Sara.Marques300 28/01/2022“E foi por causa do carinho que existe entre todos eles que eu entendi que existem parentes de sangue e parentes de escolha..”A primeira coisa que me chamou atenção foi o título (fiquei muito curiosa). Já nos primeiros contos me dei conta que a autora iria abordar sobre a família de um bocado de gente, inclusive a minha.
Com Elisa nos deparamos com a desigualdade social que assola nosso país, com ela também lembramos que a única forma de fazermos essa realidade mudar é através da educação. Ela queria oportunidade, ela queria mais, nós queremos mais!
“Equiparar-se, nos estudos, aos filhos dos patrões corresponderia... ao único meio de escapar do fardo de limpar suas privadas no futuro.”
Com vovô Gino e a vó Ângela sentimos saudade da mansão dos nossos avós. E aprendemos juntamente com seu neto sobre a finitude da vida.
“Então, a cumplicidade da nossa dor nos fez aceitar e respeitar a incapacidade de seguimos sendo dois, quando o correto erramos sermos três.”
Assim como, com as Luanas, com as “crianças” de nossa escolha, com os Josés, aprendemos, erramos, levantamos, lutamos, ganhamos e perdemos. Nesse livro nos deparamos com estruturas familiares que se divergem, que se assemelham, que se reinventam.
Como um livro pode mexer tanto com uma pessoa? Fazer chorar, fazer sorrir, fazer sentir tanto. Acho que é aí, nessa possibilidade de conexão com personagens fictícios e ao mesmo tempo tão reais que mora a beleza da arte. É aí que damos conta de que o outro pode ser nossa família de “escolha” quando nossa família de sangue não for suficientemente mágica, inclusiva e humana. Afinal, é “Família de quem?”.
Obrigada Dani por me apresentar essa obra incrível!
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