Autópsia Carioca

Autópsia Carioca Vinícius Canabarro




Resenhas - Autópsia Carioca


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matheusliteratura 08/12/2021

Autópsia Carioca
O Rio de Janeiro é invadido por uma névoa rosa, chamada de miasma, cuja origem ninguém é capaz de explicar e cujos riscos por ela trazidos são a todo momento desprezados pelas autoridades cariocas. O prefeito da cidade faz diversos ataques aos cientistas, jornalistas e todos os que se sentem ameaçados. O Rio de Janeiro não pode parar!

A incapacidade de se lidar com a névoa leva a fuga de moradores ricos e das empresas, a expulsão dos pobres e coloca a cidade carioca num isolamento que, ano a ano, sufoca a população. Para tentar sobreviver, esta aceita as condições cada vez piores oferecidas pelo governo ? do prefeito que se torna um líder supremo. Direitos trabalhistas são extintos. Redes sociais bloqueadas. Opositores presos e mortos.

Os anos passam e a degradação e a "morte" do Rio transformam as novas gerações em ovelhas, prontas a fazer tudo que o governo desejar em troca de migalhas e sob a eterna promessa de um futuro próspero.

É difícil, para não dizer impossível, não ver o Brasil real na descrição do Rio de Janeiro ficcional de Vinicius Canabarro . Troque miasma por covid e a coisa fica praticamente pronta.

O autoritarismo, o negacionismo, a rede de mentiras e manipulação a cuja população é exposta sempre sob o pretexto e a desculpa do patriotismo são um retrato do nosso país. Por meio desse conto, Canabarro escancara o momento difícil pelo qual passamos e prevê um futuro ainda pior.

O subtítulo do livro, "Ensaio sobre a apatia", é a chave de leitura para nos mostrar como uma sociedade é corroída com o apoio de uns e pela inação de outros que sempre a espera de um melhor momento para agir se submetem a situações cada vez piores até que o buraco se torna tão profundo que nada mais é possível. Apenas (sobre)viver
Christiane 21/01/2024minha estante
Mas você gostou ou não? Fiquei na dúvida ?




Lê Garcia IG:@letras_e_linhas 23/10/2020

Perfeito
Livro perfeito. Comecei esperando uma distopia, mas é bem mais que isso. Incrível como um ensaio sobre apatia te causa justamente o contrário. Não é difícil sentir empatia e ficar com aquele bolo na garganta sem saber se é tristeza ou revolta.

Por conta de um miasma, sem explicação, mas que desconfiam de alguns navios que nunca aportavam, o Rio de Janeiro elege no desespero um candidato meio com uma adoração descabida e aí vemos a sociedade indo aos poucos rumo à calamidade, perdendo direitos básicos que não damos valor porque sempre estiveram ali, perdendo moradia, integridade, alimentação e sendo emancipada, ignorando o problema do miasma que fica cada vez mais alto. Sem ter para onde fugir são construídas fabricas e os cidadãos são forçados a aderirem trabalhos de 14 horas em locais que precisam se deslocar 2 horas ou mais, e ganham o suficiente para subexistir. Mas o que mais me marcou foi o desrespeito com a vida e a conformidade.
Fiquei com uma ressaca literária daquelas, pois vi em mim atitudes que os cidadãos tinham bem no início da história.
Enfim é rápido, impactante e todos deveriam ler sem dúvida.
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J K 31/05/2021

Necessário!
Quando a apatia e o desânimo são maiores que a indignação, somos apenas cadáveres que andam sobre a terra."

No cenário distópico desse livro temos um Rio de Janeiro levado ao caos.
As coisas começam a dar errado quando uma névoa tóxica misteriosamente começa a invadir as áreas litorâneas da cidade, evoluindo a cada dia mais para uma nuvem densa e extensa.

O tempo vai passando e nada de saberem de onde o miasma (como a névoa tóxica ficou conhecida) saiu.
O povo carioca se deixa levar pelos dizeres do líder político, que afirma ter soluções para tudo e diz que o Rio voltará a prosperar.

Tendo esse governo quase total apoio do povo, as mudanças começam a ser feitas. As eleições são canceladas sob uma desculpa fajuta, nas mídias ninguém mais fala sobre o miasma, qualquer opositor do líder é duramente castigado e por aí vai.

Não demora muito até que o povo começa a viver na miséria, onde até a fome é recorrente. E ainda assim, louvam o líder político como se fosse um deus.

A história é narrada como um relato, começando já pelo fim, depois explicando o processo de como as coisas chegaram a tal ponto.
É interessante ver na população que cada vez mais a esperança de que haverá mudanças vai ficando de lado. O conformismo toda conta de todos e essa é a pior coisa de se ver.

Vejo que muitos que leram esse livro falam que queriam saber mais sobre a névoa que deu início a tudo, mas eu não acho que seja algo tão relevante.
Afinal, o povo estava conformado com a situação, quem iria atrás de saber de onde aquilo veio? Ninguém.

Resumindo, essa é uma otima distopia brasileira, cheia de críticas sutis e que propõe reflexões importantes.
Claramente, recomendo bastante.
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Maikel.Rosa 01/06/2021

Indignante!
Eu fico só pensando na quantidade de talento escondido que existe por aí, escrevendo tão bem e com tanta profundidade como escreve o Vinícius Canabarro, meu colega de selo SAIFERS?BR.

Mas minha indignação não para por aí. A história que ele conta em "Autópsia carioca" é uma pintura expressionista de uma realidade muito próxima, urgente e morbidamente familiar, fazendo a gente se revirar por dentro ao reconhecê-la nas páginas de um livro.

A grande sacada do Vini é que a obra é por demais atual, usando uma ficção distópica pra tocar em pontos que são bem reais pra muitos de nós. E quando eu falo em "nós", me refiro às pessoas que não aceitam como nossos governantes têm sucateado políticas de bem-estar social, usando armadilhas ideológicas e falsas esperanças pra arregimentar um exército de fanáticos raivosos.

Pra ilustrar esse cenário tão conhecido pelos brasileiros, Vinícius descreve uma Rio de Janeiro dominada pelo medo do futuro e pelo descaso das autoridades, onde uma névoa misteriosa transforma a cidade, já abandonada pela inércia dos habitantes, em um necrotério de almas conformadas e apáticas.

Quem conta essa tragédia anunciada é um homem que enxerga tudo isso, mas, assim como muitos de nós, percebe tarde demais que também tem parte no assassinato da cidade "maravilhosa", através da sua inação.

É um livro meteórico, também por ser curto, mas mais do que tudo pela sensação de que algo dento de nós foi incendiado pela leitura: uma chama de inconformidade reacesa pelo impacto da realidade.
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Aelita Lear 18/07/2021

Fazia tempo que eu não lia uma distopia tão boa...
Eu adoro o gênero, mas já fazia um tempo que não conseguia achar uma distopia maravilhosa como esta! Ambientada no Rio de Janeiro (algo que eu amei logo de cara, pois consegui me imaginar lá), autópsia carioca mexe com nossas entranhas!
Podemos ver uma sociedade bem construída, cheia de questões políticas e sociais, absurdamente envolvente e criativa. Adorei toda a ideia do miasma e de tudo o que ele pode acontecer conosco, e, bem ou mal, tudo o que já vem acontecendo rs. Não tinha momento melhor para esse livro ser lançado e eu ter lido!
É um livro para ler rapidinho, de tão viciante que é. Rapidamente você entra na história e não quer sair mais dela... A escrita do autor é impecável, amei demais e recomendo a leitura!
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Andre L Braga 05/08/2021

Uma analogia aos tempos modernos
E o que é apatia? É a falta de ação, a falta de iniciativa. É o aceitar aquilo que lhe é dado, como sendo melhor que o não dado, como se fosse a única coisa que lhe possa ser ofertada. Autópsia Carioca é sobre isso: sobre venerar aquele que lhe oferece migalhas. Uma analogia de nossos tempos, na forma de conto.

Mas, mais do que esse parágrafo anterior, que tenta explicar o que o leitor encontra nesse conto, é preciso explicar o que EU SENTI nessa leitura. E a coisa é bem visceral, então segue o desabafo...

Em seu livro The Wall (não lançado no Brasil), John Lanchester retrata, em certa passagem, aquilo que Vinícius transmitiu em seu conto: SOMOS AQUELES QUE F0D3R@M COM O MUNDO! Isso mesmo! Somos aqueles que, apáticos, aceitaram a m3rd@ de futuro que vem sendo construída!

Enquanto um grupo grita #forabolsonaro e o outro repete aquele #eolula de sempre, aceitamos a passada da boiada e mais um pouco!

É óbvio que tem muita coisa nos governos anteriores ao atual que estava errada, mas havia algo que, há dois anos e meio, vem se perdendo, e esse algo se chama HUMANISMO!

É sobre direitos humanos? Sim, é sobre direitos humanos! É sobre políticas públicas? Sim, é sobre políticas públicas! É sobre cotas, é sobre ProUni, é sobre inserção social? Sim, é sobre tudo isso! É isso que se perdeu. E assim nos tornamos animalescos, e a animosidade precede a apatia.

Agora que registrei meu desabafo, retorno ao conto: CINCO ESTRELAS É POUCO para a analogia construída pelo Vinícius! E que não aceitemos ser a geração que f0d3u com o mundo...
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Jeferson.Gomes 06/03/2022

FUTURO PRESENTE.
Ainda se podia frequentar a escola e lidar com as diferenças, nos cálculos e na história. As ruas ainda eram seguras, para caminhar e ir a praia. Que terrível o Miasma.

O Nevoeiro Roxo espesso e grandioso, quando não mata, contamina a alma e guia a mente. Não há justificativa para quem mergulha na apatia e causa destruição em massa.

É perigoso opinar e perguntar no ônibus, o que causou o fogo no instituto e destruiu o estudo, de quem pesquisou muito, para a solução chegar.

Desviam dinheiro público da ciência e retiram matérias para ninguém criticar, as casas de luxo sobre pilastras da pobreza, de trabalhadores sem recompensa.

De fome todos irão sucumbir, para a investigação não descobrir, a real intenção. O Estado servisse da dança, enche leitos e usam crianças, para que suas mães obedeçam.

Muros são erguidos com o Negacionismo, e o pouco é aplaudido, pela institucionalização da gratidão. A diferença cabe a quem tem o poder nas mãos, cancela a eleição e promete Fidelidade.

Que pena dos que matam por uma lata de alimento estragada. O enterro é o desaparecimento para algum aterro ou camada degradada. Se brotar alguma flor ou gramado, terá algum significado.

site: https://www.instagram.com/meuslivros.minhaleitura/
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analimajp 19/03/2022

A distopia mais próxima da realidade que já li!
O que é apatia?
É o estado caracterizado por indiferença, ausência de sentimentos, falta de atividade e de interesse.
No caso desse ensaio, é ver "a pia enchendo e não ligar se vai alagar a casa ou não."

? É tudo tão forte e atual que choca o leitor, não por ser algo impossível, mas por ser algo que presenciamos com ênfase desde o início da pandemia.

? O negacionismo e a adoração a políticos que nada fazem e só prometem é escancarado. Pessoas alienadas que acreditam em meia dúzia de palavras bonitas e que aceitam migalhas sempre acreditando na promessa de melhoras.

? Você vai vendo a cada página, a degradação do povo, a dor, a negação, a aceitação, até finalmente sucumbir.

? Não espere um final feliz!
A verdade nua e crua é necessária!

? A distopia mais real e próxima da realidade (chega a ser palpável), que você lerá!
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@ysalemos 23/03/2022

@livrospormay
Vamos autopsiar o Rio de Janeiro? @vinicanabarro

Um miasma roxo surge sobre as águas do #RiodeJaneiro, tomando conta da cidade cada vez mais. Em pouco tempo, a capital carioca é emancipada e uma nova ordem toma conta do lugar. Seria o governo o VILÃO ou o MOCINHO?

VINÍCIUS, QUE LIVRO! 🥰

Na meta de conhecer todos os autores Saifers, coloquei um escrito de cada um na TBR deste mês. Por sugestão do próprio Vinicíus, comecei por Autópsia Carioca, E NÃO PODERIA TER COMEÇADO MELHOR!

😱 Para começo de conversa, li o livro de vez. É impossível parar de ler!

Vinícius apresenta um quadro que, por trás de todo o mistério da fumaça roxa, retrata uma realidade FACILMENTE VISTA. Aquela famosa política do "Pão e Circo", mostrando como o ser humano é facilmente encantado com feitos tão pequenos.

🧠 Algo curioso é que a narrativa escolhida por Vinícius realmente me deu a sensação de estar sentada em uma sala, ouvindo os relatos de um homem que percebeu tardiamente o futuro que estava fadado a encarar. É fácil terminar o livro com a sensação de que uma RESPONSABILIDADE foi dada a você, podendo escolher seguir o mesmo caminho do personagem ou não.

Após ler "Autópsia Carioca", percebi que minha visão sobre leitura mudou um pouco (talvez porque não tenho mais 15 anos hahaha). Anteriormente, não admitia que um livro terminasse da forma como "Autópsia" termina. No entanto, tenho gostado cada vez mais de ler LIVROS VERDADEIROS, que por mais que pintem um quadro de um #futurodistopico, mostram um futuro bem presente.
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Marcela.Leituras 10/06/2022

Autopsia Carioca
????
Gostei muito da leitura deste livro com uma otima narrativa e da escrita. O autor consegue plantar uma inquietação no leitor. Uma distopia muito interessante, sem apelações.
.
?
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Ratinha da Biblioteca 27/06/2022

Uma história para refletirmos.. e agirmos!
Quando algo estranho chega às praias do Rio de Janeiro, alguns estranharam, outros se assustaram e a maioria nem ligou muito, principalmente os “líderes” da cidade. Uma névoa que parecia crescer cada vez mais e era usada como desculpa pelos políticos para fazer o que bem entendessem com a população.
Esse foi um conto difícil de ler porque ele pisou logo no meu calo, a apatia que paira sobre nós. Algumas pessoas nesse conto viram o caminho sendo traçado, conheciam o desfecho e sabe o que fizeram? Nada, assim como uma boa parte de nós. E a consequência disso foi a morte, a morte da vontade de viver, a morte dos sonhos, a morte da determinação e do prazer. Esse livro é sobre a autopsia da cidade do Rio de Janeiro, mas quem morre somos nós...

Eu gosto demais da escrita do Vinicius, como já disse na outra resenha e apesar das histórias dele serem tristes e desanimadoras, o sentimento que fica após a leitura é determinação e vontade de fazer algo, é reflexão, são histórias para refletirmos e agirmos..
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rookvalente 25/02/2023

A morte pode demorar.
Numa Rio de Janeiro distópica, Canabarro constrói um drama social com muitos paralelos ao que vivemos durante os anos do SARD-COV 19.

A desesperança, a apatia de que não adianta lutar, de que somos impotentes perante o mal que assola o mundo e por fim a aceitação de que o tempo de agir pode ter passado, são aterradoras.

Mas não conseguem sufocar a semente do amor, do companheirismo e da solidariedade.

Um dos relatos sobre o LUTO mais sinceros, honestos e cruéis que já li e por isso mesmo, recomendo demais, a quem precisa gritar o que está sufocado há tanto tempo.
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Patricia Salcides 01/03/2023

Um dos meus livros favoritos da vida
Autópsia Carioca trata-se de uma distopia que se passa no Rio de Janeiro, onde uma estranha névoa roxa, que o autor chama de miasma, aparece de forma misteriosa no litoral matando as pessoas. A partir disso, o regime de governo torna-se totalitário fazendo com que a distância entre classes social na cidade aumente cada dia mais.
O livro mostra de forma bem direta o cotidiano de um rapaz sem nome que tem toda sua vida modificada por causa desses infelizes acontecimentos.
Eu adorei Autópsia Carioca! Me fez chorar milhões de vezes, tive que parar algumas outras vezes para refletir e respirar, principalmente por ler durante um momento de dificuldades que tive na minha vida.
Além de ser super chocante ver o que aconteceu com meu amado Rio de Janeiro, pois sou carioca e conheço cada cantinho presente no livro, o que o tornou ainda mais realista para mim.
Um livro excelente para nos fazer refletir sobre o rumo que nossa sociedade está tomando.
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Luan 01/03/2023

A apatia ao absurdo.
Já li algumas distopias. Quer dizer, minha paixão pela literatura nasceu com uma distopia. 1984 é, pra mim, até hoje, o livro perfeito.

Acho difícil, aqui, o Vinícius discordar da minha afirmação. A influência de Orwell em sua obra é presente em cada página. Mas diferente do Grande Irmão, essa presença não é ruim. É instigante e única.

Autópsia Carioca narra a vida de um protagonista sem nome. Vemos, através de sua perspectiva, o falecimento lento e deprimente de uma cidade inteira, causado por uma doença que, infelizmente, é real e ultrajante: a apatia ao absurdo.

Mas o que causa essa doença? Por que ela é tão real? Difícil responder isso sem expor o que há de melhor no enredo. Entretanto, o que posso dizer é que ela é familiar e não tem nada a ver com científico diagnóstico clínico. Tem a ver com coragem. Ou falta dela.

Assim como 1984, Autópsia Carioca quer nos alertar sobre um futuro que podemos e devemos evitar.

Pontos positivos e negativos:
+ Escrita intimista e rápida;
+ Personagens complexos;
+ Livro de poucas páginas, mas muitas lições;
+ Ambientação fiel;
- Pode ser desesperador demais para algumas pessoas.

Recomendo?
Sim! É um livro que mostra o que podemos perder se nos rendermos à apatia.
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