Resenhas - Caderno proibido

Adriana854 18/03/2024

O Caderno Proibido
Sabe aquele livro que nos deixa tristes quando acaba? Esse é exatamente o caso de "O Caderno Proibido". É aquele tipo de leitura que conversa intimamente com o leitor e que nos faz sentir parte da história. Em "O Caderno Proibido" acompanhamos Valéria, uma dona de casa que começa a escrever em um caderno relatos da sua vida cotidiana. É através da escrita que ela se redescobre e passa enxergar situações em sua vida familiar de outra forma. Valéria escreve escondida de todos, pois esse ato lhe parece um delito. Em diversos momentos da leitura me senti traindo sua confiança, pois fazia o que a protagonista mais temia: alguém ler seu caderno.

*Comprei o livro ( para kindle) na Amazon. Paguei R$19,90 na promoção da semana do consumidor.

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TÍTULO: O Caderno Proibido

AUTORA: Alba de Cespedes

TRADUÇÃO: Joana Angélica d'Avila Melo

EDITORA: Companhia das Letras

NÚMERO DE PÁGINAS: 288 páginas

SINOPSE EXTRAIDA DO SITE DA AMAZON: Valeria Cossati queria apenas buscar cigarros para o marido na tabacaria, mas acaba comprando ilegalmente um caderno preto ? um item que não poderia ser comercializado aos domingos ?, e faz dele seu diário. Estamos na Roma dos anos 1950, e Valeria leva a vida entediante de uma mulher de classe média, dividindo-se entre os papéis de mãe, esposa e funcionária de escritório. Há anos ela não ouve o próprio nome ? o marido só a chama de "mamãe" ?, e sua relação com os filhos é marcada por conflitos geracionais. Porém, conforme alimenta aquelas páginas proibidas, Valeria começa a notar uma profunda transformação em si mesma ? cujas consequências ela ainda não sabe prever.

Alba de Céspedes foi uma das grandes autoras de língua italiana do século XX, com uma obra que se destaca pela profundidade das personagens femininas. Em Caderno proibido, a autora demonstra todo seu talento ao retratar a intimidade de uma mulher comum e as mudanças da sociedade italiana no pós-guerra.

IG: @literaturacookies

Ci 03/05/2024

A Valéria é louca de pedra
Comecei a leitura, primeiramente amando Valéria, a dona de casa de classe baixa, que precisa trabalhar para ajudar no complemento da renda da família, juntamente com seu marido, Michele. Seus filhos, os quais detestei, principalmente Riccardo, por ser um filho mimado e totalmente dependente de seus pais, e depois Mirela, que no começo achei mesquinha, mas que com o desenvolver da estória, foi me conquistando e acabei gostando mais do que a própria Valéria.
Seus relatos em seu diário proibido, mostram a que ponto uma dona de casa, totalmente esgotada de suas funções dentro e fora e casa, arquiteta seus pensamentos em relação à todas as pessoas que a cercam. Sua tentativa de infidelidade, que nunca se concretiza por ela sempre se colocar depois de sua família, sua raiva reprimida de sua nora, a qual se vê obrigada e acolhê-la dentro de sua casa após ter engravidado antes do casamento, e por último, a constante briga com sua filha, mas que no fundo não passa de admiração não confessada.

Laura.Panobianco 18/03/2024

Minha impressão nessa vastidão de leitura.
Um acompanhar diário da vida de Valéria. Uma mulher comum dos anos 50 que conheceu o poder de colocar pra fora aquilo que insiste em ser grande por dentro.

Uma mulher dividida entre gerações, protegida por aquilo que conhece e também altamente incomodada pelo mesmo.

Nesse livro eu enxerguei muitas vivência reais, atuais, mesmo os relatos sendo de tantos anos atrás. O problema que é tão antigo soa como atual demais quando se trata de vida e destino das mulheres, em qualquer parte do mundo.

Se você é mulher, ficará com nós na garganta, repulsa e reflexiva se perguntando e afirmando: será que eu vivo também uma vida como essa?

Ainda digerindo ?Caderno Proibido? e quis levar Valéria comigo, apesar de que vários momentos todas somos um pouco Valéria né?

Enfim, livraço!!!

Luis.Henrique 19/03/2024

Proibido por quem?
O Caderno Proibido é um dos textos confessionais mais verdadeiros que já li. Viajamos juntos com a.protagonista a um mundo a que nós mesmos resistimos: o mundo de medo e coragem, de prisão e liberdade, de fugas e enfrentamentos, de desejos e de realidade. Um mundo de proibições que nós mesmos nos impomos.

Monik Lemos 19/05/2024

Me decepcionei
Achei que seria uma história diferente, com um romper de correntes no final, mas como dizia o posfácio, esse livro é um alento para os fracassados, para os que não tem coragem mesmo não concordando com o que lhes é imposto, que sentindo uma vontade de se rebelar, não o fazem, porque sempre foi assim e assim sempre será. Gostaria que a protagonista tivesse a coragem necessária, assim como sua filha tinha, e por que mais uma vez a mãe é inimiga da filha e protege o filho? Mesmo quando ela sabe que a filha tem razão, o que ela sente não é nem de longe orgulho da menina, mas orgulho ferido, inveja de ver a filha não se sujeitando aos padrões que ela achou que era obrigada a se sujeitar, inveja da liberdade de não ferir a si mesma em prol dos outros. Em alguns momentos achava que ela quebraria a regra, mas ela fez o que já se esperava dela na época, ficar.

Anele 20/03/2024

Leitura de Março do Bookster.

Foi o livro que eu menos gostei do desafio até o momento. Demorei para engatar na leitura, mas depois de insistir um pouco, consegui pegar o ritmo. Achei que a narradora se prolongava em alguns momentos e isso tornava a leitura cansativa. Não gostei do final, achei meio frustrante, embora provavelmente seja o que se assemelhe mais à realidade...

Luciane.Bueno 31/03/2024

O Caderno Proibido de Alba de Céspedes é verdadeiramente cativante, uma daquelas leituras que prendem desde o primeiro momento.

A habilidade de Alba em retratar os conflitos emocionais de uma mulher em sua busca pela própria identidade aos 50 anos é incrível. Ela explora temas como amor, liberdade e identidade de forma profundamente envolvente.

Embora o final tenha sido decepcionante para mim, ele traduz a dura realidade enfrentada pelas mulheres naquela época.

Julia 13/06/2024

" Talvez existam pessoas que, conhecendo-se, conseguem se tor-
nar melhores; eu, porém, quanto mais me conheço, mais me perco."

lucianem 02/04/2024

Caderno Proibido
Na Itália do pós Segunda Guerra, uma dona de casa compra um caderno e começa a escrever um diário, onde narra seu cotidiano, suas angustias, tristezas e sonhos.

A leitura não me prendeu, apesar de ter boas reflexões sobre o que era (e ainda é) ser mulher e o que a sociedade espera de nós.
Achei chato, muitas vezes arrastado; confesso que quase desisti.

Lido para o Desafio Bookster 2024, livro de março.

Maísa Colodel 03/04/2024

"Às vezes, porém, penso que estou errada em escrever tudo o que acontece; fixado por escrito, parece ruim até mesmo aquilo que, em substância, não o é."

"A rua, ao contrário, me atordoa, me lança numa singular inguietação. Nao sei me
explicar, mas fora de casa não sou mais eu, Basta sair pelo portão e me parece natural
começar a viver uma vida totalmente diferente daquela costumeira, sinto vontade de percorrer ruas que não estão em meu itinerario cotidiano, encontrar pessoas novas, que desconheco até aquele momento, com as quais na possa ficar alegre, rir. [...] Nem mesmo agora, sozinha com o caderno, consigo compreender: este caderno, com suas páginas em branco, me atrai e ao mesmo tempo me perturba, como a rua."

"É estranho: nossa vida íntima é o que mais importa para cada um de nós, e no entante
devemos sempre fingir vivê-la quase sem nos dar conta, com desumana segurança."

Lurene 04/04/2024

Tão atual
A história de Valéria poderia ser, em tantos momentos, a vida de muitas de nós. Mesmo a ficção ocorrendo em 1950, é extremamente atual.

Uma mulher exausta, invisível, sobrecarregada; deixando de lado seu feminino, para ser unicamente - mãe, ou melhor mamãe , como a chamava seu esposo.

Muitas aspectos podem ser analisados.
A trama com seus filhos me faz pensar
muito nos enlaces do complexo de Édipo. Onde há uma ?rivalidade? com a filha e um ?encantamento? pelo filho.

A sexualidade em casais de um longo matrimônio, as cobranças sociais-familiares; muitos questões são pautadas neste diário.

Vic feitoza 22/04/2024

Saber que ela é uma das maiores influencias pra minha autora preferida foi um que a mais pra fazer essa leitura. Foi como se eu estivesse dentro da cabeça da personagem, mesmo sentimento que eu tive lendo todos os livros da Elena Ferrante. A escrita é perfeita, meu estilo de narrativa favorito, suprassumo da literatura, não tem jeito eu sou apaixonada em livros que você se sente submerso na história. Foda demais.

Carol 08/04/2024

Um livro um tanto quanto monótono, que, apesar disso, traz várias reflexões sobre a sobrecarga da mulher, o papel que se espera dela na sociedade e os reflexos disso nas tomadas de decisões, nos sentimentos, enfim, no viver... tão antigo e tão atual!

Manu 10/04/2024

??Era um domingo e o moço da tabacaria não queria me vender o caderno, eu lembro. Ele disse: ?É proibido?. Então fui tomada por um desejo irrefreável de tê-lo, tinha esperança de poder extravasar nele, sem culpa, meu secreto desejo de ainda ser Valeria.?

Um livro onde nada acontece. Traz reflexões sobre a sobrecarga da mulher, a dupla/tripla jornada de trabalho e sobre como a mulher deve ser esterilizada, deve matar seu desejo em prol da família. Em alguns momentos eu me reconheci e reconheci minha mãe na protagonista, tive pena de Valeria, queria que ela levantasse e gritasse com todos a sua volta. Em outros, tinha raiva dela pelo carinho exacerbado com o filho homem e pelo desdém à filha mulher. Não entendi o espírito de competição com a nora, a sua necessidade de parecer imaculada para o filho.

Enfim, o livro me causou mto desconforto, foi custoso terminá-lo.

augusilveira 10/04/2024

Diário de uma mulher cansada
Trabalhar o dia todo, cuidar dos filhos, da casa, do marido? uma rotina desgastante e ao mesmo tempo tão monótona. Assim é a vida de Valeria, que se vê exausta para dar conta de tudo.

A liberdade chega na forma de um caderno preto, em que ela consegue ser e entender a mulher que é. Uma Valeria que vai muito além do seu papel de mamãe.

O mais legal do livro é que ele é o próprio caderno preto, em que ela registra de forma livre os seus dias, seus sentimentos e vai se redescobrindo. É tão gostoso de ler que, às vezes, nos sentimos até desconfortáveis de ler as confissões e invadir a privacidade dela. Na maior parte do tempo me senti alguém com quem ela podia desabafar e contar tudo sem julgamentos.

Gostei muito desse livro!