Ana Júlia Coelho 27/11/2022Íris e Summer são gêmeas peculiares. No útero, só se dividiram no último momento possível, quase nascendo siamesas. Por isso, Íris é o perfeito oposto de Summer: seus órgãos estão todos do lado contrário, além da assimetria facial ser espelhada. Íris sempre sentiu que Summer era a gêmea perfeita, doce, simpática, humilde e empática, enquanto ela era um erro, a gêmea ruim, e passou a vida inteira obcecada pela irmã.
O pai das meninas era um riquinho bem babaca. Foi casado 3 vezes, teve 7 herdeiros e, ao morrer, deixou um testamento onde, ao invés de dividir entre todos os filhos sua fortuna, o dinheiro terá apenas um destinatário: o primeiro neto que nascer. E é óbvio que isso ia desencadear uma rixa gigante entre as mães das filhas do cara. Vai ser uma luta para, pasmem, ver quem engravida primeiro e embolsa a bolada de cem milhões de dólares.
Íris tenta ter um filho desde que completou 18 anos, mas seu casamento vai por água abaixo enquanto o de Summer parece ter resultado num bebê. Morrendo de raiva por ver seu cheque gordo indo por água abaixo, Íris vê uma oportunidade imperdível para tornar-se tudo o que sempre sonhou – e milionária, mesmo às custas de uma grande mentira.
Pensa num livro cheio de personagens podres. O nível da falta de moralidade desse povo é fenomenal e de dar nojo. Bando de gente interesseira, avarenta, cruz credo. Mas amei todo o desenrolar da história, mesmo tendo um furo ou outro. É aflitivo ver todo o emaranhado de artimanhas que Íris vai criando e se enrolando cada vez mais, e o leitor fica naquela expectativa de ‘até onde ela consegue manter essa história’. O plot eu já esperava, só não contava com o motivo, que, confesso, achei muito doentio. Só recomendo para cada personagem um bom psicólogo, porque é todo mundo bem surtado.
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