Doze dias

Doze dias Tiago Feijó




Resenhas - Doze dias


21 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Rute31 11/05/2024

Um homem idoso pede ao seu filho que o leve ao hospital. Nada mais banal que isso. Mas não é. Porque Raul e Antônio são pai e filho que não se veem há quinze anos. E provavelmente passariam mais quinze sem se ver, se não fosse Raul mal conseguir andar, quanto mais dirigir até o hospital. Por isso, seu filho, um homem metódico e organizado, atravessa quilômetros — o que também não é banal — num dia que ele tinha todo planejado na cabeça.

O que parece um quadro muito simples, também não é. E conforme Raul piora e Antônio vai sendo informado do estado do pai por um médico indiferente, o drama familiar se descortina à nossa frente, caótico.

Durante doze dias, o mundo de Antônio se resume a macas, enfermeiras, bolsas de soro e sobretudo, à morte. É aterradora a imagem de uma mulher sendo reanimada, desesperadora a sede de Raul e muito compreensível a escolha que o narrador fez, de desordenar os dias, de não nos oferecer nenhuma linearidade. Quem já esteve num hospital acompanhando alguém sabe que as horas e os dias se medem de um jeito muito particular, em que ontem é ainda amanhã.

Antônio tem muita mágoa, Raul muitos arrependimentos. E é curioso que esse homem, tão distante do filho, seja capaz de um ato que me enterneceu desde o início: o cultivo de plantas e o pedido, implorado, de que o filho fosse regá-las, pois elas de nada tinham culpa. Recomendo essa leitura.
comentários(0)comente



Transporte_se 03/04/2024

Doze dias
São apenas doze dias, mas essa leitura retrata tantas coisas que não parece apenas duas semanas.
Quem já ficou em um hospital sabe o sentimento.
O pai que a muito perdeu contato com o filho o chama, o filho se vendo na obrigação, visto que o pai não tem a quem mais chamar vai a socorro do pai e o leva ao hospital, lá descobrem que é bem mais grave do que achavam.
Esses doze dias ocorrem no hospital, associando fatos do passado ao presente, mostrando o motivo da distância entre pai e filho. Mas será que eles continuarão cultivando esses sentimentos vendo o fim tão próximo??
Recomendo muito essa leitura, extremamente bem escrito.
comentários(0)comente



Paulo1584 21/10/2023

O ver partir
Doze dias ao lado de uma cama a observar um familiar desconhecido.

o passar dos dias soa quase como um único grande dia em que se observa alguém definhar, enquanto se conhece sua história e se pergunta sobre sua herança, seu legado. detalhes como um chaveiro com escudo de time de futebol e a sordidez de um homem que não era lá flor que se cheire.

Tiago constrói aqui, um percurso que, a medida em que aproxima o leitor, também o distancia, a contradição de narrar o futuro do agora. explico: quando se sabe que alguém está prestes a morrer, não há o que viver além da anunciada morte.

doze dias evoca a observação do que se pode viver com quem não se conhece. com aqueles que, ao olharmos, deveríamos sentir um peso tremendo da ausência, mas o que resta é só piedade e um pouco de decepção.
comentários(0)comente



Vini 28/08/2023

'Doze Dias' é bem rapidinho de ler, mas é arrebatador.
'Doze Dias' fará o leitor caminhar por questões familiares e suas indiferenças, além de tocar em um assunto comum (infelizmente) é bem delicado, que é a ausência paterna. A obra também traz esperança, perdão e cura. É aquele típico livro que mexe com o leitor. 'Doze Dias' é bem rapidinho de ler, mas é arrebatador.

Insta, YouTube, Face, Pinterest, Spotify, Skoob, TikTok e Twitter: @estantedovini

site: https://www.estantedovini.com.br/post/doze-dias-resenha
Luisa647 29/08/2023minha estante
Nossa, estou com esse livro pra ler essa semana!!! Comprei direto com o autor, autografado.


Vini 29/08/2023minha estante
Eu gostei do livro. Eu acho que você vai gostar também.




Marianne Freire 10/07/2023

15 anos de solidão

Não você não leu errado. O romance psicológico de Tiago Feijó costura uma prosa forte, entre um pai distante e um filho que segue sua vida sem a interferência da figura paterna. Mas exatamente quinze anos os separam na ficção, e o encontro se dá pela necessidade do pai Raul ao se encontrar enfermo e precisar do filho Antônio no hospital.

Emoção, compaixão, um romance melancólico. Antônio quase fleumático cuida do pai por 12 dias no hospital. Quanto vale a vida por um perdão? Por uma reconciliação? Qual o preço da solidão? Por que a doença não é capaz de reunir as feridas da alma e curá-las?

Meu conterrâneo escreve um romance psicológico com a escrita consciente do movimento da ausência de afetos e a dificuldade dos personagens em ligarem-se: o que me lembrou o que diz Spinoza sobre os afetos, afetar e ser afetado, alegria e tristeza como potências a serem aumentadas ou diminuídas. A realidade do distanciamento físico e psicológico remetem os afetos em Spinoza. A filosofia da diferença.

Tiago costura uma história triste sem ser lamuriosa, com bons instrumentos literários de força de narrativa, ?os afetos tristes? ou ?condição menor de potência? em Spinoza aparecem no romance psicológico de Tiago.

A obra nos deixa com a sensação de escassez de afeto, e o afeto como necessidade: onde posso encontrar alegria em estar com alguém que esteve ausente por quinze anos? Há virtude de enredo, a montagem é cuidadosa, mas que podem ao mesmo tempo lançar em nós um olhar sublime para o mundo, ou de revolta e tristeza

Os personagens são feridos com tristezas que a filosofia da diferença de Spinoza, Deleuze e Guattari não podem dar conta.

Quinze anos de mágoas derramados em doze dias de hospital, onde doze dias não são capazes de remover a solidão. #literaturabrasileira #literaturanacional
comentários(0)comente



@Umpouquinhodemim 06/06/2023

Doze dias
Um livro que mexe com o nosso emocional, uma trama que te faz refletir sobre questões familiares, traição, vício, sobre a indiferença e a ausência de um pai, e o perdão que tudo cura.
Para quem gosta de ler livros assim, então você tem que ler esse.
comentários(0)comente



Leia35 29/05/2023

Livro Fascinante!
Doze Dias - Tiago Feijó. Editora Penalux.

Resenha feita por Marcelo Oliveira.

Antônio é um jovem metódico e mantém a rotina num sistema rígido de compromissos, mas em uma terça-feira, que principiava como outra qualquer, o toque do telefone o faz confrontar seus conceitos de praticidade. Antes de atender surge um nome que substitui a pessoa que não é digno de figurar entre seus contatos, por isso a alcunha seria o nome da cidade de sua infância.
Do outro lado a voz que solicita ajuda, tenta se equilibrar entre o orgulho e a necessidade, seu pai "senhor Raul" a quem já não contava entre os seus há mais de uma quinzena de anos. Em um texto bastante profundo e intenso, escrito em terceira pessoa e tempo presente, Tiago Feijó apresenta uma história significativa condensada em Doze Dias na luta de redenção e reconciliação entre duas pessoas que deveriam ser muito mais que apenas conhecidos.
Traduzindo com mais sofisticação a receita do sucesso dramático de Aristóteles e Shakespeare, Tiago Feijó nos apresenta os conflitos modernos entre um pai e filho. Um ausente por "ser do mundo e não querer criar raizes" o outro tentando entender seu papel nesse teatro da vida.
Entre os dois o ressentimento de um filho que já não considera o pai um modelo de vida, nem mais nem menos, e um pai que quer discutir as decisões que deu rumo a vida que leva.
Há miséria, revoltas, revelações, vinganças, angústias e ressentimentos, em uma história envolvente e cativante que prende o leitor nos labirintos literários que o autor decidiu enveredar.
Os personagens sao construídos paulatinamentes, auxiliados por outras vozes que se apresentam de forma espontânea e necessária. Então, conhecemos Noemi e Magda, Francisco e Teresa, Dr. José Pedro, dona Amélia, Roberto, Ricardo e Rebeca e por fim Alice, coadjuvantes sem os quais seria impossível desvendar todos os nós que culminam no emaranhado da relação de Antonio e senhor Raul.
O premiadíssimo Tiago Feijó tem personalidade e não se conforna em apenas contar uma história, ele quer que o leitor sinta, cheire, doa.
Quer que veja o que ele vê e usa todo arsenal que dispõe sem reservas. Sua técnica literária é peculiar, mas não menos interessante. É o tipo de escritor que toma a frente do leitor com arrogância e autoridade e mostra que tem competência para tanto. Sua prosa é quase poética sem excessos, mas com beleza e sofisticação. Um belo texto que só encanta a quem busca verdadeiras histórias com verdadeiros escritores.
Sem dúvida alguma é um novo expoente para a Literatura brasileira moderna. Dá gosto ler uma história escrita dessa forma.
M. P. Cândido.
Well 29/05/2023minha estante
?????




Tatiana455 28/05/2023

Uma história triste, angustiante, onde o autor aborda temas fortes como: compaixão, a ausência de um pai, o perdão pelo mesmo, sentimento de culpa, rejeição, fraquezas, o vício do álcool, solidão, a doença, o suplício por um copo d?água, covardia, a espera da morte, entre outros? onde os personagens se constroem durante o período em que são forçados a conviverem depois de tantos anos de ausência.
O que se percebe e ocorre, é que na questão da aceitação, aos poucos são introduzidos doses mínimas na alma de ambos (pai e filho), levando-os a suportar os tantos erros cometidos, onde o pai, que deveria ser o cerne da família, se perde, tornando-se alguém distante, e assim rompendo os laços essenciais que sustentam a relação com os filhos.
comentários(0)comente



Giovanna.paginasda 27/04/2023

Uma leitura triste, mas necessária. @paginasdagio
? Essa leitura foi uma parceria que tive a chance de fazer junto ao autor, e só de ler as primeiras páginas eu já estava gostando.

? O livro é bem curtinho, só 188 páginas e está disponível no Kindle Unlimited, ele é bem rápido de ler, mas mesmo assim algumas coisas me pegaram de surpresa.

? A história não segue os 12 dias em ordem cronológica e as falas não são feitas com travessão ou aspas para diferenciar do resto da narração, o que pode nos confundir um pouco, mas com o tempo consegui acostumar.

? A história não tem um grande plot, e na verdade ela nem foi feita para isso, esse é um livro para pensarmos na vida, nas pessoas ao nosso redor e no que deixamos para o mundo quando morremos.

? Foi bem triste ler o livro e ver o desespero de quem tem um parente internado em hospital com risco de vida. Uma das coisas que a minha família sempre diz é que ninguém quer dar trabalho ao envelhecer e sofrer no hospital, e isso é uma coisa que eu também penso. Se não tiver jeito para mim mais, eu preferiria então desligar os equipamentos do que continuar a sofrer.

? É uma leitura muito diferente de tudo que já li, mas que eu gostei bastante.
comentários(0)comente



Dani Otogalli 11/04/2023

Um livro forte
Ao iniciar o livro já vemos a diferença na narração. De um jeito continuo o Tiago nos traz diálogos sem pausas.
E aí conhecemos pai e filho que durante 15 anos viveram distantes, mas um telefonema os juntou de forma até desconfortável.

Tendo que cuidar do pai, Antônio passa 12 dias num hospital em Lorena, na incerteza de quando poderia voltar a sua rotina.

Seu Raul no entanto, estava mais desconfortável ainda. Após tantos erros, sentia que era um peso pro filho, mas sabia que ele era o único que podia o ajudar.

Nesses 12 dias pai e filho vão reviver anos, na certeza que não poderiam consertar o passado, mas poderiam deixar grandes memórias para o futuro.
comentários(0)comente



Gessyka.Loyola 08/04/2023

Família
De início a história parece não evoluir mas passaram os capítulos e eu fiquei curiosa querendo saber os segredos e como ia se desenrolar esses 12 dias entre pai e filho.
Gostei muito, deu uma ideia de como são várias relações entre pais e filhos, e como isso impacta num momento delicado da vida.
comentários(0)comente



Diego Vertu @outro_livro_lido 08/04/2023

12 dias e reflexos de toda uma vida.
A vida de Antônio muda drasticamente quando ao levantar e recebe uma ligação. Quem chama é seu pai Raul que pede a Antônio se dirija até a cidade de Lorena para leva-lo ao hospital.
Antônio decide então atender o pedido do pai e passará doze dias no hospital com ele e é nesses doze dias que entendemos a relação construída entre pai e filho ao longo dos anos. Antônio e Raul não conversam direito há 15 anos e um não sabe nada da vida do outro.
.
Gostei muito da leitura e da escrita do Tiago, o livro me prendeu, pois queria saber o que abalou a confiança entre um pai e um filho, também é interessante a escrita fora da ordem cronológica que o autor escreve. Adorei a Brasilidade do livro trouxe uma originalidade à obra. As personagens são bem construídas e conseguimos entender as funções de cada uma. Acho que o livro toca temas familiares profundos que acontecem em muitas famílias por aí sendo um grande reflexo da sociedade brasileira atual. Enfim, um excelente livro que recomendo.
comentários(0)comente



Jis Rocha 03/04/2023

Olá queridos.
Iniciando abril com um drama do autor @tiago_feijos. Tive a oportunidade de conhece- lo em um evento na minha cidade, Guaratingueta, no dia do lançamento da versão brasileira do seu livro Doze Dias pela @editorapenalux, esse livro ganhou o prêmio Manuel Teixeira Gomes em Portugal.

O livro é contado em doze dias, alternando a ordem dos acontecimentos sem nos deixar confuso, o autor se apresenta como o narrador da história dessa família.

Antonio é chamado pelo pai que está sentindo muita dor, e só tem o filho para o ajudar a ir para o hospital, pois o mesmo não consegue nem andar. Sem saber o que acontece, Antonio vai ao socorro do pai.

Daí vocês pensam: bom parece o início de um livro clichê de pai e filho, seria se o pai não morasse a 200 quilômetros de distância, e além dos quilômetros, somassem mais 15 anos. Sim, eles não se viam pessoalmente a 15 anos, e se falavam roboticamente uma vez no ano, no aniversário do Antonio em uma rápida ligação.

Misturando narrador com personagens, o autor consegue nos mostrar como mágoas, arrependimentos de uma vida afloram em somente 12 dias.

O livro é bem rápido de ler, e nos mostra que nos piores momentos é que muitos revelam o seu verdadeiro eu, assim como suas maiores fraquezas. O Raul é o exemplo de que uma vida vivida ao seu modo tem suas consequências, no caso dele, ficou sozinho (como ele queria), mas no decorrer da vida teve muitos amigos, amantes, uma vida de farra, e quando ele mais precisou de uma mão, o único que a pegou foi o seu filho, distante por 15 anos. Mesmo sabendo da mágoa que ele carregava, foi o único que o ajudou.

Nesses doze dias foi realmente de confissões, de se desnudar, de arrependimentos, encontro, despedidas e perdão.
Ao mesmo tempo em que Antonio vê sua antiga casa vazia, assim como a vida que seu pai escolheu, também vê amor, representado pelas flores no jardim desse mesmo lugar.

Então, será que o amor pode florecer novamente no coração ressecado desses dois? Será que um copo d'água seria o sulficiente para fazer isso?

" O que me pergunto é o que deixamos ao morrer? O que deixarei quando eu não estiver mais aqui? O que você acha que deixarei ao morrer, filho?"
comentários(0)comente



Vanessa.Franca 01/04/2023

Encontros e despedidas
Um livro curtinho, mas bem intenso, sobre dois homens, pai e filho, que se reencontram e procuram se entender na última chance que têm.
Antônio recebe uma ligação de manhã do pai que não vê há anos. Ele mora em outra cidade e pede ajuda para ir ao hospital. Assim começam os Doze Dias em que ele vai abandonar sua rotina e encontrar os lugares e lembranças que ele queria deixar no passado.
O pai se afastou de Antônio e da mãe dele para viver uma vida livre e sem limites e agora o tempo cobra seu preço. Seu Raul precisa lidar com seu corpo e seus erros e não pode fazer isso sem o filho.
É um livro curto, com ritmo rápido, capítulos que não seguem a ordem cronológica. A linguagem é um pouco formal, mas não atrapalha a leitura, e as reflexões sobre esse momento tão delicado são muito interessantes. Revelações sobre o passado da família vão surgindo e a gente fica com vontade de abraçar os dois pra que eles tenham algum conforto, afinal.
comentários(0)comente



@leiturasdadudis 22/03/2023

O que pode acontecer em 12 dias?
Antônio não vê seu pai Raul há 15 anos quando recebe sua chamada, pedindo ajuda para ir até o hospital. Nem mesmo ele sabe o porquê, mas concordou em viajar uma distância enorme para atender o pedido daquele pai urgente e que desconhecia.

Durante os 12 dias que passará ali, ao lado do leito do desconhecido, e, no entanto, de seu pai, ele terá que lidar com a ausência, a rejeição e a personalidade fatigante daquele homem.

Antônia voltará ao passado e presente, revivendo memórias e resolvendo mistérios que se revelará somente por causa da morte batendo à porta.

Numa narrativa curta, com um narrador onisciente, uma escrita mais rebuscada e poética, os dias são narrados por capítulos. Dias esses que estão fora de ordem, apresentados como peças de um quebra cabeça, restando ao leitor tirar o melhor proveito do que se lê, assim como eu tirei.

Outro detalhe importante para alguns leitores, é que os diálogos não são representados por travessões ou aspas. Nessa obra, o autor dispõe as conversas em texto corrido, no decorrer do parágrafo, como quem conta uma história.

Gostei bastante da construção temporal da obra e seu desenvolvimento, mas foi uma leitura um pouco difícil para mim, que conheci e vi morrer alguém como seu Raul, embora não fosse meu pai. Por este motivo, me vi dividida em diversas passagens sobre o que sentir a respeito dos personagens e admito que até agora não sei bem que conclusões tirar, já que a leitura ganhou um teor mais pessoal.
comentários(0)comente



21 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR