Bloomwind 23/04/2024
Chás e lágrimas
Essa incrível duologia não poderia ter um melhor desfecho. A quarta e última parte foi como um catalisador que abriu a represa e me fez chorar rios de lágrimas, mas também foi o que me incentivou a avaliar com cinco estrelas.
"A magia ainda cresce, e o passado reluz; vejo beleza no que foi, mas apenas porque provei miséria e prazer em igual medida."
Um destino mais utópico para alguns personagens sem dúvidas não era o que a narrativa pedia, mas sim finais que nos fazem provar a angústia, a dor e o desespero ocasionados pelos horrores da guerra. Algumas coisas não podem ser reparadas ou restituídas, e devemos conviver com as marcas das cicatrizes deixadas para trás.
Muito mais denso que o primeiro, Promessas Cruéis traça as últimas linhas de Iris e Roman e a guerra fulminante ao redor deles. Passaram-se semanas, meses desde que eles deixaram a redação da Gazeta para trilhar um caminho inseguro na raiz do conflito, numa tentativa obstinada para mudar a direção da maré. Ambos não são mais os mesmos jovens que eram antes; há muito perderam o título de rivais e lutam firmemente por um futuro lado a lado.
É, acima de tudo, um livro cru, mas não menos esperançoso sobre o que desdobra-se pela frente. Sinto que todas as pontas foram bem amarradas, e fico feliz por isso.
Quotes
"Às vezes acho que não sabemos do que somos feitos até o pior momento possível acontecer. É então que devemos decidir quem somos de verdade, e o que é mais importante para nós. Acho que frequentemente nos surpreendemos com o que nos tornamos."
"Algumas cicatrizes podiam sumir com o tempo, mas outras não desbotariam nunca."
"Ele poderia caminhar pela região mais profunda do domínio de Dacre, o mais distante da lua e do sol, onde a divindade o acorrentasse. Poderia despertar sem saber o próprio nome, escrever toda palavra que já escrevera. Mas nunca se esqueceria do perfume da pele de Iris, do som da voz dela. Do jeito como ela o olhava. Da confiança em suas mãos."