Manu 12/06/2021
Renato Noguera traz reflexões que abre um bom debate sobre 'Por que amamos!'. Numa perspectiva afetivo-sexual, ele apresenta contextos históricos ou literários e vai pontuando algumas questões que reputo serem essenciais para compreendermos esse sentimento tão ímpar.
.
Dentre várias vertentes que ele explora nos seus 11 capítulos, muito me chamou à atenção como algumas relações afetivas-sexuais, na verdade, são fruto de uma construção social (novidade!??). Pois é, gente, não é novidade, mas a forma como ele explicita isso, através de estudos filosóficos, culturais e míticos é escurecedor.
.
Uma Instituição que sempre agiu e ainda age nessa construção é a Igreja, que criou a ideia do ser incompleto, da necessidade do casamento (neste caso, o heteronormativo) e o autor faz questão de frisar a existência de outros relacionamentos, como o homoafetivo. Outra questão, é o cunho patrimonial/contratual de algumas relações, onde, o que está em voga é a junção/ acréscimo de patrimônio, não necessariamente o amor.
.
Além disso, dentre outras discussões, ele aborda o amor policonjugal, o platônico, o romântico, o ciúme e a partir disso, vai desmistificando algumas ideias equivocadas que possuímos sobre os assuntos.
.
O autor não pretende esgotar o debate e tampouco dar respostas concretas, afinal, cada relacionamento e cada ser, é único. No entanto, uma palavra que me marcou foi o autoconhecimento, na seguinte passagem: "é impossível amar, seja lá como for, sem antes conhecermos a nós mesmos. O autoconhecimento é o primeiro e fundamental degrau para que sejamos capazes de buscar o que precisamos e para que, inclusive, saibamos identificar o tipo de amor que melhor nos convém."
.
Deste modo, para qualquer tipo de relacionamento, é necessário que conheçamos a nós mesmos. Afinal, a ideia de que precisamos de outra pessoa para nos completar, é extremamente equivocada.
.
Por fim, buscando dar resposta ao principal questionamento do livro, o autor diz: "amar é um ato político, e, como todo fazer político, o amor enfrenta desafios".
.
.
Eu lhes digo, para saber quais são esses desafios, ame! Mas antes de tudo, ame a si.