Jis Rocha 03/04/2023
Olá queridos.
Iniciando abril com um drama do autor @tiago_feijos. Tive a oportunidade de conhece- lo em um evento na minha cidade, Guaratingueta, no dia do lançamento da versão brasileira do seu livro Doze Dias pela @editorapenalux, esse livro ganhou o prêmio Manuel Teixeira Gomes em Portugal.
O livro é contado em doze dias, alternando a ordem dos acontecimentos sem nos deixar confuso, o autor se apresenta como o narrador da história dessa família.
Antonio é chamado pelo pai que está sentindo muita dor, e só tem o filho para o ajudar a ir para o hospital, pois o mesmo não consegue nem andar. Sem saber o que acontece, Antonio vai ao socorro do pai.
Daí vocês pensam: bom parece o início de um livro clichê de pai e filho, seria se o pai não morasse a 200 quilômetros de distância, e além dos quilômetros, somassem mais 15 anos. Sim, eles não se viam pessoalmente a 15 anos, e se falavam roboticamente uma vez no ano, no aniversário do Antonio em uma rápida ligação.
Misturando narrador com personagens, o autor consegue nos mostrar como mágoas, arrependimentos de uma vida afloram em somente 12 dias.
O livro é bem rápido de ler, e nos mostra que nos piores momentos é que muitos revelam o seu verdadeiro eu, assim como suas maiores fraquezas. O Raul é o exemplo de que uma vida vivida ao seu modo tem suas consequências, no caso dele, ficou sozinho (como ele queria), mas no decorrer da vida teve muitos amigos, amantes, uma vida de farra, e quando ele mais precisou de uma mão, o único que a pegou foi o seu filho, distante por 15 anos. Mesmo sabendo da mágoa que ele carregava, foi o único que o ajudou.
Nesses doze dias foi realmente de confissões, de se desnudar, de arrependimentos, encontro, despedidas e perdão.
Ao mesmo tempo em que Antonio vê sua antiga casa vazia, assim como a vida que seu pai escolheu, também vê amor, representado pelas flores no jardim desse mesmo lugar.
Então, será que o amor pode florecer novamente no coração ressecado desses dois? Será que um copo d'água seria o sulficiente para fazer isso?
" O que me pergunto é o que deixamos ao morrer? O que deixarei quando eu não estiver mais aqui? O que você acha que deixarei ao morrer, filho?"