SpaceCowboy142 15/06/2024
Eu sabia que esse livro iria me emocionar, mas não esperava essa avalanche de sentimentos. Fiquei muito muito comovido com a maneira como a Michelle descreveu cada passagem, cada sentimento bonito, contraditório ou absurdo que passou pela cabeça dela durante tudo aquilo que ela e a família viveram. Todas as lembranças evocadas, o íntimo da família sendo compartilhado.
No começo de "A Desumanização" do Valter Hugo Mãe, ele fala que a morte é um exagero. Leva demasiado, deixa muito pouco. Uma passagem que me veio a mente diversas vezes enquanto lia esse livro. A Michelle descreve a mãe aqui com uma imensidão tamanha que quando ela se vai, a gente sente o baque também, o espaço que ela costumava ocupar agora sendo um grande vazio, sem nada pra preencher ou pra curar a ferida que ficou aberta, latejando.
Apesar disso, foi muito bonita a maneira como ela encontrou de manter a memória mãe viva, de preencher o espaço vazio, por meio da cultura alimentar. Fiquei apaixonado pelas descrições das comidas, terminei a leitura doido pra conhecer mais da culinária coreana, especialmente a partir do canal de YouTube da Maangchi, que foi uma grata surpresa.