Joaozinho, Artista 08/12/2020
A Vida Intelectual
Para dom Setillanges que em seu livro discorre sobre um assunto que hoje é tão caro aos brasileiros que é a educação e também os estudos e pesquisas.
O trabalho intelectual que ele fala em seu livro: A Vida Intelectual, é algo que requer muito esforço do estudante, penetração no estudo, com o objetivo principal que é procurar respostas aos anseios do espirito por conhecimento e busca pela verdade.
Mais à frente o autor alerta para o leitor que todo aquele que tenta por um caminho que não consiga atravessar e com muitas expectativas com relação a uma vida intelectual fácil, prazerosa e elevada sem uma pisada forte e determinação em sua caminhada de estudos, já deve estar preparada para ter as mais diversas e amargas decepções com isso em sua vida. Porque quem cria muitas expectativas sobre algo, irá decepcionar-se no primeiro problema.
A característica maior de seu livro ele faz uma junção de uma vida cristã de contemplação, estudo, paciência, penitência com uma vida intelectual de estudo, leitura, anotações.
Uma das comparações que o autor usa para o estudioso é o atleta, uma pessoa que vive de privações em sua vida, horas de treino intensivos, se colocando de corpo e alma para alcançar seu objetivo, no caso do estudioso que deseja alcançar a verdade, mas ela só contribui para quem a presta serviço a ela em seu meio. Essa observação deve ser feita com um grande exame por parte do estudante.
Assim como as outras profissões tidas como não intelectuais, a vida intelectual também se encontra cravada na alma do homem, nas suas capacidades cognitivas. Elas estão sujeitas ao exame da razão e com grande entusiasmo interior do indivíduo.
Os estudos dentro da vida intelectual não possuem somente o benefício de o estudante alcançar sua realização acadêmica nos estudos, mas algo que ninguém pode poderá tirar dele que é seu conhecimento, algo que nos livras das correntes da ignorância, de sermos manipulados por sofistas e oradores mal-intencionados. E complementando o que o autor fala sobre o interesse verdadeiro por uma vida intelectual, ela deve ser buscada por interesse próprio e não somente pelo interesse de glória, auto realização e com isso tentar sujeitar a verdade eterna ao seu próprio gosto, porque a pessoa estaria cometendo um grande sacrilégio, brincando com questões sérias como os mistérios da natureza e que dizem respeito a vida e a morte.
No começo do livro o autor fala diversas vezes sobre o silêncio na vida de estudos, recolhimento em si mesmo e desapego das coisas, tornando inteiramente disponível para as obras intelectuais, como o autor disse: “adquira esse estado de espirito, isento do desejo e da vontade própria, que é o estado de graça do intelectual”. O verdadeiro intelectual não é filho de si mesmo, mas da Verdade Eterna, do Verbo Criador e não o contrário.
Em todo o momento, o autor fala sobre o silencio do estudioso que quer alcançar a Vida Intelectual, as privações, o distanciamento das festas, show, músicas que dispersem seus pensamentos, sua concentração e agitem sua alma e fala que não há vida intelectual sem a renúncia de uma vida mundana de festas, bebedeira, músicas. Não só esses tipos de renuncias, mas também a renúncia aos vícios, porque eles corrompem a alma, destrói a capacidade imaginativa do indivíduo, afetam suas emoções, seu corpo. E o autor também coloca questões que envolvem a saúde física, porque para um intelectual, a saúde de seu corpo é tão importante quanto a saúde de seu intelecto. Um corpo com os órgãos atrofiados, impotentes, enferrujados, só irá prejudicar a vida da pessoa e suas funções.