Júlia 16/06/2024
O livro consegue ser bem misterioso e isso fornece várias possibilidades:
1) A porta é o caminho para seguir os sonhos mas, por causa das responsabilidades da vida adulta, o personagem sempre sacrifica essa oportunidade;
2) Toda a história da porta no muro, do jardim, dos animais e do encontro com duas figuras femininas diferentes não passam de produto de uma mente doente, de um indivíduo histérico, talvez louco, alucinado, e que vê coisas onde não existe nada;
3) A porta é só uma lembrança boa (inventada ou não) que "aparece" nos momentos mais difíceis da vida do personagem para que ele consiga pensar em coisas boas e ser uma válvula de escape;
4) A porta também pode ser a vida pós-morte já que o personagem morre no final. Talvez, ele possa ter batido a cabeça quando era criança, desmaiou e ia morrer (e acabou tendo uma visão do paraíso) e ela só aparecia para lembrar que a morte está sempre a espreita
Eu adorei a ideia do livro mesmo no comeco achando que seria péssimo por ter poucas páginas e o desenvolvimento não seria tao bom. O começo me lembrou de Nárnia, na verdade. Então, ao invés de ficar com "medo"/incômodo como alguns leitores falaram que sentiu, eu senti um pouco de saudade de Nárnia, mas óbvio que A Porta No Muro tem elementos bem mais sombrios.
É o único livro que não tem explicação do final mas que eu realmente gostei. Foi bem construído então dá para pensar em vários finais sem ficar frustrado.
H.G. Wells: ?Aí está o maior mistério desses sonhadores, desses homens de visão e de imaginação. Nós vemos o mundo simples e comum, o muro de tábuas e o buraco. Pelos nossos padrões, ele saiu da segurança para a escuridão, o perigo e a morte. Mas foi assim que ele viu?"