 (kindle).
É o segundo livro que leio da Amie Kaufman e já sei que gosto do jeito que ela mistura ficção científica com YA e tudo que a gente gosta: criatividade, um wordbiulding legal, tretas e romance.
Aqui nós conhecemos primeiro o Tyler. Ele está se preparando para ser um Lider de uma equipe da Legião Aurora. É tipo uma ONU intergaláctica, responsável por manter a paz em todos os povos (que aqui não são só humanos). O livro começa quando ele ajuda a salvar a Aurora, uma humana presa numa cama criogênica por quase 250 anos e está prestes a morrer. Só que, quando ele escolhe ajudar ela, ele perde um evento que lhe daria a oportunidade de montar a melhor equipe de Legionários possível. Então ele é obrigado a ficar com a ralé - um bando de esquisitões que ninguém quis. Ai conhecemos Kal, Zila, Cat, Scarlett e Finian. Juntos eles montam um esquadrão que recebe uma missão simples que não é o que parece - e aí as coisas desandam.
O livro é rápido de ler, a história ganha bastante ritmo, há muitos diálogos descontraídos, cada capítulo é narrado por deles, ou seja, há muitos pov’s. Apesar de a história ser centralizada na Aurora, não fica só nela.
O livro é basicamente uma aventura intergaláctica que cresce a história o suficiente pra ter vários livros vindo. Ou seja, esse é só a introdução ao mundo. 90% do livro é eles descobrindo onde se meteram, basicamente ambientação.
Como uma velha leitora de aventuras, boa parte da leitura foi reconhecendo as fórmulas de estruturação do mundo apresentado, os arcos, etc. Isso não estraga a leitura, pelo contrário, me ajuda a sentir confortável. Há alguns problemas que me acompanharam durante a leitura, como por exemplo o que eu imagino ser a tradução, que usa excessivamente a palavra “Criador”. Sério. É insuportável. Quebrava todo o ritmo de leitura toda vez que aparecia a expressão “sopro do Criador” ou várias expressões nada a ver. Eu entendo que pode ser algo legal do livro e tal, algo único que talvez faça mais sentido pra frente, se torne algo característico, sei lá. Só não funcionou pra mim.
Outra coisa é o que acontece quando se tem personagens demais como protagonistas - não há como não ficar um pouco superficial. Apesar de achar que os autores souberam evitar o máximo possível cair nisso. Os personagens são bons, divertidos, entretíveis. Kal foi o melhor pra mim, guerreiros durões de coração mole sempre me pegam. Cadelinhos de uma só então…
Mas, pra mim, o enredo ficou meio batido da metade pro final. Principalmente quando percebi que o final não iria crescer tanto. Quer dizer, há muitas revelações, mas elas tomaram um caminho já esperado pra quem já leu coisa similar. De alguma forma doida me lembrou bastante Uma chama entre as cinzas. E As crônicas lunares. Enquanto lia, tinha a constante sensação de “hummm, já vi isso antes”. Ainda sim, o mundo construído é bastante interessante. Não me leve a mal, eu gostei do livro e o recomendaria pra quem quer algo leve, rápido e imersivo, mesmo tendo discordado de muita coisa pessoal. Vibrei muito com o esquadrão, sofri e ri com todos eles. Criei muito apego, principalmente pela Auri e o Kal, e se vou continuar lendo, é total por eles.