13marcioricardo 23/11/2022
Propaganda feminista.
Um dia, se resolvesse escrever ficção, um mundo onde acabariam os
homens poderia ser um tema escolhido. Já tinha pensado nisso, é como
se me tivessem roubado a ideia. Quando vi que era uma mulher, nos dias
de hoje, a escrever um livro destes, fiquei logo de pé atrás. E olhem,
pensem o que quiserem, mas a verdade é que minhas suspeições se
confirmaram.
Uma autora militante que coloca a ideologia acima da arte, como está
na moda fazer hoje em dia, não podia dar nada grandioso. Quem paga é a
obra, e o leitor. Comentários misândricos e escrotos, lacração barata
e uma falta de profundidade sem fim. O livro vende só pelo titulo, mas
dava pra tão mais... Uma grande distopia, um grande clássico, qualquer
coisa grande, mas é bem mediano.
Uma narrativa ultra concisa e por demais acelerada. Não parece que
estou lendo um livro, mas que alguém, bem chato, está despejando um
monte de palavras em cima de mim. Escrito durante a pandemia, fica a
sensação que a autora pouco mais fez do que copiar o que via.
Além disso, para piorar, o livro é composto de vários relatos de
diversas pessoas, quase todas mulheres. E segue saltando de uns para
os outros, e indo e voltando. Até aqui tudo bem, mas é nítido que é
sempre a mesma pessoa que escreve. A forma de pensar é sempre igual, a
personalidade é sempre a mesma. Tantos protagonistas, mas todos eles
são a escritora. Um desastre.
Um tema destes merecia muito mais acuidade e dimensão. A autora não
faz ideia de como seria o mundo se a sua proposta acontecesse. Quer
dizer, os homens dominam quase todos os ofícios e muitos deles são
compostos por apenas homens, praticamente. Tecnologia, máquinas,
agricultura, pecuária, pesca, mineração, transportes, só pra citar
alguns. Mas para Christina Sweeney-Bard as mulheres dão conta de tudo
de um dia para o outro ou em poucos meses. E ainda tem a lata de dizer
que são mais capazes que os homens, que delírio. Ahh, como é bom e
fácil o mundo!
Por fim, a falta de sensibilidade com uma catástrofe deste tamanho
chega a assustar. A quantidade de personagens também não ajuda. Nada é
desenvolvido, nada é intenso ou imenso. Como a autora não consegue
sair de si, o que sobra são narrativas que se perdem em banalidades,
sem grandes envolvimentos. Sempre de um lado para outro, feito barata
tonta, apontando a mil lugares, mas incapaz de se aprofundar em um que
seja. O fim dos homens é um livro sobre empoderamento feminino,
bastante burguês, meio sem noção e muito, mas muito superficial.