Anienne 09/06/2024
Avonlea também tem seu lado feio!
Não gostei deste livro.
Amoo histórias antigas, mas dependendo, algumas incomodam bastante. O conto: "O caderninho marrom da senhorita Emily" traz a Anne e a Daiana e eu estava amando, mas eis que aparece a famigerada frase, dita pela personagem que parece ter amado o "elogio":
"...e ele diz que qualquer pessoa com os meus olhos, cabelos e as minhas cores não precisa ser inteligente".
Os contos me pareceram um desfile de pessoas egocêntricas, egoístas e codependentes que exigiam de seus familiares que abrissem mão das suas vidas por causa dos seus caprichos.
O orgulho é um tema presente em todos, com muita força.
Nos contos da segunda metade do livro, a autora explorou demais a sombra do ser humano, bastante depressivos e recheados de preconceitos. Sei que a época e o local influenciam nisto, mas não tive como sentir-me confortável.
O último conto "Tannis de Flats" é de uma falta de respeito enorme com os indígenas. Tirei só um pedacinho para ilustrar:
"Em todo o mundo não há um inimigo tão perigoso quanto o mestiço. Um índio de verdade já é perigoso o bastante, mas seu diluído descendente é dez vezes pior."
O machismo, o racismo, a xenofobia, etc. são constantes.
Eu achei lamentável depois de ter lido tantos livros gostosinhos da coleção. Enfim... Avonlea também tem seu lado feio. E quem ou o que não o tem?