Resenhas - JOANA D'ARC

@bibliotecadedramas 27/03/2023

Nunca havia lido nada sobre Joana Dar'c embora só conheça um pouco da sua história por filme, então acho posso dizer que esse foi meu primeiro contato sobre sua vida. E eu amei esse livro. A escrita é muito fluída com um toque poético e intimista e que te prende a história logo nas primeiras páginas.

"- Acredito que Deus criou o som do grito de uma mulher - ela diz - para penetrar no coração e testar nossa humanidade. Se ainda a temos ou se deixamos para trás. Mas, para alguns homens, o grito de uma mulher é como um punho que ricocheteia na armadura. Já parei para pensar: Que chance de vingança uma mulher tem? De justiça? Pois não podemos apenas rezar. Não suporto as orações de minha mãe. Não podemos esperar quietas. Não vou viver dessa forma - não mais. Então, quando falei com Deus aquela manhã, decidi que, se for para eu gritar, que seja em batalha. Não existe chance de paz senão na ponta de uma espada."


O livro começa com a vida de Joana ainda novinha - com apenas 10 anos de idade vivendo um pequeno vilarejo a sombra de um pai extremamente violento. Esse livro é uma releitura feminista de uma mulher guerreira em todos os sentidos, mas que também enxergamos suas imperfeições e principalmente o lado humano de figura que enfrentou todas as adversidades e que mesmo por um período curto de sua vida, mudou muita coisa na história da França.

Há diversos momentos emocionantes, o livro não foca amplamente nos detalhes nas batalhas, mas detalha bastante a forma como colocaram Joana como uma divindade (tanto que foi beatificada e canonizada como santa), da sua lealdade genuína com a França e não com o reinado, alguém que queria realmente libertar a França dos ingleses.

site: https://shejulis.com/livro-joana-darc-garota-guerreira-herege-e-santa/

Luiza Helena (@balaiodebabados) 29/03/2023

Originalmente postada em www.instagram.com/balaiodebabados
Joana D'Arc é conhecida por ser uma figura feminina de bastante importância na Guerra dos Cem Anos, mas infelizmente a intolerância e o machismo fez com que ela morresse bastante jovem. Nessa releitura, vamos acompanhar a vida da santa e guerreira.

Vamos acompanhar Joana, desde sua infância em uma pequena cidade no interior da França, até sua ascensão no exército. Boa parte da história se dá mais através de narrações e descrições. De primeira eu fiquei com medo que tivesse um ritmo maçante, mas a escrita da Katherine é bem envolvente e você se vê sugada na vida e no dia a dia de Joana.

Desde jovem Joana se mostrou uma mulher corajosa e guerreira, assim como sempre foi vítima do machismo e misoginia. Ao longo de sua ascensão vemos ela enfrentar isso tudo de cabeça erguida e sem demonstrar medo ou recuar diante situações que os homens se sentem ameaçados por sua influência. Interessante fazer um paralelo com outro livro que estou agora - O Poder - e ver que sempre os homens se sentem ameaçados com mulheres sendo mais poderosas que eles, qualquer que seja o âmbito.

Apesar do cenário de guerra, temos poucas descrições de batalhas. Na sua vida adulta, o foco é na sua relação com os homens no poder e como ser uma mulher que No posfácio a autora explica porquê decidiu tirar um pouco do misticismo que envolve Joana, o que a torna mais humana e menos santa. O seu final é trágico, nas mãos daqueles que também a elevaram, mas mal eles sabiam que ela entraria para a história e se tornaria um símbolo de força e garra.

site: https://www.instagram.com/p/CqBnMMcvd9L/

Bia | @psicosedelivros 05/04/2023

Ficção histórica
Uma ficção histórica, que conta a história de Joana Darc, símbolo de heróismo da guerra dos cem anos.

1421.
A França parece prestes a perder a guerra contra a Inglaterra. Enquanto o país se afunda na lama de batalhas sangrentas, o povo passa fome... e o rei permanece escondido.

Desse caos surge uma jovem capaz de mudar o rumo da guerra e liderar os franceses à vitória. E o nome dessa garota imprudente, obstinada e brilhante – uma heroína improvável – ecoará através dos séculos: a guerreira, a herética, a santa Joana D’Arc.

Para quem não conhece ou nunca ouviu falar, Joana Darc realmente existiu e foi uma peça importante na história da guerra dos cem anos, a disputa entre França e Inglaterra levou muitos anos e consequentemente muitos foram mortos. Logo antes de começar sua narrativa ficcional, a autora dá uma breve explicação sobre o assunto e a disputa por território.

O livro conta com cenas fortes de violência e agressão, são detalhadas e pode causar desconforto, mas é necessário e coerente com a época retratada. A narrativa tem muitas descrições e poucos diálogos, o que torna a leitura mais lenta, porém pelo contexto histórico isso já era esperado, o que eu acho que teria sido melhor seria compactar mais a história, e excluir algumas partes que ao meu ver não funcionaram bem.

- Temos um foco grande na infância de Joana, e menos foco na parte que eu acredito que era mais interessante. É inegável o quanto a autora pesquisou e destrinchou a vida da protagonista. Esse livro provavelmente irá agradar os apaixonados por ficções históricas, e para quem não gosta tanto, pode ser que seja uma aventura intrigante.

Mari1873 12/04/2023

"Garota, guerreira, herege... e santa"
Joana D'arc foi uma menina que sofreu desde muito nova, mas agora ela é a santa da coragem e o movimento que nunca permite os corações temerosos desistir.
"Vão dizer: Joana, me dê força e coragem. E eu vou ouvi-los, onde quer que esteja. Nunca posso morrer"
Katherine J. Chen consegue, ao longo de sua escrita, trazer vida a figuras históricas, fazendo que o leitor ame, odeie e entenda muitas complexas situações com facilidade. Mas se engana quem pensa que esse livro é apenas um romance qualquer sobre a vida de uma jovem guerreira. Esse livro é, na verdade, a mais tocante e importante representação de como teria sido a vida naquele tempo, como deve ter sido assustador ser uma criança correndo nos campos Domrémy e anos depois estar em Patay olhando um jovem soldado nos olhos. Em um certo ponto, sem nem perceber, Santa Joana virou uma força motriz constante para o meu dia-a-dia. Se ainda não leu esse livro recomendo que leia, seja religioso ou não, a força e inspiração que absorvi dele foram maravilhosas para o momento que estou passando. Porque Santa Joana não é santa porque possui uma fé inabalável em Deus - é possível ver em momentos que isso muda - mas porque ela tem uma fé inabalável na vida, em si mesma e no amanhã.

Vivianne19 07/05/2023

?Vão dizer: Joana, me dê força e coragem. E eu vou ouvi-los?
Como estudante de história, posso dizer que esse livro me chamou a atenção simplesmente por se tratar da Joana D?arc, uma mulher com uma história muito importante que viveu no fim da Idade Média. Mas se pararmos para pensar, as mulheres sempre foram vistas como um erro, mais propensas ao pecado por conta de Eva e todas as mulheres que se sobressaem na história, viveram uma vida de extrema devoção, como forma de se afastar do seu pecado que tanto as condenam: o fato de ser mulher. Será que essas santas não tiveram uma vida normal? Será que não choravam, sorriam, tinham um cachorro amado ou um gato do vizinho que sempre lhes faziam parar para brincar com ele?
Aqui nesse livro temos a Joana humana, longe de ser uma santa ideal, mas que ao longo do livro, com todo o sofrimento que passa na infância ao lado de sua família, de suas perdas, de pessoas que a traíram e usaram na vida ?adulta?. Como ela não poderia ser santa vivendo tudo isso e mantendo sua força e sua bondade? Como a Joana deste livro, será que as mulheres consideradas hoje santas, não questionaram alguma coisa que aconteceu, questionou a Deus? A Joana me cativou tanto nesse livro que vou levar ela por muito, muito tempo. O período que passei lendo, era como se eu estivesse ali observando ela, suas batalhas na infância e na juventude. Cada choro e cada sorriso, com o coração apertado por querer abraçar ela e levar para longe de tudo que a fazia sofrer. É um livro que vou revisitar várias e várias vezes, eu recomendo a todos que gostam de História, dar uma chance a ele.

Zaz 14/05/2023

Uma releitura mesmo muito linda e tocante. Sempre gostei da historia dessa mulher, mas esse livro e a forma que a autora retratou a joana me fizeram amar um pouco mais

Séh 07/09/2023

Releitura pé no chão
É um excelente livro que faz uma releitura bem menos mística e sobrenatural da figura de Joana D'Arc. Muito interessante, a leitura te fisga do início ao final e a forma que a história é contada faz tudo parecer muito palpável. Confesso que houve momentos que eu gostaria que tivessem sido mais explorados e descritos mas isso não faz com que a história fique superficial e sim dá uma dinâmica melhor para um livro que trabalha mais com descrições e pensamento e não tanto com diálogos. Recomendo muito a leitura, vale super a pena.

sofia 21/05/2023

Acho que nunca chorei tanto com livro, estou abalada de todas as formas possíveis.
Esse livro retrata a Joana não como uma santa, mas sim como uma pessoa, com sentimentos e emoções humanas; uma jovem mulher, e acima de tudo, uma guerreira. Dá pra sentir em cada palavra exatamente o que ela passou, é uma troca emocionante que faz o leitor vivenciar a dor, o luto, a esperança, a injustiça, as glórias e as derrotas.
Essa narrativa transmite exatamente o que é ser mulher, e é angustiante ver como certos pensamentos não mudaram depois de 600 anos.
Não achei que eu ia gostar tanto, mas fechei o livro com falta de ar de tanto chorar.

Agnie 25/05/2023

Eu conhecia a história da Joana superficialmente, e em todas a versões que vi ela era representada de forma mística, quase divina. Nessa adaptação, porém, Joana é representada de forma mais humana, mais real, o que me fez ficar ainda mais interessada em sua jornada.

Eu gostei da escrita: um meio termo entre um relato histórico e uma narrativa ficcional, o que representa bem a história retratada nesse livro. O ritmo foi mais difícil de encarar, as vezes arrastado e, as vezes, com tantos acontecimentos entulhados em uma única pagina que ficava difícil me situar.

Achei que a escolha de quais cenas seriam mais desenvolvidas e quais acontecimentos seriam só mencionados um pouco... estranha. E o tom um pouco pesado demais. Os temas também não são dos mais fáceis de consumir. Isso tornou a leitura mais vagarosa e mais difícil de me conectar.

E mesmo com as questões que eu tive durante a leitura eu ainda gastei bastante. Essa foi uma releitura muito fascinante e inspiradora da história de Joana D'arc.

lavi.albuquerque 01/06/2023

A melhor história de joana d?arc
O livro conta a história de joana d?arc (óbvio) mas não da forma santificada em que ela foi colocada, não acusando ela de ser maluca e ter visões, mas sim uma versão coerente do que joana deve ter sido.
acompanhamos sua infância super difícil, seus momentos de glória, até o momento de sua captura.
gostei muito da leitura em todos os aspectos, o único ponto é que em alguns momentos se torna um pouco repetitivo. porém sei que não tinha muito para aonde fugir, a autora fez um trabalho incrível, entretanto é inevitável se cansar do enredo de vez em quando.
foi uma leitura de certa forma bem pesada mas que agregou muito nos meus conhecimentos sobre a ?santa?.
gostei bastante e acredito fielmente na versão que o livro mostra em vez da baboseira de santidade, a forma como a autora tratou a joana como uma mulher guerreira e não só como uma pessoa com visões santas foi a cereja do bolo.

Maisa 04/07/2023

Me surpreendeu
Adorei como a Joana foi representada no livro.

?Eu mereci essa manhã como vou merecer todas as manhãs depois dessa. As glórias do dia seguinte sempre serão maiores, e o que sofri hoje será devolvido multiplicado por cem em forma de bençãos no futuro. Vocês devem ter fé de que assim será. Devem lembrar ao corpo que as dores de seu coração serão curadas.?

Cupcake_lps 19/07/2023

Alguém mata o rei por favor
Que mulher foda, odeio quando tem religião no meio mas não me incomodou tanto nesse livro, algumas vezes quis socar a Joana mas sofri dms e algumas vezes me vi sendo ela e entrando naquela realidade em que ela passava e que mulher foda....o amor que ela tinha pela irmã o sentimento pelo tio que muda no final ao descobrir que ele não ajudou a irmã e meu deus aquele rei, pelo amor de deus como eu queria bater nele

Dani @oslivrosdadani 21/07/2023

Joana D?arc
GAROTA. GUERREIRA. HEREGE. SANTA? Uma impressionante releitura feminista da vida de Joana d'Arc.

Ler este impressionante romance de Katherine J. Chen me fez perceber o quão pouco sabia sobre Joana d'Arc; ela é alguém de quem sempre estive ciente, obviamente, mas não da sua real trajetória.

Nascida por volta de 1412 na vila de Domrémy, nordeste da França, durante a guerra dos cem anos. Ela teve visões de santos por volta dos 13 anos. Aos 17, se apresentou à corte do delfim em Chinon e, com base em suas visões enviadas por Deus, o convenceu de que poderia salvar a França.

Pelos olhos de Chen nos deparamos com uma jovem imprudente, obstinada e brilhante. Joana sobreviveu a uma infância repleta de alegria e vi0lência para reivindicar uma posição extraordinária e frágil à frente do exército francês. O campo de batalha e a corte real estão cheios de perigos, onde ela se vê sob suspeita de todos os lados, bem como sob a ameaça de sua própria ambição.

Há tanta pesquisa nesse romance que fica evidente ao longo da narrativa. Não apenas sobre a própria protagonista, mas também sobre a história política, religiosa e social da época.
A escrita é muito cuidadosa e envolvente, especialmente nas cenas com o arco longo. Ricamente imaginado, com personagens inesquecivelmente vívidos, que rugem fora das páginas e narrativa propulsiva, Joana d?Arc é uma mistura sedutora e totalmente humana de cautela e confiança, um retrato épico emocionante, um triunfo da ficção histórica e uma celebração feminista de uma mulher notável e extraordinariamente real que deixou uma marca indelével na história.

Uma leitura altamente imersiva que eu indico a todos aqueles que apreciam uma boa história.

?Contra todas as probabilidades, o destino nos uniu. O senhor, futuro de seu reino, e eu, que não sou ninguém.? Joana d?Arc de Katherine J. Chen.

Pietra 01/08/2023

Eu gostei, sei lá fez parecer que eu estava lá junto inclusive fiz o blanc manger (se é assim q esceve) recomendo sim principalmente principalmente para quem gosta da matéria história inclusive li porque eu estava estudando sobre ela e me deu vontade de saber mais.?

Maria14238 03/08/2023

Justiça por Joana D'arc
No início de 2023 o assunto Joana D'arc se introduziu de forma muito súbita na minha vida. Não recordo qual foi o gatilho para que minha obsessão por essa figura histórica surgisse, porém é certo que o meu primeiro contato com a trajetória da Joana foi através desse livro.

O começo é lento, a leitura se arrasta nos primeiros capítulos, até ganhar força e ritmo no ápice da história e deslanchar até o final.

A Katherine J. Chen tratou de sensibilizar a história ao máximo, desenvolvendo ao longo do livro uma espécie de "bastidores" por trás dos holofotes que caíram sobre a Joana através do tempo. É possível ver uma heroína totalmente humanizada, com características físicas robustas e masculinas para justificar sua força implacável. Esse aspecto foi o mais surpreendente capaz de me tocar, pois a autora vai construindo justificativas humanas para toda a glória conquistada pela personagem, trazendo a reflexão perspicaz do que significa ser uma mulher na idade média, e o quão poderosa é a influência católica sobre cada indivíduo e reinados.

É logo na infância imaginada através da perspectiva da autora, que vemos Joana D'arc começar sua extensa coleção de sofrimentos, provações, abandonos, e em meio a tudo isso, seus questionamentos a respeito do divino. Ela é maltratada pelos irmãos mais velhos e agredida pelo pai, que por diversas vezes a deixa inconsciente. O que surpreende, é que apesar disso, Joana é famosa em Domrémy, sendo reconhecida como uma garota arteira, mas gentil, que está sempre pronta para ajudar.

Em diversos momentos do livro, Joana questiona se há um deus, e se esse deus existe, por que permite o sangue derramado dos franceses? Com base nessas reflexões, ela constrói seu senso de justiça e sua vontade de cessar a guerra. Ela não se imaginava de fato lutando no campo de batalha até então, mas já tinha a noção de que algo precisava ser feito, e rápido.

A relação entre ela e sua irmã, Catherine, além de seu tio Durand, são as únicas coisas boas que ela considera em sua vida dolorosa. E foi o suicídio de sua irmã após ter sido abusada pelos ingleses durante uma invasão em sua vila, que Joana se transforma na versão em que conhecemos. Ela vai até o Delfim da França e consegue chegar na posição de líder das tropas francesas, e a partir desse ponto, os resultados são uma sucessão de vitórias essenciais para mudar o rumo da guerra, motivadas não pelo divino, mas pela crua vingança que Joana começa a caçar.

Isso é interessantíssimo, pois nos faz refletir em como uma verdade pode ser manipulada para ser aceita numa determinada época, por determinados povos. A França teria criado essa película santificada para que a Joana perdesse sua humanidade e fosse comprada como uma "Enviada por Deus", pois o povo jamais seria receptivo a uma simples mulher na posição de liderança dentro de um exército, e isso faz todo sentido.

Abrindo um ênfase para a traição do Delfim, é simplesmente angustiante os capítulos finais. De "santa", Joana passa para "farsa", e tão rápido quanto sua glória ergueu-se, também declinou. A revelação que seu pai fez à ela de que o amado tio teve a oportunidade de intervir no abuso da sobrinha, mas escolheu fugir, é a "cartada final" para perpetuar sua vida de sofrimento. O então Rei Carlos VII motivado pela inveja a envia à armadilha de Paris para favorecer sua captura, mergulhando o leitor naquele velho bordão "Todos querem te ver bem, mas nunca melhor que eles". Joana foi traída por aqueles a quem ela salvou, mas nesse livro, Katherine eleva o plot de Mártir, sendo impossível não se emocionar.

Diante disso tudo, concluo que esse livro é brilhante, e eu mais do que recomendo a todos que gostariam de se familiarizar com essa incrível personagem histórica. O livro não tem foco nas cenas de batalha, mas sim em imergir o leitor no consciente da heroína e no seu legítimo propósito de expulsar os ingleses do território francês.

Bônus: recomendação da música Joan of Arc - Arcade Fire.