Patricia Pietro 13/11/2021Esse livro é extremamente bem escrito, repleto de críticas, e muito atual. A obra gira em torno de um aparelho peculiar, uma espécie de máquina mortífera. Ela é usada para dar cumprimento às penas capitais na Colônia Penal, local onde a estória se passa. No entanto, ela está se tornando cada vez mais impopular e poucos se atrevem a dizer que apoiam o seu uso.
O oficial que a apresenta ao viajante, por outro lado, é um fanático. De tão obcecado que é, ele decide se autosacrificar. Estranhamente, o mecanismo mortífero da máquina desregula-se no processo, não atingindo o fim para o qual foi crida justo quando a vítima é seu mais severo defensor.
O conto aborda, em segundo plano, a justiça criminal e a arbitrariedade do poder. O homem não sabe porque foi condenado, não sabe sua sentença e nem pôde defender-se. Uma situação jurídica injusta, autoritária, às avessas. Infelizmente, não é difícil traçar um paralelo com a realidade em que vivemos.