Uma criatura dócil

Uma criatura dócil Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Uma Criatura Dócil


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Frederico.Krueger 25/06/2023

Quem é a criatura dócil?
Uma criatura dócil é livro escrito por Dostoievski que mais dialoga com a questão da conversa e intimidade necessária nas relações conjugais. Abordando tudo de um aspecto psicológico e, basicamente, na exposição de pensamentos e poucos diálogos, esse livro se propõe a demonstrar as angústias e o sofrimentos de um casal que, ao se apaixonarem, se casam cedo levando a diversos problemas que serão desenrolados ao longo do livro, com o desfecho trágico logo no no começo... Recomendo a todos que buscam se aprofundar no pensamento humano, não de maneira racional, mas de maneira subjetiva e interpretativa, tentando compreender os motivos levados a cada uma das ações, tanto do marido, quanto da jovem esposa. No final, se pergunte: Quem de fato é a criatura dócil?
marshmelle 25/06/2023minha estante
lindo perfeito maravilhoso


marshmelle 25/06/2023minha estante
cativou a minha intenção, vou add na minha lista ?


marshmelle 25/06/2023minha estante
acho difícil alguém que valoriza o lado subjetivo das coisas não ser compreensivo com outro. uma coisa meio q tá atrelada a outra né? adoro conversas desse tipo, porque tudo que está relacionado ao emocional tem uma profundidade muito grande, que o racional não é capaz de ter do mesmo jeito


Frederico.Krueger 26/06/2023minha estante
@marshmelle é super possível na verdade. as pessoas podem estar tão deturpadas e egoístas que enxergam no lado subjetivo formas de realizar suas próprias necessidades, por exemplo: deturpar certa corrente filosófica a fim de colocá-la a seu favor - isso necessita de um olhar subjetivo pra realizar essa mudança, uma vez que um racional provavelmente ou erraria na interpretação ou seguiria fielmente a corrente filosófica. Outro exemplo seria utilizar do lado subjetivo para realizar o contrário, não ser compreensivo. A pessoa pode ficar pensando em formas de refutar ou contrariar alguém ao invés de tentar compreendê-la e entendê-la - ela em si valoriza a subjetividade mas não para compreensão dos demais. É o que eu penso, me empolguei aqui kkkk


Frederico.Krueger 26/06/2023minha estante
@marshmelle mas que bommm, eu recomendo muito o livro, é bem curtinho em si e fácil de ler (2 - 3 dias ), mas infelizmente não tenho comigo aqui eu tinha alugado na escola antiga, a gente pode um dia comprar juntos


marshmelle 27/06/2023minha estante
@Frederico.Krueger caramba, interessante pensar dessa forma, nunca tinha sequer cogitado isso mas real faz total sentido


marshmelle 27/06/2023minha estante
e bora sim comprar juntos, os nossos roles pelas bibliotecas são os melhores ???




Tereza 08/02/2024

Uma Criatura Dócil
Inspirado em uma notícia que leu em um jornal à despeito do suicídio de uma costureira, Dostoiévski escreve "Uma criatura dócil". Talvez o que mais tenha chamado a atenção do escritor na notícia foi o fato da costureira ter pulado do prédio agarrada à uma imagem de uma santa.

A história é então sobre a destruição da criatura dócil após o casamento com o dono de uma casa de penhores. O machismo, as diferenças sociais, disparidades financeiras e a falta de objetivos de vida da criatura a levaram à sua degradação.

No entanto, a narração é sobre a perspectiva do marido e é possível saber mais sobre os aspectos psicológicos e de personalidade dele do que dela.

Com escrita não tão rebuscada, é um ótimo conto para começar a ler Dostoiévski.
Canoff 08/02/2024minha estante
Recomenda especificamente essa edição?


Tereza 08/02/2024minha estante
Creio que outras edições não irão prejudicar sua experiência. Então recomendo o título, não esta edição em específico ?




Aguinaldo 08/02/2011

uma criatura dócil
Estive na Bienal do livro de São Paulo e, claro, fui ao estande da Cosac & Naify. Don Renato Cohen sempre me pede para esperar a queima de livros da Cosac que acontece em novembro dentro do campus da USP, mas eu sou um incorrigível gastador. Namorei uns tantos, mas acabei comprando apenas dois, um romance curto de Samuel Beckett e este "Uma criatura dócil", romance igualmente curto de Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski. Já faz tempo que ando pensando nos russos e estou devendo o início desta travessia literária, mas contorno a montanha e não me atrevo a enfrentá-la. Sou o fiel depositário de três tijolos de don Renato: Os demônios, Crime e Castigo e Os Irmãos Karamazov, ainda vou cumprir a promessa e lê-los na seqüência. Para afiar os dedos peguei "uma criatura dócil", romance que o autor chamou de "narrativa fantástica". A edição é muito bonita, claro, com ilustrações de Lasar Segall e dois ensaios que contextualizam o texto e as ilustrações. A história é simples, um sujeito ganha a vida em uma casa de penhores, explorando clientes e desesperos. Uma moçinha penhora um ícone da Virgem e para resgatá-la (pois trata-se do único objeto importante para ela) acaba por se casar com o vil proprietário da casa de penhores. Mais que um casamento o que se pactua é um sistema de humilhações cotidianas e degradações morais, pois há mais assimetrias entre eles que um afeto pode mitigar: assimetrias de classe, de idade, de poder (e claro, sexo.) O narrador é o agiota, transtornado, louco. Retrospectivamente ele tenta explicar como seguiu (por vezes acredita ter sido quase a contragosto) a espiral de assédio moral que obrigou sua mulher a buscar desesperadamente saídas radicais. Dostoiévski nos ensina como a opressão funciona mesmo nas relações mais cotidianas e como é difícil para um tirano e sua vítima escaparem da sina que os une. Belo livrinho.
"Uma criatura dócil", Fiódor Dostoiévski, tradução de Fátima bianchi, editora Cosac & Naify, 1a. edição (2003) brochura 13.5x20cm, 96 págs., ISBN: 978-85-7503-197-X
PC_ 21/11/2015minha estante
Caro Aguinaldo,
Li também "a dócil", ed.34, e notei que "São Bernardo" de Graciliano Ramos é praticamente a mesma estória, adaptada a personagens e ambientações diferentes. Pesquisei na internet e não encontrei nada sobre isso. Você já leu "São Bernardo"? o que acha?

Concordo contigo sobre a opressão, a tirania cotidiana, porém tenho minhas dúvidas de que o opressor ( que também foi um oprimido, um humilhado), tinha consciência da opressão que perpetuava. Parece que por ter sofrido, e por reconhecer em sua esposa as marcas da opressão, gostaria de ser visto como seu salvador, ficou frustrado por isso não ocorrer. Se regenera ao longo da narrativa, mas não a tempo de salvar sua esposa que entra em colapso com a mudança repentina da situação. É um tanto complexa esta relação vítima-opressor, pois a estória teria tudo para um desfecho feliz, mas a "vítima" parece ter dificuldade também em conviver fora de uma realidade de opressão.




Isis.Borges 30/05/2022

uma criatura perdidinha
A "criatura dócil" é uma órfã de 16 anos, que numa situação de vulnerabilidade, acaba aceitando casar-se com o narrador dessa história, um homem de 41 anos, dono de uma loja de penhores.
A menina ia até a loja de penhores com frequência, porque precisava de dinheiro para anunciar no jornal sua disponibilidade para trabalhar. Com um discursinho de bom moço de que seria bom para ela, conseguiu a convencer e enfim casaram-se.
Ele era louco por ela, mas nada rolou entre eles, Dostoiévski foi muito discreto em relação a isso, mas acho que eles nunca dormiram juntos, o que o deixava louco, ele era um cara perturbado e extremamente tóxico, ele tinha pensamentos doentios do tipo:

"... aos meus olhos ela estava tão derrotada, tão humilhada, tão esmagada, que às vezes torturava-me de compaixão por ela, se bem que, apesar de tudo, às vezes a ideia da sua humilhação decididamente me agradasse. Agradava-me a ideia dessa nossa desigualdade."

Ele gostava da desigualdade, tanto de idade, como de se sentir superior a ela, de sentir que ela deveria ser grata a ele, etc. Eu detestei ele do começo ao fim, ele precisava de uma terapia e não de uma esposa.

Como a história é contada por ele, jamais saberemos porque ela fez o que fez. Mas, uma pessoa não faz isso se está feliz e satisfeita, ela não iria recorrer ao último recurso de um ser encurralado se não estivesse sem um pingo de fé na vida. Fiquei com dó dela, não sei se era uma criatura dócil, mas com certeza era criatura perdida, precisava tanto de uma orientação, acho que sentia muita a falta dos pais.
moumiller 25/11/2023minha estante
com certeza! ele prendia ela, não deixava ela ter liberdade e ela tinha nojo dele tanto que quando ele "beijava o pé dela" ela tinha crises, provavelmente porque ela não sentia atração por ele. com certeza se matou por não ser feliz




Leonardo 04/07/2011

Dostoiévski e seus devaneios fantásticos
Disponível em: http://catalisecritica.wordpress.com

Estava na Livraria Cultura, no Shopping Iguatemi, em Brasília, procurando um livro para meu irmão, Reinaldo, que aniversariava justamente naquele dia. Já havia comprado outro livro de presente, mas queria comprar outro. E queria Dostoievski. Ele queria “Os Possessos”, mas este está fora de catálogo, segundo me informou o vendedor.

Vi alguns livros mais conhecidos e acabei deparando-me com este “Uma Criatura Dócil”. Comprei-o por um motivo, eu confesso: é da Cosac Naify.

O fato de eu ter comprado Os Miseráveis, de Victor Hugo e três livros de Faulkner (O Som e a Fúria, para Reinaldo, presente meu e de Eduardo, Luz em Agosto e A Árvore dos Desejos) me deram a conhecer a excelência da qualidade dessa editora. “Reinaldo merece um Cosac Naify”, pensei, o que não deixa de ser uma metonímia que insulta bastante Dostoievski.

Eu nunca havia ouvido falar dessa novela do russo, e como estava com bastante tempo, li ali mesmo, antes de comprar. Já falei algumas vezes que, para mim, a literatura definitiva está toda contida em O Sonho de um Homem Ridículo, de Dostoievski. É um conto perfeito, que resume tudo que eu espero das letras. Enquanto lia Uma Criatura Dócil, uma luzinha acendeu na minha mente, especialmente quando li o seguinte:

“Sou mestre na arte de falar em silêncio, passei minha vida toda conversando em silêncio e em silêncio acabei vivendo tragédias inteiras comigo mesmo.”

O livro fala muito sobre mim, sobre como eu sou naturalmente: amigo do silêncio, sem que isso signifique necessariamente uma coisa boa. Lembro que no começo do meu casamento, quando brigava com a minha esposa, eu simplesmente ficava calado, parecendo o protagonista da história, esperando que ela compreendesse tudo por ela mesma. Como eu ficava calado, eu nunca falava o que não devia, mas também não falava o que devia. E isso era uma crueldade com a minha esposa, essa sim, falante, que esperava por minhas respostas. Com o tempo, fui amadurecendo – é natural do cristão querer ser melhor, superar seus defeitos – e hoje já não pareço tanto assim com o narrador da novela.

Mas como fala forte em mim aquela citação!
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Sol Belchior 18/09/2011

Fantastic!!!
Uma obra de se devorar, se angustiar, se questionar e se desesperar...
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Ana Emilia 09/05/2012

Um monólogo verborrágico genial!

Dostoiévski nos presenteia com um livro simples e inteligente. Conta a história de um penhorista que reflete sobre as causas que levaram sua jovem esposa a se matar. O personagem mergulha em si e na sua angústia, no seu egoísmo e na sua presunção. Ora assumindo a culpa, ora livrando-se dela.

Apesar da edição que consta aqui no Skoob ter 96 páginas, o livro é uma novela curta. A edição que li tinha 28 páginas. Li em duas manhãs.
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Jéssica 14/07/2013

Essa novela, de pouca páginas, certamente é uma ótima ideia para alguém que esteja querendo começar a ler Dostoiévski. Lá estão presente muitos dos elementos da sua escrita. Nessa novela, encontramos o personagem febril de sempre, inquieto e com uma vida interna extremamente intensa e delirante.

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Vanessa 28/09/2014

Fragmentos
Os homens estão sozinhos na terra, essa é a desgraça! (...) Dizem que o sol dá vida ao universo. O Sol esta nascendo, olhem para ele, por acaso não é um cadáver? Tudo esta morto, e há cadáveres por toda a parte. Os homens estão sozinhos, rodeados pelo silêncio isso é a terra! - Fiódor Dostoiévski (Uma Criatura Dócil)

Você não sabe com que paraíso eu a teria cercado. O paraíso estava em minha alma, eu o teria plantado em seu redor. - Fiódor Dostoiévski (Uma Criatura Dócil)

Sou mestre na arte de falar em silêncio, passei minha vida toda conversando em silêncio e em silêncio acabei vivendo tragédias inteiras comigo mesmo. - Fiódor Dostoiévski (Uma Criatura Dócil)
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LER ETERNO PRAZER 02/03/2015

A dócil!
Nessa pequena novela,Dostoievski nos mostra uma breve mais intensa narrativa sobre um homem solitário,autoritário,articulador que ganha à vida como penhorista.Esconde um passado ridicularizado pelos que o conhecem.Pois em tempos passados, nosso penhorista, também o nosso personagem narrador, ao ser desafiado para um duelo, covardemente fogi.Silenciado esse seu passado nosso personagem vivi agora com seu negócio de penhor e é até que se depara com uma jovem que frequentemente corre para lhe penhorar algum objeto.Ao observar detalhadamente a jovem nosso personagem resolvi lhe pedir em casamento se compadecendo de sua situação.E assim o faz.Usando da condição financeira precária da jovem, o penhorista procura domina-la diante de sua superioridade tanto financeira quanto em relação à diferença de idade que há entre os dois.O penhorista usa de todo seu poder e como um tirano tenta se impor como gerenciador do casamento e dos sentimentos da pobre moça.Mas o tirano enfrenta dificuldade,pois a jovem moça o enfrenta com desdém e o ignora em algumas situações onde ele tenta domina-la.A jovem torna-se então,de dócil, em um algoz e tirana criatura.Mesmo com toda a força de sua juventude nossa “dócil criatura” sucumbe ao poder do tirano e não vendo outra solução para sua vida,atira-se do alto de uma janela para morte.
Em “Uma criatura dócil” podemos ver todo o realismo de um relacionamento com tantas diferenças: De um lado, um homem de meia idade, solitário, autoritário, controlador e tirano. Do outro uma jovem moça, pobre, ingênua, sem mãe, sem, recursos, totalmente inexperientes para viver um relacionamento matrimonial. Dostoievski em poucas páginas e com uma narrativa rápida nos dá vários pontos para reflexão.”Uma criatura dócil”nos surpreende pela clareza narrativa,pela profundidade do realismo. Uma história curta, mas que entre suas linhas podemos extrair, como já disse, muitos pontos para reflexão.
Dostoievski como recomendadíssimo sempre.
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Eric 17/04/2016

Dócil não tem nada, ou tem??
Dostoievski tem a fama de ser denso em seus livros, as tensões psicológicas estão sempre acompanhadas de grandes dilemas. Em sua curta novela, o autor traça com avidez todas a negatividade de um casamento infeliz, deixando em evidência aquilo que muitas vezes esquecemos de observar em uma relação conjugal.

Narrado em primeira pessoa, o livro trás a a estória de um casal bem comum. Sentado em frente ao corpo sem vida, o marido sem nome relembra toda a construção da relação. Porém, o que era para ser uma relação de compaixão e ternura, revela-se algo mais tenso, e por vezes, ameaçador. Conforme vamos interagindo com a vida desta dupla, vamos adentrando em uma profunda desconstrução de o ideal de casamento para a construção de uma relação de dominação, desconfiança e opressão.

A jogada do autor se assemelha muito com a de Machado de Assim em Dom Casmurro, uma vez que so temos contato com a visão do marido, que se mostra um homem mesquinho, duvidoso e extremamente insensato. Logo, somos levado a acreditar que a esposa é uma mulher ingrata, oportunista e incrivelmente calculista.

Apesar de ser uma obra curta, Dostoievski não se privou da densidade do seu texto. A construção psicológica das personagens é bem sólida, caracterizando uma confiança muito grande naquilo que se lê, isso promoveu positivamente para a criação de laços de tensão e da infelicidade que um casamento, aparentemente desejável, fosse construído com excelência.

Apesar de não ser um dos melhores texto do autor, Uma Criatura Dócil é uma obra muito boa. Sua áurea meio sombria do matrimônio fisga o leitor para uma leitura ineterrupta, trazendo um desfecho inusitado, porém de grande consideração.
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Beatriz 26/08/2016

São as reflexoes de um marido que tenta entender o pq sua mulher se suicidou
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Ju 04/01/2017

Um livro pequeno e fácil de ler, sentei na rede as 22:00 e sai as 00:30 com a leitura findada. O narrador sai, segundo ele por não mais que cinco minutos, e na volta se depara com sua mulher suicida no chão com um fiozinho de sangue, um fiozinho de sangue. O livro é um monólogo no estilo fluxo de consciência contando sobre a vida ora dele ora dela ora deles. O narrador tenta entender o motivo do suicidio da mulher, a culpa, se culpa e nesse emaranhado vários sentimentos são desnudados desde a docilidade até o maldade em seus sórdidos detalhes.
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