David Copperfield

David Copperfield Charles Dickens




Resenhas - David Copperfield


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Fabio 28/02/2024

"A belissima jornada da amizade"
"... como muitos pais amorosos, eu tenho, no fundo, no fundo, um filho favorito. E seu nome é David Copperfield".

Charles John Huffham Dickens ou simplesmente "Boz", considerado um dos maiores e mais populares escritores de todos os tempos, nasceu em Potsmouth, Inglaterra no fim do inverno de 1812, e suas obras foram compostas entre 1836 e 1870 e durante esse período publicou mais de 40 livros, a maioria em forma de fascículos mensais publicados em jornais e revistas londrinos.

Com "David Copperfield" não foi diferente. Publicado originalmente em folhetins semanais, entre 1849 e 1850, um dos maiores romances de da história da literatura mundial, só ganhou o formato que conhecemos nos dias de hoje, seis meses após de ter sido publicado o ultimo fascículo na revista mensal de Bradbury & Evans.

Narrado em primeira pessoa, em forma de relatos e memórias, em "David Copperfield", somos convidados a uma jornada épica e extraordinária pela vida de David, desde a infância até a maturidade, e através do olhar do próprio protagonista, somos apresentados a mais de trinta personagens (todos memoráveis), que surgirão durante toda a história, e acompanharemos então, a intima relação de boa parte desse elenco na vida e história do nosso herói.

No início do percurso somos transportados para a segunda década do século XIX, na pequena cidade de Blundstone, costa leste do pais, e acompanhamos a primeira parte da infância do menino, em meio ao seio familiar. Após várias ocorrências e intempéries, David, vai para Londres, onde sofre provações de todos os tipos e durante esse período acompanhamos a o que podemos chamar de segunda etapa da infância. Porém é nessa mesma época, que sua vida converte abruptamente, e é na cidade de Dover que tudo se transforma, e David, reencontra a felicidade perdida em meio aos labirintos londrinos, e inicia a jornada que desagua nos anos da prospera juventude. Na fase seguinte, já renomeado como David Trotwood Copperfield (também conhecido pelos apelidos: "Daisy", "Doady", "Trot" e "Davy") acompanhamos a adolescência, a fase adulta e a maturidade do protagonista, onde descobre novas amizades e reencontra velhos amigos, manifesta a paixão, e outros sentimentos que, até então desconhecia, mas é na amizade que o herói se ampara, e constrói toda a base de sua vida. Em meio a todas as desgraças e infortúnios, sofrimentos e alentos, amor e ódio, que David, prova pagina após pagina que é um ser honrado, diligente, otimista e sobretudo, perseverante, que toca, emociona e conquista desde as primeiras linhas.

De caráter autobiográfico, Dickens inseriu muito de sua própria história em "David Copperfield", destarte, mesclou ficção e realidade, resultando num texto extremamente realista, repleto de alegorias e simbolismos pessoais. Dickens também utilizou dos cenários de sua infância para tecer críticas contra as convenções sociais de uma era vitoriana, em que a sociedade se apoiava totalmente na riqueza, especialmente, no que se refere aos maus-tratos dos menos abastados, em particular, as crianças de rua e os homens sem instrução, que não possuíam condições sequer da subsistência, quanto mais de almejar erudição. Com o intuito claro de imprimir realismo nas ações de seus personagens, Boz, transcreveu de forma imperceptível ao texto suas experiências, sobretudo os revezes de sua vida e as dificuldades pecuniárias e, emprestou de seres reais, principalmente do círculo que conivência, as características necessárias para compor seu prolifico elenco, personificando inclusive familiares dentro do cerne de seus personagens, e para ilustrar, Dickens, emprestou de seu pai, todas as caraterísticas, tanto físicas quanto psicológicas para criar, Wilkins Micawber, amigo íntimo do menino David Copperfield. Não importa notabilidade ou a notoriedade dos personagens no interior da obra, em algum momento, seja o protagonista, o antagonista ou mesmo os coadjuvantes, poderá vislumbrar as nuances e reconhecer o criador pela criação, através da angústia e beleza das chamas dickensianas.

Outro ingrediente fundamental de "David Copperfield", são os encontros e desencontros dos seus mais variados personagens com o protagonista, e esse fato, demonstra o quão incrível é a capacidade de Boz, em movimentar uma trama dessa magnitude, com dezenas de personagens, sem deixar, que um sobressaia demasiadamente ao outro, ou que, determinado personagem caia no esquecimento, ou sobreluza ao herói. Entretanto, a genialidade de Dickens é evidenciada em mais alto grau, quando passamos a nos identificar com vários dos personagens e não só ao protagonista, e que, nos imaginamos ali, participando da cena, sofrendo, rindo e chorando, odiando, ou desejando vingança aos injustiçados. E nesse quesito, a genialidade é fria e cruel, quando passamos a odiar os antagonistas, desejando-lhes as mais variadas formas de sofrimento.

Dickens nos convida a julgar os personagens com base em suas ações e características individuais, e quer provar a todo instante na sua obra-máxima, que riqueza e status social não indicam o caráter e a moralidade, e que títulos, dinheiro e bens materiais, vem e vão, e não podem ser a motivação principal de uma vida.

Trata-se de um romance de formação, onde Dickens esmiúça os aspectos morais, psicológicos e sociais do ser e utiliza da trajetória do protagonista para evidenciar a máxime, evolução e maturação, do ser humano, nos altos e baixos, provado pelas vicissitudes da vida, desde a tenra infância ao último e derradeiro suspiro. Nos primeiros capítulos, Dickens investiga com primor a infância e as inquietudes da inocência, e ao decorrer dos estágios da narrativa, as inquietações, dão lugar a outras próprias de cada fase da vida, entretanto, mantem de forma irredutível a inocência de seus heróis até o fim da vida, no intuito de assemelhar seus personagens aos heróis sem maculas das eras clássicas

O dileto filho do autor é embebecido em fontes realistas, no qual Dickens era proeminente adepto, pois valorizava no texto, as situações cotidianas, sem floreios, sem idealizações, de forma bem objetiva, chegando a imprimir em certas cenas, extrema banalidade e trivialidade, entretanto sem nunca perder autoridade ou estética. Basta ler algumas páginas de "David Copperfield", para sentir o peso do factual, peculiar aos textos de Dickens.

As habilidades de escrita de Dickens são notáveis, e indubitavelmente não existem, digressões ou imperfeições, o texto é fluido, e mantem uma constante suavidade e elegância do início ao fim. Os capítulos são extremamente curtos repletos de ritos de passagem, mudanças repentinas do decurso e viradas narrativas, característicos da literatura vitoriana, e essa técnica é proposital, somente com a finalidade de seduzir o leitor no final de cada divisão, criando uma atmosfera de expectativa e urgência, que, captura o legente a desejar o próximo capitulo. Entretanto, nessa fase, podem aparecer trechos com certas prolixidades, mas, que não causam cansaços significativos no ritmo da leitura.

"David Copperfield", nos remete olhar para a essência da palavra perseverança, que, deveria ser o subtítulo desse livro, uma vez, que é a chave para compreender obra e para decifrar os códigos socio-filosóficos que a compõem, e destarte, também alcançarmos o entendimento daquilo que o gênio propôs, nas entrelinhas dessa gigantesca obra, uma vez que somos homens falhos e incompletos, e que, só nos assemelharemos com o Criador, se possuirmos a Fé.

Em suma, "David Copperfield", é uma Obra-Prima da literatura mundial, reverenciada, pelos maiores pensadores e escritores contemporâneos a Dickens e aos que vieram depois deles, portando não há como falar de literatura ocidental, sem citar, Dickens, e não há como mencionar ele, sem pensar em "David Copperfield".

"David Copperfield, foi meu companheiro e alento durante os dias frios e amargos no cárcere da Sibéria" Fiódor Dostoieviski

“Quando lemos Dickens, reformulamos nossa geografia psicológica “Com tamanha força nas mãos, Dickens fez seus livros se inflamarem, não apertando a trama ou afiando a fala, mas atirando mais um punhado de gente no fogo” Virginia Woolf.

Se tratando de uma obra de folego (mais de 1200 páginas), inevitavelmente, pode-se perder o ritmo da leitura, mas, peço que não desanimem e sejam perseverantes como David, pois é na dificuldade que são provados os homens de fé.

Antes de encerrar, gostaria de agradecer as minhas queridas Mari, Vanessa e Aurea e ao meu brother, Fabão!
Obrigado pela companhia, pela paciência e por não largarem as mãos mesmo na dificuldade!
Gratidão meu amigos!
Karen.V 28/02/2024minha estante
Arrasou ??????


Mel 28/02/2024minha estante
Como pode ser tão bom com as palavras?? ??
Tenho paixão por suas resenhas, meu lindo!!
Você como sempre, dando show!
???


Cris 28/02/2024minha estante
Foi meu favorito do ano em que li.


Barbar@ 28/02/2024minha estante
Verdade ele faz resenhas maravilhosas, um crítico e apaixonado pelo que ler e escreve. É um talento lindo. Parabéns Fabio. Tento me inspirar em ti, mas tô longe de conseguir fazer uma como as suas.


CPF1964 28/02/2024minha estante
Parabéns, Fábio. Suas resenhas são extraordinárias. Seu talento é inegável.


CPF1964 28/02/2024minha estante
A única parte que não gostei foi quando você espinafrou Vitinho.... "Não existem digressões......"


Yasmin V. 28/02/2024minha estante
??? Muito bom!
Só discordo da parte que os capítulos são extremamente curtos hahahah eu achei a maioria longos, na verdade.. pulo de alegria quando aparece um curto, a leitura até rende! Hahaha


Fabio 28/02/2024minha estante
Obrigado, Karen, pelo carinho!?


Duda.bae 28/02/2024minha estante
Olha que resenha completinha, realmente se apaixonou pela obra né, Fabio. Ficou perfeita!!! ??????
Acompanhei seus registros desse livro também e apesar de ser 1200 páginas, parece valer muito a pena!!! ?


Fabio 28/02/2024minha estante
Mel, minha linda, muito obrigado pelas palavras carinhosas, e por estar sempre presente, principalmente pela paciência,!
Sabe o quão importante é sua opinião para mim!?


Fabio 28/02/2024minha estante
Cris, até agora, é o favorito desse ano, mas acho que vai perder a posição para "A Leste do Éden"!


Fabio 28/02/2024minha estante
Bárbara ,minha querida, muito obrigado!?
Lisonjeado com seu carinho!!!?
Sério, me deixou aqui sem palavras!
Longe nada, a diferença é que eu sou bem prolixo e não sei escrever sucintamente , minha querida, coisa qu você faz com maestria!??


Fabio 28/02/2024minha estante
Muito obrigado, Cassius, meu amigo!
Extremamente lisonjeado com suas palavras!?
Gratidão!!
Sobre não haver digressões, foi como foma de elogio kkkk


Fabio 28/02/2024minha estante
Yasmin, minha querida, muito obrigado pelo carinho e pela presença de sempre!?
Sobre o tamanho dos capítulos eu achei curtos, mas, confesso que durante a leitura achei um ou outro bem prolixo, então deu a impressão de serem mais longos, porém quando fui olhar , eram os menores... A cabeça, as vezes nos pregam eocas


Fabio 28/02/2024minha estante
@ Yasmin.... Pregam peças.kkk
Mas eu te entendo perfeitamente, inclusive uma amiga me falou exatamente isso kkkk


Fabio 28/02/2024minha estante
Dudinha, minha querida, obrigado pelas palavras carinhosas!
Você é um amor!?
Eu sempre fui apaixonado pela escrita do Dickens, mas depois dessa obra prima, ele realmente me arrebatou de vez!?
Obrigado por estar sempre por aqui, minha querida!


Valesca.Castelani 28/02/2024minha estante
Mais uma vez parabéns pela resenha


Mariana 28/02/2024minha estante
Duas combinações incríveis: Ler com você e ler a sua resenha ????????!! Meu amigo, que texto mais leve e prazeroso de se ler! Você foi desvelando toda a obra e posso ver cada detalhe de cada momento ali, na sua descrição!! Eu ameiii muito ler com você e com a Van, e reitero a obra magnifica e encantadora que é sua escrita! Está de parabéns ?????????????? Vamos à próxima por favor, pra eu ler mais suas resenhas ahahhaha!!!


Fabio 29/02/2024minha estante
Obrigado, Val!?
Feliz que tenha gostado da resenha!


Fabio 29/02/2024minha estante
Mari, minha grande amiga, muito obrigado!?
Suas palavras me deixaram sem palavras por aqui?
Foi maravilhoso ler com vocês, o ponto alto da leitura com toda a certeza!
Obrigado pela sinceridade, pelo companheirismo e pela paciência! ???


Cris 29/02/2024minha estante
Fábio, vixe....então preciso comprar e ler...kkkk


Fabio 29/02/2024minha estante
Cris, compre que, não vai se arrepender!!! kkkkk


Mariana 29/02/2024minha estante
Meu amigo, é sempre uma alegria poder compartilhar coisas boas??????


Fabio 29/02/2024minha estante
Obrigado Mari!!!!???


Elton.Oliveira 29/02/2024minha estante
Perfeito Fábio ! Mais uma vez .. ?????... Foi ótimo ver esse texto , ainda não li , mas é um dos que tenho vontade , pelo tanto que vejo de bons comentários. Só falta a coragem, mas lerei um dia !


Fabio.Nunes 29/02/2024minha estante
Como sempre, excepcional resenha meu amigo! Muito interessante sua abordagem sobre a inocência dos heróis (bem característico realmente). Uma jornada e tanto.


Fabio 29/02/2024minha estante
Elton, meu amigo, obrigado pelas palavras!
Eu que te agradeço a presença de sempre!
Fico feliz que tenha gostado da resenha, e espero que leia em breve, e volte aqui para debatermos!
Obrigado meu brother!!!


Fabio 29/02/2024minha estante
Fabão, meu querido, obrigado pelas palavras e principalmente pela companhia na LC. Vocês todos são demais!
Engraçado, você falar sobre as características dos personagens dickensianos. Estava hoje mesmo, conversando com uma amiga sobre essa "Inocência" a todo custo., e acabei descobrindo algo que, desconhecia. Foi o próprio Dickens, que resgatou esse padrão de personagens, e que acabou sendo copiado por tantos outros, inclusive, o VIctor Hugo


RayLima 29/02/2024minha estante
Preciso ler Dickens!


Fabio 29/02/2024minha estante
Ray, leia e não se arrependerá!


Josie 29/02/2024minha estante
Amo muito David Copperfield! E sua resenha mais uma vez, sem palavras ???


Fabio 29/02/2024minha estante
Josie, minha querida, muito obrigado, pelo carinho!!!???
O David Copperfield entrou para o rol de melhores leituras da vida!


Yasmin V. 29/02/2024minha estante
Fábio, realmente! Vai muito do nosso ritmo de leitura no momento.. alguns capítulos maiores podem passar voando ou outros não fluírem nada..
Só sei que preciso retomar minha leitura! Hahaha


Fabio 29/02/2024minha estante
Estou esperando você terminar para podermos comentar sobre essa obra prima.?
Yasmin, o grande final vale cada segundo gasto com esse livraço!


GessicaM 01/03/2024minha estante
Além do prazer de conhecer a escrita do autor, depois dessa magnífica resenha tão detalhista, reafirmou minha vontade de ler essa obra. Pelas suas palavras parece ser uma leitura incrível e cheia de enriquecimento.


Camila Felicio 01/03/2024minha estante
Excelente como sempre!!!! Parabéns Fábio ?? Em abril encaro depois de descansar das digressões de Victor Hugo kkkkkkkkkkkk
Parabéns novamente, tuas resenhas são motivadoras ????


Fabio 01/03/2024minha estante
Gé minha querida, essa leitura foi realmente incrível, uma jornada e tanto. Fico feliz que tenha gostado da resenha, e espro vê-la lendo esse livrão em breve!
Gratidão minha querida!!!???


Fabio 01/03/2024minha estante
Camila, muito obrigado, pelas palavras extremamente carinhosas!??
Vou acompanhar suas impressões de perto, minha querida!
Fico feliz que a resenha, tenha te motivado!


GessicaM 01/03/2024minha estante
Fabio é o que realmente aparenta ser. Não sei quando irei ler, mas com certeza esse livro foi para minha lista ?. Eu que sou grata por vc só estar aumentando minha lista com livros incríveis.


Fabio 01/03/2024minha estante
Não precisa me agradecer, minha querida!????
Eu que agradeço sua presença!


Gabriela_Sut 03/03/2024minha estante
Resenha incrível, Fábio. Esse é um dos próximos clássicos que pretendo ler!!


Fabio 03/03/2024minha estante
Gaby, minha querida, muito obrigado!!!?
Esse livro é incrível e vai te impactar!


Roberta 04/03/2024minha estante
Ainda preciso ler o livro? ?


Fabio 04/03/2024minha estante
Exagerei né Roberta? kkjkkkk
Um tanto quanto prolixo ?




Fabio.Nunes 24/02/2024

Trot, te falta ódio!
David Copperfield - Charles Dickens
Editora: Zahar, 2021

"De todos os meus livros, este é o de que mais gosto. Seria de se acreditar que sou um pai orgulhoso de todos os filhos de minha imaginação e que ninguém seria capaz de amar esta família com tanto carinho quanto eu. Mas, como muitos pais dedicados, tenho, no mais fundo de meu coração, um filho favorito. E seu nome é David Copperfield."

Eis a declaração do próprio Dickens sobre este livro, conhecido por possuir muitos elementos autobiográficos. Um clássico realista da era vitoriana que abriu muitas portas na literatura. Uma obra que mescla uma boa estória, com pitadas de humor, tristeza, redenção, amor e crítica à sociedade da época.
?Ain, mas é um livro muito grande! Dá preguiça.? Eu também pensei assim sempre que tentava ler essa obra. Por isso o melhor conselho que dou é: Organize-se, jovem! Leia pouca coisa a cada sessão de leitura. No meu caso entrei numa leitura conjunta, cuja meta diária era de um capítulo apenas. Em mais ou menos 60 dias estava tudo lido. E valeu à pena todo o esforço. Meus agradecimentos à Vanessa Castilhos e ao Fábio Junkeira pela generosidade do convite.
Neste livro acompanhamos a vida de David Copperfield, numa narrativa em primeira pessoa em que nosso protagonista, já amadurecido, nos conta sua história desde seu nascimento. É o famoso romance de formação, onde vemos a personagem crescer e se desenvolver. Ao longo da leitura, fácil por sinal, passamos a conhecer toda uma gama de personagens bem caracterizados que despertam na gente sentimentos muito diversos.
A maestria aqui reside na escolha obviamente consciente de Dickens em apresentar figuras diversas e algumas até estereotipadas para estruturar sua estória e conduzir as emoções do leitor.

Não vou falar do enredo, pois tudo pode ser ?spoiler?. Entretanto, posso garantir que você criará relacionamentos afetivos com quase todas as personagens, mesmo nas fases tediosas do livro (sim, elas existem). Deixo aqui menções honrosas à Srta. Betsey Trotwood (uma das minhas personagens preferidas), Traddles (referência de amizade), família Micawber (referência de redenção), Dr. Strong e Sr. Dick (personagens aparentemente desconectados da realidade, mas que se mostram como referências morais), Ham (referência de dignidade), e Sr. Peggoty (referência de amor, paternidade, humildade e gentileza ? outro preferido). E o David? Bem, a ele em muitos momentos eu me vi gritando ?Copperfield, te falta ódio!?

Finalizando, todo calhamaço bem escrito cria raízes na gente; nos acostumamos à companhia das personagens, nos relacionando com elas ao longo da leitura, e depois somos obrigados a nos despedir. Isso sempre deixa uma espécie de vazio, mas também saudade ? e só sentimos isso por aquilo que nos é caro.

Vá em frente e encare esse livro. Dê a si mesmo(a) a oportunidade de se emocionar, quem sabe até derramar algumas lágrimas, como eu o fiz.

"Pra minha filha querida, meu amor invencível. Eu te perdôo."

"Eram tantos quilômetros de estrada aberta diante de meus pensamentos; e, atravessando-a bravamente, vi um menino maltrapilho, rejeitado e desamparado, que viria a chamar de seu aquele coração que batia contra o meu."

Obrigado Fabão e Van!
Jorlaíne 24/02/2024minha estante
Que linda resenha, Fábio. Já vou colocar ele aqui na fila??


Fabio.Nunes 24/02/2024minha estante
Obrigado Jorlaine!


Flávia Menezes 24/02/2024minha estante
Bela resenha, Fábio! Aliás? Não é uma resenha, é uma experiência afetiva! ??????
Eu que sempre tive receio de ler?já quero mergulhar numa leitura como essa, só pra conhecer esses personagens.


Fabio.Nunes 24/02/2024minha estante
Ah Flávia, esse fã clube da amizade é parcial demais rsrs. Mas obrigado pelas palavras. Acho esse livro a tua cara viu. Talvez converse bem com tua sensibilidade. Os últimos 4 capítulos podem trazer lágrimas até quem está em coma.


Flávia Menezes 24/02/2024minha estante
Palavras sinceras? você sabe! ???
Poxa! Agora que estou mesmo interessada em ler. E saber que tem toda essa sensibilidade, me conquista. É o que mais amo nas leituras. Obrigada pela dica!
Obs.: isso quer dizer que você também se emocionou, não é? ?


Fabio.Nunes 24/02/2024minha estante
Sim. Não deu pra segurar rsrs


Flávia Menezes 24/02/2024minha estante
Aaaawn ????
O poder do Dickens! ?


Regis 25/02/2024minha estante
Que resenha instigante, Fábio! ?
Minha hora de fazer essa leitura vai chegar e espero me apaixonar por esse livro.


Fabio.Nunes 25/02/2024minha estante
Obrigado Regis. Esse livro tem suas fases tediosas, mas valeu a pena pra mim.


Fabio 25/02/2024minha estante
Fabão, que resenha!
Arrebentou!???


Fabio.Nunes 25/02/2024minha estante
Valeu meu amigo


Lari ... 25/02/2024minha estante
Que resenha linda!! Que livro maravilhoso, com certeza virou um dos meus preferidos.
Betsey Trotwood minha personagem favorita. ??


Fabio.Nunes 26/02/2024minha estante
ôh Lari, mto obrigado por suas palavras! Betsey é demais msm.




Lucas 15/09/2016

Manancial de emoções nostálgicas
"Se serei o herói de minha própria vida, ou se essa posição será ocupada por alguma outra pessoa, é o que estas páginas devem mostrar".
A primeira frase do livro David Copperfield, acima representada, é plenamente capaz de trazer uma mínima noção do aspecto singular da narrativa em primeira pessoa da maior obra-prima (segundo ele mesmo definiu) do inglês Charles Dickens. De fato, é um texto leve, íntimo e repleto de nostalgias.
Lançado em 1850, David Copperfield é "semi-autobiográfico", misturando ficção com muitos pontos reais da vida de Dickens. Ao fazer um relato de si mesmo desde o seu nascimento, David enche o leitor de emoção, alegria, tristeza e revolta, sentimentos estes mais presentes na sua infância difícil. Descrevendo tudo o que lhe cercava, as pessoas, os costumes, as diversas classes sociais, e, por meio indireto, fazendo um belo retrato da sociedade inglesa do início do século XIX, a obra gera no leitor, além dos sentimentos acima mencionados, um estado único de apego a história contada. Por mais que o tamanho do livro possa assustar à primeira vista (a belíssima edição da Cosac Naify tem mais de 1.200 páginas de história em si), é impossível o leitor abandonar a obra antes de ela ser devorada.
Dois fatores contribuem para o "vício" que o livro gera. O primeiro deles se refere às pouquíssimas digressões que ocorrem na história, relacionadas ao fato de todo o livro ser intimamente contado pelo seu protagonista, cuja ênfase é, objetivamente, direcionada à sua vida e trajetória. Outros clássicos da época, de vulto semelhante, traziam uma ampla abordagem filosófica e até mesmo psicológica da sociedade em questão. Estes clássicos assim o são por este e incontáveis outros aspectos, mas isso não os colocam num panteão inferior a David Copperfield; é apenas um argumento que diferencia a obra de Dickens das demais. Inegavelmente, no entanto, essa pequena quantidade de reflexões digressivas pode ser vista como um ponto positivo animador ao futuro leitor, especialmente se ele for menos experiente nos ditos clássicos da literatura universal.
Outro ponto que algema o coração do leitor a David Copperfield reside na brilhante e singular narrativa lúdica de Dickens. Por mais que hajam, de fato, pequenos trechos onde aspectos cotidianos corriqueiros e, aparentemente, inúteis, são relatados, a escrita é incrivelmente nostálgica. Ela, a narrativa, simples e sempre convidativa, transporta a alma do leitor de uma forma poucas vezes vista em um livro. É impossível, por exemplo, que quem lê não se encante com diversas pessoas que faziam parte da existência de David na infância. Igualmente improvável que o leitor não se veja como Copperfield na sua inocência infantil, nos seus dilemas de adolescente e com suas preocupações de adulto. Com isso, desenvolve-se naturalmente um estado de associação imediato, pois o leitor é capaz de chorar, sofrer, se alegrar e se emocionar com David da mesma forma que, talvez, tenha feito consigo mesmo um dia. Este sentimento de natural empatia é fortalecido pela variada e verossímil gama de personagens criada por Dickens. Qual indivíduo nunca temeu um professor "malvado"? Qual pessoa nunca se apaixonou cegamente por alguém, mesmo que este alguém tenha algumas peculiaridades, oprimidas pela paixão? E para quem já leu-o, quem nunca teve ou desejou ter uma amiga como a srª Peggotty ou Agnes? Estas e outras dezenas de "realidades", comuns a praticamente todos, permeiam toda a história.
O futuro leitor, ao pesquisar a respeito da obra, não encontrará muitas informações relevantes nas sinopses e resumos oficiais. A presente resenha segue esta prática, pois não há muito a ser dito sobre a vida de David Copperfield que não esteja relacionado ao mencionado apego que sua história cria. Importante saber que, sob a pena de Dickens, muitos indivíduos realmente não são o que parecem ser. Por mais nostálgico e lúdico que seja, o livro tem um feitiço (fascinante) baseado em mistério. Em suma, trata-se da trajetória de um indivíduo comum, sem fantasias e digressões profundas. Um espelho natural do curso da existência, recheado de idas, vindas, encontros, reencontros inesperados, partidas sofridas, doces recordações, anseios... Indivíduos amorosos, misteriosos, imprevisíveis, humildes, assustadores... Partindo-se para um ângulo mais pessoal, o que é a nossa vida senão isso? Uma infinidade de idas, vindas, retornos e lembranças, sejam de pessoas, lugares ou acontecimentos.
Por fim, a história de David Copperfield é um lembrete ao fato de como a nossa existência, independente de crença, é incrivelmente aleatória. Do quanto o mundo parece minúsculo às vezes. De como estamos naturalmente suscetíveis à tragédias e coisas boas. Como Tom Hanks e seu grande Forrest Gump nos ensinam, ao fim de tudo somos apenas uma pena vagando ao sabor do vento. E como a obra de Dickens demonstra, cabe a nós fazermos o melhor que pudermos até o vento parar de soprar.
Natalie Lagedo 15/09/2016minha estante
Uau, resenha de tirar o fôlego! Amei Copperfield somente pelas suas palavras. Se tinha curiosidade sobre o livro, agora aumentou.


Lucas 15/09/2016minha estante
Nobre Natalie! Fico feliz. Leia-o, garanto que lhe será inesquecível. :)


Peregrina 18/09/2016minha estante
Que resenha linda, Lucas! De longe, a sua melhor... Se estou emocionada somente com a resenha, imagino o que o livro provocará no meu coração sensível de leitora... Parece ser justamente o tipo de livro que eu mais gosto: um livro sobre a vida, nostálgico e com o qual é possível refletir sobre nós mesmos.


Lucas 18/09/2016minha estante
Enza! Me sinto honrado. E é exatamente isso, muitas coisas que o David vivencia nós, que estamos vivendo 2 séculos depois, nos reconhecemos nele, seja em seus dilemas, angústias e tristezas. É lindo, do início ao fim. :)


Erika 26/09/2016minha estante
Agora que finalizei o livro me permiti ler sua resenha. E que texto maravilhoso! ?


Karynne.Ladysllau 13/10/2016minha estante
A melhor resenha que já li.... parabéns e me fez querer ler o livro...


Anne 24/12/2016minha estante
Que resenha sensacional. Parabéns


Daniele 12/01/2017minha estante
Quero muito ler! Adorei a sua resenha. Li Um conto de duas cidades e foi um dos melhores livros que li na vida.


Érica 20/05/2017minha estante
Nossa, parabéns pela resenha! Fui ler Dickens depois que vi uma referência no cinema (About Time) e me encantei. David Copperfield foi o melhor que li até agora :)


Milene.Martins 16/06/2017minha estante
Eu o li há 30 anos atrás, mas depois da sua resenha pretendo voltar a ler. Difícil é encontrar para vender. Obrigada


Lorrany Moura 06/11/2019minha estante
Que olhar, que sensibilidade! Tua resenha é de encher o coração e me fez desejar ainda mais o livro.


Lorrany Moura 06/11/2019minha estante
Que olhar, que sensibilidade! Tua resenha é de encher o coração e me fez desejar ainda mais o livro.




Aline Mari 30/08/2020

Imperdível
Acabei de ler David Copperfield nesse exato momento e tantas coisas vêm à minha mente para falar desse livro que me falta organização mental para tal. Eu apenas consigo dizer que todos os elogios são poucos para esta obra, me faltam palavras e que não esperem tanto tempo para ler como eu esperei, pois é um livro cativante do início ao fim, com personagens que aos poucos tornam-se nossos amigos também e alguns até inimigos mortais. Um CLÁSSICO com letras garrafais, de respeito. O último e único livro que me emocionou desta forma foi Os Miseráveis, e já faz um tempo considerável que o li.
Jeferson 30/08/2020minha estante
Um novelao!!!


Aline Mari 30/08/2020minha estante
Sim!!! E que novelão Jeferson!


@fabio_entre.livros 30/08/2020minha estante
Calma, Aline. Quem te vê despejando essa avalanche de elogios para esse livro pode pensar que você não leu "O Conde" este ano!!!


Cleuzita 01/09/2020minha estante
Uauuu, pelo jeito você gostou muiiitttooo. Parabéns pela disciplina.


Aline Mari 13/09/2020minha estante
Kkkkkkkk...verdade Fábio! Mas olha só, David Copperfield está lá coladinho com O conde viu...rsrsrsrs


@fabio_entre.livros 13/09/2020minha estante
É... junta esses dois com Os miseráveis e pronto! Está feita a Trilogia da sua vida, né?


Aline Mari 13/09/2020minha estante
Exatamente! Por enquanto é a trilogia da minha vida sim! Rsrsrsrs... você vai ler em janeiro? Será leitura ou releitura?


@fabio_entre.livros 13/09/2020minha estante
Vai ser a primeira vez. E Dom Quixote, você ainda vai encarar este ano?


Aline Mari 13/09/2020minha estante
Mal posso esperar para saber sua opinião sobre este livro! Então, sobre Dom Quixote, ele está na minha meta e será o próximo... Espero gostar!


@fabio_entre.livros 13/09/2020minha estante
Amo demais! Chorei de rir com algumas das aventuras sem noção daquela dupla.


Aline Mari 24/09/2020minha estante
Iniciando Dom Quixote entre hoje e amanhã. Estou ansiosa!


@fabio_entre.livros 24/09/2020minha estante
:D




Márcio Almeida 09/03/2009

Cuidado com a edição que você lê!
Raríssimas edições brasileiras de David Coperfield trazem o trabalho integral de Charles Dickens. A maioria é de adaptações bem resumidas. A edição da Scipione tem 239 (!) páginas, e a da Hemus, apenas 149 (!!), contra 716 páginas da edição em português da Penguin books. Mas nem mesmo esta última pode ser considerada completa, já que, por exemplo, a edição americana da Penguin Classics tem 1024 páginas. Olho vivo, pois, no caso de Dickens, quantidade é qualidade!
Cássio 03/02/2013minha estante
amigo você poderia citar a edição que você leu!? se você leu o livro traduzido para o português claro.


Roana 09/03/2013minha estante
Essa é minha grande preocupação de ler obras traduzidas. Não tem como fugir, o jeito é aprender inglês mesmo!


Márcio Almeida 09/03/2013minha estante
Para quem perguntou, li originalmente uma adaptação publicada pela "Edições de Ouro", com algo em torno de 250 páginas. Mais tarde li uma edição dos anos 60 - não me recordo da editora - com aproximadamente 600 páginas. Agora vou optar entre a edição nacional e a original da Penguin.


Biatch 13/01/2014minha estante
Procurem comprar edições mais antigas da história. Há uma edição muito boa de 1950 que eu tenho que tem 900 páginas.


Mateus.Cogo 27/03/2014minha estante
As mais recentes (porque não conheço as antigas) edições dos livros publicados pela Penguin Classics normalmente contém uma introdução publicada por algum especialista sobre o autor. Talvez isso explique o fato da nova edição de David Copperfield ter 1024 páginas, enquanto as mais antigas não passam de 800.


André Tadei 28/09/2014minha estante
A editora Cosac Naify lançará uma nova edição com 1312 páginas. Aparenta ser completa.


Christina.Lima 07/07/2016minha estante
Eu comprei a versão adaptada para crianças pela Editora São Paulo de clássicos da literatura para crianças. Já tinha lido a maioria deles, mas não David Copperfield. E ao ler para minha filha, me apaixonei. Então comprei a edição de 239 páginas da Abril Cultura de 1972 que só achei em Sebo. E estou em um relacionamento sério com este livro. O cheirinho de livro velho só fez aumentar o charme da história. Muito bom.


Jussara Marcossi 23/05/2018minha estante
Eu tenho a edição da Cosac. Lacrado. Se alguém se interessar...




Driely 22/01/2022

Um bom calhamaço e um ótimo autor.
O livro conta a história de David Copperfield, desde quando nasceu até a vida adulta (é um romance de formação). Foi o primeiro livro que li de Charles Dickens, fiquei maravilhada com a escrita do autor, pois apesar de ser um calhamaço fiquei presa do início ao fim.
Na história existem muitos personagens cativantes no qual o amor e admiração são instantâneos, mas existem outros que você descofia desde o início. Chorei várias vezes kkkkkkkk (e olha que tentei me controlar), mas a história é tão envolvente que às vezes é impossível se controlar.
Gostei muito de David Copperfield, se você gosta de um bom romance de formação com certeza deveria ler. Pretendo ler mais livros do autor, porque gostei muito!
Reginaldo Pereira 22/01/2022minha estante
Driely, o sentimento foi exatamente o mesmo depois que o terminei! Tanto que mergulhei nas obras do autor e só colhi maravilhas!!
Leia ?Grandes Esperanças?, você vai gostar!!!??


Driely 22/01/2022minha estante
Obrigada pela indicação, lerei com certeza!


graazifarias 24/01/2022minha estante
Quanto à edição, pode me dizer algo? Estou na dúvida em qual adquirir


Driely 24/01/2022minha estante
Esta edição que li é da Peguin-Companhia, tem uma boa tradução. Mas por ser uma edição econômica e um calhamaço o livro ficou com rachaduras na lombada, não tem orelhas tbm o que acaba ajudando para "estragar" mais rápido a capa. Mas eu até que gostei, não me importo muito com isso... mas se você se importa é melhor comprar de capa dura. Espero ter ajudado ?


graazifarias 24/01/2022minha estante
Hummm.. tá bom, muito obrigada por responder. =]


Reginaldo Pereira 24/01/2022minha estante
Grazielli, reforço o que a Driely disse: os livros da Penguin são perfeitos!! Anatomicamente são ótimos (facilita demais a leitura) e as páginas são aquelas ?amareladas?, algo que pra mim também é um diferencial. Mas além disso, a tradução é especializada (José Rubens Siqueira) e o livro tem um apêndice que traça um belo paralelo entre David e o próprio Dickens!!




Natalie Lagedo 12/07/2017

David Copperfield é a obra de Dickens que a crítica e o próprio autor consideram o mais próximo da autobiografia. Narra a história do pequeno que dá título ao livro, mostrando todas as adversidades por que passou após o segundo casamento da mãe e a final redenção, com a carreira de romancista consolidada e o anjo Agnes ao seu lado.

Os personagens são caricaturais como de costume. Porém, ao contrário do que acontece em Grandes Esperanças, o olhar do narrador sob as pessoas envolvidas no enredo não saem da visão infantil quando David entra na adolescência e vida adulta. Esse foi o ponto que mais me desagradou e, consequentemente, contaminou minha perspectiva sobre todo o livro. Não o torna crível usar as mesmas expressões em crianças e adultos. Também não o faz não dar maturidade ao protagonista. A ingenuidade deu um ar forçado, não passou credibilidade. Por esse motivo senti empatia inicialmente, depois se esvaiu.

Situações repetitivas também não contribuíram: insolvência e prisões do Senhor Micawber, futilidade de Dora, busca incessante pela ingrata Emily, dentre outras, levaram-me a uma leitura lenta, na expectativa de que houvesse melhora. Infelizmente não houve. É entretenimento que poderia ter o número de páginas reduzido.
Pipo 12/07/2017minha estante
Raciocínio lógico-matemático que é bom, nada.


Natalie Lagedo 12/07/2017minha estante
kkkkk tu quem pensa :P


Lucas 12/07/2017minha estante
Estou lendo Grandes Esperanças (quase 3/4 concluídos) e fico com a mesma sensação sua, quando comparas com David Copperfield: o primeiro tem uma carga moral muito mais forte, mais reflexivo também. Mas ainda assim prefiro DC, pelo menos até aqui. Aliás, perdão, Natalie, se exagerei em minha resenha de DC, talvez o livro não lhe tenha atingido a expectativa que criastes. É uma questão de gosto, acho que por ter esse ar meio nostálgico e de conto de fadas mesmo (em alguns momentos), a leitura de David Copperfield me comoveu mais (até aqui, repito). Mas Grandes Esperanças é sensacional também, pelos ensinamentos e reflexões que causa. Enfim, sua análise foi precisa :)


Natalie Lagedo 12/07/2017minha estante
Lucas, não há nada de que se desculpar! Os livros são isto mesmo, produzem reação distinta em cada leitor e eu amo quando vejo pessoas com opiniões diferentes e querem falar sobre o assunto. :D


Dan 21/11/2019minha estante
Natalie, você foi na mosca! Sua avaliação não foi uma coisa puramente subjetiva, de gosto. Foi uma análise objetiva de falhaa do romance. O pior no livro, para mim, é o fato de Dickens não sintetizar mais os acontecimentos em menos palavras, tudo, absolutamente tudo, rende mais palavras do que deveria. Obra prolixa. Pideria ser bem menor no tamanho.


Dan 21/11/2019minha estante
Natalie, você foi na mosca! Sua avaliação não foi uma simples apreciação subjetiva, questão de gosto. Para mim, o pior defeito do livro é a prolixidade. Dickens se alonga demais, arrasta os acontecimentos. Qualquer coisa rende mais palavras do que o necessário, o parágrafos vão se multiplicando à exaustão. Síntese, faltou economia no livro. Se fosse menor, seria melhor.




Paulo 01/05/2021

Se serei o herói de minha própria vida...
Terminada a leitura desta obra, se torna mais fácil compreender e concordar quando o autor disse ter a mente dividida entre o prazer e o lamento: “prazer pela conclusão de um longo projeto, lamento por me separar de tantos companheiros.” Deve ter sido realmente muito difícil precisar por um ponto final nessa história tão grande - grande tanto em número de páginas quanto em riqueza da escrita e das personagens -, ao mesmo tempo que deve ter sido gratificante concluí-la.

A história que temos aqui é, nas palavras do próprio narrador, um “manuscrito destinado apenas aos meus olhos”, onde David Copperfield escreve pensamentos e acontecimentos de sua vida desde o nascimento. E é por ter essa característica autobiográfica que acreditamos que, para a história dar certo, o narrador deva ser sincero com os outros e consigo mesmo para expor todos os fatos sem qualquer viés influenciador que uma pessoa possa ter sobre seus próprios pensamentos, é como ter de sair de si mesmo para poder se observar por inteiro. Sobre isso David confessa: “cumprindo o trato que fiz comigo mesmo de refletir minhas ideias neste trabalho, eu as examino de novo, de perto, e trago à luz seus segredos”, assim, podemos quem sabe ter mais firmeza em conhecer a história em seu todo, sem nada a esconder, mesmo ela sendo contada por um único ponto de vista.

E que história! Quantos acontecimentos, quantos sentimentos, quantos encontros, desencontros e reencontros, quantas coincidências, quantas personalidades! Há momentos em que David Copperfield parece ser um personagem aquém de tudo o que está acontecendo à sua volta, como se ele fosse um mero observador, mas são nos principais momentos que vemos como seu indisciplinado coração se torna o ponto de articulação dos acontecimentos aqui relatados, também influenciado pelos episódios e personagens que o rodeiam. Isso talvez responda a pergunta que inicia a obra.

A história tem um desfecho digno e que muito me agradou.

Por fim, digo que encontrei neste “filho favorito” de Charles Dickens mais uma bela obra da literatura vitoriana que tanto me encanta. É o primeiro livro do autor que eu leio, e me surpreendi com sua capacidade de transmitir sentimentos e sensações, além de eu poder ver um pouco dos costumes da época.
Nicoly 01/05/2021minha estante
parece ser muito bom! ótima resenha


Duana Rocha 01/05/2021minha estante
Melhor livro que li de 2021!


Victor 02/05/2021minha estante
Meu primeiro Dickens também, e um dos preferidos da vida.


Keila Sousa 08/06/2021minha estante
Já quero ler ??


Carmen Sílvia 18/03/2023minha estante
O meu Dickens preferido.


El Costa 07/12/2023minha estante
Estou tendo o prazer de ler. Iniciei ontem a leitura e já me sinto empolgado. Mais ainda agora, depois de ler sua bela resenha.




Rosangela Max 22/01/2023

A obra-prima de Dickens.
Levou um tempo para a história me conquistar.
No começo achei o desenrolar tedioso, mesmo em se tratando da fase da infância sofrida do protagonista. Mas depois fui entrando no ritmo da escrita sentimental do autor e a história passou a fluir e a me encantar.
Um enredo cheio de personagens (são mais de 50) com diferentes perfis, mas todos ricamente construídos. Alguns chegam a roubar o foco do protagonista Copperfield.
Tem para todos os gostos: charlatões, megeras, mimados, malvados, excêntricos, humildes, ingênuos, amigos leais etc.
Uriah Heep é um dos personagens mais detestáveis que já vi em um clássico. Já David Copperfield é uma figura de pouca atitude, mas é encantador e amado por todos. Se encaixou perfeitamente como narrador de sua própria história.
A escrita de Charles Dickens é elegante, floreada e poética e o desenvolvimento de suas histórias ocorrem de forma lenta. Tem que ter paciência para apreciar, mas o resultado vale a pena. Afinal, é um dos escritores ingleses mais renomado e mundialmente consagrado.
Para quem curte este tipo de escrita e gostaria de ler uma grande obra dele, eu super recomendo esta.
Entrou para os meus favoritos.
Li nessa edição maravilhosa da Cosac Naify, cuja qualidade de edição, tradução, revisão e dos comentários ao final do livro dispensa comentários.
dani 22/01/2023minha estante
Depois de ler sua resenha me deu saudade de ler algo do autor. A escrita de Dickens é encantadora. Essa edição deve ser uma raridade ?


Lisiane 23/01/2023minha estante
Parabéns, venceu está batalha ???
Eu quero ler este livro assim que tiver a oportunidade ?.
Ótima resenha.


Rosangela Max 23/01/2023minha estante
Obrigada, meninas! ? Essa edição é uma das poucas que adquiri da Cosac Naify quando ela anunciou seu encerramento. Adoraria ter adquirido outros exemplares.


Alan kleber 24/01/2023minha estante
essa resenha que você fez também é belamente escrita, Rosângela.


Rosangela Max 24/01/2023minha estante
Muita obrigada, Alan! ?




Guto 03/09/2020

David Copperfield é incrível!
David Copperfield é um romance de formação escrito em folhetins por Charles Dickens em meados do século 19.

Explicado o básico para entender em que época a obra foi escrita e como foi entregue de início ao grande público, gostaria de deixar explícito que a leitura desse grande clássico da literatura inglesa pode e deve ser feito por qualquer pessoa que tenha interesse em uma boa história.

A obra se trata de um livro de memórias sobre a vida do autor/personagem David Copperfield, escrito por ele e para ele. Nessa narrativa conhecemos Davy desde o seu nascimento até a sua fase adulta. A escrita utilizada por Dickens se molda com o passar do tempo de Davy, ou seja, o que Davy fala, pensa e escuta quando criança é muito diferente dos mesmos pontos de sua adolescência, assim como em sua vida adulta. Isso faz com que sintamos juntos a ele durante toda a sua vida e não apenas que estamos lendo um diário de memórias de alguém. Toda a história desse personagem é um dramalhão para nenhum noveleiro colocar defeito. Eu , por outro lado, detesto novelas por toda essa carga dramática exagerada, porém é importante frisar que em nenhum momento não gostei do que eu li e isso me surpreendeu muito. Certamente, deve ser a relação de tempo das mídias, enquanto eu consigo estabelecer um elo com David no primeiro capítulo, a relação com a mídia visual é mais demorado, assim como, é mais compreensivo e empático ler uma cena triste e muito dramática (dado que conhecemos o personagem principal e todo o seu pensamento e visão sobre todos os personagens que o cerca de forma mais fácil e simples) do que se compadecer com atores que estão se entregando a essas cenas e mostrando toda essa carga emocional, onde às vezes, são muito exageradas mas que na mídia livro gera uma empatia que cenas filmadas não funcionam comigo.

Concluindo, David Copperfield é tudo aquilo que não gosto de assistir, mas que amei ler. É bom explicar também, que esse livro não se trata de apenas dramalhão, existem cenas engraçadas e acontecimentos que te fazem querer saber o fim o quanto antes, te prendendo e te fazendo gritar e vibrar com seus incríveis desfechos. Charles Dickens dizia que ele escreve tentando fazer o leitor rir, chorar e esperar. E é exatamente isso que ele faz e de forma magistral, fazendo com que até os seus críticos fervorosos da época vejam grande valor em David Copperfield e o reconhecem como um livro incrível.

Para finalizar, gostaria de explicar que apesar do tamanho do livro, não deve haver nenhum tipo de temor. Como falei no início, o livro foi escrito por folhetins, cada capítulo (ao todo 64) traz alguma história e acontecimento, muitas vezes acaba utilizando de Cliff Hanger's para fazer o leitor continuar querendo saber mais e assim comprando o próximo capítulo. Isso posto, não se apegue ao número de páginas, leia capítulo por capítulo, aproveite a jornada e se delicie com a escrita e história de David Copperfield. Pois foi assim na época em que a história começou a ser publicada, a princípio, ninguém leu um livro de mil páginas de uma só vez, ele foi lido um capítulo por vez, sendo aguardado a saída do próximo e assim até ser concluído.

Para explicar o número de estrelas, acredito que poucas coisas chegam em um patamar a qual crédito 5 estrelas. Vou explicar como funciona o meu esquema de estrelas:

1 - Lixo completo, não se aproveita nada e a pessoa nem sabe escrever!

2 - Algo é interessante e pode ser aproveitado ou a pessoa sabe escrever, sendo esse "ou" do tipo excludente.

3 - História interessante e escrita boa, mas faltou algo!

4 - Leitura incrível, mas não é perfeito!

5 - Perfeito!

Acrescentar meia estrela, implica beirar o próximo número de estrelas mas ainda não ser aquilo completamente! Ou seja, 4.5 estrelas beira a perfeição, 3.5 estrelas beira a ser uma leitura incrível e assim por diante!

Boa leitura e espero ter ajudado!
Bruna 15/09/2020minha estante
Caramba!! Terminei esse livro há uns 20 dias.. e dei 4,5 ? (beira a perfeição)?. Acho que faltou alguma coisa no final, não sei explicar o quê.?Uma das coisas mais legais é que Dickens não pinta um quadro moral preto e branco, mas mostra que a riqueza e a classe social são indicadores não confiáveis ??de caráter e moralidade. Dickens nos convida a julgar seus personagens com base em suas ações e qualidades individuais, e não na mão que o mundo cruel os trata! Nessa época havia certa tendência em ver a pobreza como um sintoma de degeneração moral, e as pessoas pobres, e deficientes físicos como merecedoras desse sofrimento. Dickens, por outro lado, simpatiza com os pobres e implica com o fato de que suas aflições resultam da injustiça da sociedade e não de suas próprias falhas! ( Steerforth e Traddles são os exemplos nítidos disso).


Guto 15/09/2020minha estante
Perfeita colocação, minha nota foi por questão de desfecho de alguns de personagens (pois não me senti vingado kkkk) e por também pelas coincidências que acontecem o tempo todo na obra. Mas foi tudo muito bom, adorei os personagens que tinha que adorar, odiei os passíveis de serem odiados, ri, chorei e vibrei. Para mim só não beira a perfeição pois ainda falta nos pontos previamente pincelados, se a obra não tivesse esses pequenos problemas eu daria 4.5. Claro, eu sou do time que nada é perfeito e por isso é muito difícil eu dar 5 estrelas facilmente. Minha única nota assim, com 5 estrelas, foi para a saga completa de Harry Potter, mas o livros em separado eu daria notas entre 3.5 e 4.5. Talvez eu seja muito crítico! kkkk


Guto 15/09/2020minha estante
Perfeita colocação, minha nota foi por questão de desfecho de alguns de personagens (pois não me senti vingado kkkk) e também pelas coincidências que acontecem o tempo todo na obra. Mas foi tudo muito bom, adorei os personagens que tinha que adorar, odiei os passíveis de serem odiados, ri, chorei e vibrei. Para mim só não beira a perfeição pois ainda falta nos pontos previamente pincelados, se a obra não tivesse esses pequenos problemas eu daria 4.5. Claro, eu sou do time que nada é perfeito e por isso é muito difícil eu dar 5 estrelas facilmente. Minha única nota assim, com 5 estrelas, foi para a saga completa de Harry Potter, mas o livros em separado eu daria notas entre 3.5 e 4.5. Talvez eu seja muito crítico! kkkk


Bruna 15/09/2020minha estante
Sim! Também não me senti vingada em alguns núcleos. E as coincidências do livro nos levam a acreditar que Londres era minúscula.. sendo que era ao contrário! E também adorei a saga HP! Não sou tão crítica assim ?. Já os filmes de hp eu acho beeem inferior!


Guto 15/09/2020minha estante
Ah sim, concordo plenamente com tudo que tu falou! Mas ainda gosto muito dos filmes, mesmo que a cena do Dumbleodore calmo em o cálice de fogo transpareça uma neurose inexistente! kkkk




Mariana 15/03/2024

Virtuoso
Essa leitura foi uma das melhores da minha vida. Uma LC com amigos muito preciosos: Fabio e Vanessa??? obrigada!!

Meu primeiro contato inteiro com a obra do autor, já havia lido trechos soltos. Fiquei interessada pela obra por saber que era a mais autobiográfica do autor, logo a curiosidade aguçou para mergulhar na vida desse mestre da literatura.

Com muitos personagens estonteantes, e outros repugnantes,a história é narrada pelo próprio David em vários momentos de sua vida. Totalmente atemporal, mas de uma sincronia perfeita.

Vamos nos tornar íntimos da vida de David Copperfield e caminhar em seus picos e vales, adentrar cada quarto surdo e obscuro, cada dia tempestuoso, cada abalo sórdido, mas vamos abrir as cortinas dos dias ensolarados, sentir a essência do despertar das belas flores, a ascendência da bondade e o amor em seu estado invulgar.

Um menino que já nasce órfão de pai, porém com uma situação financeira razoável à época 1820 na Inglaterra. Contando apenas com a sua doce mãe, Clara, e uma babá que se tornará a sua âncora, Sra.Peggotty. Uma senhora simples, de costumes bons e de um coração incomum, cuida de David como se fosse sua mãe. Tenso também sua tia Betsey Trotwood, uma figura exótica, que adentra um pouco depois em sua vida, mas de forma necessária, uma vez que sua jovem e belíssima, casa-se novamente após alguns anos com o Sr. Murdstone. Um parasita, que juntamente com sua irmã, a Sra. Jane Murdstone, maléfica, mudaram o destino do menino David, após a morte de sua mãe. David se vê em uma contínua guerra com muitos inimigos e intempéries que vão além do extraordinário, submergindo esse menino em águas turvas, fétidas, mas que vão formando seu íntegro caráter.

Em suas etapas importantes, dolorosas, virtuosas e vitoriosas da vida: Blunderstone, a escola, o trabalho, a vila, a rua, Londres; ele encontra pessoas que se tornariam amigos, inimigos, amores, de uma vida, como: Steerforth, Traddles, Sr Peggotty, Emily, Ham, Sra Gummidge, Srs. Micawbers, esses são sensacionais e cômicos, Dora, Agnes, Wickfield... com certeza deixei alguém importante pra trás, perdoem-me por isso e deixei alguns ascos de propósito!

David, tem muitas perdas, muitas caixas de Pandora, muitos aprendizados e com uma grandeza de espírito de um guerreiro, ele se permite chorar, crescer, viver, cair, levantar e escrever cada capítulo de sua brava história de forma afetuosa e encantadora.

Um romance extenso e completo em várias faces, com muitas histórias maravilhosas, entrou no rol dos favoritos da minha vida. O autor desvelou com tanta beleza cada capítulo que até os enormes e lentos foram se adequando ao fim da história muito bem amarrada. E o que mais encantou meu coração e me aqueceu os sentimentos, foi a bondade do início ao fim impressa no caráter do Copperfield ou seria no do Dickens?
Fabio 15/03/2024minha estante
Mari, só tenho uma coisa a dizer....
Perfeito, minha amiga!!!!!???
Texto, claro, gracioso, belo e sutil
Adorei cada analogia, o jeito que discorreu e como mesclou suas impressões, as nuances da obra e os seus próprios devaneios líricos!
Uma preciosidade!!!
Parabéns por essa escrita elegante e precisa, minha amiga querida!!!???
Sobre a LC, que eu agradeço a ti e a Vanessa pela paciência, pela companhia e principalmente pela amizade!
Essa Leitura Conjunta foi um marco na minha vida como leitor!!!!???
Obrigado!
É assim que eu enxergo seu texto...
eu enxergo seu texto como um riacho, claro e cristalino que desce por uma montanha toda arborizada e florida, que por vezes, vaza em um pequeno lago cheio de peixes coloridos, ornamentais, e volta a correr , suavemente ... sem muitos ruidos, calmamente, como numa dança, lenta, cheia de graciosidade e acaba encontrando com o mar, sem alardes, numa perfeita harmonia


Mariana 15/03/2024minha estante
Meu amigo... você me deixa sem palavras... não sei o que dizer além de agradecer com todo meu carinho!!! Meu Deus, que preciosidade de palavras, vou guarda-las com carinho. Muito obrigada de todo meu coração, foi uma leitura incrível, um livro que vou guardar com muito carinho, e uma experiência pra lá de especial. Obrigada meu amigo, obrigada e obrigada ??????????????????


Núbia Cortinhas 17/03/2024minha estante
Mariana, minha amiga, que resenha emocionante e linda!!! Aqueceu meu coração!!


Mariana 17/03/2024minha estante
Ô amiga, obrigadaaaa. Fico felicíssima??? Esse livro é um alento de verdade e muito mais do que minhas palavras narraram.


Vanessa.Castilhos 28/03/2024minha estante
Minha amiga, lendo sua resenha... me emocionei aqui... Ameiii!!! ?? E como disse o nosso amigo querido Fabio, essa LC foi um marco na tbm minha vida de leitora!!! Que história, que encantamento!! E a companhia de vcs foi um presente dos mais preciosos!! Gratidão amigos queridos!! ??????




Fernando Lafaiete 22/05/2017

David Copperfield: O clássico dos clássicos?

Charles Dickens é conhecido como o maior escritor da literatura inglesa e foi venerado por grandes escritores da época em que viveu. Franz Kafka, George Orwell, Henry James, Dostoiévski, eram alguns dos escritores que amavam as obras deste "singelo" autor. Mas ele de fato merece tanta veneração e é tudo o que dizem?

Sim... Ele era extremamente talentoso, e tinha o dom em escrever grandes histórias com muita sutileza e simplicidade. A escrita é simples, mas nem um pouco rasa. Dickens nos entrega um verdadeiro romance de formação, que nos encanta, nos revolta, nos cansa e muitas vezes nos choca.

Muitos consideram este clássico como o clássico dos clássicos. Se ele de fato é, eu não sei... mas que ele influenciou muitos escritores a escrevem suas obras e que ele é um puta livro, isso é inegável.

David Copperfield é uma verdadeira jornada do herói, contada em primeira pessoa e tida como sendo a história mais autobiográfica do autor. Fatos reais, da própria vida de Charles Dickens, são facilmente encontrados neste fabuloso romance, mas nem sempre são fatos ocorridos com o protagonista. Portanto, eu o considero um livro semi-autobiográfico do autor, ou autobiográfico, mas não do autor, e sim do personagem central que dá nome à obra.

Este clássico inglês se divide em 3 partes relacionadas com a vida do protagonista. Acompanhamos sua trágica infância, sua juventude repleta de dilemas e sua vida adulta cheia de perdas e ganhos. Milhões de personagens e subtramas aparecem e muitas vezes David Copperfield deixa de ser o protagonista e passa a ser apenas o narrador de determinados acontecimentos protagonizados por outros personagens tidos como coadjuvantes.

Os personagens são complexos e a relação entre os mesmos é desenvolvida de maneira excepcional. As várias camadas da psique humana vão sendo destrinchadas pelo autor, conforme ele vai nos apresentado personagens com personalidades questionáveis e muitas vezes excêntricas. Ele nos mostra o quanto o ser-humano pode ser cruel e ambicioso ao ponto de passar a perna nos outros, se aproveitando da inocência e da vulnerabilidade emocional de alguém. Mas ele também demonstra que o mundo dá voltas e que famigerada estrada da vida não é um parque de diversões.

A primeira parte do livro é sensacional e muito envolvente. Nos apegamos logo de cara pelo protagonista e torcemos pelo mesmo. Ficamos revoltados com as diversas injustiças que nos são apresentadas e nos chocamos de como as crianças também podem ser cruéis e de como famílias disfuncionais podem formar verdadeiros monstros ou podem traumatizar uma criança. A segunda parte do livro, nos mostra como a vida não é fácil (não que a primeira parte não nos mostre isso), e nos apresenta um personagem central começando a enxergar a vida como de fato ela é, se deparando com dilemas recorrentes da juventude, como os primeiros amores, a famigerada decisão de que carreira seguir, o que estudar... entre tantos outros questionamentos pertinentes e corriqueiros na vida de tantas outras pessoas. E a terceira e última parte do livro já nos deparamos com um David Copperfield bem mais maduro que luta para alcançar o tão famoso sucesso profissional e que luta com unhas e dentes para ajudar os amigos e familiares.

Henry James e Virginia woolf, veneravam Dickens mas também o criticavam. Segundo este escritores ele escrevia muito bem, mas seus personagens eram um pouco rasos, devido ao pouco desenvolvimento emocional dos mesmos. Devo salientar que discordo completamente desta afirmação. Pois Charles Dickens desenvolve os personagens com maestria. O que provavelmente fez com que estes aclamados escritores tivessem estas visões, é a falta talvez de introspectividade narrativa emocional dos personagens, devido ao livro ser narrado em primeiro pessoa. Ou seja, acompanhamos os problemas dos personagens por um único ponto de vista. Mas isto não significa que os personagens são rasos ou mal desenvolvidos. De maneira nenhuma isto acontece, pois toda a carga emocional da história e dos personagens transborda através dos diálogos e dos acontecimentos que vão sendo apresentados. A parte emocional fica mais do que clara e é extremamente palpável. Preferem acreditar em Henry James e Virginia Woolf? Ok... Leiam este livro e depois voltem aqui e me digam se vocês continuam achando os personagens rasos emocionalmente. ;)

Mas se o livro é tão incrível assim, por que eu não estou dando 5 estrelas e favoritando?

A resposta para a pergunta acima, é bem simples (eu acho). O livro é de fato sensacional. Porém, ele é cheio de fatos triviais e a segunda parte da história é cheia de acontecimentos que não me chamaram assim tanta atenção e me cansaram. Em alguns momentos a narrativa se arrasta e o protagonista as vezes chega a ser muito burro. Ele se deixa enganar por um determinado personagem, que está na cara que é um tremendo mal-caráter. Todo mundo vê que o tal individuo é um traste, manipulador e desgraçado, mas o protagonista demora milhões de páginas pra perceber. Alguns personagens são também bem inativos e mesmo percebendo que estão sendo enganados, demoram muito para tomarem uma atitude. E uma determinada personagem me irritou muito tamanha a sua infantilidade e fragilidade.

Ps. Desculpem se fui muito vago, mas preferi não citar nomes de personagens e nem situações que os envolvam, exatamente para não dar spoiler e atrapalhar a experiência de leitura de quem pretende ler esta obra.

Pra quem irá embargar nesta jornada de descobertas, felicidades, decepções e crescimento... Eu reafirmo; David Copperfield é uma leitura muitas vezes cansativa, mas é fascinante, muito bem escrita, revoltante e apaixonante. Charles Dickens, deixa claro que a vida não é fácil, que a estrada que precisamos percorrer para alcançarmos o nosso objetivo é árdua, mas vale a pena. A vida não é só preto no branco, mas para crescermos como pessoa e como profissionais, precisamos passar passar por estes momentos nebulosos, para que assim consigamos construir uma vida mais colorida e sermos de fato felizes!
Esdras 22/05/2017minha estante
Excelente resenha. =)


Fernando Lafaiete 22/05/2017minha estante
Mais uma vez valeu Esdras! :)


Marisa 14/06/2017minha estante
Mto boa resenha! Parabéns!


Fernando Lafaiete 14/06/2017minha estante
Obrigado Marisa!


Marisa 15/06/2017minha estante
Por nada! ;)




spoiler visualizar
Natália Carolina 02/04/2021minha estante
Super concordo! David criança tinha muito potencial. Nas no resto do livro todo ele só é o dono de uma moral impecável...


Eliza.Beth 02/04/2021minha estante
Pois é Nat. Fiquei chateada. Esperava um pouco mais da personagem.


Carolina.Gomes 04/04/2021minha estante
Tadinho de David. Meu herói incompreendido. Os bonzinhos são sempre considerados apáticos. Q injustiça! ?


Eliza.Beth 04/04/2021minha estante
Kkkkkk gostei, nota 2 kkkk brincadeira ?


Carolina.Gomes 04/04/2021minha estante
Minha meta: convencer minhas amigas a amar meus personagens preferidos?.




keyla 20/09/2022

é um relato de uma vida tão comum, tão simples, que em tantos Davy estava simplesmente vivendo algo típico da vida e eu me emocionei. É muito humano, nunca havia lido algo tão singelo e transparente.
Davy, que encontra novas famílias em pessoas que há pouco eram desconhecidas, que chega a algum lugar mas não sabe como continuar, então para, usa o tempo para se descobrir e assim voltar a andar, sem pressa, pois entender a si mesmo é delicado e requer paciência.
Assim como a maioria das pessoas, descobriu de maneira tão precoce e abrupta que a vida é difícil e injusta, mas mesmo assim não desistiu e encontrou uma maneira de deixá-la mais agradável.
emocionante.
parabéns dickens você é foda meu finado !!
Félix 21/09/2022minha estante
Pretendo iniciar meus 2023 com esse livro


keyla 21/09/2022minha estante
vale muito a pena!!


Michela Wakami 21/09/2022minha estante
Meu finado? ????


Michela Wakami 21/09/2022minha estante
Esse livro é maravilhoso mesmo, amiga.
Uma obra prima.?????
Fico super feliz que você tenha gostado é um dos meus livros favoritos.??


ângelo.roberto 21/09/2022minha estante
meu finado kkkkkkk coitado




Cy 27/01/2019

Um dos grandes romances de formação da literatura
Estou encantada com esta leitura!
É um romance que me absorveu. A narrativa de Dickens é deliciosa, fluida e mais um monte de qualidades, sendo algumas delas a elegância, o velho bom humor inglês, e algumas frases muito lindas, poéticas até, que dão sutileza a algumas situações.
Os personagens são maravilhosos!!! (Tia Trotwood! *corações*). Tem personagens irritantes e outros péssimos, também (rsss) - no sentido de ruindade, aqueles que você odeia com força.
O romance é uma montanha russa de emoções: a gente sofre, chora, morre de rir, não quer largar o livro até saber que o menino está bem.
E, se nada valesse a pena, o capítulo "A tempestade" deveria ser utilidade pública. Uma amiga me chamou a atenção para a semelhança com o capítulo "A neve", de 'A Montanha Mágica', do Thomas Mann. Ambos provocam uma série de emoções no leitor devido à riqueza de descrições: temos dois marcos climáticos que têm paralelos com os sentimentos e sentidos do narrador e que ajudam a criar todo um ambiente de expectativa. "A tempestade" é um troço tão bem escrito e que toca tanto o leitor, que Tolstói o considerava "padrão pelo qual se deveria avaliar a boa ficção de todo o mundo".

Bom, eu amo livros que me causam reações intensas, e DC com certeza foi um deles. Acho que é uma ótima porta de entrada para quem quer começar a ler clássicos da literatura e também para a própria literatura do Dickens. Ele próprio o considera seu filho favorito. Vá ler!
Lili 27/01/2019minha estante
Que lindo! Leitura maravilhosa


Natalie Lagedo 27/01/2019minha estante
Gostei de David, mas acho que minha leitura não foi tão positiva por que já havia lido Grandes Esperanças e este me pareceu superior (além de ambos serem romances de formação com temas muito parecidos).


Lili 27/01/2019minha estante
Cy, a Uli tb preferiu Grandes Esperanças *mr. Bean*


Cy 29/01/2019minha estante
Êta!!!! Vamos TER que fazer esse sacrifício e ler Grandes Esperanças... nem queria. XD


Cy 29/01/2019minha estante
Natalie, eu AMO romances de formação. Inclusive, acho que isso e sagas familiares são dois dos meus temas favoritos.




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