Sabrina 22/06/2022
"O melhor livro da saga. Christelle deu a conclusão que a história merecia"
A tempestade de ecos é o quarto e último livro de “A passa-espelhos”, após os últimos eventos do livro anterior, estava empolgadíssima com a resolução da saga.
Em a tempestade de ecos, Ophélia e Thorn continuam tentando desvendar os segredos de Eulalie e a procura do Outro. Quando Babel começa a desmoronar, Ophélia e os outros são obrigados a deixar a arca. Mas Ophélia sabe que as respostas estão ali, mais precisamente no Observatório dos Desvios.
Por isso Ophélie se voluntaria para ser estudada no lugar, enquanto tenta buscar respostas sobre os desmoronamentos. Experimentos estranhos são realizados no lugar e ao que tudo indica está relacionado com o eco. Mas o que seria os ecos? E o que acontece com as pessoas que entram no Observatório e não saem mais? Ophélia e Thorn conseguiram encontrar as respostas e parar os desmoronamentos?
Desde já tenho que dizer que esse foi o melhor livro da saga. A Tempestade de Ecos me surpreendeu assim que eu comecei a leitura. O livro se inicia com lembranças do terceiro volume, que serão mais uma vez mencionados nos primeiros capítulos e com a inclusão de uma breve descrição sobre os personagens.
O que eu achei uma ótima ideia, pois apesar de ter concluído a leitura do segundo volume no final do ano passado, minha memória não estava lá essas coisas, além disso, a autora responde algumas dúvidas que ficaram no ar no livro anterior. Já falei em resenhas anteriores do cuidado que a Christelle tem com os leitores, e mais uma vez ela não me decepcionou.
Assim como nos livros anteriores, “A tempestade de ecos” se inicia imediatamente após os acontecimentos do livro anterior. Temos dois núcleos se desenvolvendo paralelamente. Em Babel, Ophélia e Thor vão atrás de respostas no Observatório dos Desvios. Enquanto na Arca-da-Terra Archibald procura Janus, o espírito familiar e tenta convencê-lo de que sua arca e seus habitantes também correm perigo em troca da sua ajuda.
Esses dois núcleos se desenvolvem com ritmos bem diferentes. Enquanto em Babel os acontecimentos se desenvolvem de uma forma intensa, cheia de tensão e reviravolta, na Arca-Terra temos uma quebra de ritmo, senti que a autora demorou mais do que devia nessa narrativa. Principalmente se considerarmos o motivo pelo qual esse núcleo é desenvolvido.
Eu entendo que a autora estivesse preocupada em não deixar buracos na narrativa, mas a forma como ela desenvolveu esse núcleo evidenciou que havia um problema no texto e que ela precisava preencher espaço. O problema é que ao fazer isso, ela criou uma expectativa sobre a importância que os personagens e os acontecimentos deste núcleo teriam na trama, mas que não foi atendida. Na verdade, eu acho que ela poderia ter resolvido toda a questão em poucos parágrafos.
Porém, não considero isso um grande problema. Até porque a Christelle desenvolveu muito bem o mistério sobre os ecos à medida que a Ophélia desvendava os segredos da Eulalie e do Outro. Eu fiquei realmente impressionada com os plots da narrativa, era tanto acontecimento que foi preciso desacelerar a leitura e tomar um ar, de tão intenso que as coisas estavam.
E falando na Ophélia, essa garota me deu orgulho. Nas resenhas anteriores foi difícil não transpassar a irritação que a personagem me passava. Por isso foi fantástico ver sua evolução em comparação com os livros anteriores. Aqui vemos uma Ophélia mais madura, objetiva e focada em resolver os problemas das arcas.
É claro que a personagem ainda tem questões a resolver, principalmente em relação a como ela se enxerga e em como isso afeta seu relacionamento com Thorn. Acho que nesse livro fica muito evidente que as escolhas estão na mão da personagem e que é dela toda a responsabilidade por suas decisões. O que acaba inevitavelmente fazendo com que a personagem sinta todo o peso das suas ações ao mesmo tempo que precisa lidar com o futuro do seu relacionamento com Thorn.
Relacionamento esse, que aqui ganha um desenvolvimento maior. Eu ainda tenho lá minhas dúvidas sobre o casal, mas isso é mais por conta dos livros anteriores do que o que foi feito neste volume. Acho que a autora até conseguiu reparar a falta de carisma do casal, apesar de não ter me convencido com o final. Achei um tanto quanto forçado da parte da Ophélia, mas mais uma vez, por conta de tudo o que aconteceu antes.
Agora, como eu disse no começo da resenha, esse é o melhor livro da saga e não é à toa. A Christelle deu a conclusão que a história merecia, com uma trama cheia de tensão e emoção. Apesar de não ser uma obra perfeita, de modo geral a autora ligou muito bem as pontas que ficaram soltas nos livros anteriores e não tenho dúvidas de que A passa-espelhos encantou muitos leitores com um universo fantástico e uma trama emocionante.
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