Fábbio @omeninoquele 15/11/2023Incrível!#OMeninoResenhando
"Ter uma livraria é muito mais do que vender frases. É pôr as frases certas nas mãos certas."
Em uma visita à França na década de 20, a estadunidense Sylvia Beach se vê encantada pelas maravilhas e pelas possibilidades de ser livre e poder viver sua vida como desejava ali naquele lugar. E logo o sonho de ter um local onde pudesse compartilhar pensamentos e o amor pelos livros surgiu, depois que ela conheceu Adrienne Monnier, sua companheira e a biblioteca livraria que elas tinham juntas.
E inspirada por essa vida magnífica da outra mulher, ela decide então tirar do papel o sonho de ter um lugar assim, mas com obras totalmente inglesas, já que essas obras eram quase escassas na França. E assim, depois de muito trabalho e luta, surge a Shakespeare and Company que rapidamente se tornou o lugar de encontro de muitos escritores famosos que hoje conhecemos e tanto admiramos, como Virgínia Woolf, Ernerst Hemingway, F. Scott Fitzgerald, James Joyce e tantos outros, o lugar se tornou ponto de encontro e lugar onde muitas coisas sobre literatura, política e economia eram discutidas. Um verdadeiro lugar para expatriados no coração de Paris.
O pano de fundo da história é a grande guerra e a grande depressão momentos que deixaram a incerteza e o medo a frente de tudo e isso fez com que censuras e o exílio de muitas pessoas acontecessem e é aí que Sylvia conhece James Joyce, se tornam amigos e ela decide corajosamente publicar o hoje clássico de Joyce, Ulysses que fora proibido nos Estados Unidos nessa época e então movem mundos e fundos pra que esse livro seja lançado, pela sua livraria, mesmo não tendo os recursos necessários para tal.
Ela consegue publicar o romance e ele é um sucesso como ela previa, e depois que os anos foram se passando, Joyce ficava cada vez mais bem conhecido e aí com a possibilidade dele tirar Ulysses da mão de sua primeira editora, estremece os ânimos entre os dois e a Shakespeare and Company passa a ser ameaçada e as crises depois dessa decisão acabam por colocar Sylvia a pensar no futuro de sua amada livraria.
É muito bom acompanhar as relações entre os personagens, autores famosos que conhecemos hoje em dia. Mas é mais interessante ver como a relação da Sylvia e de Adrienne se deu, depois que a companheira anterior dela morrera e ela decide viver algo com Sylvia e essa relação é bastante bonita, o companheirismo das duas e o amor que sentem é lindo e contagiante. E é legal ver como essa relação homoafetiva era de fato no século XX, na França, onde não era proibida como nos Estados Unidos mas não era algo pra se viver livremente.
Confesso que estou apaixonado e encantado por essa história e por essa personagem, sua bravura, coragem e visão de mundo muito à frente do seu tempo. E saber de fato que ela foi uma pessoa real, deixou minha experiência ainda mais completa.
"A livreira de Paris" é um livro sobre amizades, amores, liberdade, atritos da época da sociedade literária e política e sobre uma mulher visionária e seu amor pelos livros que muito me inspirou e deixou meu amor ainda maior pelos livros. É uma história que eu gostaria de ter tido mais pra dizer e contar, mas acho que esse encantamento está bastante explícito e espero que vocês deem uma chance à essa história e se apaixonem tanto quanto eu. Recomendo demais!!!
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