É sempre a hora da nossa morte amém

É sempre a hora da nossa morte amém Mariana Salomão Carrara




Resenhas - É sempre a hora da nossa morte amém


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Aegla.Benevides 15/12/2022

?De quantas formas possíveis um filho pode morrer?? Essa pergunta se repete muito nas resenhas feitas sobre ?É sempre a hora da nossa morte amém?, de Mariana Salomão Carrara. O livro, que traz a memória e as lembranças como protagonistas, é, na mesma medida, triste e extremamente real.

Aurora é uma senhora idosa que foi encontrada na rua desnorteada, segurando uma coleira de cachorro e chamando por uma tal de Camila. Ao ser levada para um abrigo, ela começa a tentar desvendar o que a levou até ali; suas memórias, no entanto, não colaboram com esse objetivo. Cada capítulo é uma história diferente que surge na mente da idosa: em um, Camila é sua filha que morreu afogada (e a Camila filha morre em muitas dessas histórias), em outro, ela nunca teve filhos e Camila é, na verdade, sua melhor amiga de infância. Até, por fim, descobrir quem ela foi de fato.

Por mais que muitas pessoas tenham achado que a autora foi repetitiva em alguns momentos, eu, particularmente, achei o livro de uma criatividade sem igual. É como se tivéssemos dezenas de livros dentro de um só, e cada um dos possíveis cenários pensados por Aurora traz uma conexão com a realidade e um sentimento de ?será que essa é, enfim, a história verdadeira?? ao leitor.

Por não ter me identificado tanto com o primeiro livro da autora (?se deus me chamar não vou?), minhas expectativas estavam baixas para esse, mas foram superadas ao extremo, sendo um dos livros, em toda a vida, que me deu mais saudade quando finalizei.
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Camila.Nunes 13/12/2022

Um drama intenso
Livro intenso e com enredo surpreendente. Envelhecer, ser ou não ser mãe, decisões, casamento, amizade, lembranças. As vezes o que pensamos não é o que o outro pensa. Talvez dimensionamos uma realidade que existe só pra gente. Quanto pesa uma relação pra você e para o outro?
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Jamila 12/12/2022

Segundo livro da autora @mari.carrara que eu leio. E assim como o primeiro esse também me ganhou.
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Aurora é encontrada vagando numa estrada, sem memória, com uma coleira nas mãos e chamando por Camila.
É alocada num asilo, e a assistente social começa uma jornada para descobrir quem é Aurora.
A cada entrevista Aurora entrega uma vida diferente, com apenas alguns acontecimentos em comum entre elas.
No final do livro eu tive a sensação de ter escutado vários sonhos, com elementos que se condensaram e se deslocaram para que a vazão fosse possível sem tanta dor para Aurora.
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Eu amei! Recomendo muito!
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Trecho ??

"Agora e na hora de nossa morte amém, que hora era essa, a hora de nossa morte, como se fossemos morrer em apenas um momento, estávamos morrendo já alí mesmo enquanto eles rezavam, com o detalhe de que por sorte neste preciso momento o corpo venceu, agora venceu de novo, e venceu agora também, até que de repente não."
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Stella F.. 08/12/2022

Vida idealizada
É sempre a hora da nossa morte amém
Mariana Salomão Carrara - 2021 / 272 páginas - Nós

Adorei o enredo!

A autora explora de maneira criativa e muito inteligente, diferentes possibilidades de morte e vida dos personagens.

Aurora é colocada em um abrigo porque foi encontrada sem rumo, perdida em uma estrada, chamando por Camila e com uma coleira vazia na mão. A partir disso, a assistente social, Rosa, se empenha em descobrir qual é a versão real da história, já que a cada momento Aurora pode ter uma filha ou não, ter uma amiga Camila, ter um marido Antônio que trabalhava no Instituto Médico Legal, e os cachorros Perdoai e Ofendido, além da filha Camila poder ter morrido de formas e com idades diversas.

Rosa se empenha anotando todas as versões e circulando as mais frequentes, como o fusca, que viveu momentos inesquecíveis na ditadura.

A autora vai fazer críticas ao tempo da ditadura, ao governo de hoje e de antes, da dificuldade de ser professora em nosso país, além de críticas aos serviços de saúde precários e o abandono de idosos.

Achei extremamente interessante o título porque faz uma alusão à Ave Maria revertendo o sentido de que a qualquer momento podemos morrer das maneiras mais inesperadas, ao nascer já estamos morrendo: afogada em um balde, um boi que atravessa a estrada, um raio e de muitas outras formas.

“[..] quando ouvia adultos rezando eu me detinha particularmente na passagem que eu escutava errado, Agora é a hora de nossa morte amém, por isso eu tinha tanto medo que rezassem por mim, mas mesmo depois que me explicaram continuei desconfiada. Agora e na hora de nossa morte amém, que hora era essa, a hora de nossa morte, como se fôssemos morrer em apenas um momento, estávamos morrendo já ali mesmo enquanto eles rezavam. (pg. 30)

Mostra o quanto uma mãe pode ser obcecada pela segurança da filha, e o quanto é corajoso ter um filho.

A autora em seu texto, vai colocar Aurora desejando que todos tenham 40 anos, uma idade ideal em que os filhos já podem ser amigos da mãe, os melhores amigos, é o que deseja Aurora, e a possibilidade de perder um filho antes disso, não seguiria a regra natural dos pais irem, morrerem antes dos filhos. E adora Rosa, a assistente social, que tem 40 anos.

Vai nos mostrar o afeto pelos animais, a relação diferente que cada um pode ter com sua mãe: de falta de afeto, prisão por excesso de zelo ou obediência servil.

Resgata o Carnaval e expressões antigas, que me fizeram rir e relembrar de muitas coisas.

E o humor esteve presente em várias passagens, já que falar de morte o tempo todo é difícil.

Aurora com seus relatos diferentes a cada vez que Rosa a interpela para lembrar de sua história, acredito que faça alusão ao desejo que a vida fosse do jeito que está relatando nesse momento, no abrigo de velhos. Uma vida ideal em que vivesse um grande amor, não houvesse problemas no ensino de professora de Português, que a filha ideal de 40 anos fosse sua amiga e que a grande amiga Camila não se afastasse dela e que pudesse estar sempre com seus cachorros queridos. Uma vida idealizada!

“Vou dizer à Rosa, que é por isso que demoro a lembrar a minha vida, não foi revelada, fui buscar minhas fotos e o rapaz falou que o filme todo queimou, ou então não sei, ficaram todas borrada, minha vida foi um grande dedo na frente da lente, o fotógrafo dizia Sorriam, mas sempre faltava alguém na foto, e sempre o dedo na frente”. (pg. 44)

Para morrer, basta estar vivo!


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Maria1290 05/12/2022

Estávamos morrendo ali mesmo, enquanto eles rezavam.
?Então talvez morrer fosse isso, não estar mais, deixar as coisas correndo sem estar presente em nada, e isso era imensamente pior que não existir?

Aurora vence a morte em cada capítulo quando, ao conversar com Rosa, apresenta-lhe uma versão diferente daquilo que se lembra de ter vivido.

O que, em um primeiro momento, pode parecer loucura ou criatividade é, entendemos ao final, uma busca para, em meio ao abandono, existir, viver.

De uma forma muito bem humorada, inclusive para relatar os momentos trágicos, a personagem-narradora nos encanta com seu jeito de ver e entender o mundo, nos transporta, junto a ela, a esse passado que talvez nem tenha de fato existido, mas que vale a pena ser recriado, nem que seja na imaginação.

?Porque a solidão dos outros é uma coisa que a gente lembra só de vez em quando e logo joga pra longe da cabeça antes que se instale a culpa, porque é muito mais fácil vir a culpa do que uma visita?.
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Gi Gutierrez 01/12/2022

É sempre a hora da nossa morte amém
Desde que nascemos já começamos a morrer... única certeza de toda a nossa existência. Mas como é essa certeza para uma mãe, uma vez que a morte prematura de um filho quebra a ordem natural das coisas?! Em "É sempre a hora da nossa morte amém" conhecemos Aurora que num relato sensível e de perder o fôlego, nos dá uma pequena mostra de que a maternidade é, de fato, um padecer constante.
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joao ou joca 27/11/2022

Cansativo?
Apesar das poucas páginas, achei o livro bem cansativo. Acho que a formato da narrativa não bate muito com meu estilo de leitura.
Porém, o livro tem uma boa premissa. Começando pelo título que venhamos e convenhamos?.é maravilhoso.
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Maira 27/11/2022

?É muito ruim ser devolvido, onde quer que seja?
A experiência com essa leitura foi incrível! A narrativa que a autora traz, intercalando memórias e realidades diferentes faz com que a curiosidade aumente a cada capítulo. Quem será Camila? Será que a filha realmente existe, será que já é falecida? Quem será a amiga, será que vivenciaram todas essas histórias de fato? É óbvio dizer que Aurora não é uma personagem confiável justamente em decorrência da perda de memória. Memórias foram inventadas, reinventadas, omitidas. Mesmo gostando muito da história, me senti dispersa em alguns trechos, mas no geral, esses momentos não atrapalharam a experiência final. ?É sempre a hora de nossa morte amém? é um livro que nós faz repensar muito sobre a finitude, sobre solidão, sobre maternidade e parentalidade, mas principalmente sobre o poder de nossas memórias, afinal, quem diria que um esquecimento poderia ser, de alguma forma, funcional?



?Agora e na hora de nossa morte amém, que hora era essa, a hora de nossa morte, como se fôssemos morrer em apenas um momento, estávamos morrendo já ali mesmo enquanto eles rezavam, com o detalhe de que por sorte neste preciso momento o corpo venceu, agora venceu de novo, e venceu agora também, até que de repente não.?
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Bela 25/11/2022

História tocante
É o primeiro livro de Mariana Salomão Carrara que leio e minhas expectativas foram totalmente superadas. Se não bastasse a premissa do livro já ser interessante o suficiente, o desenrolar da história consegue ser mais surpreendente ainda.
Aos poucos, conhecemos a mente de Aurora, narradora e protagonista do livro. Porém, aos poucos também, vamos conhecendo a verdade sobre suas memórias e seus medos. Estamos 100% à mercê de sua narração, uma vez que não há diálogos diretos no livro, e também dependemos de Aurora para conhecer (ou descobrir?) os outros personagens.
As lembranças se misturam e, ao fim do livro, se revelam com ajuda da Rosa, assistente social do abrigo para idosos em que Aurora se encontra. Me encantou o bom humor da narração, mesmo quando os acontecimentos são trágicos e tristes. Há também muitas reflexões sobre maternidade, amizade, família e claro, morte. Super 5 estrelas, recomendo!
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Henrico 24/11/2022

Essa historia me tocou em um lugar muito íntimo, pois, a Aurora parecia, em muitos aspectos, com minha vó que também foi diagnosticada com Alzheimer. Houve momentos que não conseguir segurar a emoção. A autora possui uma sensibilidade no uso das palavras da personagem que cria uma certa conexão entre o leitor e a ingenuidade da estória.

Vou deixar aqui um dos trechos que nunca esquecerei:
houve um período em que fui mais sozinha do que uma pessoa pode ser, mas ninguém sabia, porque a solidão dos outros é uma coisa que a gente lembra só de vez em quando e logo joga para longe da cabeça antes que se instale a culpa, porque é muito mais fácil vir a culpa do que uma visita.

Sei que nem todo mundo irá gostar desse livro, pois, em alguns momentos a história parece que não se desenvolve, mas é exatamente assim que tem que ser, pois a personagem não tem pressa alguma de nós contar sobre suas aventuras.
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Carol.Cuofano 14/11/2022

Não gostei muito
Mais uma leitura concluída. "É sempre a hora da nossa morte amém" de Mariana Salomão Carrara.

Nesta narrativa, acompanhamos Aurora, uma senhora que foi encontrada na estrada com uma guia de cachorro na mão e procurando por Camila. Aurora é levada a um abrigo de idosos e a assistente social Rosa é responsável por ajudar a idosa .

Cada dia Aurora conta uma história diferente sobre quem pode vir a ser Camila e Rosa vai buscando uma regularidade nós relatos.

Eu li o livro para o clube de leitura "Leia, professora! Leia, professor!", projeto de comemoração aos 50 anos das Salas e Espaços de Leitura. #sael50anos .

Achei a leitura um tanto arrastada e, por vezes, repetitiva nas histórias que Aurora contava/inventava/lembrava. Algumas situações não faziam muito sentido.

O livro vai abordar a temática da morte, como o título nos apresenta, mas também vai abordar as questões familiares e um olhar para a terceira idade.

Há, ainda na narrativa, inúmeras referências à Lygia Fagundes Telles e seu livro de contos "Antes do baile verde".

Não curti muito a leitura de uma maneira geral, apesar de ter ficado curiosa em alguns momentos.
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Vivian24 11/11/2022

Repetitivo
Depois de ler ?se Deus me chamar não vou?, fiquei muito empolgada para ler esse também, uma pena que minhas expectativas não foram atendidas. O livro é curto, mas poderia ser ainda menor, pois a protagonista se repete e continua fazendo isso por muitas vezes. No início achei a premissa bem interessante, porém conforme as páginas foram passando ficava cada vez mais difícil querer continuar. Pra finalizar, terminei a leitura ainda um pouco confusa sobre o que de fato ocorreu na vida da protagonista, mas é certo dizer que é um livro triste.
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diennifercb 08/11/2022

Que chato!!!
Então, em minha defesa, eu gostei muito do enredo, e achei a premissa do livro genial, acredito que a autora teve uma intenção maravilhosa com essa obra. Porém, meu Deus, que leitura tão maçante. Eu sinceramente achei que não chegaria viva ao fim desse livro, quase morri de tédio em vários momentos, acho que ficou muito repetitivo para mim, e eu só pensava "mas quem DIABOS é essa desgraçada dessa Camila, descubra logo!". Enfim, é isso, mas no fim achei até bem legal.
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Isa.m 07/11/2022

mp
"Agora não entendo o sorriso triunfante da Rosa se daqui em diante tudo que ela averiguar vai ser um novo enterro das minhas Camilas"

Não acredito que termina desse jeito que tristeza, esperava mais. Esse livro me lembrou um video do tiktok sobre estudantes de psicologia que visitaram asilos e no fim do semestre eram obrigados a irem embora/perderem o contato, o problema disso é que pessoas se apegam, principalmente idosos, eles tem tantas coisas pra recordar que precisam de alguém para escutar. Esse livro me passou essa impressão além de uma mensagem sobre maternidade.

"Tudo isso para descobrir que de fato o amor materno é uma experiência incomparável, o que não quer dizer que seja uma experiência cabível a qualquer um"
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