Resenhas - O Beijo Do Rio

O João Camisão 08/01/2023

A tragédia de Shakespeare e a brasileira
Penso que a história de Romeu e Julieta seja de amplo conhecimento, já que a primeira apresentação da tragédia ocorreu em 1597 e, obviamente, a trama já foi adaptada inúmeras vezes nos palcos e nas telas. Contudo, em O Beijo do Rio, Stefano Volp entrelaça o ápice da peça de William Shakespeare com uma realidade encoberta desse imenso Brasil. Por mais estranho ou confuso que isso possa parecer, o autor consegue escrever, de maneira transversal, uma história que incorpora política, cultura, religião, corrupção e preconceito tendo como foco o dito suicídio de Romeu em cena.

Daniel, personagem principal de O Beijo do Rio, recebe uma ligação informando sobre a morte do seu amigo Romeu. Essa notícia faz com que ele tenha de sair da sua zona de conforto na capital Paulista para viajar até sua antiga cidade no interior do estado do Rio: Ubiratã. Ele volta não somente pelo fato de seu amigo ter cometido um suicídio, mas também para investigar se isso não foi um assassinato na verdade. Ao retornar ao seu passado, Daniel encontra um espaço familiar oposto a tudo o que sente e pensa, fazendo com que sentimentos, que até então estavam “em silêncio”, voltem para atormentá-lo.

Stefano Volp incorpora o tema de saúde mental e como isso interfere no personagem, principalmente nas suas relações no coletivo e até no individual. Além disso, o autor consegue criar uma atmosfera de suspense para a cidade como um todo. Eu me senti dentro dela, como se fosse um munícipe. É muito notável que a escrita tenta construir um espaço de “tem algo acontecendo nesse lugar, mas ninguém comenta sobre”. O autor apresenta uma realidade velada de maneira tão poética e real que em muitos momentos eu me lembrei de Midsommar, terror de Ari Aster, e dos livros de Agatha Christie.

Se você gosta de um suspense investigativo, O Beijo do Rio é um prato cheio. Porém, Stefano Volp traz mais do que isso, pois escancara, por meio de alguns elementos, a realidade de alguns locais no Brasil. Pode parecer estranho que o livro começa com Shakespeare e termina com essa sensação, mas é que o “veneno” ingerido por Romeu é tomado por muitos brasileiros há anos. Quantas situações ocorrem no cotidiano brasileiro e são “abafadas” por muitos. Quantas pessoas são mortas, nos sentidos literal e figurado, por conta de interesses de outras pessoas. E isso tudo pode estar acontecendo ao seu redor neste exato momento. Afinal, Ubiratã pode estar ao lado da sua cidade (ou até mesmo ser a sua).

Rosana Miyata 30/04/2022

Já tinha lido outros livros do Volp, por isso conhecia a escrita dele que me agrada muito. Esse estilo de thriller psicológico não é muito o meu estilo, mas a forma como o Volp conduz a trama é tão envolvente e os acontecimentos são verossímeis, então logo me conectei com a história. Vale muito a pena a leitura, mas é um livro cheio de gatilhos.

Pri 19/07/2022

Visceral...
Volp foi fundo aqui, a história te prende em todo o contexto do presente e passado do Daniel e o tempo todo eu ficava me perguntando o que será que houve com Romeu.
Criei mil teorias e nada, nada mesmo me preparou pra esse final, as últimas 30 páginas do livro garantiram as 5 estrelas pois não poderia ter outra nota.

Vou passar muito tempo pensando e tentando absorver a porrada que foi esse livro e não poderia estar mais feliz em ter um livro desses vindo de um autor nacional!

Little.Mouse 10/02/2024

Suspect
Gostei muito.
Realmente surpreendente.
Tem um que daquele clichê de seita e etc, mas é um livro muito bem escrito e bem ambientado. Eu adorei.
Aviso: Da muito ódio de uns personagens ao longo do livro kkkkkk

Prof. Angélica Zanin 20/11/2022

E que beijo!
O protagonista Daniel, jornalista investigativo, volta a sua cidade natal para verificar um suicídio bastante suspeito. Ele reencontra seu passado e seus traumas para descobrir a verdade. Entre todas as personagens encontradas, há Jonas, aquele que o levará à principal de todas as descobertas. Será que Romeu se suicidou? Será que Patrick era um alvo? Todas as personagens são envoltas em mistério e surpresa. Gostei, leia você também e não desgrude, como eu. Surpresa positiva ler um suspense investigativo de um autor brasileiro. Que prazer: Stefano Volp, seu rio me beijou!

ste :) 10/05/2023

Desvendando o passado e presente.
Esse livro é um dos melhores thrillers nacionais que eu já li.
Daniel é o protagonista, que tem traumas de infância e problemas familiares. Ele saiu de casa muito cedo, pois não podia ser ele mesmo em um ambiente extremamente radical, conservador e intolerante.
Ele nasceu e foi criado em uma cidade pequena, chamada Ubiratã, em que a vida era ditada pelo chamado Apóstolo, líder religioso local, que comanda a Igreja das Cinco Virgens, uma instituição cercada de segredos obscuros e cruéis.
Daniel volta à sua cidade-natal para fazer uma investigação/reportagem sobre o misterioso suicídio/assassinato do seu amigo e paixão do passado, Romeu, porém os fantasmas e traumas do passado são o combustível para chegar à solução de tudo, inclusive desmascarar os crimes que aconteciam na cidade. Seu retorno também é um acerto de contas com o seu passado, com sua família e tudo o que aconteceu de ruim com ele.
A história me prendeu do início ao fim, recomendo muito.

Rodolfo Baldassi 14/07/2022

O livro é um pouco simples, mas mesmo assim bem cativante e viciante... Alguns assuntos dão gatilhos mas acho que a abordagem do autor é bem delicada e coesa

Ge Ribeiro 29/07/2023

Thriller no Brasil
Um livro de thriller que se passa no interior do Brasil já me chamou atenção, com uma vibe muito única que só a gente entende, a narrativa cativa muito desde o início e o mistério prende.
Eu amei muito a escrita do Stefano, com certeza quero ler outras coisas dele.

Aline | @42.books 13/07/2022

Um suspense brasileiro
Acho que um suspense é bom quando te envolve do começo ao fim na história, sem te decepcionar com o desfecho. Esse livro entrega exatamente isso: uma trama intrigante, um desenvolvimento denso e um final surpreendente. Além disso, também é uma confissão sobre a violência, o preconceito e os dogmas que perpassam as relações um cidade. É muito bom ver livros como esse escritos por autores brasileiros da nova geração. Foi uma boa surpresa!

eu.camilla 13/06/2022

Um plot e tanto
A história me prendeu desde as primeiras páginas. O enigma por trás da seita religiosa, a morte não investigada a fundo, o passado de Daniel, tudo envolve o leitor de forma que você não tem paz enquanto não souber o que realmente acontece.

Confesso que não esperava um desfecho tão forte. Fiquei com raiva de tanta injustiça, de tanta podridão dentro de uma comunidade religiosa pequena que se estendeu durante séculos embaixo do nariz de todos.

O final é bem forte e te deixa com raiva de metade dos personagens. Mas vale muito a pena a leitura.

Mari 16/04/2022

QUE FINAL ?
Comecei a ler e nas primeiras páginas já estava completamente envolvida! Queria logo saber se Romeu tinha sido assassinado ou suicidou. Cada capítulo fui estando cada vez mais dentro de Agua Doce! O autor consegue fazer isso muito bem? Parece que você cresceu ali, se indigna junto com Daniel sobre tudo e o final?. QUE FINAL!!! Excelente!! Vale a pena a leitura

manucanafistula 30/07/2022

Explosão da mente
Esse é um daqueles livros surpreendentes que quando você termina sente vontade de ler novamente sob uma nova ótica, para então encontrar os indícios da trama que passaram despercebidos.
Stafano costurou tão bem esse enredo que é admirável que tenha escrito esse livro em apenas 20 dias e em plena pandemia!

Há muitos gatilhos e traumas que se revelam ao longo da leitura, no entanto, o autor foi fantástico na condução da história. Nunca imaginaria esse final e fiquei embasbacada por vários minutos depois de terminar.
Tao logo me "recuperei", voltei para o início e comecei a reler pelo menos as 30 primeiras páginas!

Uma pena que eu não tenha conseguindo ler a tempo de participar do debate virtual com o autor, que foi promovido pelo clube de leitura da TAG.

Já é o terceiro livro do Volp que termino e cada um trouxe muitas reflexões necessárias.

Para Daniel, tão importante quanto descobrir quem matou Romeu e o porquê, é descobrir-se e entender o próprio passado.

"Um urro perturbador surgiu do lado de dentro do palco e estendeu-se até quebrar o feitiço da plateia. Então a morte curvou-se na beira do palco em agradecimento e começou a dançar."

" - Quando a gente mora no fundo de uma cisterna por muito tempo e depois vai até a superfície, o lado de fora parece tão perfeito que a gente sente falta do escuro - disse ela."

Luciana 24/08/2022

Tinha um potencial bom, ao meu ver o autor colocou muitos assuntos a serem abordados o que acabou interferindo no desenvolvimento da trama, dando espaço para assuntos não tão relevantes e fazendo um final mais corrido. Aliás o final teve algumas coisas difíceis de acreditar.

Luisa938 01/06/2022

De Arrepiar
?Que experiência, ao mesmo tempo, avassaladora, fascinante e viajante?.

Eu não costumo ler livros do gênero mas por ser um livro do Volp eu precisava urgentemente ler, e mais uma vez ele não deixou a desejar! Prometeu desde a dedicatória e entregou tudo!

Esse livro me arrepiou em vários momentos, teve hora que até fiquei assustada durante a leitura, e
momentos que já tinha tantas teorias que só estava só aquele meme ?esse quebra cabeça tá muito confuso, e quem começou vai ter que terminar?, e terminou muito que bem!

Algumas coisas eu já imaginava, outras não, o final me surpreendeu porque nem passou pela minha cabeça, foi doloroso demais!!!

A única ressalva que tenho é quanto algumas cenas terem parecido convenientes demais, mas ainda sim foi bom!

Volp tem uma genialidade e uma capacidade de prender a nossa atenção que é impossível largar a história. E tudo muito visual, passei toda a leitura imaginando como seria incrível uma adaptação pra filme ou série! Tem muito potencial!

O livro trata de assuntos muito sensíveis que podem ser gatilhos, não quero comentar para não dar spoiler, mas a classificação indicativa é +18.