Resenhas - O Arquipélago - Vol. 3

Andrea.Rodrigues 29/12/2023

O desafio que virou a melhor companhia de 2023
2023 chegando ao fim e com ele também encerro a leitura de O Tempo e o Vento.

No início a meta parecia ousada, ler os 7 livros ao longo do ano, 54 páginas por semana e isso em meio às outras leituras que me propus no ano. Mas foi só começar pra perceber que não haveria dificuldade nenhuma, pois a escrita do autor se mostrou muito leve/ interessante.

Ao longo da leitura chorei, sorri, tive ranço do Dr Rodrigo Cambará no início, mas depois compreendi que ele era um grande apaixonado pela vida e assim como seu filho Floriano, muitas vezes o julguei com um olhar moralista, porém todos nós somos cheios de contradições.

"Precisamos aprender a viver melhor com nossas próprias contradições, com as dos outros e com as da vida."

Assim falou Tio Bicho, um dos personagens que rendeu os melhores diálogos; discussões sobre política, fé, filosofia. Sempre com personagens de opiniões contrárias, mostrando que é possível debater ideias, nem tudo precisa ser preto ou branco, mau ou bom.

A saga da família Terra-Cambará é cheia de revoluções, conflitos políticos, dramas familiares, personagens cômicos, filosóficos, atormentados, homens valentes, mas tendo como base as grandes mulheres da família que foram a força e a alma do Sobrado.

No fim é sobre ilhas humanas, cada uma na sua individualidade, com suas contradições, tentando criar pontes entre si.

Um novo ano chega, vida segue e para 2024 levo alguns ensinamentos desta grande obra  ?

Carolina.Gomes 15/11/2023

Um livro da vida?
Hoje chego ao fim da leitura dessa obra fantástica que me acompanhou, ao longo desse ano?

Coração repleto de gratidão e orgulho de ter concluído a leitura dessa maravilha da literatura brasileira.

Érico é um gigante. Digo É pq, para mim, os grandes escritores nunca morrem. Estão eternizados em suas obras.

Meu amor por Érico nasceu da leitura de Olhai os lírios? a partir dali, soube que teria que ler tudo que ele escreveu. Tinha a impressão de que ele falava diretamente à minha alma.

Eu posso dizer com certeza, que sou outra Carolina após essa leitura.

Como foi maravilhoso fazer uma autoanálise, junto com Floriano! Como foi emocionante acompanhar o difícil diálogo entre pai e filho, tão semelhantes e distintos e pensar no medo que tenho de nunca ser capaz de dizer tudo que sinto ao meu próprio pai.

Vou levar para sempre as lições do Tio Bicho, sobre bem viver e conviver, respeitar as diferenças e ser você mesmo.

A dinda, com sua resignação e firmeza, sustentando o Sobrado e a família. Me fez refletir sobre a nossa capacidade de resiliência. A coragem q a vida requer de nós ( já dizia Guimarães Rosa)?

Toríbio, forte, corajoso, um homem tosco, porém, coerente em suas convicções, me encantou, me divertiu e me emocionou.

Ana Terra, Bibiana, Capitão Rodrigo são lendas da literatura nacional.

Rodrigo Terra Cambará ícone da passionalidade, da vaidade, do cabotinismo, contraditório em si mesmo e, absolutamente apaixonante. Eu, com certeza, passei pano para ele e o MOP, tb!

Essa resenha é uma declaração de amor ao Érico e aos seus personagens marcantes e maravilhosos.

Foi lindo e eu espero revisitá-los um dia desses, em Santa Fé.

"Existir é estar aberto a todas as paixões do mundo e às suas consequências..."

mikael. 21/09/2023

O Tempo e o Vento
Depois de dois anos de leitura, finalmente terminei O Tempo e Vento!

Minha classificação da trilogia:
O Continente - 5 estrelas;
O Retrato - 3 estrelas;
O Arquipélago - 3,5 estrelas.

Lili 28/07/2023

Encruzilhada das emoções
Terminar essa saga, trouxe-me diversos sentimentos e sensações; angústias, tristezas, felicidade.

O livro foi sendo construído aos poucos por Erico Veríssimo, e eu li ele aos poucos, ao total foram anos lendo ele, e ele finalizou no momento certo em minhas mãos.

Os capítulos de o diário de Silva e encruzilhada tem uma marca muito grande, principalmente o último onde realmente sabemos que a história está numa encruzilhada e que o fim chegará.

Foi muito bom relembrar tantos personagens que passaram, e como me vi tendo carinho e apego ao doutor Rodrigo Cambará, como se fosse uma pessoa tão viva.

Floriano nas últimas páginas foi uma alegria com um misto de medo, das decisões que tomará.

Sentirei saudades, confesso, me apeguei aos personagens sem nem perceber.

Recomendo a leitura, para fazer ela no seu tempo, absorvendo o máximo que conseguir.

Erico Veríssimo brilhante como sempre .

Vitor Dilly 16/07/2023

A antiga briga do vento e do tempo
Tal como refletiu Floriano, o personagem desta saga dos Terras e dos Cambarás, a mim também me impressionou muito menos as tensas cargas de cavalarianos Farrapos, do que a coragem das mulheres desses guerreiros que ficaram em suas casas esperando os maridos, os filhos e os irmãos que tinham ido para a guerra. As mulheres gaúchas que durante horas incontáveis de agonia ficaram ouvindo o uivar do vento no pampa descampado e o lento arrastar-se do tempo.

Mulheres testemunhas de uma briga que vem do princípio do mundo...

Ouviram solitárias a antiga briga do...

O tempo e o vento.

Inara 11/07/2023

Seduzida no final
Ao concluir a saga da família Terra Cabará me senti seduzida pelo dr. Rodrigo Cambará (um grandíssimo canalha), e ávida por acompanhar os desdobramentos dos demais integrantes da família, mas essa continuação vai existir somente na minha imaginação.

Fernanda2407 19/05/2023

A riqueza que essa obra de Érico Veríssimo traz é imensurável. Vou sentir saudade de acompanhar os personagens dessa história tão querida.

Leila 14/03/2023

Eis que cheguei ao fim da amada saga O tempo e o vento do maravilhoso Érico Veríssimo, e que delicia foi ler todos esses volumes acompanhando a vida da família Terra Cambará por gerações. Houve momentos de tensão, de risadas frouxas, de amor e de um certo ódiozinho também, rs. Eu me apaixonei pelo Rodrigo Cambará malandrão mulherengo e político fervoroso, defensor de Getúlio Vargas e o Estado Novo até à sua morte. Foram tantos casais que acompanhei durante essa experiência excepcional de leitura que nem sei dizer qual foi meu favorito. Mas posso apontar muitas mulheres fortes e aguerridas, como a quase imortal Maria Valéria. Homens broncos, dedicados à família, mas com gana de guerras e conflitos também foi o que mais teve durante toda a Saga e tenho que concordar com as falas finais de alguns personagens, outros tempos. Tempos que ficaram para trás realmente e resta saber se foram bons, melhores do que os atuais em alguns aspectos. Para as mulheres sempre muito sofrido, quase todas com as vidas dedicadas à familia, aparecendo alguma ou outra fora da curva (como é normal acontecer mesmo). Enfim, uma verdadeira aula de história do Brasil também pegando um gancho até mesmo na Segunda Guerra Mundial e os rumores e humores que circulavam na época por aqui, em terras tupiniquins. Eu posso afirmar que tive uma experiência de leitura completa e muito satisfatória. Orgulhosa de termos tido escritores como Érico Veríssimo por aqui. ❤️ Vale cada minuto dedicado à essa obra extensa, a recompensa é certa. Pode cair dentro sem medo. #ficaadica

Leomar.Schwartzhau 27/02/2023

Finalmente...
Um ano e meio depois de iniciar a leitura de O continente... Termino a leitura da trilogia. E que história!
Duzentos anos da História do estado onde vivo (Rio Grande do Sul) misturados na saga da família Terra Cambará.
Grande trilogia do Érico Veríssimo, obra prima do meu estado, felicíssimo por ter lido.

Andréia 27/12/2022

Perfeito e com certeza minha série nacional favorita!!
Só posso dizer que a série foi finalizada com chave de ouro! Amei cada livro, cada personagem e vou levar eles e suas histórias para minha vida!
Talvez essa série tenha me tocado tanto por eu ser gaúcha, entender um pouco desse sentimento de amor pelo nosso chão, pelas nossas tradições, história... acho que por isso me tocou mais, me vi dentro da história, senti em minha alma o sofrimento deles, pois para nós é nos ensinado desde pequenos que o Rio Grande é nosso primeiro amor. Todos levam isso pra vida? Não, mas acredito que a grande maioria do povo do Sul, quando diz que é gaúcho fala com orgulho.
Para mim, a família Terra Cambará existiu e sempre existirá, assim como todas as outras que apareceram na Saga, eu vejo elas todos os dias nas ruas de minha cidade, nesses gaúchos descendentes de raças misturadas que formam o novo Rio Grande.
Eu já sabia que o Rodrigo morreria, na cama, como nunca aconteceu com nenhum outro Cambará macho, porque ele era o "diferente" da família, era o que nasceu para mudar os tempos e devo dizer que a história dele é linda.
Enfim, estou me repetindo e alongando, mas o que posso dizer dessa série é apenas "Perfeição".
Recomendo, mais que recomendo, devia ser leitura obrigatória nas escolas, a riqueza de detalhes e informações é imensa, aprendi muito sobre a história do Brasil lendo-a, mais que nas próprias aulas de história da escola.
Amei, apenas isso.

Agostinho 04/12/2022

O Arquipélago Vol III - Erico Verissimo
Findada a epopeia opto por fazer uma resenha como um todo.

O Tempo e o Vento é composto por 7 volumes, sendo que é subdividido em O Continente, O Retrato e O Arquipélago.

O Continente da origem a história da Família Terra Cambará. Da maneira como é descrita pelo autor, O Continente se mostra como uma espécie de lacuna que preenche o passado de milhões de pessoas sem passado registrado. Brasileiros de modo geral não podem se dar ao luxo de pesquisar sua origem, ela é misturada, fruto da nossa história como um povo miscigenado. Do modo como o autor expõe os fatos, todo gaúcho, de forma romântica, pode entender um pouco mais de suas origens.

O Retrato, se faz de modo mais cirúrgico. Desde o começo (do Retrato), até o fim da obra com um todo, acompanha-se a história de Rodrigo Cambará. Nele conseguimos adentrar mais nas nuances psicológicas do gaúcho, no ser humano dotado de esperanças e imperfeições, e, justamente por isso, de sua unicidade.

Por fim, em O Arquipélago, tem-se a continuidade "do Retrato" de Rodrigo, porém percebe-se que uma nova personagem domina a cena, Floriano, seu filho. Ao que tudo indica, o próprio autor nele se faz presente. Ou seja, se mostra como uma leitura dos anos 20 à 45 pela ótica do próprio Erico, tanto pela sua interpretação dos eventos ali ocorridos como os medos e questionamentos do próprio autor.

LetFelden 11/10/2022

Nossa! vou sentir tanta saudades dessa história, esse final é mt bom, a conversa do floriano com a silvia e dps com o rodrigo, a tensão durante a segunda guerra, sensacional esse último livro

André Vedder 25/09/2022

Finito
Com olhos lacrimejados e um sorriso satisfeito. É nesse estado de espírito que chego ao término da série, e que já considero uma das leituras mais marcantes até então.
Nessa última parte da saga, além de todas as qualidades já descritas em resenhas anteriores, destaco o capítulo voltado ao diário de Sílvia, onde o autor esbanja sensibilidade e nos brinda com lindas passagens.
Érico entrega um desfecho a altura de toda a obra e após alguns meses imerso na cidade de Santa Fé e no mundo dos Terra/Cambará, me sinto como um vizinho próximo e íntimo do Sobrado, e desde já sinto saudades. Acredito que não me esquecerei tão cedo de Rodrigo, Floriano, Tio Bicho, Maria Valéria, Toríbio e tantos outros personagens brilhantemente trabalhados pelo autor.
O Tempo e o Vento é tão maravilhoso e tão rico em seu conteúdo, que é impossível descrever toda sua grandiosidade. Por isso só me resta agradecer. Obrigado Érico!

"(a vida não será um pouco isso - um repetido mudar de identidade, numa tentativa de despistamento dos outros e de nós mesmos? Quantos pseudônimos e máscaras usamos no decorrer de uma existência?)"

"Ora, um dia vais compreender que essa separação entre nós e os outros não é tão nítida quanto parece. Não descobriste ainda que para os outros nós somos os outros?"

Carla Verçoza 15/09/2022

Encerro essa belíssima saga já com saudades da história, das personagens. Que experiência magnífica.
Aqui seguimos com os relatos de Rodrigo e Floriano. Como diferencial, temos a perspectiva de Sílvia, através de seus diários.
O final do livro é arrebatador, com um acontecimento importante e um encerramento que se volta para muitas personagens da obra.
Recomendo muito a todos que não deixem de ler essa obra prima da literatura brasileira.
Érico se torna um dos meus autores favoritos, já quero ler tudo dele.

Murilo 13/04/2022

Chega ao fim a saga
Ou, pelo menos, a parte que nos toca desse universo histórico romancesco tão apaixonante que é O Tempo é o Vento.

Li os sete livros da saga ao longo dos anos, desde meu ensino médio - como gaúcho que sou e historiador que vim a me formar, encontrei deleite tanto na escrita como no rigor histórico que Érico Veríssimo traz para sua narrativa.

Há, inclusive, um célebre teórico da História, sr. Hayden White, que reflete sobre o caráter intrinsecamente narrativo da construção do conhecimento histórico. De tudo que há para se dizer (e que já foi dito) sobre essa grande saga, creio que more na construção de Érico um universo que concilia muito bem narrativa épico-literária com rigor histórico, podendo ser aplicável o pensamento de White no que diz respeito à ligação natural entre as narrativas de todo tipo e a narrativa histórica.

"O Arquipélago vol. 3" finaliza de maneira brilhante e honra toda a trajetória do Clã; há momentos de muita emoção e tensão no Sobrado. No quarto do moribundo Dr. Rodrigo Cambará, vemos o fim da vida de um homem que viveu apaixonadamente, engolindo e tragando cada pedaço da vida que lhe coube. Violento, visceral e convicto, a potencia do ser do atual patriarca Cambará dá espaço à melancolia de não se ser mais quem um dia se foi.

É nas personagens de Floriano Cambará e Sílvia que acompanhamos também a "evolução civilizacional" dos Terra-Cambará com a internalização da culpa freudiana, sinal claro do tal processo civilizacional do qual fala Norbert Elias, que dirá que é a consciência de que "existe e esse outro precisa ser respeitado" é o estipim desse processo.

O Major Toríbio, que tem um fim precoce em uma briga em uma danceteria no Purgatório depois de brigar com o irmão Rodrigo na noite de ano-bom de 1937-38, deixa um grande vazio na história após sua partida. De novo, assistimos a essa triste noite de partida do herdeiro do Capitão Rodrigo da perspectiva de Floriano.

A matriarca ainda reinante, a imortal Dinda, quanto mais velha, toma mais posse dos poderes ancestrais das matriarcas anteriores do Clã, Ana e Bibiana Terra. Consegue ver ainda que cega pela catarata; consegue reconhecer os passos dos membros da família pela casa, pois "conhece o tranco de seu gado". Sua presença é tão onipotente que a Dinda se confude, por vezes, com o próprio Sobrado.

Simplesmente uma saga para ser relida durante a vida toda. Lembrem-se sempre:

"Noite de vento, noite dos mortos."