Juuuh 21/09/2021
Uma experiência dual
Bom, para o bem e para o mal, esse livro foi bem diferente das minhas expectativas. Vamos começar com o mal que é mais tangível.
Tudo que envolveu esportes nessa história, que é uma parte bem importante dos livros da cora, não me agradou kkkkkk. Reconheço que tô sendo um pouco cri cri nesse caso, mas eu realmente sou apaixonada por esportes e principalmente por Olimpíadas. Nunca vi livro esportivo nenhum que envolvesse o maior evento esportivo do mundo e ver que esse aqui teria isso me deixou muito feliz, ainda mais juntando dois dos meus quatro esportes mega favoritos. E foi por isso que me decepcionei tanto. Parece que a autora não pesquisou tanto pra fazer a narrativa e tem vários detalhes que passam mega despercebidos pra quem não acompanha, mas pra quem sabe e gosta são mega escancarados e ate as coisas mais simples me deixaram extremamente indignada. Desde detalhes ridículos e bobos, tipo Mari do nada não ficar na vila com sua equipe pra ficar com o namorado (sendo que futebol geralmente nem na vila fica), dormitório com cinco camas sendo que são duas, Jade comendo fast food no meio da competição, até coisas mais gritantes, tipo o formato da competição da ginástica que foi cortado em umas partes, manobra de skate que não vale a nota que deu e idade errada do Vini entre as olimpíadas, tudo me deixou decepcionada ao extremo, porque pra mim são pontos importantes. Sem contar o fato de que, sim, skate é desvalorizado, mas só entre a massa, a população geral. O skate tem e sempre teve sua própria bolha e lá skate da MUITO dinheiro no âmbito internacional, mas muito mesmo. Não entendi como se coloca o Vin como medalhista olímpico ao mesmo tempo em que coloca ele numa posição de ter que fazer bicos pra conseguir dinheiro e sem entrar pra SLS, sem patrocínio, quase tendo que abandonar tudo... Não faz sentido. Pra um skatista que compete internacionalmente não faz sentido, para gente local e sem visibilidade claro que a história é outra. Fora que, se ele realmente não entrou na SLS, como ele se classificou de novo pras Olimpíadas? Não bate sabe.
Além disso, ainda temos um gatilho de relacionamento abusivo totalmente meia boca, sem muita explicação/embasamento, que não agregou nada de fato e só deixou solto e confuso, mais perguntas do que respostas. Enfim, tudo que envolva o passado dos dois protagonistas e outras relações e pessoas fora deles, eu achei defeito infelizmente kkkkkkk.
Mas, incrivelmente, alguma coisa salvou a experiência mega insossa e indignante que eu estava tendo. Eu sentia que estava lendo só por ler, apenas seguia o fluxo e acho que isso foi bom, porque me trouxe uma paz estranha que eu não sentia há tempos. E no fim de tudo, muita coisa no final desse livro me fez refletir. A relação do Vin e da Jade foi a única coisa que gostei desde o começo, por ter me surpreendido. Achava que encontraria brigas e coisas mal resolvidas entre eles, mas não. Sempre foi leve. Sempre foi comum mas ao mesmo tempo extraordinário. Uma conexão legal. A interação praticamente não é romântica boa parte do livro e gostei dessa pureza, digamos. É uma calma que não vejo muito e percebo que gostei de dar essa mudada. E isso salvou a história. Tem mais a ver comigo do que com ela, de toda forma. Foi o momento que conversou bastante comigo e achei legal um final sem nada demais, apenas a rotina e as interações deles. Sem plots desnecessários pra passar raiva, como em Metanoia. Apenas momentos. E isso foi legal. Não sei se foi eu, ou a rapidez que eu li meio sem pensar muito, mas foi assim. Ainda tô refletindo sobre algumas coisas e gosto disso. Então é uma leitura que não pretendo reler mas que vai ficar comigo por um tempo.