lightweaver 18/05/2021
Resenha da trilogia e não desse livro, comecei em 1911 e terminei em 2008.
~BREAKING DOWN DA TRILOGIA O SÉCULO~
PROPÓSITO & PROPOSTA: Vamos começar pelo mais peculiar de todos, o propósito, sem propósito nós não existimos. Fomos criados pelo propósito. Propósito que nos conecta. Propósito que nos motiva, que nos orienta e que nos faz agir. Propósito que define. Propósito que nos une. A proposta do autor da vez, mais conhecido como Ken Follett, é bastante ousada, o comprometimento de contar um século de história no decorrer e três volumes, mas eu mesmo não vejo essa separação de três volumes, para mim tudo é uma história só, os três volumes contam a história de cinco famílias, as mesmas do primeiro volume ao último, temos aqui os pontos de vista de oprimidos e opressores da cadeia alimentar, mais conhecida como pirâmide social. É complicado falar sobre esse livro porque falar deles abertamente não é spoiler, os fatos aqui são históricos mas os livros são extremamente educativos, eu não tenho a mínima vergonha de falar que eu aprendi muito na leitura deles, mesmo que eu já devesse saber tudo o que há para se saber sobre isso. O primeiro volume narra a primeira guerra mundial, o segundo narra a segunda guerra mundial e o terceiro narra a guerra fria. A coisa toda é extremamente educacional e conscientizante em várias pautas, pautas essas que ainda são abordadas e consideradas bem vivas na nossa sociedade atual, pautas que foram abordadas antigamente e que podem ou não possuir algum tipo de impacto nos dias de hoje. Se preparem para fortes emoções.
WORLD BUILDING: Não existe muito o que se falar sobre isso aqui, estamos em um mundo perfeitamente normal, humano e não em uma alta fantasia incrivelmente versátil e inovadora com muitos componentes interessantes e fascinante, Oi, Brandon Sundayson, tudo bem? Enfim, vou tentar sumarizar como que é esse mundo. Eu estou com medo de vocês acharem que eu estou falando da nossa realidade, não é esse o caso!1!11! Esse mundo é cheio de corrupção e podridão, ele é cheio de opressores e oprimidos, cheio de minorias e maiorias, as maiorias pregam que as minorias têm que se curvar para as maiorias. Existe preconceito, ativismo e propagandas políticas não confiáveis, desinformação e fake news, essa me lembra demais a nossa realidade, deve ser impressão minha, enfim, temos também um mundo onde não existe tecnologia e armas nucleares, vemos esses aparecendo na medida que a história avança. Eu sou uma das pessoas que acham que o único motivo de não termos mais guerras assim é porque não existe mais conflito de território no ocidente e, é claro, armas nucleares.
CHARACTER WORK: O Homem é o único animal que mata seus semelhantes aos milhões e que transformava a natureza em um deserto de crateras de arame farpado. Talvez a raça humana acabasse se extinguindo por completo, deixando o mundo para os pássaros e árvores. Talvez fosse melhor assim. Será que é tudo tão simples assim? Talvez esse tópico aqui seja aquele onde as pessoas mais conhecedoras da história encontrem algum problema, eu não sou um desses, enquanto que as realidades históricas ditam tudo que acontece nesses livrinhos, o autor encheu ela de personagens e uma boa quantidade de dramas sofridos por esses, dramas que podem ou não refletir sobre a realidade histórica do tempo em que eles vivem. Esses personagens estão sempre próximos de grandes acontecimentos históricos, fazendo parte ou os influenciando, estão sempre lá quando grandes decisões com grande impacto global são tomadas, Ken Follett soube fazer isso muito bem mas eu compreendo também que algumas pessoas podem ter problemas com isso, principalmente no primeiro livro porque em ordem de se certificar que os leitores entendam o quanto que a primeira guerra foi complicada e difícil de se entender, que ela não começou no estopim de 1914 e que essa data foi meramente o disparo da largada, ele coloca vários núcleos que estão bem espalhados para discutir as mesmas coisas mas com visões diferentes, no começo pode ser interessante mas depois fica um pouco sobrecarregado, eu só me senti sobrecarregado com isso no primeiro volume. Também me senti muito atraído pelos personagens e seus dramas, eu não tenho a mínima vergonha em admitir que comecei a ler por causa da Ficção Histórica, mas foram os personagens, suas imperfeições e seus dramas, que garantiram que eu ficasse ligado nessa história do começo ao fim, ninguém aqui é perfeito, somos todos falhos e isso faz com que seja muito fácil para os leitores se relacionarem e se apegarem a eles piamente, foi o meu caso em muitas circunstâncias. O maior erro deles é serem humanos, como é do seu feitio.
HISTORY LINE: Não tem muita coisa para falar sobre isso, temos aqui uma história que começa em 1911 e termina em 2008, sabemos muito bem que tipo de linha ela vai seguir e onde ela vai terminar mas também ficamos um pouco cientes, na medida que avançamos, que cobrir um século com três livros é uma proposta ousada e algumas coisas vão precisar ficar de fora ou serem comentadas brevemente através dos personagens e muitas coisas vão ser narradas com uma minúcia fantástica. Uma das únicas ansiedades dessa trilogia é não saber que eventos vão receber tempo de tela e quais deles vão acontecer off screen.
WRITING STYLE: Não existe nada de muito inovador nessa parte aqui, apesar do Ken Follett ser um incrível narrador de eventos, muitas vezes você se pega vendo um filme com a sequência de narrações dele, um livro bem escrito deveria ser capaz de tampar suas falhas e não enfatizar elas, tudo aqui é bem didático e linear, Ken Follet esta claramente escrevendo o seu livro para uma plateia que não faz a mínima ideia do que vai acontecer em seguida, eu não vou ser um idiota em falar que esse tipo de conhecimento deveria ser conhecido por todos, eu mesmo aprendi muitas coisas nesses livrinhos, mas ele não faz muito esforço para esconder isso, e, tem algumas consequências peculiares, principalmente em alguns diálogos e algumas quotes que costumam deixar você se perguntando quem é que fala assim e se expressa desse modo.
THE WRONG SIDE: Como sempre, essa sessão aqui é inteiramente subjetiva, o que eu posso achar um problema, outras pessoas não. Os meus principais problemas com essa história foram HISTORY LINE e WRITING STYLE, uma pessoa que pega esses livros inteiramente pelo fator histórico e não pega nenhum amor pelos personagens enquanto a leitura vai progredindo, possuem chances de ter uma experiência não tão positiva assim mas quem conta a história são os personagens, não tem como fugir desse fato não importa o quanto você tente. Eu queria muito que o fator histórico tivesse me atraído tanto quanto os personagens, muito mais na verdade, mas eu acho que não tem muito para onde correr, contar um século de história em uma trilogia é extremamente difícil então não me irritou tanto assim, eu continuei lendo e devorando como se não houvesse amanhã. Ken Follett me manteve entretido, esse é o tipo de efeito que os autores esperam que os seus livros tenham, os livros podem possuir cinco mil páginas mas desde o momento que você foi fisgado, todas as outras coisas se tornam irrelevantes, tudo que você conhece é o surto, o surto nunca para ou termina. Outra coisa que me deixou extremamente chateado é que a ásia oriental e o antigo oriente, ou oriente médio, não receberam Pontos de Vista, eu adoraria ter visto qual que era a realidade deles mas compreendo que essa deve ter sido uma decisão difícil de tomar, principalmente no segundo volume, de um lado eu fico triste por não ter tido a oportunidade de ler núcleos assim e por outro lado eu entendo o motivo dele não ter feito isso, em algum momento nessa minha cruzada de ficção histórica eu terei que pegar um livro desses dois núcleos, tenho certeza que deve ter vários para eu escolher.
NOTAS: Chegando ao final dessa resenha eu percebi que talvez eu devesse ter escrito uma resenha separadamente para cada livro mas não foi esse o sentimento que eu tive quando terminei de ler a trilogia, eu não consigo ver essa história separadamente, para mim é tudo uma grande história mas com tomos. Talvez eu tenha ficado com essa sensação porque eu li os três livros em sequência, eu adoraria saber se vocês tiveram a mesma sensação que eu. Mas mesmo depois de eu ter escrito essa resenha eu ainda sinto os dedos coçando nervosamente quando eu considero escrever uma coisa mais minuciosa e específica sobre os volumes dois e três e vai ser por isso que essa resenha vai ficar no volume um e não nos outros, se eu for abatido por uma outra epifania de sensações sensacionais, eu devo escrever algo para eles, quem sabe. Eu posso estar errado sobre o que eu escrevi, tudo isso que eu digitei aqui pode estar errado e por favor se sintam livres para descordar de qualquer coisa que seja, a minha opinião é menos que irrelevante.