Marco 14/02/2022
Quando a embalagem bonita n faz jus ao seu conteúdo
A cada dia q passa eu vou tendo mais e mais certeza q certas obras ganham destaque apenas pelo nome do autor, e n pelo conteúdo da obra em si. Dito isso, tbm é importante pontuar q existem SIM obras reflexivas e q deixam margem à interpretação do leitor... mas tbm existem obras pretenciosas q tentam pagar de cult trazendo discussões bem rasas. Infelizmente Celestia se engloba, ao meu ver, na segunda categoria.
O leitor já é jogado desde a primeira página num universo q n tem explicações, mas até aí tudo bem, eu mesmo gosto de me sentir perdido e ir descobrindo, pouco a pouco, o contexto no qual estou inserido. Ao invés de ser apresentado de forma natural, na passagem do primeiro pro segundo ato somos apresentados a um diálogo expositivo DEMAIS q faz vc pensar "ok, agora sei oq tá rolando", mas dali em diante mais perguntas doq respostas surgem.
Me adiantei um pouco na trama, vamos voltar para falar dos personagens em si. Pierrô e Dora (os personagens da capa) são bem qualquer coisa. Parecem ter uma conexão q sim, é explorada no decorrer da história, mas é tão qualquer coisa q nem cativa empatia por eles. Sem falar de suas motivações tão rasas q essas sim precisam ser pescadas pelo leitor. Um personagem q n possui uma motivação clara afasta o leitor da obra, e foi exatamente oq aconteceu.
Voltando à trama: com "críticas" (leia-se: apontamentos superficiais q são jogados numa cena mas q logo são jogados pra escanteio quando uma nova cena se inicia) à forma de levar a vida, determinismo, evolução, desejo e vontade (e outros pontos se vc forçar a barra), a história é um road trip cíclico q n explica o porquê de ser cíclico. Acho q a expressão "nadou, nadou e morreu na praia" se aplica bem e nunca fez tanto sentido antes.
E oq falar do final... Sim, ele é em aberto como muitos daqui pontuaram, mas n é vazio. O final da Dora é confuso por uma questão temporal, mas tem um ponto sobre "futuro" q é ok. O do Pierrô n tem lógica pelo q foi apresentado na história, mas tem uma reflexão sobre "abraçar o futuro e abrir a cabeça para novas possibilidades". Novamente, mensagens vazias q se baseiam apenas na mensagem, e n na lógica da história em si.
A arte é muito bonita, mas creio q n vá agradar a todos. Lembra uma mistura de Tarsila do Amaral com Picasso. Há uma cena q homenageia 2001: uma odisseia no espaço onde as cores vivas saltam aos olhos... mas é apenas isso.
Vendida como um "pós-apocalíptico n convencional", Celestia promete muito mais doq cumpre. Talvez alce novos patamares com estudiosos q dizem encontrar significados q nem mesmo o autor encontrou. Mas hoje, aconselhando a vcs, digo q é uma história qualquer coisa. A leitura é fluida, mas n acrescenta em nada. Guardem seu dinheiro pra coisa melhor.