Vitória 18/01/2023
Mais uma fantasia hot. Cheguei nessa com um pouquinho mais de bagagem em relação às anteriores, e expectativas mais altas. No quesito da fantasia, a autora conseguiu atingir todas elas. O mundo é construído de uma forma satisfatória pra um livro que não tem isso como foco principal, mas em outros quesitos, principalmente no que diz respeito à Perséfone, ela só conseguiu me irritar, e foi aí que a falta de experiência da autora ficou escancarada pra mim.
Esse é um universo onde os deuses gregos vivem no meio dos mortais. A gente vai percebendo isso com o decorrer da história, algumas coisas não ficam completamente claras, mas, como já falei, a fantasia não é o foco principal do livro, o que importa de verdade aqui é o romance, então a maneira que a autora escolheu pra tratar disso foi satisfatória pra mim. Ela quebra alguns pré-conceitos que a gente tem a respeito dos deuses, e eu achei isso muito interessante. O Hermes é o primo vida louca que toda família tem, e nas poucas páginas em que ele apareceu eu me encantei completamente por esse homem. Achei inesperado também ela ter colocado a Afrodite como uma mulher que não acredita no amor, não iria reclamar se a autora resolvesse escrever novelas ou outros livros sobre esses personagens.
O Hades é um gostoso e o mais novo amor da minha vida. Ele falava duas palavras e eu já tava aplaudindo de quatro, e isso é o mínimo que esse homem merece. Tenho que admitir aqui que o livro vale a pena por ele. Conhecê-lo de pertinho e entender essa cabeça misteriosa e sem juízo algum fez o tempo investido nessa leitura valer a pena de verdade. Com a Perséfone foi exatamente o contrário. Burra é pouca pra descrever o que essa menina é. Me irritei demais com ela mas, acho que por vir de uma sequência de leituras em que as mocinhas fodonas não deitam pra ninguém, eu só aceitei isso daqui e segui em frente. As cenas hot, novamente, valem a pena pelo Hades. Sempre falo que autoras gringas estão no mínimo um nível abaixo das nacionais nesse quesito, mas essa autora perde até mesmo pra muita gringa. As cenas eram curtas e rasas demais, a mulher escreveu um livro hot inteiro sem falar pau e vagina nenhuma vez, daí a gente já percebe o problema.
Não sei se esse foi o primeiro livro escrito pela autora, mas foi essa a sensação que ele me passou. Dá pra ver que a escrita dela é de iniciante, e aqui eu já digo que espero que ela melhore nos próximos, porque a história tem muito potencial. Existe uma cena aqui em que o Hades protege a Perséfone em uma determinada situação, e só pela forma como ela narra a cena a gente percebe que ele estava fazendo aquilo não por ter descoberto que ela era uma deusa, mas pelo simples fato dela ser uma mulher que estava sendo subjugada por outro homem. Isso fica claro só nas atitudes dele, mas ela faz questão de deixar tudo ainda mais explícito pelos pensamentos da Perséfone, que fica voltando a esse momento trocentas milhões de vezes. Isso torna a leitura repetitiva e cansativa em alguns momentos. Os plots são completamente previsíveis, mas nessa parte eu estava pouco me importando, até porque não comecei a ler o livro por causa disso. É o mesmo roteiro do after 1, só que com deuses gregos? Sim, mas eu me entreti do mesmo jeito.
Não concordo com a classificação desse livro como fantasia dark, porque o Hades, apesar de malvadão, muda em diversos pontos por causa da Perséfone, e isso é algo que a gente jamais veria em uma história dark, personagens em narrativas assim não buscam redenção. Enfim, não foi um livro perfeito, mas serviu bem no que eu desejava dele, que era me fazer fugir de uma ressaca que tá insistindo em me ameaçar há semanas. Vou ler os próximos e espero que a autora ganhe experiência e melhore com o passar do tempo.