wesker 21/02/2024
Rina kent com um romance m/m? ora ora o que temos aqui...
Legacy of gods é mais um esquema de pirâmide da rina kent, então ao pegar qualquer livro dela para ler, eu já sei que vou encontrar estruturas recicladas de histórias. então, confesso que fiquei bem interessado quando ela anunciou um livro sobre o relacionamento tempestuoso do brandon e do nikolai, por ser um romance que ela nunca trabalhou antes como escritora, e o resultado foi.... mediano.
os principais acertos desse livro (e que o destacam mais com os outros livros de LOG) é o desenvolvimento do casal principal. você compra o relacionamento deles, a paixão, a obsessão e os obstáculos. o brandon deve ser um dos melhores personagens que ela já escreveu, todo o senso de inferioridade dele e a insegurança própria tornaram o personagem palatável, real. ele é BEM mais interessante de se acompanhar do que a glydon. o relacionamento dele com o nikolai cresce mais na segunda metade do livro, onde o drama, as brigas, os conflitos ganham mais substância. nikobran provavelmente é um dos melhores casais da rina kent e eu leria mais dois ou três livros só com eles.
eu gostei também como certas dinâmicas foram desenvolvidas aqui para além dos protagonistas do romance. o landon finalmente teve um destaque positivo e a rina kent aprofundou bem a relação complicada de irmãos que o brandon e o landon tinham um com o outro, como funcionava essa relação complexa entre ambos. outras dinâmicas de personagens que enriqueceram a história como os primos do nikolai. já as cenas adultas ficam a cargo dos momentos íntimos do casal, que a rina soube escrever bem, aqui eles são BEM menos repetitivos do que nos demais livros, e algumas ficarão na cabeça de quem é fã da autora.
como eu disse anteriormente a segunda parte do livro é mais dinâmica e interessante que a primeira, que é muito enrolada e tem muita encheção de linguiça. foi a partir dali que o livro tornou-se mais dramático, pesado e com mais temas a ser abordados, como o trauma do brandon, o desenvolvimento dos conflitos do casal e etc.
porém, não seria rina kent se ela não derrapasse em algum momento. os capítulos do nikolai eram bem enxutos, focando em momentos bem vergonha alheia do personagem falando com o próprio p4u? eu não sei quantas pessoas acharam isso realmente engraçado, mas eu sei que devem ter sido bem poucas. o nikolai como personagem também não teve um desenvolvimento tão bom quanto o brandon, ele é sim carismático, tão quanto os seus primos, mas a rina perdeu a chance de dar complexidade maior aos problemas disfuncionais que ele tinha. toda a questão dos remédios e do temperamento forte ficaram meio vazias.
a forma como a rina também buscou uma conclusão para que o leitor (e os demais personagens do livro) descobrissem o trauma do brandon e por quem ele foi causado foi bem apressada também, e meio injustificável de um ponto de vista onde certas atitudes não faziam sentido dentro da história.
sinto que certas cenas poderiam não ser escritas da forma como foram, por exemplo quando a rina, para nos dizer que o nikolai sempre foi alguém autoconfiante de si mesmo, descreve uma sequência dele criança com os pais (quem leu sabe qual é). sinceramente, achei de mau gosto.
esse livro também têm problemas de estrutura e como você entende o que está acontecendo naquele universo. god of fury é vendido como stand alone, mas se o leitor não tiver contato pelo menos com god of malice, ele mal vai entender o contexto das situações ou até mesmo como nikolai e brandon se conheceram, fora os demais personagens.
no geral eu achei esse o melhor livro dessa nova geração de personagens da rina kent, deu para sentir que ela escreveu esse romance com o coração dela e se empenhou nisso, mas ele infelizmente cai em outros problemas recorrentes aos vícios da autora. porém, fico feliz com a popularização do casal com os fãs da autora, eles forama melhor coisa que ela escreveu em tempos.