Gabriela Pizzol 23/05/2023
Tinha tudo para ser bom, mas aí...
Uma coisa é inegável: a história se vende bem demais, tanto que bastou eu ler a sinopse láááá na pré-venda que já quis comprar.
Tem muita representatividade, fato. Nisso é impecável.
Porém, para mim, a sinopse promete coisas que a história não entrega.
Veja bem, é um livro curto, a escrita do autor não é complicada no sentido de ser rebuscada ou coisa assim, mas a minha experiência foi de passar o tempo todo esperando o momento em que tudo o que estava acontecendo faria sentido (especialmente a motivação do fantasma para estar atrás do Jake), mas isso nunca vem.
Acho que é disso que senti falta: motivação.
Entendo que ali existia todo um aspecto filosófico/sociológico de como o meio em que estamos inserido nos molda e é relevante sobre a forma como lidamos com as questões que a vida nos impõe, porque enquanto um dos personagens sofria de várias maneiras, mas tinha quem o amasse e protegesse, o outro estava solto no mundo, sozinho, sem receber a ajuda que precisava e sem o apoio de quem mais deveria, e isso o levou a fazer o que fez na escola. Acredito que esse seja o ponto.
Porém, o mundo da ectonévoa não é bem desenvolvido, deixa muito confuso e solto, com explicações pontuais que não desenvolvem a totalidade da coisa (que, vamos combinar, era necessária).
As motivações do fantasma, em vida, ficam muito claras ao longo do livro; na morte, não. E, para mim, essa foi a maior falha.
Enfim, tinha muito potencial, mesmo. A premissa é incrível, mas o livro simplesmente não acontece e você termina de ler sem saber o porquê da “luta” principal. Falta motivação e isso deixa a leitura monótona, apesar de tudo o que acontece, porque a reviravolta nunca vem.