Celestia

Celestia Manuele Fior




Resenhas - Celestia


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Daniel 15/06/2023

Uma narrativa interessante, mas muito confusa, uma única leitura não é suficiente para compreender o que a história é. Sem falar na arte do artista, é simplesmente estupenda!
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Djeison.Hoerlle 04/06/2023

Fior, eu (acho que) entendi.
Desde que foi lançado, Celestia é referido por boa parte dos cronistas da gibisfera brasileira como um quadrinho cuja interpretação não se basta em uma única leitura. Para falar a verdade, isso já vem desde antes do lançamento, já que no próprio vídeo de anúncio da pré-venda no canal da Pipoca e Nanquim, seus editores se referem a ele como um quadrinho denso e que exige a revisita para compreensão de suas camadas mais profundas. Praticamente todas as resenhas com as quais me deparei em outros sites reiteram esta afirmação.


Mas é aí que reside o problema.

Apesar de constantemente reafirmada a necessidade de uma nova leitura, ainda assim não parece haver um único post na internet que de fato compartilhe os insights e descobertas obtidas a partir dela, e é precisamente este o meu objetivo com esta pequena dissertação: reacender uma discussão que muitos prometeram, mas que ninguém parece ter tido disposição para conduzir. Vamos a ela.

Comecemos por uma constatação óbvia: este é um quadrinho visualmente ímpar. Isso porque as construções de cenários trazem um ar impressionista, o que por si só já distancia Celestia da maioria das produções atuais, e que somado ao caráter do texto, acaba transbordando para um tom edílico. Só que o impressionismo, no geral, não se preocupa com a subjetividade humana, representando-os como figuras borradas, vultos e sombras disformes. Isso quando traz alguma representação, já que no geral, se tratam de obras muito mais focadas na incidência da luz nos cenários, sendo os campos abertos e lagos, suas grandes musas. Mas Manuele Fior passa longe disso. Cada representação de Pierrô, Madô ou de qualquer outro personagem transborda vivacidade e personalidade, muito mais do que os cenários, contribuindo para uma fluidez narrativa que parece destoar da densidade que o texto evoca. Esta sobreposição de estéticas parece sutilmente afirmar que o mundo distópico no qual os personagens estão inseridos - provável grande chamariz de leitores - de fato seja digno de um olhar menos apressado, mas não tanto quanto os humanos que nele habitam e as relações que eles estabelecem entre si.

Inclusive, este é o ouro da obra: seus humanos. Especialmente Pierrô, o qual é estabelecido em poucas páginas como um poeta, um pensador livre, um prodígio, mas também uma espécie de pária, alguém incapaz de se relacionar com os demais. Esta última camada, inclusive, é uma das que mais me chamou a atenção no personagem, que além de morar em uma ilha, age como se ele próprio fosse uma.

Talvez por isso que somente na vastidão do continente que ele tenha conseguido finalmente abandonar aquele individualismo crônico. Pois diante da grandeza do pôr do sol - aqui com ares retrofuturistas, se afastando da estética impressionista - e influenciado pelo contato com a criança, a qual mesmo atuando como uma espécie de guia, ainda assim expõe sua inocuidade ao se permitir cair no sono no colo do protagonista, que Pierrô não apenas restabelece contato com a criança que ele um dia foi, mas também com a própria fragilidade.

Fragilidade esta plantada no momento em que a ponte de Celestia fora obliterada. Além de destruir a conexão da cidade do continente, a explosão foi também o momento em que a conexão de Pierrô com os demais humanos foi perdida, pois naquela explosão, sua mãe foi morta, compondo o trauma que lhe levou à exclusão.

É nesse ponto que o leitor passa a ter dimensão de uma saudade e um luto nunca antes expressos verbalmente, mas que Pierrô fazia questão de marcar em sua pele a cada novo dia, ilustrando uma lágrima sobre a própria face. Lágrima que, a partir deste momento, é lavada de seu rosto. Pois há certas feridas para as quais não existe remédio, a não ser, talvez, compartilhá-las com os outros. Tendo finalmente o feito, Pierrô consegue se conectar e se apaixonar por Madô, amor do qual brota um novo ser, como fica subentendido ao final da trama.

Após o alvorecer de Pierrô, há ainda o caminho de volta. O retorno é tão árduo quanto a partida, marcado ainda mais violência, mas ao contrário da violência exposta até ali, esta é uma violência propositada, ao menos narrativamente falando, já que não se trata do fruto do desprezo pelos demais, mas justamente da necessidade de proteger a mulher que ama. Além de que é retornando ao ponto de partida que a evolução do personagem mais se faz clara. Passando por onde já passou, interagindo com quem já interagiu, mas sendo ele próprio, alguém diferente daquele que partira.

E é em Celestia que nos despedimos de Pierrô - com o mesmo poema que o havia introduzido no início da história. Poema não, presságio, como ele mesmo fez questão de pontuar, mas agora levando seu pai consigo. Pois talvez Vivaldi precise encontrar a criança que um dia foi, tanto quanto Pierrô precisou, já que mesmo lidando com a perda de um jeito diferente - preferindo voltar-se totalmente para o futuro, ainda divide o mesmo luto e a mesma saudade que o filho. E é assim que o quadrinho acaba, com Pierrô guiando o pai para a mesma jornada de cicatrização a qual ele próprio se submeteu.

Estas interpretações são subjetivas. Não há como trazer conclusões definitivas sobre um quadrinho que desde a primeira menção na gibisfera brasileira, é vendido com um trabalho colaborativo, em que autor e leitor trabalham juntos para construir seus significados.

Há ainda uma série de associações que (dizem as boas línguas) podem ser feitas com outros trabalhos do autor, mas que ainda não tive a oportunidade de ler, bem como diversas passagens que apesar de ainda reverberarem em minha mente, parecem dissonar do restante da narrativa. Pelo menos até alguma mente suficientemente aguçada (ou suficientemente criativa) desbravar suas essências.

Mas vendo tantos falarem sobre sem de fato tentarem construir algo, deixo aqui minha singela tentativa. :)
Ing | @ingridalvesdiary 09/07/2023minha estante
Vc me fez enxergar de uma forma totalmente diferente? me faltou bagagem


muniz9 12/11/2023minha estante
que resenha excepcional! parabéns ?


Gusttaco 05/02/2024minha estante
Simplesmente incrível a sua análise, parabéns!




Lary 23/05/2023

A única coisa que sabemos sobre essa história, é que não sabemos nada...

Acho difícil compreender com apenas uma leitura, vai exigir mais que isso. Porém o que observamos superficialmente no princípio e até seu fim é como a narrativa é levada por Pierrô e Dora. Que devido aos problemas que se colocaram, tiverem que sair da Ilha Celestia e se aventurar em terra firme, temendo os danos e perigos da grande invasão de muito tempo atrás.

Agora, que invasão é essa? Também não sabemos, mas acredita-se que isso deu poderes aos sobreviventes, como clarividência e telepatia.

É uma história difícil e confusa, mas propositalmente, talvez? Não sabemos...

Entretanto a arte é linda e criativa, as cores, as construções desse mundo, esses castelos bem elaborados. É realmente bonito contemplar as páginas.
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Thiago.Romam 04/05/2023

Gostei muito dessa história.
A construção da ideia de coletividade de pensamento e a própria necessidade das pessoas acabarem tentando se tornar indivíduos próprios.

Entendo as críticas negativas.
O problema é que só dá pra entender melhor essa HQ lendo "A Entrevista" antes, do mesmo autor, pois essa outra antecede a história de Celestia e conecta vários fatos e comportamentos dos personagens em Celestia.
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Dango Yoshio 30/04/2023

Complexo e subjetivo, mas muito bonito e interessante
Não é um quadrinho pra qualquer um. Se está procurando uma história tradicional, cheia de ação e porradaria, não recomendo. Agora, se está disposto a experimentar uma leitura diferente, mais contemplativa e aberta a interpretações, vale a pena.

Celestia é uma obra poética, tanto visual quanto textualmente. Manuele Fior deixa abertura para interpretações, mas talvez tenha deixado muito aberto? Tem uma linha narrativa, mas parece que ela se perde em algum momento, deixando tudo mais subjetivo e aparentemente fragmentado. Li que o autor não tinha roteiro e só foi fazendo conforme ia imaginando, então acho que seja por isso que tenha ficado essa sensação.

O mundo de Celestia é bem bonito, e a arte do quadrinho, com suas pinceladas e cores vibrantes, deixa tudo com um ar de sonho.

Talvez numa releitura eu consiga pegar mais detalhes e entenda melhor a trama. Ou talvez não tenha mesmo o que entender, e tudo bem, sei lá. Às vezes a jornada/experiência é o que conta.
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Ana 27/03/2023

Tanta coisa acontece nessa hq, tem um tomo onírico e melancólico em todas as páginas, e é tudo tao visual (sem ironia) que queria ver uma adaptação em audiovisual dessa historia.
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Lara 14/03/2023

Não se sabe muito sobre Celestia. Não se sabe muito sobre o mundo fora da ilha. Não se sabe muito sobre como ele ficou do jeito que está. Não se sabe muito sobre os poderes telepáticos que alguns desenvolveram. A história chega de surpresa, já meio acontecendo, como se pegassemos o bonde andando. Sem explicações a jornada dos dois protagonistas acontece e ao longo dela pistas do mundo pós apocalíptico em que vivem aparecem. É preciso atenção para captar o que está sendo apresentado, o começo te atropela, no meio você começa a entender e se envolve e, ao terminar, você vai ficar com a impressão de que não entendeu. Acho que essa é a graça, não sou de releituras, mas entendo que em obras como essa, elas são necessárias. A arte do quadrinho te faz viajar e por si só já cria uma narrativa, cheia de camadas, assim como o texto, que compõem uma história não explícita, mas que deve ser descoberta, de novo, de novo e de novo.
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Bea Albuquerque 03/03/2023

Nossa muito ruim, tão tedioso, só terminei realmente porque não gosto muito de abandonar livro, mas meu pensamento era "ACABA LOGO MEU DEUS"
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eleeme 08/02/2023

A ILUSTRAÇÃO ATÉ ME AGRADOU, MAS A HISTÓRIA... UMA PENA
Várias coisas acontecendo sem nenhuma explicação. Os personagens são tão rasos que não fazem diferença. Abracei a história e li, tem partes legais, mas em geral não me agradei.
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Julia 31/01/2023

???
Não entendi quase nada.
Sem eira nem beira.
Protagonistas bem chatos
O que salvou foram as cores e arte, que são maravilhosas.
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Iva Ulisses 08/01/2023

instigante e belo
Bem, é uma HQ para quem gosta de permanecer em cada página apreciando cor, cores, explosões de cores e símbolos.... a ponte , exemplo, de imagem/símbolo que aparece ao longo da narrativa, talvez (só talvez) marque o símbolo da ligação, da comunicação, mas ela explode. Personagens que se comunicam por telepatia e outras que nem falam, usam máscaras do carnaval veneziano... entre comunicar e recusa da comunicação e interação.
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Rani 31/12/2022

Reflexões pra vida ?
Dificilmente faço resenhas do que leio, prefiro apenas avaliar de acordo com o que absorvi e gostei de uma obra. Porém acho que as resenhas desse quadrinho em específico me fizeram vir aqui avaliar positivamente. Não é de fato um gibi pra qualquer um, se você procura entretenimento leve e básico como 90% do que as pessoas costumam ler aqui no skoob vai sair desapontado. A obra tem quadros que dão continuidade fluída nas páginas, o que compensa demais a falta de sons que um filme ou série teria, isso me agradou muito. Quanto a história, é um pano de fundo pra discutir temas como Destino, Lutar com traumas do passado, aceitar quem você é ou lutar pra ser quem você queria ser? Nada é mais instigante do que o desconhecido... Uma das melhores leituras e quadrinhos do ano, pra reler várias e várias vezes :)
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Borboletário 18/12/2022

Ruim
Tirando o estilo de arte que foi utilizado na produção do quadrinho, não tenho mais nada de bom para dizer sobre, e sendo bem sincera. É ruim, sem sentido e a sexualização que o autor faz as mulheres passarem na história é absurda.
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Maria Júlia 14/11/2022

A arte é lindíssima, cores maravilhosas, as páginas, divisão de quadros... A história é meio nonsense, sem grandes explicações ; mas, honestamente, temos visto tantas continuações de filmes, mundos compartilhados etc que sempre tentam explicar tudo, que às vezes é bom ler algo que não se compromete em dar explicações, só tá mostrando o que aconteceu.

Maaaas:
1) tenho a impressão de q se não fosse um homem europeu escrevendo isso (SEM roteiro), não seria tão bem recebida.
2) mostra uma das protagonistas em alguns ângulos que os homens não são, mulheres são expostas de formas que os homens não são... É frustrante como os homens simplesmente não conseguem evitar desenhar as mulheres em ângulos duvidosos ou sem roupa expondo tudo. Pq a mulher vai nadar totalmente nua e o cara vai de calça? Não faz sentido algum. Pq o vestido sobe mostrando a bunda msm a mina estando parada?

Mas é bonita. Se quiser ler, pegue emprestado de alguém ou espere um desconto, pq é caro. Vale mais pela arte do que pela história em si. A arte realmente é muito linda e essa hq.me pareceu um ótimo material de referencia pra quem faz quadrinhos, consideradas a ressalva que fiz sobre a forma com que as mulheres são retratadas.
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Paulo Habermann 12/09/2022

Uma estranheza calculada...
Muitos anos após a "Grande Invasão” que surgiu do mar e devastou o continente, sobreviventes encontraram refúgio em Celestia, uma ilha de pedra construída a mais de mil anos. Com o passar do tempo este estranho local se tornou um lar de criminosos e marginais, mas também, o lar de um misterioso grupo de jovens telepatas.

Essa é a premissa que nos guia através de Celestia. Acompanhados de Pierrô e Dora, mergulhamos em uma trama que brinca com nossa percepção, causando uma estranheza calculada através de labirintos de segredos e reflexões. Em suas páginas somos constantemente desafiados mentalmente (confundidos), levados a entender e separar o "real" do "imaginário"...se é que isso é possível!

Um quadrinho complicado...SIM! O tipo de obra que carrega diversas interpretações, verdades e teorias que são criadas de acordo com a bagagem de cada leitor.
Eu, particularmente, adoro obras assim, que nos levam a entender aquilo que não pode ser explicado...:)
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