Aristóteles e Dante mergulham nas águas do mundo

Aristóteles e Dante mergulham nas águas do mundo Benjamin Alire Sáenz




Resenhas - Aristóteles e Dante mergulham nas águas do mundo


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Pam 24/10/2021

"Por toda parte havia amor. Eu queria estender os braços e pegar esse amor."
Antes do lançamento desse livro fiquei muito preocupado com o resultado dessa história, porque eu considerava uma sequência para Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo uma coisa desnecessária. Confesso que ainda mantenho essa opinião, mas não tira a qualidade nem valor da sequência que eu achei maravilhosa, e continua com certeza nos padrões de excelência do primeiro livro. É uma obra muito mais madura e tão emocionante quanto sua predecessora. 5 estrelas fácil.

Eu acho que enquanto o primeiro livro era para desenvolvimento do romance entre Aristóteles e Dante, e do Ari se descobrindo como LGBTQIA+, já Aristóteles e Dante Mergulham nas Águas do Mundo é mais sobre o Ari se DESENVOLVENDO como LGBTQIA+, abrindo os olhos para o mundo, além do amadurecimento da relação dele com o Dante. Esse segundo livro aborda questões mais complexas, como o estigma da AIDS nos anos 1980, período em que o livro se passa. Preciso falar disso porque eu achei a escrita do Benjamin muito sensível e bonita, impossível não se sentir lá dentro na luta com eles. Acho que muitas vezes para gerações mais novas (millennials e geração Z) é fácil a gente esquecer (ou nem saber) as lutas que essas minorias enfrentaram no passado e aqui tudo foi relembrado. É muito dolorido ver o descaso e preconceito com os portadores do vírus, mas achei importante o lembrete E VALOR das vidas que foram perdidas e também como mostrou a luta de todo mundo para criar um mundo melhor e encarar as coisas com a seriedade que merecem.

Falando dos personagens, o Ari aqui passa a analisar muito mais a sua vivência como homem gay. Ele passou a ver com mais atenção outros preconceitos em relação a comunidade LGBTQIA+, como outras pessoas da comunidade ao redor dele e também em relação à mulher trans que foi morta no primeiro livro, e o próprio Ari demonstra o valor e respeito como merecido. Além disso, foi grandioso o crescimento dele como pessoa. Ele passou a refletir mais de forma madura sobre o futuro dele, e eu achei lindo como desenvolveu mais ainda a relação dele com os pais e com os irmãos, e principalmente com os amigos. O Ari começou a descobrir e amar um mundo maior que ele, e o amor que esse livro tem é tangível nas páginas. A relação dele com o Dante segue maravilhosa, e é legal que o Benjamin colocou muita realidade neles: não são um casal perfeito, tem suas diferenças como qualquer um, mas o carinho e amor entre eles consegue superar tudo. Eles juntinhos como casal estabelecido ESTÃO A COISA MAIS LINDA DO MUNDOOO.

Outros personagens que merecem uma menção honrosa são a Cassandra Ortega, uma amiga do Aristóteles que conhecemos, que é muito bem desenvolvida. A mãe dele também, a Lilly, também teve pontos de destaque, ainda mais de como você pode influenciar pessoas pro bem. E, principalmente, o Jaime, pai do Ari. O crescimento dele como pai e indivíduo é gigantesco, pra mim ele passou uma lição inesquecível de como deram valor a Guerra do Vietnã (que ele lutou), e não deram valor a "guerra" contra a AIDS. A humanidade e ternura que ele trouxe pra história foi algo muito especial, sem isso o livro não seria o mesmo. Já ficou claro que nessa obra o Benjamin trouxe brilho pra todo mundo, e eu fiquei muito feliz com isso.

Como sempre, os personagens desse livro continuam ensinando a lição de que gentileza, bondade e amor conseguem destruir muitas barreiras. Sempre senti uma bondade muito grande vinda do Dante e isso segue aqui, ele é um menino sensível que continua nos ensinando tanto!

Sobre o livro, a escrita segue maravilhosa e fluida, não tenho nada pra reclamar do ritmo. Acho que esse livro é ainda mais REAL que o primeiro, ele traz assuntos mais sérios e pesados e tem cenas tão intensas quanto as que já tínhamos visto. Porém também traz muitas cenas amorzinho entre o casal principal, as famílias e amigos. É um livro CHEIO DE AMOR. Pra quem ficou com medo do que esse lançamento poderia trazer, fiquem tranquilos, não estragou nada e só trouxe mais riqueza pros nossos personagens favoritos.
Taistranha 25/10/2021minha estante
Amei sua resenha, quero MUITO ler!


Pam 25/10/2021minha estante
ai q bom, obrigada!! ? leia sim, eu tava com medo, mas valeu a pena kkk lindíssimo ?


Venus/Edward's 16/11/2021minha estante
Mas o Dante eh gay ou não?


Pam 16/11/2021minha estante
é sim (?) desde o primeiro livro kkk eu quis dizer q ele ta aprendendo mais da luta lgbtqia+.


Venus/Edward's 16/11/2021minha estante
Eh que eu só leria os livros se tivesse uma relação dos dois pq fora saber que tem lgbt ali no meio eu não sei mais nada além do título


Pam 16/11/2021minha estante
ah entendi kk os dois protagonistas são gays sim! a história acompanha o desenvolvimento do romance deles, além de dramas familiares, amadurecimento, etc. é bem bonito.


Liv 13/12/2021minha estante
Eles ficam juntos??


Pam 13/12/2021minha estante
liv, ficam sim!


Isa 28/12/2021minha estante
Tem cenas?.


Isa 28/12/2021minha estante
Tem cenas?.


tw.ale 02/01/2022minha estante
sua resenha ficou perfeita amg!!


Pam 02/01/2022minha estante
ale, mt obrigada ?? fico feliz q vc tenha gostado


Book store 26/01/2022minha estante
Está na minha lista ?


Rapha Écool. 25/02/2022minha estante
Amei sua resenha, terminei de ler hoje, to com o coração quentinho!
Livro do ano.


ThomaisGriesang 02/12/2022minha estante
Eu chorei tanto


Seila232 03/12/2022minha estante
Que resenha boa!!


Pam 03/12/2022minha estante
thaylan, muito obrigada ?


liaslhs 05/01/2023minha estante
Oi, Victor! Adorei a resenha. Arrasou x x


dante49 31/05/2023minha estante
a sua resenha me fez querer REALMENTE ler esse livro


Adrian55 24/01/2024minha estante
Aaaah, eu estava com medo de ler haha

Obrigado por essa resenha??


Pam 25/01/2024minha estante
Adrian, que bom que você gostou. Espero que você leia e goste ?




arneiyh 27/05/2023

O livro possui muitos lados positivos, um deles sendo a interação de Ari e Dante, o amadurecimento do protagonista e sua relação com os pais.

A leitura desandou quando a história começou dando visibilidade para Aristóteles e o ambiente escolar. Nesses capítulos, a narrativa foca na forma como o protagonista enxerga as pessoas ao seu redor, pessoas que já faziam parte da vida dele, mas só agora ele percebeu e começou a valorizar.

Entrando no tópico amizade, o motivo que me fez abandonar A Culpa é Das Estrelas, foi justamente o uso do sarcasmo e o excesso de frases filosóficas nos diálogos de ADOLESCENTES, na narrativa, e
vejo que esse livro segue a mesma situação.

Eu coloquei muitas expectativas aqui e AriDante não conseguiu alcançá-las, isso não muda o fato que gostei da leitura, mas não voltaria a ler outra obra desse autor.
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Angelito? 19/06/2022

Esse segundo me tocou muito e até chorei lendo. Por mais que tenha demorado lendo foi uma experiência incrível. Vou sentir saudades do Ari e do Dante.
magalubooks 21/06/2022minha estante
eu chorei tanto nesse dai




Luiza 15/11/2021

Aristóteles e Dante Mergulham Nas Águas do Mundo ??
Comecei esse livro sem expectativas. Já tinha visto diversas resenhas dizendo que o livro não era tão bom quanto o primeiro, que não devia ter tido uma continuação, que o livro era entediante... Sabia que era a opinião de pessoas que já tinham lido o livro e tudo bem, cada um tem sua opinião. Mas o que realmente me deixou desanimada para essa história, foi que a maioria das pessoas tinham uma opinião negativa sobre essa continuação e principalmente as resenhas que falavam que o autor tinha sido problemático mais uma vez.
Com tudo, eu já tinha comprado o livro e também queria ter uma opinião própria sobre o segundo livro de Aristóteles e Dante... Não tenho motivos para mentir, eu amei a história!
Antes de qualquer coisa, o autor foi problemático de novo sim. Ele tentou "consertar" o comentário transfóbico do livro anterior nessa história, mas esse livro tem diversas outras cenas problemáticas que me deixaram irritada e desapontada.
Entendo que a história se passa no final da década de 1980, mas acho que certos comentários deveriam ter sido desenvolvidos ao decorrer do livro.
Eu criei um apego muito grande aos personagens, que apesar de certas falas, eu não consigo não gostar deles.
O Ari que conhecemos na história passada, não parece o Ari que vemos nesse livro. Nessa continuação ele está maduro, está lidando com a sua dor que carregava a tempos, ele está aprendendo a enfrentar os seus medos, aprendendo a se socializar...
Foi tão bonito ver esse desenvolvimento do Ari e muito legal ver ele fazendo amizades.
O Dante continua sendo o Dante que conhecemos no livro anterior, porém em alguns momentos me irritei com ele. Talvez, se tivesse o ponto de vista do Dante nessa continuação, eu conseguiria compreender melhor ele e algumas coisas que ele falava. Senti bastante falta dele no meio da história e gostaria de ter tido mais desenvolvimento e amadurecimento da parte do Dante.
Sobre o relacionamento de Ari e Dante não tenho muito o que falar, é muito fofo ver os dois juntos.
A perda do Ari que é citada na sinopse não acontece de imediato. Essa perda acontece entre o meio e o final do livro.
Fiquei muito triste com a perda, pois eu gostava muito desse personagem...
Voltando rapidamente para as resenhas que eu tinha lido antes de começar o segundo livro de Aristóteles e Dante, muitas opiniões falavam sobre como a escrita do autor é poética, "melosa" e dramática demais. Eu não discordo por mais que ache que isso é muito pessoal. Eu, por exemplo, adoro a escrita do poética do livro.
Espero que se o escritor fazer uma terceira história, não demore mais nove anos para publicá-la.

"Talvez a vida seja feita de coisas que nunca sonhamos" - Aristóteles Mendonza/Benjamin Alire Sáenz
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Jess 30/10/2021

Releitura!
Tenho muitas coisas para falar sobre esse livro. Muitas. E nem todas, na verdade bem poucas, serão boas.

A resenha será grande. E conterá alguns spoilers.

Li esse livro em poucas horas quando saiu no início do mês e não consegui notar as coisas boas e as ruins que ele tinha até então, pois querendo ou não, me preocupo com os personagens. Tenho um sentimento muito complexo por eles, gostando ou não. Por isso, desesperada para saber o final de tudo, não consegui aproveitar a leitura muito bem. Mas agora, com a releitura, mesmo sendo bem rápida, me mostrou lados que eu tinha deixado passar.

Obviamente, eu gostei da leitura, pois a escrita poética do autor, para mim, é incrível, fluida e ele consegue me fazer pensar em tantas coisas e me fazer sorrir ao me dar conta de que um dia eu tive, e arrisco a dizer que ainda tenho, aquelas mesmas dúvidas sobre as pessoas e o universo. A escrita dele me encanta, por isso continuo lendo esses livros. Porém, é uma linha que eu não consigo e não posso cruzar.

Eu queria me permitir amar os personagens como eles merecem, pois me identifico tanto com eles em tantas coisas, mas o que o autor faz com eles, simplesmente me impede, pois vai contra tudo aquilo do que eu acredito e sou.

Esses livros, ambos, tinham tudo para ser uma história linda de amor, mas, para mim, não conseguiu. Eu me focava mais nas problemáticas ao invés dos sentimentos dos personagens. E os sentimentos dos personagens, depois de um certo ponto, também se tornaram uma problemática.

Dante e Ari se tornaram totalmente dependentes um do outro. Existe um limite entre estar apaixonado, viver aquele seu primeiro amor, do que é mostrado nesse livro. Em um certo momento, nenhum dos dois conseguia ser feliz sem o outro e, principalmente Dante, criava dramas desnecessários igual, ou até mesmo pior, do que uma criança.

Eu amo os personagens, mas não o que fizeram com eles nesse livro. Dante. Principalmente ele.

Acho que o livro perdeu um pouco daquele brilho do primeiro, não por ter colocado assuntos tão sérios, ou nem mesmo por não saber falar sobre eles corretamente, mas sim por ter muitos temas tratados de forma exagerada. A forma como eles são resolvidos com xingamentos, gritos, brigas, discussões, ao invés de ser feito da forma leve que tinha no primeiro livro, em uma conversa, explicando de forma calma e inteligente. Muito debate sobre pautas importantes, mas que são faladas e explicadas de forma totalmente errada.

Assuntos que mesmo não me afetando diretamente, pelo o que eu sou, me deixaram desconfortáveis. Percebi que eram errados sem precisar fazer parte das pessoas que se afetariam com isso, como a transfobia no livro ou o racismo, por exemplo. E a forma como um certo personagem explica o racismo...

Algumas coisas não são bem desenvolvidas. Um personagem, não importante, simplesmente morre do nada sem nem mesmo isso ser debatido ou explicado. Coisas que eram importantes para a história são esquecidas. Tem muita incoerência.

Existem momentos e cenas e diálogos, muito forçados, se tornando rasos. Não consegui sentir o mínimo de naturalidade vindo delas. Não tem o mínimo de emoção.

Fala muito sobre a aids, mas em nenhum momento fala sobre como a evitar, se cuidar e proteger. Os próprios personagens principais tem relações sexuais e nada disso é debatido. Teria sido um acerto falar sobre isso, dar essa informação, mas não, isso não acontece e é só deixado de lado, focado em morte atrás de morte.

Um ponto positivo, finalmente, foi a evolução do Aristóteles. Gostei muito de acompanhar ele em seu caminho de descoberta com o mundo e fazendo amigos, deixando que as pessoas o amassem como ele merece. Infelizmente, não posso dizer o mesmo sobre Dante. Ele se tornou tão dependente do namorado. Se tornou um garoto mimado e dramático e aquele final, com uma birra sem sentido... Tudo poderia ter sido resolvido se eles conversassem. É claro, eles são adolescentes e isso pode ser perdoado, mas foi um drama desnecessário. E, para personagens que parecem tão evoluídos, esperava mais.

Eu dei uma nota maior na minha primeira leitura, do que darei na segunda. Por tudo isso que eu percebi de problemáticas, mas também não poderia dar uma nota menor, pois querendo ou não, esses personagens ainda vivem em meu coração e, querendo ou não, eu consigo os amar mesmo com as suas imperfeições. Claro, a forma como alguns assuntos foram abordados são imperdoáveis e isso eu nunca vou me esquecer, até mesmo do ódio que eu senti ao ler, porém não era uma coisa que me surpreendeu. Eu esperava isso. Sabia que teria. Me deixou chateada pelo autor não ter mudado nada, mesmo com todas as críticas, e ter simplesmente feito pior do que antes.

É uma pena. Teria sido uma história incrível.
Thiago Silva 01/11/2021minha estante
Eu achei o Dante tão desinteressante nesse livro, nem parecia o personagem incrível que era.


Jess 01/11/2021minha estante
Sim, a personalidade dos personagens mudou bastante nesse livro. É exatamente isso de nem mesmo conseguir reconhecer eles.


Juliadsn 28/09/2022minha estante
Li sua resenha e foi praticamente o que eu senti lendo! Achei que o autor quis se desculpar pelas polêmicas do 1º livro, o que achei até legal, só que ele exagerou demais colocando um monte de temas e explorando poucos deles.

Não gostei também do que fizeram com o Dante, e pra mim o desenvolvimento do Ari foi uma das coisas que mais salvou esse livro realmente




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Dan 20/02/2022minha estante
Tudoooo mana esse livro é tudooo!!!


Angélica Corá 20/02/2022minha estante
Perfeito




oallisonandrade 19/10/2021

5 estrelas com ressalvas
Antes de mais nada, preciso dizer que seria impossível falar dessa história sem tocar no assunto que recentemente tem rodeado o autor e acontecimentos do primeiro livro. Em determinada cena de "Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo" descobrimos que o irmão de Aristóteles foi preso por ter assassinado uma pessoa trans. No livro é descrito que "a prostituta na verdade era homem [...] era um travesti". E este fato, que é algo importante na narrativa para compor a atuação de personagens da família de Aristóteles, não tem destaque suficiente para ser explorado ou discutido pelas personagens como o crime que é, como um atentado contra a vida de outra pessoa.

Recentemente leitores começaram a notar estes problemas no primeiro do livro (que foi publicado originalmente em 2012) e levaram seus questionamentos até o autor em busca de um posicionamento pelas atitudes transfóbicas. Questionamentos que foram fortemente embasados pela prévia desse segundo volume da história onde, em uma conversa entre os protagonistas, Dante fala "Na verdade, eu gosto de ser um garoto. Ou melhor, gosto de ter pênis." Em meio a isso tudo, o autor começou a bloquear no seu Twitter todas as pessoas que o questionavam. Sobre isso, eu me senti realmente abalado e receoso em continuar lendo histórias do autor. Triste porque eu queria mas sabia que seria errado ler a continuação desse livro que, querendo ou não, foi uma parte importante na minha vida como leitor e autodescoberta como pessoa LGBT. Acabei resolvendo ceder à minha vontade e tirar minhas próprias conclusões sobre o que o autor faria com essa história, que foi publicada agora, quase uma década depois da anterior.

Mesmo tendo relido o primeiro livro pela última vez há mais de 5 anos, senti que a narrativa do autor causou em mim um sentimento de "memória desbloqueada" e fiquei feliz por me reconectar com os personagens de forma tão rápida e natural nessa sequência. Para mim, o romance, os altos e baixos dos protagonistas, foi maravilhoso. Ainda mais pela inclusão de novos amigos nesse círculo íntimo de Ari e Dante (Cassandra, Gina, Susie S2). De modo geral, fiquei feliz por ter lido e sentido várias coisas diferentes ao viver por um tempo dentro da cabeça do Aristóteles, que é quem narra a história, escutando os pensamentos obsessivos e autodepreciativos que me faziam querer gritar com ele por ser tão inseguro em relação à tudo! Mas essas coisas me fizeram sentir que ele era uma pessoa real. E eu gostei da experiência, de vivenciar com ele todas as fases de autodescoberta, da autoaceitação, da primeira experiência romântica, do luto e da início da vida em si. A escrita do autor que é um dos pontos mais fortes da narrativa continua bonita e poética e tem a mesma fluidez presente no livro um.

Em relação à transfobia do autor, consegui identificar três momentos importantes em que a grande questão poderia ter sido abordada de forma melhor: a primeira, durante uma carta do diário do Aristóteles onde ele fala [indiretamente] para o Dante sobre a mulher que o irmão dele assassinou; a segunda, quando ele conversa com o irmão sobre o crime; e a terceira quando ele visita o túmulo da mulher.

Em todas as vezes foi interessante ver o Ari se corrigir e tentar consertar o erro da fala transfóbica presente no primeiro livro. Mas, mais do que isso, eu achei que faltou demais apresentar um contexto ou um momento para que ele entendesse onde ele tinha errado na fala dele, que alguém em algum momento o tivesse corrigido e explicado para ele todas essas questões. Poderia ter sido durante uma aula na escola em que algum professor tocasse no assunto. Aristóteles é alguém que está sempre aprendendo significado das palavras, mas o autor não deu a ele a oportunidade de aprender algo importante. Deu pra ver que o autor tentou se retratar de uma forma muito porca e o resultado, com o Ari simplesmente dizendo que ela era "uma mulher transgênero".

É claro que eu não excluo daqui os fatos de que 1) o primeiro livro foi publicado em 2012 e 2) a história se passa nos anos 80. Quer dizer, até mesmo um dia desses ninguém falava sobre essa problemática no livro, sobre a abordagem que o crime devia ter tido. Não quero que meus comentários sejam interpretados de forma errada (como se eu estivesse sendo conivente com as atitudes do autor, porque não estou) e muito menos quero tirar o direito das pessoas sentirem indignação com o posicionamento do autor. Pelo contrário. Resolvi ler esse livro não só para meu próprio entretenimento mas para me certificar de algo, para ter a minha oportunidade de julgar também a história agora, anos depois. E foi exatamente isso que fiz. Consegui ver que o autor tratou a questão da mesma forma que ele há alguns anos atrás, sem explorar nada. O contexto histórico no qual a narrativa se passa é muito importante para a ambientação dos acontecimentos naquela época, mas também serviu para sustentar o fato do autor ter feito vista grossa sobre uma discussão de extrema importância nos dias atuais. Eu acredito que em se tratando de uma obra de ficção, ele tinha e não usou a licença poética de manipular a realidade dos personagens e tentar retratar as coisas de forma melhor.

De modo geral, eu amei a leitura e continuo gostando muito do romance adolescente e dos protagonistas. Queria saber o que aconteceria com os dois e saciei minha curiosidade. Mas apesar de tudo não posso deixar de reconhecer que a minha nota de 5 estrelas fundamentada pelo meu gosto pessoal não me faz ignorar as problemáticas envolvendo o autor e sua narrativa e nem é mais importante do que a luta de grupos marginalizados.
juju.salless 25/10/2021minha estante
amei sua resenha e concordo c tudo q vc disse, brigada por compartilhar! ?


Thiago Silva 01/11/2021minha estante
Não pertenço a comunidade LGBT+, mas sei do mínimo das coisas. Eu particularmente achei estranho abordar transexualidade nesse livro pq a ambientação em que se passa a história que é os anos 80, não sabia que era um assunto abordado.
Já que a AIDS que era um assunto grave não era discutido de verdade, imagina questões sobre orientação sexualidade


Thiago Silva 01/11/2021minha estante
Orientação sexual * e identidade de gênero.
E sinceramente a atitude do Ari e Dante de gostarem de serem meninos e terem pênis, vejo mais como uma concepção machista que transfóbica, mas talvez eu não tenha propriedade pra opinar sobre o assunto


danielly. 03/11/2021minha estante
thiago, acredito que a verdadeira questão não seja sobre a atitude do ari e do dante, afinal eles são somente personagens, só ficção, não existem.

o foco de toda essa discussão é a transfobia do próprio autor (benjamin), afinal foi ele que escreveu o livro, é um reflexo do que ele pensa.

isso fica claro não só no primeiro livro, como no segundo (que também tem trechos transfobicos, vários leitores já postaram algo sobre). e, além dos livros, nas redes sociais do autor. como dito no início da resenha do allison, ele simplesmente começou a bloquear os leitores que questionavam sobre o assunto, sem nem ao mesmo tentar "se justificar" (entre aspas, pois não existe justificativa pra isso) ou se retratar.


Thiago Silva 03/11/2021minha estante
Danielly, entendo.
Essa questão da transexualidade é algo muito delicado e complexo de se debater, eu mesmo não tenho propriedade nenhuma no assunto pq sei somente o básico.
Mas de uma coisa eu sei, se era para o autor escrever essa sequência meh, era melhor ter parado no primeiro livro que tava tudo certo e todo mundo tinha a memória afetiva intacta




emikaeld 04/05/2022

ainda mais lindo que o primeiro livro.
tudo nesse livro é incrível. esse segundo livro me fez chorar ainda mais que o primeiro, ou seja = perfeito.

"o amor foi a tocha que você carregou para sair da escuridão. o amor tirou você do exílio e lhe deu uma cidadania."
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Taina429 29/11/2021

Aristóteles e Dante
"Todos aprendemos a ser corajosos. Não podemos permitir que levem nosso amor embora."
Viver a vida é como ser um cartógrafo registrando os lugares que você passou e mapeando tudo para as seguintes gerações, é deixar o seu nome gravado em todos os lugares, é poder beijar a pessoa que você ama em público.
Segundo livro de Ari e Dante e eu nunca vou me cansar deles.

Ps: para todas as pessoas que conseguem soletrar a palavra AMOR.
Juliann@ 14/02/2022minha estante
Vejo que preciso ler esse neném.




Jhubooks 26/01/2023

Gente, eu não sei quem é ou as coisas horríveis q o autor desse livro fez, não acompanho o conteúdo dele. Oq eu sei é que Ari ama Dante. Dante ama Ari. E eu amo Ari e Dante.
27/01/2023minha estante
Ele é transfóbico, e inclusive bloqueia pessoas que questionam sobre essa transfobia.
O Paulo, do canal "Livraria em Casa", fez um vídeo em 2021 falando sobre.




Dhiota 28/05/2023

Minha humilde opinião
Com toda a esperança do primeiro livro, o segundo é algo ainda mais romântico e ainda mais cheio de descobertas é incrível observar como o querido Aristóteles se permite evoluir e como ele ver o amor e amizade nesse livro esse são aspectos de que quem já torcia por ele no primeiro livro pode se orgulhar. Eu particularmente adorei muito, principalmente as partes românticas em que depois de ler eu fechava o livro e ficava me perguntando o porquê de existir um amor assim e eu não ser contemplado com ele. Porém muitas partes do livro foram apenas um enchimento de linguiça, algo que não houve necessidade de ser contado e algo que aconteceu só para deixar o livro um pouco maior.
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Matheus656 24/07/2022

Lindo demais
Acredito que essa sequência corrige a maioria dos problemas do primeiro livro. E esse sem dúvidas foi um dos livros mais lindos que já li. A evolução de Ari é fenomenal. Aceitar o luto, a perda. Aceitar o amor. Um dos poucos livros que já me fizeram chorar. Obrigado, Ari e Dante, por compartilharem uma história de amor tão pura e bonita.

But we're the greatest, they'll hang us in the Louvre
Down the back, but who cares? Still the Louvre
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