Doze dias

Doze dias Tiago Feijó




Resenhas - Doze dias


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Renata Barreto 18/03/2023

Um livro que fala sobre adoecimento, morte, família e sentimentos. É legal como traz um retrato de emoções e experiências subjetivas diante do adoecer/morrer. Mostra um pouquinho sobre o que é estar com alguém hospitalizado e a caminho da morte e como morrer as vezes é um processo e que nesse processo tem vida(s).
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Jeferson.Gomes 01/03/2023

UM COPO DE ÁGUA FILHO, POR FAVOR?
Os anos na fila de espera, aguardam na recepção, perdidos no abraço aos joelhos, desconhecidos em sua junção.

As atividades foram interrompidas, devido ao vazio que se movimentou durante toda a vida. Espaços serão preenchidos no gotejar de um alívio.

A casa está vazia, leito ocupado pelas escolhas não afetivas, vendidas às mulheres e a copos de bebidas.

Flores recebem água na secura das palavras, pronunciadas na neblina regulagem do oxigênio, evaporado pela insistência.

Companhias visitam "escombros", percorrendo veias desaparecidas, rastros de sangue e urina, consequências do abandono.

Antibióticos vagam por "corredores" escuros, ilusórios delírios em pronúncias, pedindo água no gesto que deságua.

O som do portão se abrindo, direciona ao gigante adormecido, à espera da resiliência dos filhos.


site: https://www.instagram.com/meuslivros.minhaleitura/
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Mathias 20/02/2023

?? doze dias ??
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? Livro lido em parceria com o autor @tiago_feijos
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doze dias é um drama familiar, que perpassa pelo horror, escrito pelo autor nacional @tiago_feijos
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Duas gerações: pai e filho. Seu Raul e Antônio, respectivamente.
Quinze anos que não se veem e que só se falam no dia do aniversário de Antônio, quando Raul liga para o filho.
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Vamos acompanhar doze dias do Seu Raul no hospital, com seu filho Antônio o acompanhando.
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Tudo começa quando Seu Raul liga em um dia qualquer para Antônio e pede a ele que o acompanhe até o hospital pois está se sentindo muito mal.
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Mesmo distante e sem nenhum ligação com o pai, Antônio sente que deveria ir, e é exatamente isso que faz.
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A partir disso, nós somos bombardeados com a vida de Antônio e sua ligação com o pai, antes, durante e depois da internação do pai no hospital.
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Um livro sobre amor, perdas, traição, arrependimento, dor, começo e fim.
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? Experiência de leitura: um grande diferencial neste drama é a escrita do autor. Totalmente diferente e tocante. Eu amei cada capítulo e cada detalhe sobre a família de Antônio, os porquês dos distanciamentos de todos do seu pai, Raul.
A forma como o autor tratou a doença, de forma medonha e cruel para pessoas que não se cuidam.
Tudo se encaixou perfeitamente.
Super recomendo a leitura.
Leitura esta, curta e voraz!
AMEI!
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#dozedias #tiagofeijo #dramafamiliar #lorenasp #autornacional #autorindependente #pratodosverem #pracegover : estou segurando o aparelho kindle com um corredor branco, com janelas ao fundo, simulando um corredor de hospital
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Marcelo 14/02/2023

Resenha disponível no Booksgram @cellobooks ?
Tiago nos apresenta nessa obra o reencontro de um pai e um filho que não se veem há 15 anos, após a separação dos pais, com a mudança da mãe para São Paulo.

O rapaz, que quando criança nunca teve uma relação próxima com o pai, recebe um telefonema desse solicitando ajuda para ir ao hospital. Sem entender muito bem porque, o rapaz atende o chamado e se desloca mais de 200 km, se dirigindo até a cidade de Lorena, no Interior de SP para ajudar o pai.

Durante 12 dias em que o pai fica internado, o rapaz e o pai refletem sobre suas relações, seus afetos, desafetos e desavenças, rejeições, desamores e vergonhas. Além disso a trama apresenta reencontros e perdões, mostrando que nem sempre os laços familiares são os mais fortes, mas que amizades podem ser muito valiosas, apesar dos desacertos que podem sofrer ao longo de uma vida.

Gostei da escrita de Tiago, que consegue entrecruzar passado, presente e futuro no cruzamento dos capítulos, mantendo a dinâmica do texto atrativa e instigante. Em certas frases e/ou parágrafos, a escrita de Tiago me remete à Saramago, o que foi uma grata surpresa.

Tiago foi vencedor do prêmio ?Manuel Teixeira Gomes? em 2021 e teve sua publicação inicial em Portugal.
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Vince 13/02/2023

Resenha - Pudim literário
DOZE DIAS | @TIAGO


Olá, queridos leitores. Tudo bem com vocês? Espero que sim. Para iniciar a semana vamos começar falando sobre esse nacional incrível do Tiago Feijó. Confesso que ainda não conhecia a escrita do mesmo ainda, então para mim foi uma surpresa me deparar com um texto corrido, mas foi uma surpresa boa, pois logo fui me adaptando a esse formato de escrita, com certeza uma ótima leitura para se sair da zona de conforto. 


A trama gira em torno de Antônio, professor de língua portuguesa, e em uma certa manhã ele se depara com a ligação de seu pai, o qual não o vê há quinze anos. Após sr. Raul persistir na ligação, Antônio atende. Raul explica que acordou com dores e que não pode se levantar, pede ao filho que retorne a Lorena e leve-o ao hospital, em choque Antônio tenta processar toda a informação e acaba viajando para sua cidade local com intuito de apenas deixar o pai no hospital. Contudo, o destino tem outros planos e os mantém por doze dias no hospital. Será que eles voltarão a ser pai e filho, deixando o passado para trás? Só lendo pra saber, tá!?


?A vida, misteriosa como ela só, às vezes nos abre uns rasgões no tecido grosso da realidade, umas brechas, umas frestas aqui e ali, pelas quais podemos nos meter no intuito de escaparmos à ordem das coisas e do dia.?


Leitores, me surpreendi com cada capítulo desse trajeto. E junto com o narrador, que conversa conosco durante toda a narrativa, vamos desmembrar e rememorar o passado de pai e filho, vidas vazias. Raul nunca foi um pai presente, nem nunca tentou melhorar para seu filho, viveu uma vida de b3bidas e pr0stituiç40. Sabemos que essa é a realidade de muitas famílias brasileiras, na qual o pai é ausente. Feijó escreveu cada detalhe com muito cuidado, de forma rápida e fluida, nos fazendo ler essa obra rapidamente, e o mesmo vai abordar todo enredo de forma verossímil, e com personagens únicos. Pela trama se passar num hospital pode trazer a impressão que a história é bem monótona, mas não é nada disso, muitos segredos, plots e reviravoltas são explorados. 


Outrossim, essa história é contada de uma forma única, com uma carga emocional imensa e cheio de reflexões, então quem gosta de livros assim tenho certeza que vai amar fazer essa leitura. Estou indo nessa, mas antes não deixe de comentar o que achou da minha resenha, quero saber de tudo, tá!? Até a próxima e abraços!
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Krishnamurti 10/02/2023

Caprichos da vida e do tempo
Acompanho desde há pelo menos 7 anos, e com vivo interesse, a trajetória do escritor Tiago Feijó. Li e resenhei sua primeira obra publicada (2015), um volume de contos sob o título de “Insolitudes”. Dois anos depois o mesmo aconteceu com o romance “Diário da casa arruinada”, e agora encontro novo romance seu sob o título de “Doze dias”. Obra que foi reimpressa pela Editora Penalux (novembro/2022), à propósito também de ter sido contemplada no ano de 2021 com o Prêmio literário Manuel Teixeira Gomes promovido pelo Município de Portimão em Portugal e, segundo lemos na quarta capa, ter figurado entre os finalistas do prêmio Leya de 2021.

O jovem autor cearense vem ultrapassando etapas com a firmeza dos verdadeiros criadores literários. Faz parte daqueles que estão em busca constante por aprimorar o talento natural via apuro da linguagem, na árdua busca pelo melhor encaixe entre técnica e inventiva, perquirindo as ranhuras da alma humana, sondando suas fendas, e reentrâncias. Esta a lenta e demorada carpintaria das letras. Esse o constante exercício. Nunca pronto e acabado. Penso, e já escrevi sobre, que prêmio literário não significa chancela definitiva, cabe ao verdadeiro escritor, aquele que deseja produzir obra autêntica e duradoura, que não se acomode a fórmulas prontas e trabalhe com todo afinco na construção de seus textos ao longo do tempo. Jamais deve se iludir com as fogueiras das vaidades humanas que tanto equívoco e embuste já causaram.

Feijó mostrou-se escritor promissor desde seu primeiro livro. À propósito do lançamento de “Insolitudes” – Contos. Escrevi: “Enfim, um leque de estratégias narrativas composto de marcas próprias, dando-lhes singularidade, e revelando um ficcionista que sabe exatamente o que faz”. E mais adiante: “A proposta que nos faz se afigura como uma proposta de reflexão sobre o que está implícito como motivação da criação literária. Feijó lança esta proposta como quem sopra um vento fresco através das copas das árvores, a nos acenar com a evidência de que a verdadeira arte é inabitual, excêntrica e se revela também por meio de insolitudes.”

O tempo caminhou, e vi-me dois anos depois (out/2018), a escrever sobre o mesmo autor, quando da publicação de seu primeiro romance: “Diário da casa arruinada”. Pude identificar então, que estávamos diante de um autor que revelava outras facetas literárias quando criou um romance com “arcabouço ficcional que vai nos revelando aos poucos, alguém que valoriza o ato de escrever, mas evidencia também o narrador (autor) que não pretende apenas comover, emocionar com uma história bem contada, ou informar de maneira didática sobre questões sociais da atualidade. Busca como diria Muniz Sodré, produzir um sentido de totalidade com relação ao sujeito humano, fazendo entrecruzarem-se no texto, história, psicologia e metafísica.

E temos agora este novo e premiado romance “Doze dias”. Uma sinopse singela do livro, nos daria conta de que se trata de uma ficção que gira em torno de “um pai e um filho que não se veem há quinze anos, separados por uma indiferença mútua e persistente, rompida apenas uma vez a cada ano, quando o pai telefona ao filho para felicitá-lo pelo seu aniversário. Mas o acaso tratará de pôr fim a este frio afastamento. Certa manhã, o senhor Raul acorda com uma estranha dor que o impede de se levantar da cama; sozinho e abandonado, não lhe resta outra alternativa senão ligar para o filho e lhe pedir ajuda. Antônio viaja duzentos quilômetros com o intuito de levar o pai ao hospital e retornar à mesmice de sua vida, mas o desenrolar dos fatos o mantém por doze dias no hospital, como único acompanhante do doente. Doze dias num quarto de hospital, este o local e o tempo.

Cumpre avançar um pouco mais na sinopse singela, sem prejuízo de spoiler, descortinando a ponta do véu que oculta o cerne da obra e como ele foi trabalhado pelo autor: O tempo que conjugado à memória, é a mola mestra do romance. A experiência ‘momentânea’ daqueles 12 dias de confinamento em um quarto de hospital sob precárias condições de conforto e saúde, contrasta com os 15 anos de afastamento, indiferença e ausências. É a tônica da trama combinada com características psicológicas da memória e das perspectivas que os dois protagonistas optaram, ou foram arrastados pelo rumo sempre incerto das circunstâncias das vida.

Ocorre mencionar também que o tempo cronológico até certa altura pelo menos, demarca duas trajetórias distintas e opostas. De um lado o filho Antonio (32 anos de idade) que nos 15 de afastamento, lutou para construir sua vida. Se torna professor de língua portuguesa, aluno de mestrado em uma universidade, e ainda por cima estuda língua francesa à noite. De outro, e no mesmo decurso de tempo, a mais completa desestruturação de vida. O pai Raul, (64), precocemente envelhecido a viver sozinho em uma casa praticamente vazia de mobiliário, pobre, afastado de parentes e muito doente. Esse tempo cronológico vai se esbarrar com força descomunal no campo psicológico de ambos. Quando atentamos para o plano interno da narrativa, percebemos que a progressão da temporalidade se opera em ondas e não em linha, em quadros – os dias passados no hospital –, justapostos e não encadeados. Tais quadros constroem a narrativa que se baseia na memória. A fabulação se processa por acúmulo de cenas não ordenadas em que o “antes” e o “depois” dizem mais respeito à ordem de colocação dentro do romance, que privilegia o psicológico. Uma técnica narrativa conhecida como time-shift (mudança de tempo). A tessitura da trama surpreende ainda, com flagrância, o sentimento de metamorfose que experimentamos ininterruptamente, como aquele rio perene a correr, diante do mesmo espetáculo. “Mudou o Natal ou mudei eu?”, Machado de Assis se pergunta em um de seus sonetos. E como o “eu” é um fluxo permanente, nada se mantém inalterável.

O que o filho recupera aos poucos é o sentimento impresso em seu subconsciente por toda sua vida pregressa. Os acontecimentos desvanecem, fica a ressonância na memória. Por outro lado, e para além da enfermidade do pai e dentro de si, no mistério das causas profundas de seu atual estado que ele construiu e que resultou em miséria moral e material, algo muito grave estremece-o e perturba-o. Sombras que até então não ousara olhar, mas, no entanto, não poderia jamais ocultar de si mesmo. E no silêncio de sua dor ouve gritar suas grandes culpas.

Este livro nos incita a refletir que o sentido da evolução da vida jamais deixa de atuar, esse o impulso que recebemos porque, mesmo que façamos escolhas, estamos fadados a ir da indiferença para a dedicação, da vingança ao perdão, da dor à felicidade. Não importa o tempo. 15 anos ou doze dias que seja. No caso em questão, a vida negligenciada de um pai pesou em seu destino e a dor, essa excepcional forjadora de almas, fez o seu trabalho. Este o destilar do labor da existência. Pai e filho fizeram escolhas em tempos variados e na medida do que podiam conceber no transcurso do tempo. Ocorre, entretanto, uma insuspeitada sublimação. Aí a verdadeira ascensão do espírito que deseja transferir para mais alto o centro de sua vida.

Tiago Feijó venceu o Prémio Ideal Clube de Literatura em 2014, em 2021 conquistou o Prêmio Manuel Teixeira Gomes em Portugal. Esteve bem próximo de vencer o São Paulo de Literatura em 2018 e o Leya de 2021. A julgar pelo caminho que vem trilhando e que já referimos, de perquirir as ranhuras da alma humana, sondar suas fendas, e reentrâncias, está a bom caminho. Outros reconhecimentos de seu trabalho por certo virão. E que assim seja, simplesmente porque inequivocamente, tem feito por merecer.

Livro: “Doze dias” – Romance de Tiago Feijó – Editora Penalux - Guaratinguetá – SP, 2022, 188 p. - ISBN: 978-65-5862-403-5
Links para compra e pronta entrega: https://www.editorapenalux.com.br/autor/MjQ2/Tiago_Feijo OU: https://www.facebook.com/profile.php?id=100010129953726
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