Bruna 14/05/2024
De fato, um Reino de Intrigas
Eu tinha prometido pra mim mesma que só ia ler essa trilogia da Tahereh quando tivesse terminado Estilhaça-me. Mas, ainda não terminei a série Estilhaça-me (o que me dói muito porque fiquei um pouco entediada com a série, embora seja uma das minhas preferidas da vida). E então, tentando fugir do tédio, ressaca literária e sinceramente um MONTE de leituras ruins esse ano, decidi começar "O Reino de Intrigas".
Assim que ela anunciou o lançamento desse livro, na mesma hora me interessei e quis ler, mas de novo, presa na outra série dela tentei ao máximo não ceder pra essa. O que foi uma pena, porque demorar tanto pra ler esse livro me pareceu uma perda de tempo desnecessária. E confesso que só fui ler porque uma pessoa me recomendou por conta dos protagonistas masculinos (kkkkk), cedi e tive meu momento de "fui mlk"
Agora, sobre o livro: A Tahereh cria um mundo de fantasia completamente novo e, por mais que eu tentasse muito durante a leitura, foi difícil não comparar essa obra com a outra série mais famosa dela "Estilhaça-me". Embora o intuito dela tenha sido criar um livro de fantasias, eu me senti lendo um conto de fadas, não com os fru-frus e a parte da felicidade, mas sabe quando não é TÃO fantasia assim pra ser considerada fantasia?
Com príncipes, reinos, bailes, me senti lendo um conto de fadas com uma pegada de fantasia com magia, dragões e superpoderes.
Acho que a Tahereh fez um bom trabalho, mas durante a leitura, tinha várias vezes a impressão de que a escrita dela, comparada com Estilhaça-me, era totalmente diferente, parecia até outra escritora. O que não é ruim, na verdade, mostra que ela tem repertório pra mudar e se reinventar.
Aqui temos a Alizeh que é uma Jiins, até agora não entendi muito bem a explicação sobre esse ser, acredito até que a Tahereh se baseou em mitologia árabe, afinal a autora é filha de iranianos. Achei bem legal e algo novo no mundo das fantasias, pelo menos pra mim, pois nunca tinha lido nada assim.
Enfim, os Jinns tem certos poderes diferentes de um ser humano e com as guerras, eles acabaram sendo alvo de preconceitos e tratamento desigual, viraram minoria e passaram a viver escondidos. A Alizeh, por exemplo, é a única Jinns que aparece de fato no livro.
Ela trabalha como criada (snoda) e, meu deus, ler os trechos em que ela era humilhada e sobrecarregada com a limpeza foram de dar ódio. Às vezes, lendo trechos nos livros que me impactam eu chego a sentir dor física, não sei se vocês também passam por isso, mas quando algo de muito bom ou muito ruim no livro acontece meu corpo vibra por dentro kkkk.
É quando Alizeh sofre uma tentativa de assalto e é observada pelo príncipe Kamran que tudo muda. O início do livro é meio lento e confuso (como a maioria das fantasias).
A Alizeh é uma personagem muito interessante, de verdade uma pessoa de coração bom e puro, que sofreu tanto na vida e facilmente teria todos os motivos pra ser a vilã do século, porque passado de vilã ela tem. Confesso que gostei um pouco mais dela do que da outra personagem icônica da Tahereh, a Juliette.
Sobre o Kamran, achei ele um charme. Não sei se vai ser meu personagem masculino preferido na série, mas achei ele interessante. Um pouco indeciso demais e meio frouxo, mas acho que pode ter uma boa evolução.
Somos apresentados a outro personagem, o Cyrus, que ok me prendeu a atenção, mas ele apareceu tão pouco que mal consegui desvendar ele e como me sinto sobre ele.
Na verdade, os dois personagens são incógnitas pra mim, ainda não consigo dizer como me sinto sobre eles e qual prefiro. A Alizeh, entretanto, gostei muito e acho que ela também só tende a melhorar.
" Ela o ouviu expirar.
- Não tenho a menor ideia do que estamos fazendo - disse ele suavemente. - Mas, se você pretende me sequestrar, é só pedir.
Eu irei de boa vontade."
Se você achou o livro um pouco paradão, com certeza acordou com tudo no final. Acho que essa foi a intenção da autora, preparar terreno, mostrar o mundo que ela criou, um pouquinho dos personagens e jogar a bomba no final. Aquele gostinho de quero mais, que não teve nada de gostinho, virou necessidade.
E será minha próxima leitura, sem dúvidas.
Por isso, 4.5 estrelas.
Beijos
B