Porco de Raça

Porco de Raça Bruno Ribeiro




Resenhas - Porco de Raça


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Paulo.Vitor 17/01/2023

"o Brasil acabou em 2012 e o que escutamos hoje é só a caixa-preta do país reproduzindo os áudios dos mortos"
Não escondo que de começo, principalmente na primeira parte (primeira de quatro partes), o livro não me impressionou ou me instigou a curiosidade, pra mim, foi uma introdução ao personagem na tentativa de parecer com uma estética que gosto de chamar de "cheiro de cigarro apagado" que se faz visível nos filmes: Clube da Luta, Taxi Driver e Oldboy, por exemplo, e que de fato, não me inseriram no universo do livro com tanta força. Porém, ao chegar nas partes seguintes, o livro começou a me impressionar cada vez mais, nos fazendo adentrar por esta distopia brasileira com críticas bem inovadoras e impactantes relacionadas principalmente ao racismo e a política brasileira, e realmente, não é atoa que Bruno é mestre em escrita criativa, e com isso, Bruno cativa e aluga um apartamento na nossa mente, nos fazendo refletir por muito tempo acerca dos temas tratados. Vale a pena a leitura.

Esse livro, na mão de um diretor bom, pode ser um BAITA filmaço, pois este se apresenta de uma estrutura bem similar a livros que viraram filmes bons ou boas adaptações, parecido inclusive, com os filmes já citados acima.
Boa edição da Darkside, com ótimas ilustrações, paguei 33 reais em novembro do ano passado e considero um preço válido.


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05/03/2022

Falta algo
Gostei de inúmeras coisas no livro. A ambientação num contexto real brasileiro, um professor falido, preto, pobre. Isso junto com a linguagem (que é polêmica pra quem é fã de normativismo literário rsrs) trouxeram uma verossimilhança muito boa.
Ao terminar, no entanto, eu senti que faltou algo. Achei algumas coisas muito perdidas e aleatórias.
Entendo que muito da interpretação do enredo fica intencionalmente a cargo do leitor, no caso de Porco de Raça, mas eu senti que uma intervenção maior do autor poderia ter sido feita.
Achei todas as pautas debatidas de extrema importância, especialmente do conflito de comportamento entre os negros da própria família. Também aborda extremismo religioso, marginalização social e, é claro, saúde mental.
É um livro bom, gostei de ter lido, mas fiquei com a sensação de insuficiência.
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Literatura e Expressão 09/05/2023

Porco de Raça [2021], de Bruno Ribeiro.
Seria possível transpor sonhos para o papel? A escrita de atividades psicológicas internas da mente humana com estilo e eficácia evidencia o que tem de melhor na literatura brasileira. Ao ler o romance "Porco de Raça", questionei-me diversas vezes sobre as realidades imaginadas, as obsessões que permeiam nossa vida e as questões sociais que nos transformam em personalidades ambíguas. De fato, ambíguas, já que vivemos no mundo e também em nós mesmos.

Um dos pontos altos desta obra (e é importante dizer que ela possui muitos pontos altos) é a relação intrínseca que a narrativa estabelece com o poeta do século XIX, Cruz e Sousa. Para mim, todas as características absurdas e, para um leitor menos experiente, "desconexas", que estão presentes na prosa de Bruno Ribeiro, se revelaram após esse prévio entendimento. Não, você não precisa ter lido Cruz e Sousa para entender este livro. No entanto, a interpretação das imagens desta obra é externa ao livro. É o autor que, em relação direta com o leitor, constrói os significados.

Em Cruz e Sousa podemos encontrar, como uma de suas características, a obsessão pela cor branca. O protagonista de Porco de Raça também possui uma obsessão pela busca de uma razão que o faça se identificar consigo mesmo. "Pensava que ser negro e abraçar esse lado era um defeito", diz o narrador-protagonista. A ambiguidade do personagem se revela de forma singular. Para ele, "a existência negra vive uma dupla consciência", sendo estas a de dominação dos códigos de dois mundos: do negro e do branco.

“Cruz e Sousa foi um negro que buscou ser o que ele era, mas em conflito sobre o que ele mesmo era”, relata o narrador-protagonista, revelando uma das premissas principais que vão nortear o complicado fio psicológico da narrativa.




site: https://www.instagram.com/literaturaexpressao/
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Dhiego Morais 28/02/2022

Uma história brutal sobre o Brasil de hoje e do amanhã
#liemderryresenhas | Porco de raça | Bruno Ribeiro | Ficção nacional | @darksidebooks | 192p
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? Hey, pessoal! Hoje é dia de resenha caveirosa!
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"Porco de Raça" é uma ficção escrita por Bruno Ribeiro, vencedora do Prêmio Machado; um livro que transita entre o horror e a distopia, numa trama ágil, crua e visceral cheia de reflexões sociais.
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Acompanhamos um professor natural do nordeste brasileiro, em meio a crises envolvendo os mais diversos aspectos de sua vida: um relacionamento fracassado, uma carreira afundada, uma vida financeira comprometida e um relacionamento familiar problemático e fragilizado.
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Professor desempregado, preto, falido, fracassado. Nosso protagonista sente o peso das cobranças familiares, das comparações, dos olhares de estranhos, de um racismo estrutural infiltrado na sociedade brasileira.
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Ao ser cobrado de uma dívida por uma garota de programa e seu capanga, ele inicia uma fuga que o levará muito além do desdém de sua mãe e do ar corrompido de seu irmão político. Em sua fuga, o professor encarará desafios brutais, violência naturalizada, entretenimento sangrento, cárcere e todo tipo de barbaridade social e racial.
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"Porco de raça" é um verdadeiro ensaio sobre a marginalização, animalização, desumanização e institucionalização da violência como objeto de entretenimento, de justificação (falsa) da inferioridade racial. Entre o horror das ações ali narradas, a trama flerta com a distopia, ao propor um Brasil reconstruído pelo entretenimento barato, pela violência naturalizada, crescido no sangue dos pobres, dos pretos, dos sem oportunidades, naqueles destruídos por uma sociedade desigual, antipática, interessada no lucro acima de tudo.
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Vemos a transformação do humano, na lama do fracasso, da dor e abandono passar por um processo de bestialização, na qual lutar por sangue e pela sobrevivência são as únicas coisas relevantes na vida
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ATENÇÃO AOS GATILHOS: violência intensa, tortura, abusos
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Eu curti o livro, mas me faltou algo mais ? talvez por ser tão curto. Em alguns momentos, a violência não deu espaço para uma melhor construção da trama e das personagens. Todavia, "Porco de raça" continua sendo impressionante! Recomendo!
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Realtche 23/06/2022

Muito bom.
A única coisa que não gostei muito foi o final. Acho que não ando muito na vibe de histórias com um fim em aberto e que te faz pensar.

Mas quem gosta é uma boa leitura com um bom final e que te deixará pensando e refletindo sobre as críticas a sociedade que são colocadas de forma nada sútil.
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chocolatedoce 27/02/2022

preto limpo?
Como uma pessoa "de raça" esse livro me causou desconforto. Comecei a rever tudo o que faço e me perguntar o porquê de eu fazer tais coisas.
Será que eu sou um "preto limpo"?
Helder 28/02/2022minha estante
Cara, eu não sou negro, mas terminei o livro agora e acho que entendo como vc se sente. Parece que todo negro que se dá bem na vida é um vendido. Eu não concordo com isso. Todos podem se dar bem na vida por seus valores e capacidades. Sim, pra negros é mais difícil, mas não impossível, o que deve tornar a vitória melhor ainda.




Matheusvarraes 07/09/2022

Não alcancei a proposta
Talvez a fosse necessário um nível de abstração e reflexão maiores que aqueles que eu posso alcançar.

O livro ate que começou bem, com algumas exceções, consegui acompanhar o ritmo e algumas questões da narrativa. No cap 3, porém, o autor simplesmente voltou ao passado e só retornou ao presente no último capítulo, daí, para mim, foi ladeira abaixo.

Fiquei esperando alguns pontos serem fechados, algumas inconsistências serem esclarecidas ou uma finalidade mais clara do percurso percorrido pelo personagem principal. Nada disso feito. Para mim, conseguiu ficar pior.

Entendo que cada livro tenha uma mensagem, cada autor escolhe a forma que vai transpor a mensagem. Porco de raça, infelizmente, não apresentou essa transposição com clarividência; na verdade, o que senti, foram tentativas de chocar e confundir o leitor.

De positivo, as imagens contidas no livro (design como um todo) e a capacidade descritiva da escrita do autor.

????
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lipelimma 04/02/2022

2.5*
Gostaria de comentar que as menções musicais são muito boas, ouvi durante a leitura e foi muito legal. Também foi muito rápido de ler. Vale a reflexão sobre os temas mas achei que por diversas vezes a violência foi usada pra fins de choque mesmo e não consegui ter uma experiência muito proveitosa.
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P.F.G. 07/11/2022

Porco de Raça
???..Confesso, eu queria fazer uma BAITA resenha sobre o livro ou contar-lhes a estória?MAS EU NÃO SEI COMO FAZER ISSOKAKAKAKKAKAKAK
O livro é BEM pertubador, já avisando, e trata bastantes de assuntos polêmicos, principalmente o racismo.
Não entendi direito o final?não sei se foi bom ou não, só sei que li esse livro em um diaKAKAKKAKA
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littleheaven 09/09/2023

...
Assim, o livro é meio confuso, acontece tanta coisa ao mesmo tempo que esses acontecimentos ficam até perdidos pelas páginas e palavras.
O livro é bem impactante, com muitas falas e detalhes grosseiros, além de falar sobre o quanto o racismo é cruel. A proposta da violência é retratada de maneira grotesca, mas ao mesmo tempo como algo "natural".
Tem termos bem interessantes para debate e reflexão, mas não sei dizer se é um livro que eu recomendaria para alguém ler.
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Tim 29/01/2024

Visceral
Nonsense, visceral, dilacerante, cru, excruciante, real. Faltam-me adjetivos para exemplificar a narrativa de Bruno Ribeiro. Inicialmente, acredita-se que o autor fará paralelos ao narrar a história de um professor fod*do que é sequestrado e começa a lutar pela sobrevivência, assim como qualquer brasileiro, principalmente negro; o paralelo de fato acontece. Entretanto, ele vai direto ao ponto, mesmo quando o livro narra momentos de fuga ou um jantar com a família. A narrativa é política, repleta de tapas na cara, socos no estômago, mordidas na orelha e cotoveladas na boca.

Um professor que, um dia, foi iludido pela fantasia de ser quem é, encontra-se no ringue, mascarado, lutando pela vida. Ali, ele desnuda que ninguém é quem deseja ser até que a fome aperte, a loucura pontue e o medo comprima. Valores desvanecem para garantir a sobrevivência; aceitamos o que é preciso. Vestimos a máscara.

Um homem que questionava painho, mainha e irmão, ao adotar a linguagem do sistema para evitar as estatísticas, agora vive, cruelmente, sua própria incoerência. Carregado de incompreensão, sentimentos de não pertencimento e questionamentos infinitos sobre o amor e desejo alheios, ao mesmo tempo em que revela mais um recorte da compreensão da vivência dos homens negros.

Uma escrita que assemelha-se a um roteiro de filme nos transporta para esse mundo paralelo, semelhante ao nosso em tudo, mas que ao mesmo tempo se diferencia; um clima futurístico e distópico, mas no presente. Identifiquei-me demais com os sentimentos do personagem protagonista a ponto de achar que eu era quem estava escrevendo em minha mente aquelas frases. Voltei à leitura para compreender que não passava de um espelho.

Bruno, você falou comigo mais do que eu poderia imaginar. Para alguém que odeia livros de capa dura, este até agora é o melhor livro do ano.
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Gabriela3935 29/11/2022

Pessoas negras têm desaparecido a cada dia que passa, sem explicação, sem buscas, sem respostas; ninguém tem feito nada a respeito. Até então, nada de surpreendente, essa poderia ser uma acusação lida no twitter em uma quarta-feira qualquer. Mas é a premissa do livro Porco de Raça, de Bruno Ribeiro. Quando pensamos em brutalidade, o significado dessa palavra está cada vez mais distante do campo abstrato ao passo que se aproxima mais da realidade. E essa brutalidade tem um alvo muito específico, de uma cor muito específica.

Neste livro, temos um professor falido passar por uma odisseia quando se vê perseguido por uma prostituta. A história em si não tem explicação e a cada página passada a história vai se elevando em níveis de absurdo, até que o protagosnista é obrigado a fazer parte de um ringue de lutadores formado pela periferia social, lutando pelo entretenimendo da alta sociedade.

Não é errado dizer que a narrativa é visceral e que, na mistura de gêneros, Bruno nos traz uma sensação bem conhecida: a sensação de ser engolido pelos acontecimentos, impotente perante o fluxo da vida, que não perde tempo dando os porquês. Somos arrastados por uma história turbulenta, e por isso mesmo, aterrorizante. Durante as primeiras páginas eu pensei “não estou entendendo para onde isso vai”, mas não consegui deixar de ler. Até que a agonia me fez perceber os pontos sensiveis, os pontos de identificação e os pontos de reflexão, é com maestria que, no meio de tantos acontecimentos, somos levados a perceber o racismo, os problemas psicológicos e, também, a luta de classes (literalmente). É um livro do qual pouco pode ser dito, mas muito indicado e propagado.
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Y.A. 18/05/2022

Complexo
Assim como o filme "Medida provisória" a história desse livro se passa em um Brasil distopico, mas sem focar tanto na distopia em si (como 1984, Laranja mecânica, Admirável mundo novo fazem), e sim em como o sistema prejudica TANTO minorias, principalmente pessoas pobres, negras ou os dois, e infelizmente isso é algo atual. Em "Porco de raça" você entende toda luta, dor, angústia e desconfiança do personagem, fica com pena e vontade de ajudar ele em quase todos os momentos, mesmo sem nem saber o nome dele (e mesmo sabendo que ele não aceitaria sua ajuda também kkkk), graças a toda sua trajetória conturbada, sofrida e muitas vezes violenta. Na minha opinião, a forma como essa história foi contada é bem complexa, mas tudo se encaixa no decorrer da história; o importante mesmo são todas as críticas que o autor faz, e ele coloca o dedo na ferida MESMO. Enfim, fica a minha recomendação para mais um livro nacional incrível que li!
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Milena 24/04/2022

Porco de Raça
Primeira obra do Bruno Ribeiro que exploro, numa edição lindíssima pela DarkSide, em capa dupla com ilustrações marcantes. Um mix de Clube da Luta x Round 6, em terras tupiniquins! Chocante, delirante e envolvente! Vale a leitura!
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