Marjory.Vargas 12/03/2022“A gente lê essas coisas nos livros, e suspira, imaginando o dia em que será acometida por esses sentimentos inexplicáveis e inesperados, o dia em que vai se deparar com alguém que vá te fazer perder o compasso do coração por um gesto tão pequeno, que vai te fazer ansiar por um beijo como se sua vida dependesse do mais sutil dos toques de lábios, mas não acho que ninguém realmente esteja preparado para quando acontece.”
Sabe aquele livro curto, mas que consegue entregar o que propõe? Pega a dica aqui então!
Julia e João Pedro são vizinhos, mas quase nunca se falam. Isso porque João não suporta a forma como Julia olha para ele: os olhares de pena que a moça lhe direciona pelo fato de ser cadeirante. E Julia se sente intimidada pelo desprezo do vizinho. Até que um dia, uma encomenda de Julia acaba sendo entregue, por engano, na casa do vizinho, e ela se vê obrigada a ir até lá buscá-la.
Por ser curtinho, o desenrolar da história é bem rápido. Julia logo vai entender o porque do comportamento de João Pedro com ela e, nesse aspecto, foi algo que me fez refletir bastante. JP é um jovem cadeirante, que vive sozinho e que “se vira” sem depender de ninguém, e o olhar de pena de Julia quando o conheceu foi inconsciente... mas, quantas vezes nós vão fizemos o mesmo? É algo meio que natural, mas o quanto isso não afeta a pessoa que está recebendo esse olhar, que se esforça, batalha todo dia e sempre se vê reduzido ao olhar de pena? Foram questionamentos que me surgiram no momento da leitura e quis compartilhar com vocês.
Outro aspecto que achei muito interessante, e nunca tinha visto ser abordado em livro, foi a parte s&xual da vida de um cadeirante. Apesar de o livro não ser recheado de cenas hots, Julia tem curiosidade em saber como “as coisas” funcionam, até porque JP não tem uma paralisia total, e eu achei sensacional a Victoria abordar isso, porque era algo que eu não sabia também.