marcelo.batista.1428 24/06/2019
O romance está dividido em três partes. As personagens estão presentes em todas as partes e as histórias se cruzam; mas em cada parte a narrativa se aproximará mais de uma delas. Ele é localizado no nordeste, os engenhos e seus senhores lhe conferem a época.
Na primeira parte, a narrativa está próxima do mestre José Amaro, e por isso, mais perto de quem tem menos poder econômico e político. Na segunda, "O engenho de seu Lula", a narrativa muda de lado e nos aproxima da vida dos poderosos. A terceira parte, as luzes se voltam para o Capitão Vitorino, que em várias resenhas que li, é aproximado, e não sem razão, da personagem de Cervantes: Dom Quixote.
A trama fica em segundo plano, em primeiro, a descrição de suas personagens. Aos poucos vamos conhecendo cada uma, suas características físicas, um pouco de sua história, alguns desejos e angústias, sua família e seus laços afetivos, seu cotidiano. E é assim que, aos poucos, outras personagens maiores ou menores vão sendo apresentadas; e com o tempo, os jogos políticos, contextos econômicos, relações de poderes e os laços sociais também se fazem presente, e uma sociedade é apresentada. Eu gosto desse tipo de narrativa.