alana 03/04/2024
Autodiagnóstico: depressiva
?Com frequência procuro livros que são como remédio, que se encaixam na minha situação e nos meus pensamentos, e os leio de novo e de novo, sublinhando tudo, até as paginas ficarem em frangalhos, e ainda assim o livro terá algo a me dar. E no tempo certo, silenciosamente, eles apresentam uma solução, esperando até que eu esteja curada por completo. Essa é uma das coisas mais legais a respeito dos livros.?
Esse livro é tão intimista que parece que você tá com a Baek nas consultas. Tem momentos que você precisa fechar os olhos e suspirar porque o que foi escrito parece tão absurdo de ser dito em voz alta que você esquece que aquilo era uma consulta com um terapeuta e tudo bem dizer essas coisas. Você se pergunta ?como ela pode se sentir assim o tempo todo??. Eu me sinto exausta só de imaginar ser assim.
Quando iniciei o livro, pensei que o epílogo seria algo do tipo ?estou curada e vivendo minha vida e comendo muito tteokbokki?, mas a realidade é um pé no saco mesmo. Dez anos fazendo terapia, dez anos em que a autoestima dela aumenta de pouquinho em pouquinho. Isso mostra como nenhuma mudança saudável é radical. É gradual, lenta e às vezes muito torturante (dá de perceber isso nas páginas). Além disso, ela é realmente uma pessoa muito forte porque, com todos esses sentimentos e pensamentos, acho que *eu* não teria ido tão longe. Me senti sufocada e exausta na maior parte da leitura (não tem absolutamente nada a ver com a escrita).
Por fim, de fato não foi um livro leve de ler, mas saí com aprendizados e identificações (vou precisar de terapia).