Fome azul

Fome azul Viola Di Grado




Resenhas - Fome Azul


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clsiro 09/01/2024

Me devore.
?fome azul? foi meu segundo livro de janeiro, uma leitura mais densa que tomou minha cabeça de muitas formas.
durante a leitura, na maior parte do tempo eu ficava um pouco confusa com os acontecimentos mas acho que quando saio da minha zona de conforto descubro coisas novas e abro portas pra um novo tipo de conhecimento, o que é legal!
?azul? em inglês é ?blue?, mas quando falamos da palavra ?blue? não se cospem letras sobre a cor mas sim sobre o sentimento de tristeza, quando o título fome azul vem a tona as mordidas e a violência relatada no livro se mostram como uma digestão da tristeza da personagem principal.
gostei muito da ambientação, da imersão cultural, de como a protagonista explica as palavras em chinês e em como ela não ousa falar sobre algo que não sabe.
o luto é o tema principal desse livro, creio eu que até mais do que o relacionamento abusivo entre duas mulheres, tudo é muito maduro e cheio de significados, chega a ser volumoso, palpável e sensitivo.
Jank0 10/01/2024minha estante
Adorei a resenha


clsiro 10/01/2024minha estante
@Jank0 obrigada!


hannah77 05/04/2024minha estante
esse livro é fácil de achar?


clsiro 05/04/2024minha estante
não sei :( li ele pelo kindle


hannah77 06/04/2024minha estante
foi por pdf, ou tem no unlimited?




Danielle216 22/06/2023

Fome de leitura
O livro fome azul apresenta uma leitura rápida, instigante, que envolve o leitor em todos os seus sentidos - literalmente.
Vale a leitura tanto pela complexidade da personalidade da protagonista, quanto pela imersão na vida cultural de Xangai.
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Vinicius 02/05/2023

A falta e o amor
Lendo as resenhas temos uma ideia do quanto esse livro divide opiniões. É difícil fazer muitos comentários sem entregar algumas passagens. Certamente vai render uma boa discussão entre amigos que o leram. Encaixaria muito bem também num podcast de psicanálise, porque olha... haja disfunção!

Viola tem domínio da escrita e cria um ambiente sufocante. O livro é visceral, não à toa as referências a cada parte do corpo em cada um dos 30 capítulos. A descrição de uma Xangai artificial contribui para esse estranhamento. Não existe quase natureza, as luzes são sempre fortes, neon, um clima meio Blade Runner.

A comida tem um papel importante no desenvolvimento da história. O sonho de Ruben, irmão da protagonista sem nome, era ser chefe de um restaurante. O aspecto tóxico que a comida vai ganhando simboliza bem o relacionamento entre as personagens principais e o quanto se distancia da culinária de Ruben.

Este é um romance sobre ausências e tentativas de preencher esses vazios. É sobre amor, a dor e a confusão entre esses dois conceitos. É sobre linguagem, mas também sobre a falta de palavras. Sobre desamparo e abrir mão de quem se é. E tantas outras coisas...

Não vai agradar a todos, mas acho que vale se está buscando algo contemporâneo e diferente.
edu basílio 03/05/2023minha estante
resenha apetitosa! :-)




Erica 08/12/2022

Vulnerabilidade
Até que ponto não demonstrar sentimentos nos protege? Protege de quê, na verdade?
Em tempos de amores líquidos, foi uma ótima leitura!
Vulnerabilidade, sacrifício, amor, desprezo, tudo entrelaçado de uma forma tão poética que o livro se torna incrível!
Foi uma grata surpresa!
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Diego Piu 25/08/2023

Dificuldade de escrever sobre esse livro pq em vários momentos ele me deixou confuso diante das várias sensações que ele causou.

Fiquei entre 3.5 e 4 estrelas, mas acabei arredondado pra cima justamente pelo que escrevi no primeiro parágrafo. Eu gosto de leituras que trazem uma experiência física, mesmo que seja um sentimento incômodo (aqui tem vários momentos).

Muitas vezes eu fiquei perdido em Xangai junto a narradora, nas suas luzes e cores estouradas do lugar. Constrangido e inseguro com a pronúncia correta dos nomes.

Até agora eu não sei se quero ou não experimentar as comidas que ela descreveu. Gostei do jeito que ela monta e desmonta as edificações da cidade. As vezes eu queria visualizar e estar naqueles lugares, noutras queria distância.

Importante lembrar que o tempo todo acompanhamos o ponto de vista (em alguns momentos esteriotipados) da protagonista, uma estrangeira em luto tentando se reconectar ao irmão gêmeo que acabou de perder.

Na trama toda acompanhamos um romance intenso e estranho, sensual mas com notas de um relacionamento abusivo. Quente, mas também áspero e cortante. O que nos deixa, enquanto leitores, meio confusos se as queremos juntas ou não.
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Sabrina758 14/03/2024

Neste retrato pungente do luto, relacionamento abusivo e lugar de subalternidade, Viola narra com crueza a vivência dessa personagem ? não por acaso, sem nome ? durante a sua embarcada por Xangai. Com uma escrita que me lembra muito a de Elena Ferrante, Fome Azul me encantou profundamente.

A narrativa nos revela a fragilidade e baixa autoestima dessa mulher que, ao longo da sua vida, se colocou nesse lugar de inferioridade e invisibilidade, coletando dores e desafetos. Com a morte do seu irmão gêmeo, além de perder a pessoa com quem tinha maior ligação, se vê perdida sobre o seu papel na vida das pessoas e a sua própria identidade, já que sempre foi a sombra de Ruben.

Ao longo dessa jornada, vamos conhecendo mais sobre sua relação com o irmão e os motivos pelos quais ela decidiu ir para Xangai, além de recortes culturais que, por vezes, nos fazem sentir como se estivéssemos lá. Além da sensação clara de ansiedade e ritmo acelerado que a cidade provoca nela.

Após conhecer Xu, uma das alunas da escola onde ela está ensinando italiano, é que as coisas ficam ainda mais viscerais e degradantes. A relação delas é um jogo de poder onde uma está disposta a devorar e a outra a ser devorada, quase que literalmente.

Em meio às saídas noturnas e tour gastronômicos, tentam constantemente preencher vazios irreparáveis através do consumo ? seja de comida, sexo ou conhecimento. Há, constantemente, manipulação, ghosting e degradação, ambas se tornam, ao seu modo, dependentes da outra.

O livro nos deixa desconfortáveis a todo momento, pois não suaviza o quanto pessoas quebradas se dispõem, ainda que de forma inconsciente, a situações humilhantes e degradantes em troca de tão pouco, apenas para sentir algo.
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Yanna7 09/02/2023

Lindo
Extremamente poético em todos os sentidos desde a forma como a protagonista descreve as cenas, até aos sentimentos mais complexos que ela enfrenta.
O processo de luto dela se une com essa paixão intensa que ela sente por Xu e assim eles se conversam facilmente e com muita melancolia; ambas personagens estão lidando com uma dor muito grande, diferentes, mas que as afetam tanto que dor é um dos fatores principais do relacionamento delas.
É interessante ver a forma que esse romance é construído, elas tentam saciar o vazio que possuem, estando sempre com fome uma da outra, uma fome insaciável.
Perfeito não tenho o quê reclamar!
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hiraimango 13/06/2023

Sensível e melancólico.
Na leitura, descobrimos que a solidão é uma fome sem nome, uma fome de impedimentos, uma fome nunca saciada, uma busca que só termina no retorno a si mesma ou na busca de uma nova fome.
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maju.Munimu 22/02/2024

O livro é sobre luto...
O livro causa muita agonia pela protagonista que durante toda a história vai se colocando e permitindo que as coisas as vezes muito ruins ocorram sem que ela faça nada pra impedir, me dava até raiva da apatia dela, mas entendo que o luto do irmão a paralisou, e entendo que relações são complicadas, tanto fraternas quanto românticas, então todo o desenvolvimento pra mim foi bem legal. O problema na minha opinião foi o final, não sei se gostei muito daquele final ou se ele fez qualquer sentido no caminhar da história, sei lá. Mas um ponto que eu adorei e quase esqueci de mencionar é que o romance principal ser sáfico e tocar em assuntos de abuso, toxicidade e afins, me fez eu conseguir ter muito mais cuidado e atenção com o livro, é um detalhe talvez mas que não se vê tão facilmente falarem por aí, sobre relacionamento abusivo entre mulheres. Apesar disso tudo o livro é bem sensível, muitas vezes apático tanto quanto a protagonista consegue nos demonstrar, triste, profundo, causa uma estranheza tão grande as vezes, as vezes esse bizarra fica tão sexy mas ao mesmo tempo sempre tem aquele alarme que vive piscando na cabeça pra nos lembrar o quanto aquilo vida ia se tornando a pior versão da protagonista, a cada capítulo ela tava pior, a cada página nos mostrava o quão problemática era a situação dela.
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Marta 12/12/2022

“Gostamos de amar porque é um sentimento comestível.”
Se você busca uma leitura estranha, esse é o livro, nunca tinha ouvido falar nem lido nada a respeito. A editora Dublinense às vezes faz uma campanha do livro misterioso e eu embarquei nessa, não me arrependo, mas provavelmente se tivesse me deparado com esse livro numa livraria não sairia de lá com ele, mas gosto de sair da minha zona de conforto e sempre faço isso. O título com certeza chama atenção. Após a perda do irmão gêmeo, uma professora se muda de Roma para Xangai, onde passa a ensinar italiano em uma escola de idiomas. Em meio ao torpor do luto e o choque cultural, ela conhece a enigmática Xu, para quem entregará seu corpo e sua mente até confundir os limites entre prazer e dor, afeto e desprezo, desejo e obsessão. Mas é justamente nessas tensões entre opostos, excitadas pelas luzes e sabores de uma cidade que evoca o melhor e o pior do Oriente e do Ocidente, que ambas vão saciar uma fome que vai muito além daquilo que os dentes podem mastigar. Se recomendo? Só se você gosta de leituras um pouco mais chocantes.
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pitypooralfie 01/02/2024

"Pensei no passado-presente-futuro: para os chineses, eles são uma coisa só. Uma única planta retorcida, da qual só vemos suas flores. Admiramos essas flores graciosas e acreditamos nelas, porque não sabemos quão intrincadas, frágeis e monstruosas são suas raízes."

Sinto que este livro ainda vive em mim. Carrego comigo o luto da narradora, a opacidade da Xu, a fome de Xangai.

A escrita é muito bonita, muito imagética. Me peguei devorando Xangai em meio às dores e conflitos da protagonista. Inclusive, achei a falta de um nome para ela muito significativo. Exprime uma falta de identidade deixada pelo luto, uma vontade de engolir a existência do irmão quando ela diz a Xu que seu nome é Ruben.

A incapacidade das personagens de se comunicarem, o contato conflituoso com uma língua tão diferente, tudo isso me envolveu de uma forma um tanto onírica, como se o tecido que separa a realidade do que acontecia naquela Xangai de sonho fosse muito tênue, como se eu estivesse lendo um sonho lúcido. A atmosfera desse livro é tão densa que, ao final, foi como se eu tivesse voltado de uma viagem caótica à China.

"Toda língua traz sentimentos novos. A mim, o que o chinês havia trazido? Amor, ódio, frustração, solidão. Minha solidão em chinês era menor ou maior do que a que eu sentia em italiano? E o amor, que amor era? E tinha mais: um sentimento sem nome, uma sensação de encolhimento, como se tivesse de novo três anos de idade e uma necessidade urgente de ser carregada nos braços. Não era exatamente amor, porque era impessoal. Não é amor o amparo que filhotes em um zoológico encontram em uma mãe de pelúcia. Não era nem solidão, porque a companhia não a extinguia, pelo contrário, até a reforçava. Era uma fome obscura, tão plena de ferocidade e esperança que parecia religiosa. Absoluta como um amém, como o primeiro choro quando nos tiram do útero, nos obrigando a vir ao mundo.?
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Nara 30/01/2023

Li uma frase com descrição simplistas sobre sagitarianos (eu rs) com a qual muito me identifiquei: Romantizam o mundano.

Eu AMO uma narrativa meio Trainspotting.. Cheia de personagens ambíguos, situações que suspendam a noção de moralidade e não temem serem mal vistos, egoístas ou mesquinhos... Gente completamente arrasada ou ferida por dentro e que se jogam de modo autodepreciativo... Envolvem-se com algum tipo de vício p/ lidar com a própria dor.. Relações de poder, bares, bairros, grupos de caráter duvidoso.. Testam os limites do próprio corpo e mente.. Tensão. E uma hora alguém vai explodir.

Personagens que confundem a forma com que sentem,  tem atitudes que nos soam incompreensíveis, mas, um magnetismo que produz certa admiração. Me lembram o quanto somos humanos e, basta uma faísca para tirar nossa mente de um eixo que é imaginário e, nos levar a viver situações que nos tornam estranhos para nós mesmos.

Pensando no título, a fome, a dor do luto, o amor e a luxúria, são experiências que de fato podem produzir esse efeito p/e em nós mesmos.

É como eu li a protagonista desse livro.

Uma professora italiana completamente arrasada com a perda do irmão gêmeo Ruben e que se muda para a China.
Cada capítulo tem como título uma parte do corpo e, literalmente são vários os corpos que ganham forma conforme a leitura.

É visceral, sensual e sexual, explora jogos de relações de poder entre duas mulheres que se vinculam de modo doentio e cada uma por suas próprias razões. A protagonista italiana está num estado quase letárgico, de depressão e vulnerabilidade pela perda. Busca com a mudança uma fuga da dor do luto e, uma manutenção de Ruben que tinha o sonho de viver na China.
E, Xu essa garota misteriosa, também enfrenta disturbios alimentares e, outras dificuldades e, no entanto, se coloca numa posição de poder para evitar lidar com a própria fragilidade.

Amei as descrições da cidade de Xangai, as passagens que mesclam aspectos históricos e culturais da China e a relação entre a língua e o comportamento dos chineses.

Gostei de como ela faz parecer que a língua é a entidade que dá forma e constitui esses corpos e suas andaças pelos mundos  e submundos, dá nome ás nossas faltas e fomes.
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Toni 18/04/2024

Leituras de 2023

Fome azul [2022]
Viola di Grado (Itália, 1987-)
Dublinense, 2022, 192 p.
Trad. Eduardo Krause

Fome azul integra aquela linhagem de romances onde luto e deslocamento representam as duas facetas de um mesmo processo, seja este de cura ou de desintegração. Uma jovem professora de italiano perde seu irmão gêmeo, embarca para Xangai e lá descobre (ou se apaixona, o que é dizer o mesmo) a misteriosa Xu. A despeito do clichê imenso por trás desse último elemento — a personagem turva, elusiva, que protagonistas tentam a todo custo capturar para descobrirem-se a si mesmos nessa busca — a narrativa de Di Grado traz uma abordagem do tema sem conclusões muito óbvias e tampouco trilhando caminhos demasiado gastos.

Num primeiro momento, Fome azul é um romance sobre processos depressivos e a crise identitária (desinteresse pela vida e por si mesmo) que amiúde acompanham a perda de alguém a quem dirigíamos nosso afeto. Em última análise, corroborando com a primeira impressão, é um livro sobre o quanto nos formamos e deformamos a partir da interação com o outro (e sua ausência), dentro de uma chave de escrita experimental em que o corpo é o ponto de clivagem entre espaços, linguagens e prazeres.

E por falar em espaços, a representação de Xangai é um dos pontos altos da obra. Aqui, a cidade atordoante é representada em constante transformação, uma besta caleidoscópica feita de concreto e neon, sabores e subterfúgios. Em um mesmo parágrafo, a autora logra construir e desconstruir o cenário em descrição, levantando paredes e as caracterizando para logo em seguida anunciar o incêndio que as consumiu décadas atrás, as reformas que sobrevieram, os momentos em que um determinado espaço foi cinema, boate ou repartição pública até colapsar matando um pedestre. Uma cidade que de fato se move e se transforma com e pela personagem narradora. Corpo-narrativo faminto em busca de amor; narrativa-corpo que se oferece, alquebrada e inconclusa, à nossa busca por sentido num mundo cada vez mais indiferente às fomes que carregamos.

#violadigrado #fomeazul #dublinense #literaturaitaliana #leiamulheres #luto #deslocamento #depressão #literatoni
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kaoprust 31/01/2024

Fome Azul
Viseral e poético. Ainda não sou capaz de definir melhor essa leitura além destas duas palavras.

O livro tem uma ambientação tremenda, mas também uma descrição breve dos momentos entre Xu e Ruben. Em diversos momentos eu apenas lia devaneios poéticos e descritivos, em outras eu absorvia uma relação abusiva reflexo da dor do luto. Para mim, faltou um maior detalhamento dos momentos entre as duas, além da visceralidade nas relação física entre elas. Enquanto estavam fora de casa, andando por Xangai e, aparentemente, se divertindo, lia mais descrições da cidade do que do andamento da relação, mas acho que isso foi proposital.
Me assusta o fato de que mesmo achando uma escrita pouco detalhista sobre o ?casal?, ainda sim me fez entender e sentir cada faísca de abuso e dependência existente entre elas. O final em aberto me fez pensar realmente qual seria a melhor sugestão para a continuação (ou não) dessa relação.

É um livro confuso, estranho e, em alguns momentos, assustador.
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