El acontecimiento

El acontecimiento Annie Ernaux




Resenhas - El acontecimiento


388 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Elizabeth 19/05/2024

Reeleitura
Precisava reler para ter outra visão da escritora. Depois de ler vários de seus livros, tenho muita admiração por sua escrita, sua força.
comentários(0)comente



Samara Silva 18/05/2024

Ler esse livro foi um acontecimento
Naturalmente me interesso pelo tema, mas ler algo escrito por alguém que já passou pela experiência é totalmente diferente.
Senti meu coração apertar em diversas páginas e me peguei torcendo pela personagem principal como quem torce por uma amiga.
O tamanho da força de Annie é imensurável. A autora não só conseguiu passar por isso sozinha e em uma época que as coisas eram ainda mais difíceis, como também escreveu e publicou sobre a vivência. Coragem a define.
comentários(0)comente



carlosmanoelt 14/05/2024

?É uma cena sem nome, a vida e a morte ao mesmo tempo.?
?Eliminei a única culpa que senti a respeito desse acontecimento ? que ele tenha acontecido comigo e que eu não tenha feito nada dele. Como um dom recebido e desperdiçado. Pois, para além de todas as razões sociais e psicológicas que pude encontrar naquilo que vivi, existe uma da qual estou mais certa do que tudo: as coisas aconteceram comigo para que eu as conte. E o verdadeiro objetivo da minha vida talvez seja apenas este: que meu corpo, minhas sensações e meus pensamentos se tornem escrita, isto é, algo inteligível e geral, minha existência completamente dissolvida na cabeça e na vida dos outros.?

?O Acontecimento? parte de maneira nada linear de um lugar de observação das relações que as mulheres mantêm sobre si mesmas para analisar a dimensão de poder que a escritora constrói com seu próprio texto ? pois essa é a identidade singular de Annie Ernaux, muito influenciada pelas suas formadoras francesas: observar a si mesma para melhor observar o mundo ao seu redor.

A consciência direta disso vem junto das suas tomadas de conclusão mais profundas. No nível radical que o texto de Ernaux atinge com ?O Acontecimento?, a autora não só relembra com criticidade a terrível prática da Arte de seguir o hábito da sociedade de não ver valor de representação e legitimidade em determinadas histórias, como coloca toda a relevância de seu ofício justamente nesse lugar. A personagem principal é ela mesma, uma jovem em um processo de exercício profundo de suas liberdades, que vive em um embate com as restrições impostas a ela no mundo externo. Assim, Annie toma como trabalho o reportar essa vida de uma mulher que não corresponde aos padrões socialmente impostos ao seu gênero, desde suas motivações até seus arrependimentos.

Nenhum símbolo pode dizer mais sobre emancipação e liberdade do que o que marca a narrativa de ?O Acontecimento?. Muito mais do que um processo concreto que confere a uma mulher o poder sobre o seu próprio corpo, a autora insere mais uma camada à sua mistura de biografia, história e sociologia, entendo o aborto a partir de uma ótica quase filosófica: uma experiência plenamente humana, que permite acesso ao ciclo e aos extremos completo da vida, desde seu início, até o seu fim.

Entre aspirações, significações e conclusões tão amplas sobre a sua experiência, a autora não deixa de sentir o que lhe foi particularmente marcante daquela época: a solidão e o desamparo, em nível legal, social, institucional e cultural. O choque vem da simples dificuldade da jovem Annie em enxergar as diferenças de gênero através de seu olhar tão livre e independente, que não vê outro lugar para si mesma se não aquele de completa igualdade com os demais. Nada disso, no entanto, define O Acontecimento, uma vez que a obra não existe de maneira a transformar a vida de Annie Ernaux em ? literalmente ? um livro aberto.

Inevitavelmente, é o que acontece, mas seus relatos íntimos, reflexões metalinguísticas e críticas sociais estão na obra com um objetivo bem definido: destacar a maneira como, além de tudo, essa experiência universal de desapropriação de si mesma causa uma uniformização violenta das nossas identidades ? o que vai na direção contrária do nosso movimento de emancipação individual e coletiva. No mundo em que vivemos, nenhuma história sobre aborto é só uma história sobre aborto, e nenhuma experiência de violência de gênero é individualizada em seu alvo da vez. E as palavras de Annie Ernaux parecem ser as únicas possíveis para compreender que ?O Acontecimento? dela nunca foi ? e nunca será ? só dela.
comentários(0)comente



Natália Holanda 13/05/2024

Livro curto onde a narradora e personagem principal nos envolve na história como se fossemos amigas próximas. Triste saber que com mais de 40 anos de diferença, ainda é uma realidade que muitas mulheres passam
comentários(0)comente



RenataTunes 12/05/2024

Em "O Acontecimento", Annie Ernaux apresenta uma narrativa poderosa e visceral sobre sua experiência com um aborto ilegal na França dos anos 1960. Com um estilo de escrita preciso e assertivo, a autora desconstroi o estigma associado ao aborto, revelando a crueza e a solidão envolvidas nessa escolha. A obra reflete profundamente sobre a autonomia das mulheres, as imposições morais da sociedade e as consequências pessoais de um evento tão significativo. Utilizando suas lembranças com uma precisão quase cirúrgica, Ernaux converte um relato pessoal em um manifesto impactante sobre o corpo feminino e suas liberdades.
A potência literária emerge da capacidade de Ernaux de mesclar a subjetividade de sua experiência pessoal com uma análise crítica e objetiva da sociedade. A autora não se posiciona como vítima, mas busca entender uma realidade que impacta muitas mulheres. Sua narrativa é concisa, porém rica em emoções, e provoca no leitor uma empatia intensa e reflexões sobre direitos reprodutivos e liberdade individual. O livro se distingue pela sua franqueza e pela valentia da autora em usar sua dor para fazer uma crítica social, o que faz de "O Acontecimento" uma obra essencial e eterna.
comentários(0)comente



Maria 12/05/2024

Sigo desbravando a biografia de Ernaux
Ler Annie Ernaux é como montar um quebra cabeça de uma vida inteira e de uma vida intensa. A cada livro que leio sinto que conheço mais Annie e tenho mais vontade de seguir me aproximando dela.
Esse especialmente tocou meu coração. Um tema tão delicado e tão importante escrito por alguém que viveu essa experiência. Não foi uma leitura fácil. Diversas partes me deixaram enjoada, com vontade de chorar e angustiada. O aborto foi e continua sendo um tabu. Apesar de ser legalizado hoje na França, em outros países, como o Brasil, ainda se sofre com a falta desse direito e a morte que ronda as clínicas clandestinas, atrás daquelas que não tem direito ao próprio corpo.
Um livro pesado, dolorido e que certamente deixou uma marca em mim.
comentários(0)comente



Gabi Rosemberg 12/05/2024

Aborto clandestino
A história, construída, na minha visão, como um diário, mostra o quão solitário é, e a falta de apoio às jovens que engravidam. Mostra a falta de apoio psicológico e físico. Independente da opinião pessoal sobre o tema, é um livro que faz a gente sentir na pele o que ela está passando e como se sentiu sozinha.
O estilo de leitura da Annie é um dos mais cativantes, impressionante como aproxima e eu me sinto parte da história
comentários(0)comente



Cibele.Aurora 06/05/2024

Perdi a fome junto com a Annie
Assim como todas as outras leituras que fiz de obras da Annie Ernaux, me senti uma amiga próxima que lia um relato pesssoal visceral e palpável. Senti que a acompanhava pelas ruas em busca do médico que resolvesse sua situação.
Tive medo por ela, sonhei com ela e quero pra sempre lê-la. Quanto mais descubro sua escrita, mais me delicio e esse livro acabou de firma-la como minha escritora favorita juntamente da Aline Bei.
comentários(0)comente



Luana.Khetley 05/05/2024

Particularmente, não estou segura quanto aos meus sentimentos atuais. Fui impactada pela narrativa. Percebo-me ainda em um estado de vagância, processando os relatos da autora. Não há, evidentemente, qualquer predisposição ao julgamento de minha parte; apenas obtive acesso à sua história e, devo admitir, o relato foi brutal. O excesso de violência descrito na escrita gerou em mim um desconforto significativo. Sinto-me incapaz de determinar a abordagem adequada para a elaboração desta resenha, dada a intensidade do impacto que sofri.
comentários(0)comente



Nina 04/05/2024

"Pois, para além de todas as razões sociais e psicológicas que pude encontrar naquilo que vivi, existe uma da qual estou mais certa do que tudo: as coisas aconteceram comigo para que eu as conte."

Um livro intenso, incômodo, mas muito importante.
comentários(0)comente



lucaismaia 04/05/2024

Não sei se eu poderia ter começado por um outro livro da autora, menos chocante que esse, para me inteirar de sua escrita. começar pelo acontecimento que a acompanha até nos sonhos, não foi menos que brutal: achei invasivo ler uma coisa tão secreta dela, mesmo que exposta nas páginas de um livro tão curtinho.
comentários(0)comente



Amarga.romana 02/05/2024

Um livro espetacular que narra um episódio muito marcante na vida da autora. Um aborto na França de 1963, quando o ato ainda era ilegal.

Acho que é impossível ler sobre todas as coisas que a autora tem que se submeter para realizar a retirada do embrião e não pensar que ainda, depois de 61 anos, muitas mulheres tem que passar por isso ou coisas muito piores para impedir uma gestação.
comentários(0)comente



amanda_fulana 30/04/2024

Em uma frase: senti um misto de aflição e afeição!
Gostei da forma como a Annie narra o livro, a maneira como ela nos dá o contexto. Em uma tentativa de resgatar a sensação e os sentimentos do acontecimento, ela procura basear sua escrita em suas próprias anotações, um diário e uma agenda da época, além de claro, remexer as próprias memórias.

Minha experiência de leitura foi um misto de aflição, por ter uma imagem mental enquanto lia todo o processo do aborto; mas também afeição, porque eu, enquanto mulher, coloco-me no lugar de Annie e imagino como seria lidar com a situação pós-aborto, que no caso não é narrada, mas inevitavelmente fica em meu imaginário.

Em síntese, achei que é um bom livro, no entanto, acredito que poderei me conectar melhor com a história quando estiver mais madura e tiver colecionado mais experiência de vida!!
comentários(0)comente



Giacomet1 27/04/2024

Impactante
Anos depois do ocorrido, Annie conta a experiência de um aborto. É um relato impactante. O livro é rápido de ler, mas deixa muitas questões relevantes e muito profundas. O aborto foi realizado na França em 1963, quando ainda não era legalizado, o que ocorreu em 1975. Pensando no Brasil de hoje, imagino quantas mulheres passam diariamente por situações parecidas com as relatadas. Talvez situações mais precárias. Muito triste pensar na solidão que essas mulheres passam nesse processo, no julgamento, na dor, no alívio, apesar do sofrimento. Annie trata de tudo isso e muito mais. Vou precisar de alguns dias para absorver o que li.
comentários(0)comente



Eduarda2418 27/04/2024

Tocante e frágil
Esse é o meu segundo livro da autora e embora eu meio que já conhecesse o estilo e franqueza dela, fiquei um pouco abalada com o relato.
É um livro extremamente necessário e foi muito importante a partilha dele com o mundo pra que assim, se criasse uma conscientização sobre o tema e um diálogo aberto também!
É incrível, emocionante e eu recomendo fortemente!
comentários(0)comente



388 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |