Vitória 29/08/2023
Depois de ter saído de uma fantasia incrível, mas extremamente pesada, que demandou muito do meu tempo, eu decidi que precisava de algum conforto, voltar pra um universo que eu já conhecia, com personagens familiares para mim, e aí veio a vontade de voltar para os Kingstons. Dona Cinthia Basso me fez entrar em uma mini maratona dessa série desde que ela anunciou que o livro da Maverick, que lança no próximo mês, teria uma participação da minha família favorita. Acho que não conseguirei terminar todos a tempo, afinal ela me deixou em uma ressaca literária danada com o Kendrick, mas pelo menos aqui ela me tirou disso.
A Casey talvez tenha sido a personagem com a qual eu tive menos contato nos livros anteriores, e aqui eu descobri o motivo disso. Nem lembrava desse fato mas, dentre todos os primos, ela é a única sem irmãos, e a minha identificação com a bonita começou desde esse momento. Venho de uma família gigantesca, com mais primos do que os Kingstons, mas apenas eu e outra prima somos filhas únicas. Por isso, eu entendia demais quando a Casey falava como ela se sentia sozinha mesmo rodeada de tanta gente, que achava que seus primos sempre teriam um irmão do lado com o qual poderiam contar a qualquer momento, enquanto ela se fechava por medo de que, depois de uma decepção, essas mesmas pessoas a deixassem para trás. Esse foi o jeito perfeito de atingir a Vitória que é a prima distante, que não aparece nas festas da família, e que ninguém quase nunca sabe o que está fazendo no momento. Os problemas de cobrança que ela tem em relação com os pais, e as crises de pânico que ela desenvolve por causa disso, são muito difíceis de acompanhar. Mais uma vez Cinthia Basso me deixou besta com a forma com que ela consegue esconder os detalhes sobre a vida dos primos até que cheguemos aos livros deles, e como ela constrói personagens tão diferentes que combinam tão bem como uma grande família.
Eu já li alguns hots de banda, e lembro que a cada livro do tipo que eu lia, vinha aqui reclamar que nunca encontrava um bom. Ainda não bati o olho em um hot de banda bom, mas a partir daqui posso dizer que li um incrível de cantor country. Talvez por causa disso Blake tenha se tornado o novo amor da minha vida. Ainda que a Casey não tenha se tornado dona de uma gravadora por ter interesse na indústria, a Cinthia insere várias cenas relacionadas ao meio. Acompanhar o Blake compondo as músicas, gravando o disco, tendo que realizar parcerias com outros artistas, fazendo a divulgação do seu trabalho nos programas de televisão e, mais pro finalzinho, lotando os lugares com seus shows, foi incrível. Dá pra ver que a autora teve um grande trabalho de pesquisa antes de iniciar a escrita, até porque ela não nos mostra apenas o lado bom desse meio. Além disso, ver que ela inseriu a profissão do Blake no próprio romance, colocando o bonito pra escrever músicas sobre a Casey enquanto a assiste dormir, e até mesmo transcrevendo algumas dessas músicas no livro, deixou o meu coração quentinho demais. Mais do que tudo, foi uma delícia acompanhar esse casal se formando.
Assim como a Casey, o Blake também tem seus traumas, alguns dos quais ele esconde de todo mundo por certos motivos. Porém, o que mais me admirou nesse ponto, é como os dois são pessoas maduras, e como eles, a partir do momento em que aceitam o que estão sentindo e percebem que querem passar o resto da vida um do lado do outro, se portam como adultos e fazem de tudo pra conseguir o que querem. O plot da ameaça de revelar tudo para o público a menos que os dois se separem é batido, mas a forma como a Casey se despede do Blake dizendo "confia em mim" é totalmente nova. Ela não cede à ameaça e chora no seu quarto por causa disso, ao contrário, ela encontra uma forma de lutar contra aquilo e faz o que é preciso pra ter a sua felicidade. Esse final me fez bater palma pra esse mulherão de pé. As cenas hot, como já era de se esperar de qualquer livro da Cinthia, são incríveis, e aqui elas ainda tem o plus de toda a química que esses dois carregam. A Casey é uma safada, que não tem vergonha alguma de falar o que quer na hora do sexo, e tanto eu como o Blake amamos isso nela. Sem contar que esse traço de personalidade da bonita rende cenas maravilhosas para as leitoras, como uma dupla penetração que me deixou no chão.
De novo vou exaltar os personagens secundários, porque a Cinthia não se cansa de criar gente incrível dentro da cabeça dela. Chase foi o meu amorzinho desse livro. Eu já sou apaixonada por histórias com crianças, e aqui não foi diferente. A relação dele com o Blake é linda, dá pra ver como os dois, além de pai e filho, também são grandes amigos, como o Blake faz de tudo pra estar ao lado do Chase, e como ele se culpa por precisar ficar longe durante as turnês. Ele também constrói algo lindo com a Casey. A primeira conversa que ela tem com ele, na qual ela se abaixa pra ficar na altura dos olhos do menino, me fez chorar fácil, e nem tinha nada de triste nela. Os diálogos sinceros, as brincadeiras, o tempo passado juntos, as partidas de jogos de tabuleiro e quebra-cabeças, tudo isso é a base pra que, no final, quando ele a chama de mãe, isso seja verdadeiro e emocionante pro leitor. Sei que o bonito tem um livro próprio e já sei até com quem ele fica e, depois dessa leitura, a minha ansiedade pra Downhill só aumentou. O Grant é o cara das cantadas baratas que me ganha fácil no primeiro sorriso. Eu gargalhei alto com ele tentando provocar ciúmes no Blake cantando a Casey, e o fato dele e do Chase revelarem no final que armaram grande parte dos encontros dos dois fez todo o sentido. Já sei pelo epílogo que ele ficou com a Hazel, mas venho aqui implorar à querida Cinthia Basso que me entregue o livro desse querido, ele merece. O retorno dos primos, como sempre, é delicioso. Meu fav Kendrick continua sendo apocalíptico como só ele sabe ser, e eu chorei só de saber que o meu outro fav, Damon, adotou duas crianças com a Candy. Foi mais um livro delicioso dos Kingstons, e a partir de agora eu já comecei a sentir a saudade antecipada por saber que só faltam dois livros antes que eu precise deixar essa família para trás, mas ao mesmo tempo sei que não vou aguentar tanto tempo assim antes de começar o livro da Bessie.