Dor fantasma

Dor fantasma Rafael Gallo




Resenhas - Dor Fantasma


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Felipe 09/12/2023

A perfeição é imperfeita
Rômulo castelo é um pianista famoso e notável por ser o maior ou um dos maiores interpretes de Franz Liszt.

Ele está praticando a obra prima de Liszt, e em meio a isso, se mostra uma figura ausente dentro da sua própria casa e uma pessoa mesquinha.

Esse livro mostra um protagonista desumano, egocêntrico e esnobe que não tem capacidades de manter relações interpessoais.

Todo o Karma possível é pouco.

O livro é muito bem escrito e tem uma técnica impressionante por parte do autor.

Eu tenho nojo do personagem principal, o Músico Rômulo Castelo. Eu tenho um asco totalmente involuntário e completamente consciente. O livro é muito bom, mas me deixou levemente transtornado pelos gatilhos.

Tags de gatilho: violencia doméstica, abandono, capacitismo, agressão, humilhação e etc.

Apesar disso, recomendo esse livro pra pessoas que gostem de entender a mente de um sociopata e também que se interessem pelo mundo de orquestras e afins.
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V_______ 26/04/2023

O zelo exige rigor
Rômulo Castelo é um pianista, um dos maiores intérpretes de Franz Liszt, preste a se tornar o maior com a apresentação de Rondeau Fantastique, a obra de Liszt ao qual vem se dedicando sua vida toda, de forma obcecada, nada menos que a excelência é o que pode aceitar, o que exige extremo rigor. Rômulo vive para a música, que negligência tudo mais ao seu redor, filho, esposa, pai, alunos e companheiros de trabalho, sua arrogância é também que nada é ninguém estão a sua altura, mas um acidente está prestes a pôr seu mundo em xeque.
De forma magistral Rafael Gallo, autor paulista, entrega um dos personagens mais marcante que li na literatura contemporânea, não a toa foi agraciado com o Prêmio José Saramago. O livro não perde seu ritmo em momento algum, dê forma a prender e chocar o leitor até suas últimas páginas.
Dor Fantasma já se tornou minha melhor leitura do ano até aqui, e não tenho medo em afirmar que é uma das melhores do ano.
Kelly 01/06/2023minha estante
Esse livro me deixou tensa, bah...


V_______ 01/06/2023minha estante
É um livro bem angustiante mesmo.


Helder 11/10/2023minha estante
Estamos em outubro e segue sendo minha melhor leitura do ano


V_______ 11/10/2023minha estante
Não parei para formular uma lista ainda, mas com certeza vai está no meu top do ano.




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Alê | @alexandrejjr 25/04/2023minha estante
Obrigado por compartilhar as tuas impressões, Elisa! Esse autor me interessou bastante recentemente e fiquei curioso com as obras dele, com temas sempre bem instigantes. Vou ficar atento aos teus apontamentos na minha leitura.


ElisaCazorla 26/04/2023minha estante
Obrigada por comentar, Alê! Vou aguardar as suas impressões! O livro é muito bem escrito e tenho certeza que você vai ter uma ótima experiência! Aguardo os seus comentários!




Taina 06/09/2023

Essa obra é uma ópera
Logo nos primeiros capítulos é possível compreender tudo o que irá acontecer no livro. Isso se dá pela personalidade do personagem principal: um ser quadrado, raso, sem surpresas, sem arestas, sem complexidade alguma.
Mesmo a história sendo previsível e mesmo o personagem principal sendo insuportável, é um texto incrível! É extremamente bem escrito; todas as metáforas são boas; é surpreendentemente poético e muito (muito!) elegante.
Não à toa o autor levou anos escrevendo esse texto: há esmero em cada frase, cada palavra tem o seu lugar. É uma ópera literária.
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Leila 30/04/2023

Vamos lá para mais um texto difícil de fazer, rs. Dor fantasma tem sido o livro sensação do momento e pelo menos 11 de 10 resenhas pela internet estão elogiando a obra. Vários amigos queridos leram o livro e amaram também, mass....Eu, Leilinha, sou chatinha e encontrei vários furos na narrativa e isso prejudicou eu comprar a história como a maioria. Não me entendam mal, até gostei do livro, não achei de todo ruim, mas também não achei essa coca-cola toda não. Porém, contudo entretanto, tiro o chapéu para o autor que soube criar um personagem dos mais odiosos dos últimos tempos (com algumas incongruências também na construção do personagem, mas tá valendo!). Senhor! esse Rômulo pode ganhar a medalha de ouro de crápula honrosamente, rsrsrs. Pior de tudo é saber que existem andando por aí algumas pessoas tão odiosas quanto...triste realidade. Legal a sacada da "música intocável de Liszt" e gostei também de conhecer toda a rotina e sacrifício de músicos de excelência, afinal é algo totalmente fora do meu entorno e conhecimento. No mais, deixarei vocês descobrirem por si mesmos, inclusive os sustos que eu tive ao ler a obra, os atos absurdos desse personagem execrável. Enfim, agora que já fui excomungada por quem se dignou a ler esse breve texto quase difamatório sobre um queridinho da maioria, vou me retirar antes das pedradas me atingirem.
Anna 27/06/2023minha estante
Também comungo da mesma opinião kkkk




Djeison.Hoerlle 10/06/2023

O romance de Rafael Gallo foi vencedor do prêmio José Saramago de literatura. Esta informação era irrelevante para mim até alguns meses atrás, mas Saramago cresceu em minha perspectiva. Não por tê-lo lido, mas por ter me aproximado de pessoas que não somente o leram, mas que também sentiram-se lidas por ele, razão pela qual achei justo pontuar o tamanho da honraria concedida a este autor brasileiro.

No livro acompanhamos a derrocada de Rômulo Castelo, um virtuoso pianista, rumo ao fundo do poço. Mas como costumam ser a maioria dos bons estudos de personagem, este é um poço cavado por ele próprio, isto é, se o manejo de uma pá for viável para uma pessoa que dispõe de uma única mão, já que Rômulo, em um acidente, perdera não somente a mão destra, mas também, a própria identidade.

Um dos principais trunfos do livro é o vigor com que lapida esta derrocada. Quando pensamos estar diante da calmaria do fundo, na iminência de uma redenção, de um retorno à superfície, somos surpreendidos por novos golpes de pá, dilacerando a terra dura e úmida sob os pés do protagonista, despertando asco no leitor, mas também, pena.
E embora desconfortável em diversas passagens - de forma proposital, é claro - a escrita de Rafael Gallo faz-se notável pela fluidez. Existe poesia, existe exuberância e até um certo charme estilístico em Dor Fantasma, elementos que remetem à obras densas e cada vez menos acessíveis para o leitor moderno, mas que neste livro emergem em meio a capítulos curtos, compostos por cenas rápidas e diálogos contidos, sempre presos entre aspas. Este recurso potencializa a transição entre narrativa e interações, amarrando-as em um único nó e tomando para si o papel de fazer uma curadoria, não trazendo ao leitor a totalidade de conversas realistas e cotidianas, mas apenas as passagens necessárias para o avanço da história e lapidação de seus personagens. Esta estrutura não apenas prova-se um acerto, mas também, um dos principais trunfos do livro, já que ao contrário da maioria dos livros tidos como "bem escritos", Dor Fantasma não desafia o leitor, mas o auxilia a continuar imerso.

E mesmo tendo demorado cerca de um mês para finalizar a leitura - um mês atulhado de sonhos meus e não nos de outros autores - não houve um dia em que eu não me visse refletindo sobre as vivências de Rômulo. Não somente as já vividas na altura em que eu me encontrava da leitura, mas também as que ainda seriam vividas conforme as páginas fossem sendo viradas. Fazia anos que um livro não me fazia reflexivo e expectante em medidas equivalentes.

Cabe, por fim, pontuar a riqueza das passagens acerca da produtividade - a medida que separa os meros talentos dos gênios. Sendo oriundo de uma geração de procrastinadores, é duro observar como as ponderações cruéis de um protagonista cuja filosofia pessoal revela-se sua própria ruína, ainda assim me atingiram como lâminas. Talvez exista mais culpa do que saúde mental em cada uma das sessões de lazer que nos damos o direito, afinal de contas.

É, talvez, por este motivo, que eu faça do meu lazer, parte dos meus sonhos. Encaro cada leitura como um estudo, uma agregação de bagagem para as futuras escritas as quais executarei. Mas não são todas as que se adequam a este papel - de fazer refletir, de fazerem-se incômodas - mas Dor Fantasma, a exemplo de seu protagonista, é neste aspecto, virtuoso.
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Kelly 14/04/2023

O pior do ser humano
Terminei agora a pouco este livro.
E estou chocada com ele.
A leitura em si fluiu maravilhosamente bem e a escrita do autor é magnífica, mas o que mais me impressionou foi a construção do personagem.
Rômulo, pra mim, demonstrou o pior de um ser humano. Um homem cheio de regras, que busca a perfeição a si, a seu Eu, e acaba por se tornar alheio ao restante das coisas, se não envolve música, (partituras de piano e/ou concertos) pra ele não serve, não merece sua atenção. E nisso se encaixa também sua esposa e filho, o qual ele despreza por ser deficiente. Na verdade, ele despreza muitas pessoas ao que dá a entender, mas ele não verbaliza em palavras, então até passa uma imagem de 'boa pessoa'. A princípio quando se inicia a leitura, Rômulo aparenta ser apenas um daqueles tipos meio arrogantes, rabugentos, porém, após um acidente, desperta dentro dele o pior de si, e ainda pior que isso, é o fato de ele acreditar que não faz nada de errado, que suas atitudes são aceitáveis, e que são as pessoas ao seu redor que estão todas erradas e que estão 'perseguindo' ele, que ele é a vítima aqui.
Fiquei realmente horrorizada com alguns pensamentos dele, e com certas coisas que ele fez.
Até pouco mais da metade do livro, eu esperava um caminho, mas o que se desenrolou a minha frente foi outro, totalmente oposto ao que imaginei.
O autor consegue nos surpreender, pois tudo leva a crer num rumo, e ele vai lá e te faz quebrar a cara. Eu realmente não esperava por esse desenvolvimento.
Um livro com certeza muito bem construído, com um protagonista de peso, e que vai deixar muitos leitores (assim como eu) com muita raiva dele.
Tudo aqui é minucioso e bem trabalhado.
Porém não há aprofundamento em outros personagens, o que temos aqui, é basicamente estar dentro da cabeça de Rômulo e ver as coisas como ele vê, mas como somos pessoas diferentes dele, não compactuamos com essa sua visão, esse seu modo de pensar.
Bem, acho que é isso, se me aprofundar mais, vai acabar virando spoiler.
Com certeza é um livro que recomendo, apesar de não ter gostado muito do final, o conjunto da obra se torna muito bom e com certeza faz valer a leitura.
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Rosiene5 11/10/2023

Leitura muito interessante e um protagonista tão bem construído, que durante a leitura tentei ter empatia pela personagem, pois logo se vê que é um homem que teve uma infância interrompida com um pai extremamente severo que sempre cobrou muito dele, porém as ações da personagem, sua falta de amor ao próximo, sua obsessão pela disciplina, ordem e perfeição, que não exigia apenas de si mesmo, mas de toda a humanidade, tudo em Rômulo Castelo é cruel, rígido, antipático que fica difícil não desenvolver até um ódio pela personagem, porém ainda assim a gente fica presa a história desse homem narcisista e paranóico, pois queremos saber até onde sua loucura vai terminar.
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Juliana1577 21/08/2023

"E a vida, esse contínuo exílio forçado"
Rafael escreve muito bem! Escrita fluída e leve.
Partindo ao desfecho, fui tomada por muita apreensão e curiosidade pelo ato final de Rômulo, por assim dizer... afinal, veríamos a sua redenção? Sem spoilers, digo que me emocionei.
De modo geral, achei uma leitura interessante e agradável devido a boa escrita.
Caco 25/04/2024minha estante
Primeira vez que leio sobre esse autor e o romance, achei no mínimo cativante. Colocarei já na minha lista.




Natalia.Eiras 15/04/2023

Um dos melhores livros de 2023, com certeza.
"Dor Fantasma" é um livro fora da caixinha e você vai entender por quê.
🎼
Neste livro nós vamos acompanhar a história de Rômulo Castelo, um pianista que passou a vida inteira se preparando para o grande momento de sua vida, quando ele apresentaria uma peça conhecida como intocável: Rondo Fantastique de F. Liszt.
🎼
Porém, um grave acidente tira abruptamente esse sonho de Rômulo.
Neste momento, poderíamos ter mais um livro com um arco de superação, com o personagem mudando aspectos da sua personalidade, se tornando uma pessoa melhor e blá blá blá. #SQN
🎼
Esse não é um livro de Nelson Rodrigues, mas é bem "a vida como ela é", e assim como na vida real, existem pessoas que ao sofrerem um acidente irão passar por um processo de negação e que não vão superar isso.
🎼
Assim como existem pessoas que são execráveis durante toda a vida, e é isso. Nem todo mundo terá um arco de superação, ou um arco de redenção. Porque nem todo mundo é bom, existem pessoas malvadas neste mundo.
🎼
E justamente por esfregar isso na sua cara é que esse livro ganhou o Prêmio José Saramago em 2022.
🎼
Merecidíssimo e recomendadíssimo.
⭐⭐⭐⭐⭐

site: https://youtu.be/ecvixx4ufF8
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anna v. 26/07/2023

Prometeu mas não entregou
Fui atraída por este livro por 2 motivos: vencedor do prêmio José Saramago; e universo do piano clássico, que me interessa. Li a amostra no Kindle e fiquei interessada o suficiente para comprar o e-book. No entanto, não achei que o livro se desenvolveu a contento.
Como já escreveram em outra resenha por aqui, o narrador é em terceira pessoa (onisciente), mas só reproduz o pensamento do protagonista, o pianista Rômulo Castelo. Que Rômulo é um personagem odioso, já entendemos logo no início. No entanto, que ele não mude nada ao longo de todo o romance é decepcionante. Continua sendo o mesmo homem arrogante e autocentrado, certo de seu próprio mérito e certo de que é melhor que todo mundo. No geral, os personagens todos me pareceram unidimensionais (a esposa, o filho, os colegas). Até a pobre aluna, Sarah, que imaginei que teria maior relevância, tem um fim que eu considerei preguiçoso, do ponto de vista da narrativa.
A escrita me pareceu pretensiosa, mas achei que combinava com o personagem, que é pretensioso ao extremo. Mas com o passar do tempo acabei me cansando disso também.
Enfim, não achei horrível, mas não recomendo.
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Luciana761 28/04/2024

Surpreendente
Normalmente eu me apego bastante aos personagens, então foi uma surpresa gostar de um livro onde o protagonista é detestável.
O livro é muito bem construído, tendo como ponto de vista central Romulo, um pianista obcecado e um ser humano detestável.
A escrita me prendeu muito, até o final, mesmo perpassando por emoções desconfortáveis, fiquei literalmente de boca aberta em vários momentos com as ações de Romulo; alguns pontos ficaram em aberto mas entendo que não era o objetivo do autor responder todas as questões e sim focar no protagonista.
Recomendo a leitura.
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Felipe 09/12/2023minha estante
Eu quis tanto socar esse Rômulo. Perdi a conta




Ju Harue 07/05/2024

Com certeza a escrita é excelente, porque para capturar atenção e nos fazer ler até o fim a história de um personagem odiável, somente sendo um grande escritor. A escolha do final, mexeu comigo e ainda estou refletindo, mas o percurso até lá foi incrível.
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