Resenhas - Palavras que Aprendi com a Chuva

Di Morais 04/01/2024

Palavras que aprendi com a chuva
Excelente!
Trajetória de Nori, filha de uma nobre com um soldado, tentando ser aceita pela realeza e ao mesmo tempo lutando por descobrir sua verdadeira identidade e superar seus traumas.
História linda cheia de emoções, tristezas, alegrias, injustiça e amor ao mesmo tempo.

Morgana Gomes 15/01/2024

Palavras que aprendi com a chuva
Posso dizer que esse é um dos livros que me deixou com a sensação de quebra total de qualquer expectativa. Quando comprei o livro, achei uma coisa e percebi que não era nada daquilo que imaginava.

Durante a leitura, algumas partes ficaram bastante óbvias e dava para saber o que ia ser revelado algumas páginas depois. Outras partes realmente surpreenderam, pois nem sequer tinha pensado naquela possibilidade.

Entre trechos um tanto quanto maçantes e outros marcantes, conhecemos a história de Noriko à partir do momento em que ela é deixada pela mãe na casa dos avós maternos. Isso seria apenas a ponta do iceberg do que viria a acontecer com ela.

Ainda estou processando o final do livro e confesso não ter curtido muito. Algo ficou suspenso no ar e deu uma leve sensação de que depois de tantos plot twists, era preciso encerrar. Depois de tudo o que Noriko passou, haveria de fato a tão desejada esperança em sua escolha?!

Vou ficar remoendo esse final por um tempo...

Jéssica Berton 15/01/2024

Final Bosta
Estou indignada com esse final, depois de tudo que a Nori passou por causa dessa velha desgraçada, a tonta volta pro Japão, volta a morar com vó, termina o noivado com um rapaz que ela amava para viver um casamento arranjando. Sem lógica e sem sentido, fora que ficamos sem saber o que aconteceu com a mãe dela... Enfim, que decepção.

Paulo2175 16/01/2024

Um livro sobre valores: masculino

Um livro que nos chama a atenção do início ao final, pois o leitor tem sempre em mente o que poderá acontecer nas próximas páginas.
O livro nos mostra uma família vivendo dentro de uma dinastia antiga que se transforma em casta. Casta esta onde o ser mulher deve ser humilhada, espancada e acima de tudo tem que aprender a obedecer a um sistema que, para nós ocidentais, é muito perverso, radical e desumano.
A autora no mostra que para se obter poder, é preciso seguir uma linha nada justa e acima de tudo, aprender desde cedo que quem manda é o homem. Um simples relacionamento com um estrangeiro já é motivo para expulsão daquela família e por conseguinte ser chamada de prostituta, caso tenha um filho com este estrangeiro.
Não chega a ser uma obra prima ou um primor de livro, mas é uma boa história que merece ser lida sim .

Rosa282 01/02/2024

Emoção, reflexão, denúncia e força.
"Palavras que aprendi com a chuva", uma construção narrativa densa, no sentido dos questionamentos e denúncias presentes em suas camadas. É emocional, pois traz a trajetória de uma vida, da infãncia à idade adulta numa luta constante pela sobrevivência e sanidade física-mental e emocional. Denuncia o racismo estrutural, a hierarquização sócio econômica , o persistente patriarcado, que coíbe as vozes das mulheres. Entretanto, mesmo o texto expõe a força que há na empatia, na valorização e respeito, impulsionando outra forma de agir e pensar, representados pelo personagem Akira, meio-irmão da protagonista principal da narrativa. Ele se torna a base da mudança em Nori. Embora ambientada no Japão, se desenvolvendo do período de 1930 até o final da década de 1960, as discussões e denúncias não se referem apenas ao Japão, mas a sociedade global repercutindo na contemporaneidade. O texto nos chama à reflexão, um olhar para a nossa época e para as nossas ações. Essa resenha simples não é capaz de esgotar as camadas de informações e discussões importantes presentes nessa narrativa. Indico a leitura desse livro, mas alerto que não haverá 'romance clichê ' ou um enredo épico, porém ao término dessa leitura, se vc se permitir, já não será a mesma pessoa que a iniciou, talvez alguém muito melhor.

Val Herondale 02/02/2024

Comovente?
Esta obra proporciona uma experiência emocional e cativante, prendendo o leitor do começo ao fim. A trajetória de Nori é uma jornada marcante e encantadora, repleta de obstáculos, batalhas e afeto. A escritora habilmente entrelaça a trama, envolvendo o leitor em cada folha, cada sentimento, cada particularidade. É inegável não vivenciar a tristeza e o isolamento de Nori, assim como a ansiedade em sua busca por reconhecimento e carinho.

Alle_Marques 07/02/2024

Amaai
...
"Eu sinto essa vida
Dolorosa e insuportável
Mas não posso fugir
Já que não sou um pássaro"
...
A história é interessante, diferente e imersiva, é boa de acompanhar e os personagens são únicos e bem desenvolvidos, a escrita é sensível, quase poética, bem exagerada as vezes, bem mais sentimental do que era necessário e isso prejudica um pouco o ritmo, mas prazerosa de ler mesmo assim e apesar disso.

A Nori é uma protagonista em constate mudança, crescimento, é fácil se irritar por algumas de suas atitudes, como a passividade, por exemplo, mas também é fácil de entender suas motivações, é fácil se colocar em seu lugar e inevitável se sentir sufocado em meio a tantas violências e provações. Akira, por sua vez, é um mistério do início ao fim, ele é complexo e cheio de camadas, além de ser bem difícil de decifra suas reais intenções e seus objetivos, especialmente em relação a irmã, ele é um personagem profundo, cativante e foi de longe meu favorito. A relação dos dois, então, nem se fala, é o ponto alto da obra. É uma história de amadurecimento, de descobertas e injustiças, é por vezes dolorosa, mas por vezes reconfortante. É uma jornada única e marcante.

Sobre o final, pensei bastante a respeito dele e depois de muito pensar, a conclusão que cheguei foi que: não, não foi ruim, a Nori teve, enfim, o reconhecimento que merecia, a justiça estava sendo feita e ela estava caminhando para ocupar o seu lugar no mundo. Porém, a forma como isso aconteceu, como foi executado e o caminho que a história trilhou até chegar lá, isso sim foi ruim e desnecessário, poderia ter sido bem melhor pelo bem da obra como um todo, teve muitos elementos que poderiam ser descartados, além de umas contradições que incomodam bastante, como, por exemplo, a protagonista ter um único objetivo na cabeça, o de mudar as coisas, quebrar as tradições, mas acabar executando essas mesmas tradições, fazendo exatamente o que esperavam dela e disposta a prejudicar outros — seu próprio filho, principalmente — da mesma forma como ela própria foi prejudicada.

Alguns outros pontos que me incomodaram bastante, foi (1) a desconexão do título com a história, (2) o único grande problema dos japoneses ser o fato da Nori ser uma bastarda e não por ela ser negra, além de deixar um pouco de lado a busca pela identidade que deveria acompanhar a protagonista (3) e o esquecimento da autora, e consequentemente da personagem, em relação a algumas coisas que aparecem na história.

Em partes: (1) Pelo título, é meio obvio de se imaginar que a chuva vai ser uma personagem importante para a jornada da Nori, mas isso não acontece, ela mal é citada e quando aparece não faz jus ao título, além de mal se dá ao trabalho de se conectar com as explicações dos tipos de chuva presentes no final da obra da DarkSide.
(2) Nunca fui ao Japão, então não posso afirmar como as coisas são por lá, mas é bem difícil de acreditar que um país que passou centenas de anos isolado e com uma história recente horrível com estrangeiros (segunda guerra, Hiroshima e Nagasaki), em plenos anos 50 e 60, aceitavam uma japonesa negra, mas não aceitavam uma bastarda. É logico que o livro tem sua dose de abordagem ao racismo (os vários comentários depreciativos da Nori em relação a si mesma, suas questões com o cabelo e os banhos de alvejante, por exemplo), mas considerando o contexto, é tão raso que chega a ser estranho. Porém, como disse, nunca estive no Japão, então não posso afirmar que essa abordagem está perto ou longe da realidade, foi apenas a impressão que fiquei. Além disso, o livro também perde bastante em profundidade na hora de trabalhar a identidade e ancestralidade com a protagonista, seria ótimo ver ela explorando e buscando conhecer melhor esse seu outro lado como uma mulher, não só japonesa, mas negra e meio americana também.
(3) A quantidade de pontas soltas incomoda bastante, uma das principais delas é o total esquecimento do bordel na história, ele e suas personagens não aparecerem de novo, eu entendo, mas não serem nem citados, nem lembrados, nem pela protagonista, nem pela autora, isso sim é estranho. É um dos momentos mais importantes da vida da protagonista, ela faz uma amizade importante e uma das primeiras da sua vida, mas depois que vai embora nunca mais pensa a respeito, nem se dá ao trabalho de ir atrás da amiga para saber como ela está, isso é incoerente, até porque, para que introduzir elementos em uma história, criar personagens e tramas, se não pretende dar um desfecho pra eles depois?

Enfim, foi um livro difícil de decifrar e resenhar, não por ser difícil, não é, mas porque apensar de tantas ressalvas, tantos incômodos e conseguir pensar em mais críticas do que elogios, ainda assim, gostei bem mais do que pensei ser possível, embora não consiga dizer exatamente o porquê. É uma história que vale a pena conhecer apesar de tudo.
...
[...] "Mas pense!", Kiyomi explodiu e, por fim, as lágrimas caíram. Correram por suas bochechas pintadas de vermelho e se agruparam em sua clavícula. "Pense que tipo de mulher você poderia ser."
Nori nunca tinha, por um único segundo, pensado em que tipo de mulher poderia ser.
"A senhora... a senhora me disse para me resignar."
"E agora estou dizendo para você lutar." [...]
...
1° Livro de 2024, 1ª Resenha de 2024
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