mia 25/07/2023
Right where you left me coded
Toda vez que eu pego um livro da Emily Henry para ler eu penso que não tem como ela ser melhor do que ela já é, mas ela sempre consegue me surpreender. Eu entendo o porquê muitas pessoas não gostam dela, pois a própria editora divulga os livros dela como romance, mas eles definitivamente não se encaixam apenas como o romance. Pelo contrário, o romance é apenas um pano de fundo para uma história complexa, com personagens imperfeitos e histórias devastadoras com possíveis gatilhos. Eu amo os livros da Emily justamente por isso, o enredo sempre é sobre o desenvolvimento de uma personagem complexa que toma atitudes duvidosas, pois eu amo quando os autores conseguem transformar os seus personagens em verdadeiros humanos. Falando disso, eu adorei como a Emily nesse livro trabalhou também com o desenvolvimento dos personagens secundários, em principal o grupo de amigas entre a Harriet, Cleo e Sabrina. Ela deu uma certa profundidade para as três e apresentou um pouco da vida delas pra nós, mostrando que elas não vivem em função da nossa protagonista.
Além delas, o livro trabalha muito bem também a história do Wyn, o mocinho e o interesse romântico. Acho que as passagens que mostram a batalha dele contra o luto e a depressão após a perda de seu pai foram muito dolorosas, porém trabalhadas com muita delicadeza para não romantizar todo esse processo. Ele foi muito corajoso em terminar com a Harriet nessas condições e eu o admiro por isso, apesar de isso ter causado sofrimento para ela. Esse término foi preciso para que ambos pudessem se curar e seguir em frente. Ele é encantador e eu tive vontade de guardar ele em um potinho várias vezes durante o livro.
Também, uma coisa que sou apaixonada nos livros, mas que pode dar ou muito certo ou muito errado é a alternação entre passado e presente. Sinto que a Emily conseguiu trabalhar (de novo) com muita proeza esse mecanismo e na medida certa, sem que atrapalhasse o ritmo da história. Outros detalhezinhos que amei durante o livro: as referências ao filme ‘Clueless’ (o meu favorito da vida) e uma referência ao Augustus e a January de Beach Read, acho que muita gente não pegou essa referência porque foi bem sutil.
Por fim, eu amei essa leitura e devorei o livro em uma tarde. Essa história tocou no fundo do meu coração, amei cada segundo dessa experiência e espero poder reler no futuro!