Mayara.Cardoso 05/03/2024
Incrível
"E eu, não sou uma mulher?", biografia de Sojourner Truth, escrava norte-americana que foi a primeira mulher negra a processar e vencer na justiça um homem branco, senhor de escravos, por comprar seu filho de 5 anos e levá-lo para outro Estado de forma ilegal, o obrigando a pagar uma multa de 300 dólares. Isso lá em 1828.
Em 1832, Sojourner foi acusada de participação em um assassinato por outro homem branco e o processou por difamação, mais uma vez vencendo na justiça e recebendo uma indenização de 125 dólares ? só para comparação, aos 9 anos (1806) foi vendida em um leilão de escravos por 100 dólares.
Eu poderia falar diversos pontos importantes de sua vida, mas acredito que ficaria muito longo. Se encontrou com presidentes, andava de bonde quando era proibido aos negros devido à segregação, lutou para que o governo cedesse terras aos ex-escravizados e até tentou votar, mas foi proibida.
Aliás, em 2017 um projeto de lei para que Sojourner estampasse as notas de 20 dólares foi aprovado, porém nesse mesmo ano o Trump venceu as eleições estadunidenses e já sabemos do retrocesso, né?
Sojourner foi importante por diversos motivos, e um dos principais, ao meu ver, foi o discurso que fez em 1851, exigindo direitos iguais para as mulheres e para os negros. A frase que intitula o livro foi dita nesse dia:
"Aquele homem ali diz que as mulheres precisam ser ajudadas a entrar em carruagens, e que têm que ser erguidas para passarem sobre poças e terem os melhores assentos em qualquer lugar. Ninguém nunca me ajudou a entrar em carruagens, a passar por cima de poças de lama e nem me deu o melhor lugar! E eu não sou uma mulher? Olhem para mim! Olhem para o meu braço! [E ela ergueu o punho para revelar sua tremenda força muscular] Tenho arado e plantado e ceifado, e nenhum homem poderia me superar! E eu não sou uma mulher? Eu posso trabalhar tanto e comer tanto quanto um homem, quando consigo comida, e também aguentar o chicote! E eu não sou uma mulher? Eu carreguei treze filhos, e vi a maioria ser vendida como escravo, e quando chorei minha tristeza de mãe, só tinha Jesus para me ouvir! E eu não sou uma mulher?"