izi. 27/05/2023
"Escrever tem a ver com emoção. Não há mágica sem ela."
"O que o vento sussurra" é um romance histórico, com uma pitada de fantasia, que se passa na Irlanda no período da revolução. Livro incrível, cheio de reflexões, poesia, história, muito drama e um romance de tirar o fôlego. Anne, após perder a pessoa que mais ama no mundo, vai pela primeira vez a Irlanda para realizar o último desejo do seu avô e jogar as cinzas dele no lago, quando um fenômeno inexplicável acontece e ela é levada para o passado, para Irlanda de 1921.
Nossa, que livro! Eu ainda estou buscando palavras para descrever essa preciosidade. Eu me dediquei em ler ele, sabe. Normalmente quando gosto de um livro eu me apego e quero devorar o mais rápido possível, naquela euforia. Mas com "O que o vento sussurra" eu li saboreando cada página, cada poesia citada, cada interação entre eles, cada menção a história e aos lugares.
A escrita da Amy foi impecável! Ela criou uma trama envolvente, personagens bem construídos, profundos e sensíveis, além de ter se dedicado em trazer o contexto histórico de uma forma bem trabalhada.
Eu vi algumas resenhas falando sobre como a Anne parecia sem sal e eu preciso discordar. De alguma forma eu conseguia entender a ações comedidas da Anne, ela estava angustiada. Imagina você voltar no tempo, para um período de tanto sofrimento, saber o que vai acontecer e estar de mãos atadas. Além de que ela não queria assumir completamente o papel da Anne "verdadeira" e essa personalidade mais reserva era o total oposto da outra Anne, então veio a calhar. "Ah, mas ela poderia ter mudador o rumo da história." Mas se a autora mudasse os fatos históricos, ia perder completamente a essência do livro e eu sou extremamente grata por ela ter mantido dessa forma. Muitas vezes me peguei indo no Google para pesquisar e ter mais detalhes sobre o que aconteceu naquela época, e foi enriquecedor.
Ah, Thomas, que personagem! Eu podia passar horas falando e falando sobre ele, seria impossível não se apaixonar. Eu senti todo o amor dele. O amor pela Irlanda, pelos amigos, pelo Eoin e pela Anne. Me fez ansiar por sentir esse tipo de amor.
"Não se deleite com a tragédia, Annie. Regozije-se no amor. E, quando o encontrar, não deixe escapar. No fim, o amor é a única coisa da qual você não vai se arrepender? disse Eoin."
"Mas eu conhecia Thomas Smith. Eu o conhecia e amava. Desesperadamente. Amá-lo e conhecê-lo, porém, era tão impossível quanto amar um rosto em uma tela. Nós éramos impossíveis. Em um momento, em um suspiro, tudo poderia acabar. Ele era um sonho do qual eu poderia facilmente acordar. E eu sabia muito bem que, uma vez que acordasse, não conseguiria voltar ao sonho."
"É como se sempre tivéssemos estado juntos e fôssemos sempre estar juntos, como se nosso amor e nossa vida surgissem da mesma fonte e, no fim, retornassem a essa fonte, entrelaçados e indistinguíveis. Somos antigos. Pré-históricos e predestinados."
"Sou um homem apaixonado, admirando sua mulher adormecida, macia, nua e bem-amada, e isso me deixou bobo e sentimental."
Não sei se quero superar esse livro tão cedo.