Annalisa 19/03/2024A Tempestade de Ecos
Confesso que após todas as resenhas que li sobre esse último livro, eu estava com bastante medo de chegar nele. Li o primeiro e o segundo e achei tudo completamente deslumbrante, amei a história, amei o mundo, amei cada personagem apresentado. E antes de iniciar a leitura do terceiro e quarto livro eu li as resenhas deles, e me desanimou muito tudo o que vi o pessoal falando, fiquei bem decepcionada e não acreditando que estava se encaminhando para ser assim. O terceiro livro tem lá seus problemas, é mais paradinho, mas OK. Acho que o grande conflito de opiniões é realmente esse último livro: A Tempestade de Ecos.
Esse livro é sim diferente dos demais, mas eu não consegui achar assim tão "ruim" ou sem sentido quanto as demais pessoas estão achando. Eu gostei cara. Obviamente não amei e não achei um ótimo e excelente final. Mas achei um "Ok, deu para ler e entender". O final é em aberto, acho que aqui é o ponto crucial da enchorrada de raiva e indignação da galera. Maaaas, não temos o que fazer para mudar isso.
Neste livro, Ophélie e Thorn estão em Babel ainda tentando entender o mundo que os cerca. Eles precisam urgentemente descobrir onde está Deus, qual sua ligação com o Outro, quem é o Outro, qual a ligação desses dois com Ophélie e porque o mundo está desmoronando. É uma corrida contra o tempo. São tantas informações, passado e presente se misturando dentro da cabeça de Ophélie, ela tendo vislumbres sobre o passado dos Espíritos Familiares e de como foram criados e como o Outro está manipulando tudo isso.
Todo mundo disse que a relação de Ophélie e Thorn neste livro era a pior possível em comparação com os demais livros, porém, neste foi onde eu pude realmente ver um avanço no "romance" deles, pude ver um Thorn mais sentimental e disposto a largar suas obrigações para se preocupar com Ophélie, temos mais diálogos, troca de momentos e interações entre eles. Obviamente não espere cenas acaloradas e grandes declarações, eles são do jeito que são, e na miudeza de troca de carícias eles demonstram o que sentem.
No Observatório dos Desvios Ophélie começa entender quem ela é, e porque tudo isso está acontecendo. São muitas explicações mesmo, bastante teoria, muitas palavras novas (que não são previamente explicadas, cabe a você fazer a ligação com o mundo deles e entender). A grande questão são realmente os ECOS, eles são a chave de tudo. Precisa segurar a linha de raciocínio sobre isso e seguir em frente. Algumas coisas não vão ser mastigadas e desenhadas na sua cara, você precisa se esforçar caro leitor, para buscar as referências na história e nos livros anteriores. Mas posso dizer com todas as palavras que eu consegui sim entender o que foi explicado e apresentado sobre todas as dúvidas da história, e toda a teoria sobre os problemas das Arcas são explicadinhos e fecha bem esse arco.
O que acaba com nosso coração é o final disso tudo, o conflito principal é resolvido, descobrimos quem é Deus, quem é o Outro, quem é quem e qual a história não contada no meio de tudo isso. Mas Ophélie teve que sofrer demais para chegar ao fim, ela teve que dar tudo de si, perder amigos queridos, e quebrar seu coração e mente. É sofrido, e aqui vai o spoiler: Ela e Thorn não terminam juntos, não por escolha própria, mas há forças maiores impedindo isso. E fica uma nova "jornada aberta" dessa relação.
Apesar do fim não ser o que queríamos, a jornada da série e de seus quatro livros vale muuuuuito a pena! Não se decepcionem com as resenhas negativos desse último livro, e nem larguem a leitura no meio. Vão até o final, juro mesmo que vale a pena. Mantenham a mente aberta, esqueçam os conceitos de física e universo que temos em nosso mundo e aceitam que há coisas que existem no mundo de Ophélie que não fazem sentido no nosso, e que mesmo assim está tudo bem.