Resenhas - Caderno proibido

Dandara 25/02/2023

Caderno proibido
Caderno proibido foi o primeiro livro de Alba ao qual tive acesso, não a conhecia até então. Agora, porém, sei, inclusive, que foi inspiração de Elena Ferrante. Sua escrita é incrível, nessa obra ela traz o diário, escrito em um caderno de capa preta, de Valéria. Uma mulher italiana que resolve escrever os seus anseios, e, a partir de então, se propõe a várias reflexões. Terminei a leitura já em busca das demais obras de Alba publicadas no Brasil

Biblioteca Álvaro Guerra 09/05/2023

Roma, anos 1950. Valeria Cossati é uma mulher comum, casada há mais de vinte anos, mãe de dois filhos e funcionária de um escritório. Sua rotina pacata se altera quando compra ilegalmente um caderno e, às escondidas, passa a registrar seus dias e suas angústias. Em meio a conflitos familiares e às transformações da sociedade da época, a narradora se vê diante de uma mudança ainda maior, dessa vez a respeito de si mesma.
De uma das grandes romancistas do século XX, Caderno proibido é um clássico moderno incontornável da literatura italiana.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9786559212194

Vinicius.Vigliazzi 16/07/2023

Confesso que poucas vezes deixei comentário a respeito de um livro. Mas hoje me senti na obrigação de vir falar sobre esse livro, que de longe se tornou um dos meus preferidos. Preciso falar sobre a força das sensações que me invadiram enquanto eu lia essas páginas, uma mistura de angústia, com tristeza, e com alívio por receber de forma tão crua como a inevitabilidade da decadência das expectativas de vida é inerente à condição humana. Embora o enredo a princípio não pareça propício a grandes desfechos, a leitura é fluída e a forma como a história é construída nos faz não quer "desgarrarmos" dela por nem um minuto.

Amanda Ladislao 14/04/2024

Muitos gatilhos
Eu como uma recém casada, tive muitos gatilhos com esse livro, num medo imenso de me torna a Valéria, uma mãe de família dos anos 50, que vive na Itália, tem dois filhos, Riccardo de 22 anos e Mirella de 20. E casada com Michele.
Ela trabalha em um escritório e cuida de toda a casa sozinha.
Um domingo, passando por uma tabacaria, resolve comprar um caderno de capa preta, que tem dia venda proibida.
Ela transforma esse caderno num diário. Lá ela conta a sua vida e de sua família.
Mirella, sua filha rebelde, que quer liberdade, se apaixona por um homem mais velho e casado, o advogado Cantoni. Ela faz faculdade e é muito livre. A mais reacionária.
Riccardo, um filhinho da mamãe, que se acha o injustiçado, fala mal da irmã. E um conservado. Se não fosse criança na época da guerra, o enchendo como um fascista de Mussolini. E extremamente machista.
Michele o marido, também e machista. Só chama ela de mamãe. Tenho certeza que trai ela com a Clara, a melhor amiga de baleia. E outro que se acha o injustiçado.
Valéria tem um caso com deu chefe, Guido, mas termina tudo quando descobre que Riccardo engravidou sua namorada Marina, a quem dizia ser uma santa e quem Valéria tem um giriza.
No fim ela desiste de tudo, até do caderno para cuidar do neto.
Meu medo e me tornar esse tipo de melhor, que desiste de si mesmo pelos outros.

Nazrat 30/07/2023

Sentimentos proibidos
Impressionante pensar que esta obra foi escrita na década de cinquenta, com todos os tabus existentes. É de uma coragem sem tamanho. A forma como uma mulher se abriu a um diário, mostrando suas inseguranças, abusos, desvalorização e anseios. Chega a ser claustrofóbico.

mariii 13/04/2024

Sensação de tempo perdido
Foi um livro difícil de ler, apesar de curto ele da a sensação de ser muito longo e cansativo, é bem anti climático, em um capitulo parece que a história vai andar e coisas interessantes vão acontecer e no próximo tudo volta a chatice de antes, eu criei expectativas de que a narrativa tomaria novos rumos, esperava que Michele teria algum segredo (parece ter, mas o livro não abriu isso para o leitor, e pra mim se não está escrito é porque não tem), queria que explorasse mais a vida de valeria com o guido, que era a única coisa relevante desse livro, Valeria é uma personagem chata, maldosa, invejosa e hipocrita, as únicas coisas interessantes na vida dela eram ?o possível segredo do marido e o caso com o diretor e o livro decide encerrar justamente quando poderia dar andamento a essas coisas, com ela com ciúmes e inveja de uma mulher que nada tem haver com as escolhas dela, não gosto quando fico fantasiando sobre o que vai acontecer no livro e ele termina de forma inesperada não explorando temas que ele mesmo apresentou, então pra que citar coisas que não vão ser aprofundadas? Porque trazer narrativas de forma rasa? Parece um artifício para prender o leitor, não gostei, achei fraco.

francinismo 01/03/2024

Que fim teve Valéria?
O livro é muito bom, mesmo se passando nos anos 50 trata de algumas questões ainda atuais. Valéria compra um diário e começa um jornada de auto conhecimento que passa pelas desventuras de ser uma mulher casada com dois filhos num mundo pós guerra na Itália. Achei a escrita muito sensível e sincera, mas senti falta de saber mais sobre o desenrolar da vida da personagem, o livro deixa uma sensação de: não acredito que acabou agora! O que vai acontecer com a Valéria? Ela vai para Veneza? Vai continuar co um o marido? Vai criar o neto?

Ana Clara 02/03/2024

Essa é uma história sobre o encontro de uma mulher consigo mesma. Em "Caderno Proibido", vamos acompanhar uma personagem que, a partir de um ato aparentemente corriqueiro, começa a se dar conta de uma espécie de véu de ilusão, que ocultou a verdadeira vida que ela levou até ali.

Tudo o que ela precisou fazer foi comprar um caderno. A partir do processo de escrita dos seus pensamentos e de observações da rotina em casa, ou no trabalho, ela começa a elaborar um universo interior que não conhecia até então.

A mulher se chama Valeria, e o nome da personagem é muito importante porque raramente é mencionado. Os filhos a chamam de mãe, e o próprio marido se refere a ela como “mamãe”. Quando pensa sobre o próprio nome, que é um elemento básico da nossa identidade, Valeria vai parar no passado, em um tempo anterior ao seu casamento e ao nascimento dos filhos.

A sensação é que, lendo seu diário, nos tornamos confidentes dessa narrativa que se passa entre 1950 e 1951. Ali, vemos a dinâmica íntima de uma família italiana, de classe média e marcada pelas consequências dos períodos de guerra.

A autora, Alba de Céspedes, é uma das referências de escritoras como Elena Ferrante e não à toa um nome importante pra ficção feminista. Nesse livro, traduzido no Brasil por Joana Melo, vemos muito claramente como a divisão social do trabalho é capaz de desumanizar as mulheres. O livro é de 1962, as estruturas capitalistas e patriarcaos permanecem afetando mulheres como a protagonista, com jornadas múltiplas de trabalho que frustram as possibilidades de que elas sejam reconhecidas, mas também se reconheçam, pelo que existe de mais subjetivo nas suas personalidades.

Nelelis 05/03/2024

Caderno proibido
Demorei um pouco a engatar.
Mas logo de cara já entendi como seria a proposta, então pensei que queria continuar ali.
A história é contada em primeira pessoa do ponto de vista de uma mulher de 43 anos que trabalha e cuida de sua família num cenário pós Segunda Guerra.
Em meio a dificuldades financeiras e conflitos sentimentais, as histórias daquele núcleo familiar vão sendo construídas e retratando o papel que era dado a mulher dentro da sociedade, assim como o conflito de gerações quanto a relação com os filhos.
É um livro de leitura leve e fácil, mas que com certeza vai prendendo o leitor aos poucos em busca de um desfeixo muitas vezes conflituoso.

Luana Terra 05/03/2024

Caderno Proibido - Alba de Céspedes
A vida dupla que a sra. Valéria passa a assumir enquanto confidencia em seu diário, mostra uma mulher ainda jovem mas que se limita e restringe por conta do medo: medo da época em que vive, medo do marido, medo do julgamento alheio. A sociedade é cruel e era ainda mais na década de 50.
Valéria, ainda assim, consegue ser a frente de seu tempo quando chama para si a responsabilidade de ajudar nas contas da casa e vai trabalhar em um escritório, mantendo assim uma dupla jornada.
 Para prover uma vida diferente aos filhos, ela os manda ao estudo e cobra de Mirella, uma dedicação e responsabilidade ainda maior para com a vida. Quer que a filha seja diferente, tenha mais oportunidades e ao mesmo tempo se acovarda e teme por sua honra quando percebe na filha, um ser estranho.
Uma mulher forte, emponderada, que sabe dialogar e argumentar; que não se deixa submeter aos caprichos e ordens dos homens. Enquanto seu filho Riccardo é totalmente o perfil do homem hétero, machista e retrógrado.
Valéria e Michelle, seu marido, vivem uma relação onde já não há mais amor nem tesão. Estão juntos apenas porque são casados perante a sociedade. É quase como se tivessem um dever para com todos. Não se reconhecem mais e cada dia, se distanciam um do outro. Cada qual sonha com uma nova vida e o outro não está incluso nessa narrativa fantasiosa.

O desejo pela liberdade é comum a todos os personagens; cada um a sua maneira, com seus anseios.

Uma obra muito bem escrita.

Adriana854 18/03/2024

O Caderno Proibido
Sabe aquele livro que nos deixa tristes quando acaba? Esse é exatamente o caso de "O Caderno Proibido". É aquele tipo de leitura que conversa intimamente com o leitor e que nos faz sentir parte da história. Em "O Caderno Proibido" acompanhamos Valéria, uma dona de casa que começa a escrever em um caderno relatos da sua vida cotidiana. É através da escrita que ela se redescobre e passa enxergar situações em sua vida familiar de outra forma. Valéria escreve escondida de todos, pois esse ato lhe parece um delito. Em diversos momentos da leitura me senti traindo sua confiança, pois fazia o que a protagonista mais temia: alguém ler seu caderno.

*Comprei o livro ( para kindle) na Amazon. Paguei R$19,90 na promoção da semana do consumidor.

** Não contribua para pirataria de livros

TÍTULO: O Caderno Proibido

AUTORA: Alba de Cespedes

TRADUÇÃO: Joana Angélica d'Avila Melo

EDITORA: Companhia das Letras

NÚMERO DE PÁGINAS: 288 páginas

SINOPSE EXTRAIDA DO SITE DA AMAZON: Valeria Cossati queria apenas buscar cigarros para o marido na tabacaria, mas acaba comprando ilegalmente um caderno preto ? um item que não poderia ser comercializado aos domingos ?, e faz dele seu diário. Estamos na Roma dos anos 1950, e Valeria leva a vida entediante de uma mulher de classe média, dividindo-se entre os papéis de mãe, esposa e funcionária de escritório. Há anos ela não ouve o próprio nome ? o marido só a chama de "mamãe" ?, e sua relação com os filhos é marcada por conflitos geracionais. Porém, conforme alimenta aquelas páginas proibidas, Valeria começa a notar uma profunda transformação em si mesma ? cujas consequências ela ainda não sabe prever.

Alba de Céspedes foi uma das grandes autoras de língua italiana do século XX, com uma obra que se destaca pela profundidade das personagens femininas. Em Caderno proibido, a autora demonstra todo seu talento ao retratar a intimidade de uma mulher comum e as mudanças da sociedade italiana no pós-guerra.

IG: @literaturacookies

Laura.Panobianco 18/03/2024

Minha impressão nessa vastidão de leitura.
Um acompanhar diário da vida de Valéria. Uma mulher comum dos anos 50 que conheceu o poder de colocar pra fora aquilo que insiste em ser grande por dentro.

Uma mulher dividida entre gerações, protegida por aquilo que conhece e também altamente incomodada pelo mesmo.

Nesse livro eu enxerguei muitas vivência reais, atuais, mesmo os relatos sendo de tantos anos atrás. O problema que é tão antigo soa como atual demais quando se trata de vida e destino das mulheres, em qualquer parte do mundo.

Se você é mulher, ficará com nós na garganta, repulsa e reflexiva se perguntando e afirmando: será que eu vivo também uma vida como essa?

Ainda digerindo ?Caderno Proibido? e quis levar Valéria comigo, apesar de que vários momentos todas somos um pouco Valéria né?

Enfim, livraço!!!

Luis.Henrique 19/03/2024

Proibido por quem?
O Caderno Proibido é um dos textos confessionais mais verdadeiros que já li. Viajamos juntos com a.protagonista a um mundo a que nós mesmos resistimos: o mundo de medo e coragem, de prisão e liberdade, de fugas e enfrentamentos, de desejos e de realidade. Um mundo de proibições que nós mesmos nos impomos.

Fernanda 15/04/2024

Caderno Proibido
Diária de uma mulher de aproximadamente 40 anos, da década de 40/50, que encontra na escrita a possibilidade de liberdade e, paradoxalmente, é o cadeado porque a realidade racional lhe confronta a todo tempo.
Uma leitura muito fluída, contudo a história e os personagens não me cativaram, faltou algo para haver a conexão com o livro, que sequer sei explicar.
Foi bem arrastado para terminar, e terminei na expectativa de que em algum momento me conectasse.

Thali 13/04/2024

Uma mulher na casa dos 40 anos, compra um caderno e começa a escrever escondida de todos. Conforme entra em contato com seus sentimentos em relação aos acontecimentos, algo nela vai mudando, vai entrando em contato com seus desejos, suas frustrações.
Essa história me lembrou a história de mulheres da minha família, totalmente voltadas para o bem estar e cuidado da família, abrindo mão de seus próprios desejos e sonhos.
A escrita é fluida e a história me prendeu. Há passagens muito boas! Super recomendo a leitura!