spoiler visualizarIsabela 04/02/2024
Diferente do que eu esperava
Esse foi o quarto livro de Jane Austen que li. Confesso que cheguei a abandoná-lo por alguns meses e retomei a leitura após ver uma indicação no instagram, enviada por uma amiga.
O livro retrata as irmãs Elinor (Razão) e Marianne (Sensibilidade), mas com ênfase no ponto de vista de Elinor. As irmãs são totalmente diferentes, mas se amam com uma devoção linda de se ver.
No decorrer do livro, ambas passam pela mesma situação (os homens pelos quais se apaixonaram estão comprometidos com outras mulheres), mas reagem de forma totalmente distinta. Marianne tem tanta dificuldade de se recuperar do trauma que chega até mesmo a adoecer, enquanto Elinor segue sustentando as interações sociais e guardando total e absoluto segredo sobre sua situação.
Cada uma, inicialmente, retrata um polo, 100% razão ou 100% emoção, de modo que pra mim, que fico no meio do caminho, era agoniante ver como cada uma reagia de forma ou muito fria ou muito extrema a determinado acontecimento.
Ao final, são feitas concessões e vimos que esses supostos 100% não existem e Elinor é sim capaz de amar apaixonadamente e demonstrar seus sentimentos, e que Marianne também passa a ser capaz de lidar de forma mais madura e racional com suas escolhas e dosar melhor seu temperamento/comportamento.
Elinor, que sempre foi racional, se casa por amor, aceitando um futuro com condição financeira duvidosa ou arriscada, enquanto Marianne, que vivia movida por paixões, aceita se casar com um homem bom e gentil, pelo qual não possuía afeto especial quando recebe a proposta, mas de cuja devoção tinha certeza.
É interessante a reflexão sobre como agir perante as situações da vida, pois não deve ser visto como uma vergonha se apaixonar e sentir de forma intensa; mas também não se pode achar que uma desventura é o fim do mundo e que não há nada além daquilo para dedicar sua atenção.