Thay.poramor.livro 23/10/2022
Livro com viagem no tempo, uma jovem que não sente pertencimento à realidade que a cerca e que busca o amor na forma mais pura
Maria Júlia, aos 17 anos, não consegue se sentir feliz em seu próprio tempo, não possui interesse nos rapazes do local, nas modernidades desinteressantes e em momentos familiares com pessoas que não a compreendem {uma crise que talvez muitas de nós já tenha sentido, de que não temos um lugar no mundo}. Além disso, os anos 50 são os mais encantadores na sua perspectiva, principalmente pela cultura da época – tem pelo menos uma indicação musical a cada capítulo! -.
Seu único conforto nessa sociedade é sua avó Cecília. Inclusive, através de um álbum de fotos dela que Maju se apaixona por Carlos André. Uma única foto que muda seu destino e a fez viajar para o ano 1959.
"Os anos podem passar, a vida pode mudar, mas Carlos sempre será o meu grande amor: intenso, único e absolutamente inesquecível".
O livro é mágico, a forma como a música faz parte da leitura é encantadora e espirituosa, transmitindo o sentimento de conforto e segurança – sentido pela protagonista. Também são tratados traços importantes à época, como o machismo, a desigualdade de gênero, os laços familiares, e até temas mais leves – moda para quem gosta.
Eu amei as referências do histórico de direito das mulheres, conhecer o mundo da música de forma mais profunda {bossa nova é tudo 🤧}, e acompanhar um romance coração quentinho.
"Voltar para casa significa abrir mão do homem dos meus sonhos. Mas ficar aqui é sinônimo de esquecer quem eu sou e o que vim fazer no mundo."
Assim, é um livro curto e fluido, sobre recomeços, com cada capítulo te viciando mais.
Como a própria Maria Júlia disse "conhecer o passado pode ser uma forma de ressignificar o presente". Foi inspirador acompanhar sua trajetória ao se tornar uma mulher forte e destemida!
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