spoiler visualizarMorggDuff 03/03/2022
Meus protegidos
Preciso admitir que sou apaixonada pela família RIGORI, sem mais. O Sal foi o primeiro a me conquistar, depois o Vito e por fim a Grazzi.
A Grazzi e o Vito, o romance não romântico mais romântico que eu já vi. Por mais que o Vito "deixe" que sua "besta" o controle por vários momentos, ele não a repudia, dá para perceber que ele a aceita, é quem ele é. O ponto, então, é como os outros não veem esse seu lado com bons olhos, enxergam como descontrole e a Grazzi, com toda a sua racionalidade, o ama por completo e lhe mostra a saída para esse conflito. Ela não se anula, não se diminui e vence o medo que a rondava, acolhendo a bondade (sim, ele é bom, é sensível, erra e pede perdão) e a escuridão do seu marido, bem assim aceitando a própria escuridão.
É uma leitura forte, sem meios-termos, a autora não nos leva a romantizar nenhuma das ações das personagens, apenas mostra como elas são verdadeiramente e deixa que suas características se assentem em nosso interior até que percebamos se há escuridão em nós também.
Bom salientar que se trata de dark romance, por isso, prestem atenção nas tags e alertas de gatilhos. Determinada cena eu tive que pular, respeitando meus limites.
E como é de se esperar, a Agatha não decepciona nunca com a ação, a trama da máfia, os plots e vem alimentando ainda mais seu seraverso.
Acredito que será um pouco difícil os Spadas me conquistarem como os RIGORI fizeram. Aquele final......
Dito isso, recomendo muito a leitura de Vito Rigori e aconselho que acompanhem mais esse romance da Agatha.
Ps. Da releitura:
Quando voltei nesta resenha quis entender o motivo de ter me alongado tanto nas da família Spada e fui tão direta com o Vito. E acredito que seja pelo motivo do próprio Vito ser direto em tudo que faz, ele é verdadeiramente verdadeiro, não faz jogos, não manipula, ele nos conquista com a verdade de suas emoções. Eu já tinha aceitado a família Rigori antes mesmo deles se apresentarem oficialmente...
Para mais, falar da Grazzie, que personagem, que mulher, que personalidade! Ela CONQUISTOU seu lugar como esposa do Don da Cosa Nostra, ela lutou para não ser meramente um enfeite, para não ser subjugada pela potência que é o seu marido e nem pelas expectativas criadas no mundo da máfia. Ela superou suas inseguranças com sensatez, força e honestidade. E como casal, os dois conseguem, ainda, não serem modelados pelas tradições, por conta disso, não vejo a hora de ver o Don Vito e dona Graziela agindo em conjunto.
Ademais, as relações familiares também recheiam todo o universo de Made Man e isso molda significativamente as personalidades das nossas personagens, fundamentam muitas atitudes que elas tomam. Em razão disso, não tem como eu não ser totalmente família Rigori, é lindo ver o momento de reconciliação e união dos seus membros.
É preciso dizer que a Agatha toma cuidado com tudo que escreve, nada é descrito, informado, dito sem estar conectado com a construção da sua narrativa.
E sim, os Spadas tiveram que me conquistar (e conseguiram em sua maioria), alguns membros ainda estão pelo caminho e outros deixei para trás.