Fogo Morto

Fogo Morto José Lins do Rego
José Lins do Rego




Resenhas - Fogo Morto


111 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Pedróviz 15/11/2020

Universo em extinção
Quem não leu Fogo Morto leia logo. É um clássico, obra-prima de José Lins do Rego, da segunda fase do modernismo, que retrata o período de decadência dos engenhos de cana-de-açúcar. O nome "Fogo Morto" advém do fato dos engenhos de cana dependerem de caldeiras sempre alimentadas por fogo aceso, isto é, a atividade requeria caldeiras sempre ativas. Quando a falência chegava, dizia-se que o engenho estava de fogo morto.
O livro divide-se em três partes
Mestre José Amaro, capítulo que relata a decadência do seleiro homônimo. Um personagem muito bem construído.
O Engenho de Seu Lula relata a ascensão e declínio do Engenho Santa Fé, fundada por Tomás Cabral de Melo, que a deixa para seu genro Luiz César de Holanda Chacon (Seu Lula) que o leva ao declínio.
Em O Capitão Vitorino relata-se a desastrada aventura do cangaceiro que pretendia ser grande figura pública às custas de algumas quixotadas.
Ê um excelente livro pelo modo como é escrito, pelos seus personagens. Inesquecível a selaria do Mestre José Amaro, o cheiro. A beira da estrada. Um passante puxando conversa. A menina Marta isolada, naquele universo em extinção.
Cinco estrelas.
Marcos.Azeredo 19/06/2021minha estante
Eu comprei hoje este livro da editora Global.


Pedróviz 19/06/2021minha estante
Fez uma boa compra. É um ótimo livro!




Diego 16/04/2021

Cana de açúcar
Gostei muito deste livro. O autor nos traz num crescendo de esclarecimento sobre os personagens cujas histórias se entrecruzam e ao final sentimos saudades de nos despedir daquela pequena vila e daquelas personagens que nos parecem tão autênticos como se os tivéssemos realmente conhecido.
Leia.
comentários(0)comente



regifreitas 24/05/2021

FOGO MORTO (1943), de José Lins do Rego.

O romance FOGO MORTO faz parte de um período de sua produção ao qual o próprio Lins do Rego denominou de Ciclo da cana-de-açúcar, no qual ele descreve a decadência dos engenhos e da aristocracia açucareira nordestina. O ciclo é constituído por: MENINO DE ENGENHO (1932), DOIDINHO (1933), BANGUÊ (1934) e USINA (1936). FOGO MORTO, o romance que fecha o ciclo, é considerado por muitos como a obra-prima do autor.

Narrado em terceira pessoa, o romance é constituído por três partes, sendo cada uma delas apresentada pela perspectiva de um personagem principal: mestre José Amaro, o coronel Lula de Holanda e o capitão Vitorino Carneiro da Cunha, respectivamente. Porém todos os personagens transitam pelas três partes.

Através desses três homens, de classes sociais diferentes, Lins do Rego traça o retrato de uma região e de uma realidade histórica. Os antigos engenhos foram sendo substituídos gradativamente pelas usinas, e a modernização imposta pelo capitalismo trouxe a morte e a decadência das antigas estruturas econômicas e sociais. Os três personagens representam o apego nostálgico a um passado que já não existe mais, a inadequação a um presente do qual se sentem excluídos, e vislumbram um futuro sem esperanças e perspectivas.

É um trabalho excepcional, centrado na subjetividade e na análise psicológica dessas três pessoas. As mulheres, mesmo ocupando um espaço secundário ao longo da narrativa, exercem um papel importante e igualmente dramático na história. É uma obra triste, com personagens trágicos, cujo fim parece inexorável e inevitável.
comentários(0)comente



Renato375 12/02/2022

Literatura de alta qualidade!!
Tô tão impressionado com esse livro que deixo a cargo do gigante poeta, resenhar José Lins do Rego.

(...) ERA UM ROMANCISTA fabuloso, no sentido de que o humilde material nordestino de que ele se servia ganhava contornos de fábula, uma fábula apaixonante como a dos contos populares que a tradição familial brasileira costumava transmitir (será que ainda transmite?) às crianças. Sua narrativa tem quase o estilo oral dessas "estórias", sem invenções literárias que interessem por si, e a sensação de alegria de "ouvir" domina o leitor ? mas uma angústia nova, diferente dos sustos ingênuos que os casos folclóricos ministravam, fica pregada a quem leu.

- Carlos Drummond de Andrade.

Obs1: Os textos auxiliares são excelentes!

Obs2: Não deixe de conhecer José Lins do Rego.
comentários(0)comente



Senhora D. 07/01/2010

Na obra Fogo Morto, de José Lins do Rego, o autor procura retratar o início da decadência dos senhores de engenho, o advento da usina de açúcar com seus métodos modernos de produção, a formação de uma nova estrutura econômica e social na região açucareira do Nordeste. A brasilidade do texto é muito mais sutil e forma pactos com estruturas mais profundas que levam o leitor a refletir assuntos históricos na história do Brasil, como a decadência e a queda de um modo de produção para a ascensão de outro. O recorte feito do Nordeste fica genérico e o que acontece em Pilar pode acontecer em qualquer outro vilarejo naquele período da história.
comentários(0)comente



Wagner47 29/09/2022

Um buraco que nem tatu conhece
Sem dúvidas esse é o livro do ciclo da cana-de-açúcar que mais lida com o psicológico de seus personagens.
Importante ressaltar que a história principal se passa durante o primeiro livro do ciclo e funciona incrivelmente bem sozinho.

Acompanhamos a história de José Amaro (o Lobisomem que ouvimos falar em Menino de Engenho), o Lula de Holanda ("vizinho" de Zé Paulino, senhor de Santa Fé) e capitão Vitorino (o Papa-Rabo).

Dividida em três partes, uma para cada protagonista, a obra de Zé Lins tem toda a atenção voltada para estudar o comportamento de diversos personagens, seja a tríade principal ou de suas famílias.

Mestre Zé Amaro, fabricante de selas e que vive nas terras do engenho de Santa Fé, é sincero e não está satisfeito com a política local, a ponto de reverenciar o capitão e cangaceiro Antônio Silvino (também apresentado em Menino de Engenho). Nutre certo ódio por sua mulher e filha, além da população em geral por morrerem de medo dele virar um Lobisomem. Cada vez mais com as emoções à flor da pele, até sua saúde será atingida.

Agora sabemos toda a história do Santa Fé, que vai desde a sua fundação pelo sogro de Lula (e com grandes glórias para um engenho tão pequeno) até a sua derrocada e fogo morto por cair nas mãos de um genro que exibe soberba onde não existe.

Por fim temos capitão Vitorino, um cabra que não tem medo de ninguém (o que coloca em situações perigosas) e falastrão de mão cheia, sem contar que age feito menino e não é muito certo das ideias.

O livro une os três ao colocá-los diante de um conflito entre Zé Amaro e Lula de Holanda, apesar de todos já se conhecerem. Confesso que por mais que eu tenha adorado a segunda parte, acabou que foi um motivo apenas para juntar os três em uma situação em comum, porque o que mais tem importância no livro é a relação de Zé Amaro com o capitão Antônio Silvino e o Papa-Rabo tentando ajudar o Lobisomem. No fim o que dá mais sentido ao título do livro é uma das situações que importa menos que o necessário (mas que ainda é importante)

Repleto de diálogos (algo praticamente inexistente nos anteriores), traz uma sólida construção de psicológicos baqueados de ódio, trabalho e rancores.
comentários(0)comente



Thalia Fernandes 17/07/2022

Estou apaixonada por esse livro
Quando olhei a avaliação desse livro aqui fiquei besta! Não se engane com essa nota e dê uma chance para esse livro que é tocante. A história é baseada no ciclo do açúcar, só que é mais do que um retrato histórico. Tem cenas lindas em que um dos personagens tem vários momentos introspectivos, eu sentia exatamente a voz dele, como se eu estivesse ali do lado em suas caminhadas... Esse livro me despertou um mix de sensações e por incrível que pareça me fez rir VÁRIAS vezes com o capitão Vitorino e várias outras passagens que me lembram exatamente muitas pessoas do interior que conheço. É incrível como o autor retrata PERFEITAMENTE as pessoas, as falas e o ambiente ! A escrita dele é divina! Corre como rio! Leiam ?
comentários(0)comente



Charly.nunes 05/02/2023

Peguei esse livro naquelas geladeiras literarias, não dava nada por ele, mas como sei de como os autores brasileiros são bons com a literatura, decido dar uma chace e ainda bem que dei uma chance; o livro é maravilhoso, começa pacato como no interior do Brasil, mas ali naquela paz vc começa a ver que a monotonia da lugar a solidão e ai vêm a loucura, o desgosto da vida e etc, mas oque me deixou muito perplexa foi como o autor foi fantástico construindo isso, ele não faz isso do nada ele da leves ""pistas"" no começo, começa desenvolvendo vagarosamente a um ponto que quando vc se depara percebe que já está na desgraça e nem se da conta de quando aquilo começou a acontecer. Uma abro de art, falo isso sem escárnio
comentários(0)comente



Ludmila 17/06/2022

A primeira e a terceira parte do livro são incríveis! Na segunda aparece um personagem importante e eu não tava nem aí pra ele... isso fez a leitura ficar arrastada e um pouco desinteressante nesse meio.
comentários(0)comente



Régis 24/07/2022

Fogo morto
Essa história diz muito sobre a mente de uma pessoa, de como facilmente alguém assume aquilo que todos dizem a seu respeito, um relato forte e visceral sobre até onde nossa psiquê pode aguentar.
comentários(0)comente



Luis Netto 19/07/2011

“Fogo Morto” é um melhores livros de José Lins do Rego, nascido na Paraíba, na cidade de Pilar no dia 3 de junho de 1901, foi ao lado de Graciliano Ramos e Jorge Amado os maiores romancistas regionalistas brasileiros da literatura mundial.

O livro tem seu enredo dividido em três partes, a primeira retrata a vida de José Amaro; a segunda do Engenho Santa Fé e a terceira do Capitão Vitorino.

A história do mestre José Amaro, um artesão que lida com couro, mora nas terras do engenho Santa Fé, pertencente ao coronel Lula de Holanda Chacon. José Amaro é um homem amargurado e sofrido que se colocas contra a prepotência dos senhores de engenho através de uma altivez que beira a arrogância. O desprezo que sente pelos “coronéis” leva-o a firmar-se como informante do bando de cangaceiros chefiado por Antonio Silvino. Assim, ele manifesta sua rejeição aos poderosos e à ordem constituída

José Amaro administra sua humilde casa no regime patriarcal da época, onde somente a palavra do homem tinha valor. Ele, com freqüência, maltrata sua esposa Sinhá, e, sobretudo sua filha, Marta. Ela já tinha 30 anos e continuava solteira. Esta solidão deixa a filha de José Amaro em estado de depressão, com crises nervosas. O livro conta uma passagem em que, José Amaro espanca violentamente sua filha em meio a uma dessas crises. A partir deste dia, Marta vive alienada do mundo, falando coisas sem pé e sem cabeça. Cada vez mais infeliz, o mestre seleiro caminha à noite pelas estradas próximas, ruminando as suas frustrações. O povo da região passa ver nele a encarnação de um lobisomem e o evita cada vez mais. O destino de José Amaro se decide apenas na terceira parte do livro.

Na segunda parte do livro, o autor narra à história do Engenho Santa Fé, do ao coronel Lula de Holanda Chacon, um representante da aristocracia decadente da época, que conseguira a posse da propriedade através do casamento com Amélia, filha do poderoso capitão Tomás Cabral de Melo. “Seu” Lula, como é conhecido, é prepotente e mesquinho e trata tão mal seus escravos que após a Abolição da Escravatura, eles abandonam O Engenho Santa Fé.

Lula, desinteressado das questões práticas, administra pessimamente o engenho, e em dado momento, o engenho já não consegue produzir açúcar levando-o a rapidamente a falência. A sobrevivência da família fica restrita à criação de galinhas e à produção de ovos, das quais se encarrega Amélia, sua esposa.

No entanto, mesmo falido, Lula de Holanda Chacon mantém a postura de grande senhor, traduzida no cabriolé (pequena carruagem de luxo) com que percorre as estradas, sem cumprimentar ninguém. Autoritário, impede que sua filha Neném namore um rapaz de origem humilde. Esta, condenada a permanecer solteira, fecha-se sobre si própria e torna-se alvo de riso e deboche da vizinhança. Enquanto isso, alienado dos problemas econômicos que causam a derrocada de seu mundo, Lula entrega-se às práticas místicas, sob influência de Floripes, um negro que era seu afilhado. Coube a mulher de Lula de Holanda, D. Amélia, a compreensão lúcida e triste do fim de tudo. O Engenho Santa Fé acabara-se

Neste livro, José Lins do Rego, conta também a historia do personagem Capitão Vitorino, um pequeno proprietário de terras que vive de maneira modesta. Oriundo de famílias tradicionais da região açucareira, as quais já pertenceu socialmente, que embora nas duas primeira partes do livro seja uma figura inexpressiva a ponto ser apelidado de Papa-Rabo pelos moleques da região.

Na terceira parte do romance Fogo Morto, o Capitão Vitorino passa para a condição de um homem idealista que o leva investir contra tudo aquilo que lhe parece injustiça, sem medir a força do inimigo, nem pesar as conseqüências de suas ações. Contesta o poder absoluto dos senhores de engenho, da polícia militar e até dos cangaceiros, e defende ideais éticos que parecem inviáveis na vida cotidiana da região.

Vitorino acredita que somente pelo voto, possa instaurar uma ordem institucional num meio em que a única lei é o arbítrio dos latifundiários. Sua forma de vida simples em contraste com os seus pensamentos não lhe retira a grandeza humana e literária. Ao contrário, fazem parte de sua personalidade multifacetada.

Somente falar dos personagens pode tornar o livro sem graça e na terceira e última parte do romance predomina a ação. O cangaceiro Antônio Silvino invade a cidade do Pilar, saqueia as casas e lojas. Invade o engenho Santa Fé, ameaça os moradores em busca do ouro escondido.


Na luta para defender o Engenho Santa Fé, Vitorino é agredido e só não é morto graças à intervenção de José Paulino, dono do Engenho Santa Rosa. Vitorino também é agredido pela polícia, que na ocasião o prende, bem como a José Amaro e seus companheiros.

Quando libertados, Vitorino e o mestre José Amaro seguem rumos diferentes. Capitão Vitorino pensa em entrar para a política e Mestre José Amaro, que fora abandonado pela mulher e ter internado sua filha num hospício, desiste da vida, suicidando-se. Lula continua no seu devaneio, na falsa ilusão do poder que já não existe mais. O Engenho Santa Fé já estava em “fogo morto”, expressão que era dada aos engenhos que paravam de produzir o açúcar, a partir da moagem da cana.



Um livro fabuloso.

Recomendo a todos.
Pedróviz 29/03/2019minha estante
Sua resenha me deu vontade de reler o livro.




Rodolfo Vilar 10/09/2020

Simples e lindo
Eu sempre fui apaixonado pelos livros regionalistas que tratam sobre o nosso nordeste, a nossa história e nossa cultura. É assim com "Fogo Morto" de José Lins do Rego, nossa leitura para o projeto #RaizesLendoBrasileiros. O livro trata sobre três classes de indivíduos da camada de uma cidade do interior da Paraíba, onde essas camadas falam sobre política, saudosismo, a quebra da economia da cana de açúcar e o desejo pelo progresso local.
comentários(0)comente



Lari ð¦ 19/06/2022

Fiz essa leitura na época do vestibular, mas felizmente o obra tem um enredo que prende a leitura e é um gênero pelo qual tenho muito interesse (amo ler romance histórico). Não foi nenhum sacrifício terminar esse livro expecional.
Clarysse1 19/06/2022minha estante
?




Filino 22/06/2020

Personagens inesquecíveis que constituem uma obra-prima
José Lins do Rego é magistral ao contar uma história de modo simples (quase oral) e riquíssima. A psicologia de personagens como o mestre seleiro José Amaro, o dono de engenho Lula e o capitão Vitorino Carneiro da Cunha deixam lembranças no leitor, de tão vivas que são as linhas que os caracterizam.

Dividida em três partes que se interpenetram, "Fogo Morto" é uma joia rara da literatura brasileira. Não há como passar incólume aos acontecimentos que cercam aqueles três personagens, peças de um Nordeste marcado pela crise dos antigos senhores de engenho, pelas agruras sofridas pelo povo, além da justiça das autoridades e aquela praticada pelos cangaceiros. Dizer que o livro é riquíssimo é enunciar algo simples, mas extremamente verdadeiro.

A edição em si também merece (muitos) elogios. Extremamente rica, com textos de Benjamin Abdala Jr., Mario de Andrade e Drummond na parte inicial, além de um panorama da época e perfil biográfico do autor na parte final. Em complemento, indicações bibliográficas sobre José Lins e a obra, indispensável para quem quiser mergulhar nesse universo.
comentários(0)comente



Peter.Molina 14/07/2023

Fim de um ciclo
O último livro do ciclo da cana de açúcar foca em 3 personagens marcantes ,cada um com sua tristeza, sua revoltas,seus fracassos. Um livro forte,amargo, com relatos do regionalismo pungente de um momento histórico em declínio, com senhores de engenho arruinados mas tentando manter a pompa,a invasão do cangaço além das lendas do passado. Saí desse livro um pouco pesado pelo destino de alguns personagens mas impressionado com a força da escrita do autor.
comentários(0)comente



111 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR